A Morgadinha de Val-D'Amores/ Entre a Flauta e a Viola
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Camilo Castelo Branco. A Morgadinha de Val-D'Amores/ Entre a Flauta e a Viola
A Morgadinha de Val-D'Amores/ Entre a Flauta e a Viola
Índice de conteúdo
ADVERTENCIA
A MORGADINHA DE VAL-D'AMORES
COMEDIA EM TRÊS ACTOS. FIGURAS
ACTO PRIMEIRO
Ao fundo, portão de quinta com sua enorme pedra de armas e ameias lateraes. O restante do palco figura uma alameda e estrada. SCENA I
FREDERICO (só)
(Frederico é um homem entre 28 e 33 annos que traja quinzena e calças pretas apertadissimas em corpo de extrema magreza e aprumo. O chapéo é de fórma ingleza e alto para tornar mais aguçada a figura. A cabelleira bironniana em crespas ondulações. Bigodes encerados e picantes nas guias retezadas. A luneta d'um vidro sem aro obriga-o a caretear, abrindo a bocca de esguêlha quando fixa mais attentamente a morgada. Os seus movimentos, quando lhe fôr necessario fugir, hão de ter tal velocidade que simulem o rapido perpassar d'um duende. A agilidade da rotação do pescoço deve dar-lhe o que quer que seja de authomatico e fantasmagorico.)
SCENA II
PANTALEÃO, DOIS CREADOS, E OS TAMBORILEIROS
Entram ao terreiro e páram tocando em frente da porta trez tamborileiros, um de bombo, e os outros com caixas de rufo. Pouco depois abre-se a porta, e sáePANTALEÃO, com dois creados de lavoura, um dos quaes distribue canecas de vinho, que despeja d'um pichel vermelho, pelos tamborileiros, que se descobrem. 1.º Tamborileiro (o do Zabumba)
Os trez
Pantaleão
1.º Tamborileiro
Pantaleão
2.º Tamborileiro (rindo alvarmente)
Pantaleão
3.º Tamborileiro (bebendo)
1.º e 2.º Tamborileiro
Pantaleão
1.º Tamborileiro
Pantaleão
Os tres Tamborileiros
SCENA III
PANTALEÃO E OS DOIS CREADOS (QUE POUSAM AS VASILHAS)
Pantaleão
1.º Creado
2.º Creado
Pantaleão
1.º Creado
2.º Creado
Pantaleão
SCENA IV
(Rancho de raparigas vestidas de saias de chita com muita roda de saias e saiotes, capotilhas encarnadas, chinela e meia branca, acompanhadas d'um tocador de rebeca e outro de violão, que lhes acompanham as cantigas. Entram pulando alegremente, e pucham por a estridula sineta do portão.) O rabequista
Todos
(Abre-se o portão de par em par. Sáe a Morgadinha, trajada com luxo, mas fóra da moda. Vestido de ancas exaggeradas, cabello á Stuart, e um grosso grilhão ao peito. Segue-a um creado velho, de niza, com uma cadeira de braços á cabeça, e uma pichorra e caneca na mão.) SCENA V
MORGADINHA, JOÃO LOPES, E AS CANTADEIRAS
Vozes
Morgadinha (sentando-se na cadeira)
Uma das moças
Morgadinha
Outra
Outra
Outra
Morgadinha (rindo)
A mesma
Morgadinha
O do violão
O rabequista
Morgadinha
O mesmo
O outro
Morgadinha
Uma das moças
Morgadinha
COPLAS (Tudo mulheres) (UMA VOZ)
(CÔRO)
(UMA VOZ)
(CÔRO)
(UMA VOZ)
(CÔRO)
(UMA VOZ)
(CÔRO)
(VOZ)
(CÔRO)
(VOZ)
(CÔRO)
Todos
Morgadinha
Uma d'ellas
Morgadinha
SCENA VI
MORGADINHA E JOÃO LOPES
Morgadinha
João Lopes
Morgadinha
João Lopes
Morgadinha (com alegria)
João Lopes
Morgadinha (erguendo-se enthusiasmada)
João Lopes
Morgadinha
João Lopes
Morgadinha (erguendo-se colerica)
João Lopes
Morgadinha
João Lopes
Morgadinha
João Lopes
Morgadinha
João Lopes
Morgadinha
João Lopes (apontando para o brazão)
Morgadinha
João Lopes
Morgadinha
João Lopes
Morgadinha (energicamente)
João Lopes
Morgadinha
João Lopes
SCENA VII
MORGADINHA
(Senta-se quebrantada e triste)
SCENA VIII
PANTALEÃO, MACARIO, E A MORGADINHA
(Macario é um sujeito de oculos e casaca de briche, já de annos, e ar circumspecto) Pantaleão (áparte ao boticario)
SCENA IX
MACARIO E A MORGADINHA
Macario
Morgadinha (enfastiada)
Macario
Morgadinha
Macario
Morgadinha
Macario
Morgadinha
Macario
Morgadinha
Macario
Morgadinha
Macario (áparte)
Morgadinha
Macario
Morgadinha
Macario
Morgadinha
Macario
Morgadinha
Macario
Morgadinha
Macario
Morgadinha
Macario (áparte retirando-se)
Morgadinha
SCENA X
JOÃO LOPES, ESPREITANDO A MORGADINHA, E DEPOIS FREDERICO
João Lopes
Morgadinha (sobresaltada)
João Lopes
Frederico
Morgadinha (muito terna)
Frederico
Morgadinha
Frederico
Morgadinha
SCENA XI
MORGADINHA, OS DOIS CAMPONIOS QUE VÃO PASSANDO, E DEPOIS FREDERICO
(Um camponio tange flautim e outro viola. Duas moças á frente batendo palmas ao compasso do canto, e saltando) Um camponio (cantando)
(CÔRO)
(Assim que elles passam, a Morgadinha sáe do portão, e logo Frederico do escondrijo) Frederico
Morgadinha
Frederico
Morgadinha
Frederico (interrompendo-a com exaltação)
Morgadinha
Frederico
Morgadinha
SCENA XII
MORGADINHA
(Chega uma chulata que vae de passagem para a Romaria. Bando de raparigas que precedem, bailando; tocadores de rebeca, viola, clarinete, ferrinhos e requinta. A esturdia pára defronte da morgadinha, e continúa dançando cada rapariga com o seu parceiro.) COPLAS DE DESAFIO (Em quanto o cantador deita a cantiga, tange sómente a viola. Entre os dois primeiros versos e os dois ultimos de cada quadra ha um espaço que dá logar a que toquem por alguns segundos todos os instrumentos.) Cantador
Cantadeira
Cantador
Cantadeira
Cantador
Cantadeira
(A morgadinha agradece-lhes com um aceno de lenço. O bando sáe tocando e dançando. Assim que o descante se ouve froixamente, volta Frederico.) SCENA XIII
MORGADINHA E FREDERICO
Frederico
Morgadinha
Frederico
Morgadinha (examinando-os)
Frederico
Morgadinha (rindo)
Frederico
Morgadinha
SCENA XIV
OS MESMOS E PANTALEÃO
(Abre-se o portão repentinamente e apparece subito Pantaleão. Frederico ainda faz um impeto de fuga, mas contem-se, e corteja mui urbanamente o fidalgo.) Frederico
Pantaleão
Morgadinha
Pantaleão
Morgadinha
Pantaleão
Frederico
Pantaleão (medindo-o d'alto a baixo com ironia)
Frederico
Pantaleão
Morgadinha
SCENA XV
PANTALEÃO E FREDERICO
Frederico
Pantaleão
Frederico
Pantaleão
Frederico
Pantaleão
Frederico
Pantaleão
Frederico
Pantaleão
Frederico
Pantaleão
SCENA XVI
MORGADINHA, PANTALEÃO, E O BANDO DAS MOÇAS E TOCADORES QUE APARECERAM NA TERCEIRA SCENA
(A Morgadinha sáe sentada sobre a jumenta. Vem vestida de Amazôna. João Lopes de farda azul com vivos vermelhos, bota de orelha e prateleira, colete encarnado, e chapéo embreado, tudo á antiga e grutesco, vem trazendo a burra pela rédea. As raparigas estão cantando as seguintes): COPLAS (UMA VOZ)
(CÔRO)
(UMA VOZ)
(CÔRO)
(UMA VOZ)
(CÔRO)
(Continúa o canto ao descer do panno.)
ACTO SEGUNDO
Vista de arraial. É noute. Festões de lampadas de papel variegado pendem dos ramalhos das arvores. Mulheres a frigir, ao lado das pipas cobertas de ramos de folhagem. Barracas com botequins. Multidão de povo a beber á volta das pipas. Sinos repicando, e estouros de foguetes. D'ambos os lados da scena, mas fóra, se canta o «S. João» com vozes alternadas. Frederico passeia por entre o povo, mirando as raparigas. Os dois já conhecidos creados de Pantaleão, com as pernas encruzadas nos varapáos, medem d'alto a baixo Frederico, e rompem a jogal-os um com outro. Frederico, por uma das suas evoluções maravilhosas de rapidez, desapparece. O povo ri-se, e elle reapparece logo, seguido por trez cabos armados. Os cabos usam bonet com debrum azul. Cessam as cantilenas, e rompe a banda musical de Santo Thyrso, estrondosa em trompões, a qual entra em scena tocando uma marcha. Os musicos uniformes, de calça branca, casaco azul com vivos amarellos, o bonet avivado da mesma côr. As figuras podem caracterisar-se caprichosamente. Em seguida, entra a Morgadinha, com o pae, Macario, Cosme Giraldes, e João Lopes. Cosme Giraldes é um sugeito gordo, aspeito serio, com os seus oculos, um todo de summa gravidade. Os circumstantes cedem o logar aos recem-chegados, que formam grupos
SCENA I
TODOS OS DESCRIPTOS (GRUPO DA MORGADINHA E COSME GIRALDES)
Cosme (com gesto de orador e com grandes pausas, á Morgadinha)
Morgadinha (com desdem)
Cosme
Morgadinha
Cosme
Morgadinha
Cosme
Morgadinha
Pantaleão
SCENA II
OS MESMOS, E AS FIGURAS ABAIXO DESCRIPTAS EM LOGAR COMPETENTE
(A musica entra a passo muito cadenciado com grandes pernadas. Chegada á bocca do palco, alinha a um lado para dar o passo aos dois primeiros personagens do auto): Scena I do Auto. ADONIS E MANASSÉS
(Adonis traja de principe de carnaval; Manassés veste de propheta de procissão; mas toda a fatiota é muito usada e desbotada. Adonis traz um cavaquinho.) Adonis (com declamação muito boçal)
Manassés (canta com ar inspirado, gesticulando estupidamente)
(CÔRO DE PASTORES) (Vozes femininas dentro)
Manassés (cantando)
(CÔRO)
Adonis (declamando, e passeando com grandes passos)
Macario
Frederico
Macario
Morgadinha
Pantaleão
Scena II do Auto
VOZ D'UMA PASTORA, CANTANDO DENTRO
CÔRO (dos pastores)
(Os que estão no palco fazem scenas mudas de ternura muito lorpas.) Manassés
Adonis
Scena III do Auto
O VELHO SIMEÃO E RUIVA
(O velho vestido de pelles de carneiro. Ruiva de pastorinha, com um cordeiro branco nos braços) Simeão (com os olhos no firmamento)
(CÔRO)
Manassés
Simeão
Frederico (escancarando a bocca)
Macario e Cosme
Scena IV do Auto
ENTRAM PASTORINHOS E PASTORINHAS
Ruiva (declamando)
(CÔRO)
(Sáem por diversos lados.) Scena V do Auto
UM REI TURCO E DEPOIS OUTROS FIGURÕES
Rei turco (Com uma cara horripilante, e trejeitos assustadores)
(Corre brandindo a espada d'um lado a outro.)
(Risada de Frederico.) Cosme
Frederico
Macario
Vozes (dentro)
Morgadinha (erguendo-se colerica)
João Lopes
Cosme (com enfaze)
Macario
Morgadinha
Pantaleão (ao Rei turco)
Rei turco
Frederico
Rei turco
Scena VI do Auto
(Entra um Rei christão com muitos pastores e pastoras) Rei christão
Rei turco
Rei christão
Rei turco
Rei christão
Rei turco
Pastores e pastoras (cantando)
Rei christão
Rei turco (arrancando para elle)
Scena VII do Auto
OS MESMOS E UM ANJO, QUE SE METTE EM MEIO DOS DOIS REIS
Canta:
CÔRO (dos pastores)
Rei turco (declama)
O Anjo (canta)
CÔRO (dos pastores)
Rei turco (afflicto)
Frederico
Macario (sobremodo indignado)
Cosme
Rei turco (zangado)
SCENA III
OS MESMOS, EXCEPTO OS PERSONAGENS DO AUTO
(Grande movimento e rapido. Macario gesticula com Jordão, e Pantaleão com a filha. Alguns camponios de varapáo fazem cêrco a Frederico. A morgadinha passa por meio d'elles, bamboando a cabeça e vibrando o chicotinho. Frederico passeia com os cabos. Os camponios retiram-se, relançando olhos ameaçadores ao escrivão.) Morgadinha
Pantaleão
Morgadinha
Pantaleão
Morgadinha
SCENA IV
MACARIO, COSME E PANTALEÃO
(Formam um grupo á parte, do povo que gira no fundo) Macario
Pantaleão
Cosme
Pantaleão (docil)
Cosme
Pantaleão (formalisado)
Cosme
Macario
Pantaleão
SCENA V
COSME E MACARIO
Cosme
Macario
Cosme
Macario
Cosme
Macario
Cosme
SCENA VI
MACARIO E FREDERICO
Frederico (encarando o outro com a costumada careta)
Macario
Frederico
Macario
SCENA VII
FREDERICO, JOÃO LOPES, E CABOS
(As cantadeiras que no fim do 1.º acto acompanharam a morgada entram a cantar a moda com que se fechou o dito acto:)
(N'um intervalo da 1.ª á 2.ª trova João Lopes acerca-se de Frederico com disfarce) João Lopes
SCENA VIII
FREDERICO, CABOS, UM DESCONHECIDO, E CAMPONIOS
Frederico (com intimativa bellica)
Um cabo
Frederico
Frederico
Frederico (aos cabos)
Frederico
Morgadinha (arrancando o lenço do rosto)
Frederico
FIM DO SEGUNDO ACTO. ACTO TERCEIRO
Salão da casa de Val-d'Amores. Mobilia antiga de couro de Moscovia. Reposteiros já envelhecidos com brazões. Alguns retractos. Um piano moderno. SCENA I
PANTALEÃO E MACARIO
Pantaleão
Macario
Pantaleão
Macario
Pantaleão
Macario
Pantaleão
Macario
Pantaleão
Macario
Pantaleão
Macario
Pantaleão
Macario
Pantaleão
Macario
Pantaleão
Macario
Pantaleão
Macario
Pantaleão
Macario (duvidoso)
Pantaleão
Macario
Pantaleão
Macario
Pantaleão
Macario
Pantaleão
Macario
SCENA II
OS MESMOS E A MORGADINHA
(A morgadinha traja na ultima moda, mas exageradamente. Vestido muito curto, sem alguma roda, apanhando-se-lhe cingido ás pernas; grande laço na cintura posteriormente; sapatos de salto dourado; cabelleira com estupendos tufos encaracolados.) Pantaleão
Morgadinha (pondo luneta d'oiro)
Macario (á parte, benzendo-se espantado do trajar da morgada)
Pantaleão
Macario (ironico)
Morgadinha
Macario
Morgadinha (voltando o rosto com aborrecimento)
Macario
Morgadinha (dedilha nervosamente nas teclas)
Pantaleão (a meia voz)
Macario
Pantaleão
Morgadinha
Pantaleão
SCENA III
OS MESMOS E JOÃO LOPES
João Lopes (trazendo castiçaes com luzes)
Morgadinha
Pantaleão
Morgadinha
Pantaleão
SCENA IV
MORGADINHA, JOÃO LOPES E DEPOIS FREDERICO
Morgadinha
João Lopes (para dentro, levantando o reposteiro)
Morgadinha (alto)
João Lopes
Frederico (levanta o véo, abraçando o velho)
Morgadinha
Frederico (tomando-lhe as mãos calorosamente)
Morgadinha (desviando-se)
Frederico
Morgadinha
Frederico
João Lopes (mettendo a cabeça)
Frederico (com transporte)
Morgadinha
Frederico (sobresaltado)
SCENA V
OS MESMOS E PANTALEÃO
Pantaleão (ao fundo)
Morgadinha
Pantaleão
Morgadinha
Pantaleão
SCENA VI
FREDERICO, MORGADINHA E JOÃO LOPES A INTERVALOS
Frederico
Morgadinha
João Lopes (dentro)
Morgadinha
João Lopes (dentro)
Morgadinha
Frederico (alvoroçado)
João Lopes (dentro)
Morgadinha
Frederico
Morgadinha
João Lopes (na scena)
João Lopes
Morgadinha
Frederico (muito inquieto)
Morgadinha
Frederico (muito á tragica, alludindo ao estrondo da gritaria)
Morgadinha
Frederico
Morgadinha
Vozes (que sobrelevam o estrondo dos figles)
Frederico
Morgadinha
SCENA VII
OS MESMOS, PANTALEÃO E JOÃO LOPES
Pantaleão (estupefacto)
Frederico (atirando ao chão o bacamarte)
Morgadinha
Pantaleão
Frederico
Pantaleão
João Lopes
Pantaleão
Morgadinha
Pantaleão
Morgadinha (erguendo-se soberba)
Pantaleão
João Lopes (muito commovido)
Pantaleão (a Frederico)
Frederico
SCENA VIII
PANTALEÃO E A MORGADINHA
Pantaleão
Morgadinha
Pantaleão
Morgadinha (afflicta)
Pantaleão
Morgadinha (soluçando)
Pantaleão
Morgadinha
Pantaleão
Morgadinha
Pantaleão
SCENA IX
JOÃO LOPES, PANTALEÃO, MORGADINHA, MACARIO (A musica, na vanguarda, ladeia para dar passagem a Macario vestido de official de ordenanças, mas com chapéo embicado. Traz uma espada empunhada, e outra debaixo do braço, seguem-no 12 commandantes subalternos, vestidos a capricho, uns com chapéo redondo e banda e dragonas, outros de barretina e niza. Um d'estes arvora uma bandeira de varias côres.) Macario
Vozes
Macario (á frente dos revolucionarios com enfaze oratoria)
Os commandantes
Macario
Pantaleão (commovido)
Morgadinha (tirando a espada da mão de Macario)
SCENA ULTIMA
OS MESMOS E FREDERICO. Frederico (ajoelhando diante da morgadinha)
Macario
Pantaleão
João Lopes
Frederico (com vehemencia e fogo)
Vozes
Frederico
Macario
Frederico
Vozes
Frederico
FIM
ENTRE A FLAUTA E A VIOLA
ENTREMEZ EM UM ACTO
PERSONAGENS
ACTO UNICO
Salão de estalagem em Barcellos. Quartos numerados desde 1 a 12, occupando os lados, e parte do fundo. Um d'elles o n.º 10 tem sobranceira á porta uma vidraça ou bandeira. Sobre um canapé de palha está uma viola francesa. SCENA I
(Ao erguer o panno vem entrando Aniceto e Victorina precedidos de um creado com dois saccos de noute e castiçal.) ANICETO, VICTORINA, CREADO
Aniceto
Creado
Aniceto
Creado
Aniceto
Creado
Aniceto
Creado
Aniceto
Creado
Aniceto
Victorina
Aniceto (indo examinar o quarto)
Creado
Aniceto (indeciso)
SCENA II
ANICETO E VICTORINA
Victorina
Aniceto
Victorina
Aniceto
SCENA III
ANICETO E O CRIADO QUE VEM COM O CASTIÇAL
Aniceto
Creado
Aniceto
Creado
Aniceto
Creado
Aniceto
Creado
Aniceto
Creado
SCENA IV
GUTERRES E O CREADO
Guterres (com um sacco de viagem)
Creado
Guterres
Creado
Guterres
Creado (rindo)
Guterres
Creado
Guterres
Creado
Guterres
Creado
Guterres
Creado (indicando-lhe um do fundo)
Guterres
SCENA V
ANICETO SAINDO COM O CASTIÇAL EM PUNHO
Victorina (dentro)
Aniceto
Victorina
Aniceto
Victorina
Aniceto
Victorina
Aniceto
SCENA VI
ANICETO E VICTORINA SAHINDO DA ALCOVA
Victorina
Aniceto
Victorina
Aniceto
Victorina (entrando)
Aniceto
SCENA VII
GUTERRES
(Caminhando contemplativo com o castiçal em punho e os olhos postos no quarto d'onde sahiu Victorina. Pousa o castiçal.)
SCENA VIII
ANICETO E GUTERRES
(Aniceto abre a porta, e sáe de barrete de dormir e rob-de-chambre, com a luz na mão. Guterres recúa espavorido.) Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres
SCENA IX
GUTERRES
SCENA X
JOSÉ PIMENTA E GUTERRES
Pimenta (rebuçado)
Guterres (suspendendo-se)
Pimenta
Guterres
Pimenta (deixa cair as bandas do capote)
Guterres
Pimenta
Guterres
Pimenta
Guterres
Pimenta
Guterres (sorrindo)
Pimenta
Guterres
Pimenta
Guterres
Pimenta
Guterres
Pimenta
Guterres
Pimenta (apontando para o quarto de Aniceto)
Guterres (apontando)
Pimenta
Guterres
Pimenta
Guterres
Pimenta
Guterres
Pimenta (attento nos vidros)
Guterres
Aniceto
Pimenta (saltando)
SCENA XII
ANICETO E GUTERRES
(O palco escuro) Aniceto (correndo para Guterres)
Guterres (accendendo um phosphoro)
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres
Voz de velha
Guterres
Voz
Guterres
Voz
Guterres
Voz
Guterres
Aniceto (sahindo com uma luz do seu quarto)
Guterres
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres (com enfaze e rapidez)
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres (com gravidade)
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres
Aniceto
Guterres
Aniceto
SCENA XIII
GUTERRES (só)
(Guterres pega da viola, preludía, aproxima-se do quarto de Victorina e canta em postura de inspirado)
SCENA XIV
JOSÉ PIMENTA, GUTERRES, VICTORINA, NO QUARTO E DEPOIS NA SCENA, ANICETO MAIS TARDE, E O CREADO
(José Pimenta entra embuçado, medindo os passos á tragica. Chega ao meio da scena, arroja o chapéo, deixa cahir a capa, cruza os braços, relançando um olhar sinistro. Depois tira da algibeira interior d'uma jaqueta de pelle os canudos d'uma flauta, liga-os, dá dois passos á frente, e com a maior solemnidade toca a aria da Sombra de Nino, da Semiramis. Guterres tem passado com a viola para o outro lado, e faz menção de se defender com uma cadeira, em quanto o outro não toca. Victorina, assim que José Pimenta tem tocado a primeira parte da aria, começa aos empurrões á porta.) Victorina (dentro)
Aniceto (ao creado que tem entrado com a luz)
Guterres
Victorina
Guterres (a Pimenta)
Pimenta e Victorina (ajoelhando)
Aniceto (erguendo-se de impeto)
Guterres
Aniceto
Guterres
Pimenta
Guterres
FIM
Отрывок из книги
Camilo Castelo Branco
Theatro Comico de Camillo Castello Branco
.....
MACARIO, COSME E PANTALEÃO
SCENA V
.....