Olhos negros atravessaram o mar

Olhos negros atravessaram o mar
Автор книги: id книги: 1958900     Оценка: 0.0     Голосов: 0     Отзывы, комментарии: 0 752,13 руб.     (7,33$) Читать книгу Купить и скачать книгу Купить бумажную книгу Электронная книга Жанр: Социология Правообладатель и/или издательство: Bookwire Дата добавления в каталог КнигаЛит: ISBN: 9788418575440 Скачать фрагмент в формате   fb2   fb2.zip Возрастное ограничение: 0+ Оглавление Отрывок из книги

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O corpo negro em cena na análise corporal: Bioenergética e Biossíntese O Brasil é um país racializado. Tem sua história social gravada nos espaços ocupados pela invasão colonial, dominação de povos originários, escravidão e imigração europeia. Caminhando por este grande território, percebe-se que essa história imprimiu marcas na terra, colonizou corpos e mentes, o que se traduz e se atualiza cotidianamente nas relações, na invisibilização proposital de uma parte da população. Todos participam desse sistema, negros, brancos e não brancos, e é imprescindível que se saiba disso. A ideologia racista, propagando ideias de inferioridade e subalternidade de determinados povos, atravessa a todos, embora de lugares e experiências diferentes, e os povos oprimidos (negros e indígenas) sofrem imensamente as consequências das desigualdades sociais, levando ao adoecimento físico e psíquico. A raça branca usufrui de oportunidades, mas se isenta de responsabilidades num sistema injusto.
A diáspora africana retratada neste livro, «Olhos negros atravessaram o mar», revela o impacto dos efeitos psíquicos causado pelo racismo e seus desdobramentos nas relações inter e intrapsíquicas, singularmente no povo negro.
A temática é um chamado com a intenção de sensibilizar os profissionais de diversas áreas de conhecimento para perceberem o que está inscrito para além da cor da pele. É um enunciado onde cada um precisa se reconhecer e se rever. É uma porta que se abre na esperança de elaboração e transformação do pensamento sobre valores, crenças colonialistas, e de uma possível emancipação.
Passando pelas bases teóricas da atuação terapêutica, assentadas na análise corporal de Wilhelm Reich, na bioenergética de Alexander Lowen, na biossíntese de David Boadella, na psicanálise de Frantz Fanon e Neusa Santos Souza e no grupo operativo de Pichon Riviére, é ressaltado o trabalho corporal, palco da história individual e coletiva com vistas a esse lugar transformador. Não apenas partindo da verbalização, mas tendo o corpo como elemento protagonista, morada de alegrias, sofrimento e traumas. É também mostrada uma experiência grupal no encontro de corpos negros, lugar de troca de reflexões e vivências em relação à negritude e à branquitude, que ao longo do tempo se revelou afirmativa no fortalecimento da identidade.
Nas palavras aqui registradas, é afirmado o quanto é vital que as instituições que visam transmitir conhecimento se revejam para não serem reprodutoras de comportamentos que propiciam desigualdades, injustiças, sofrimento e adoecimento.
Este livro trata do acreditar, do valor fraterno, do respeito, do cuidado para consigo e com o outro, para que se possa ter dias melhores para todos.

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Maria Cristina Francisco. Olhos negros atravessaram o mar

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Maria Cristina Francisco

OLHOS NEGROS

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[....] Os tocheiros iluminavam rapidamente o caminho e os rostos dos que chegavam, acompanhados da ordem de nos deitarmos um ao lado do outro, com as cabeças apoiadas na parede do navio, que déssemos uma volta completa. E depois mais uma volta no interior, e mais uma terceira, sendo que muitos ainda sobraram de pé e foram empurrados por cima dos que já estavam deitados. [....].

Durante dois ou três dias, não dava para saber ao certo, a portinhola no teto não foi aberta, ninguém desceu ao porão e estava quase impossível respirar. Algumas pessoas se queixavam da falta de ar e do calor, mas o que realmente incomodava era o cheiro de urina e de fezes. [....]. As pessoas enjoaram inclusive nós, que vomitamos o que não tínhamos no estomago, pois não comíamos desde o dia da partida. O corpo também doía, jogado contra o chão duro, molhado e frio. [....]. Quando uma pessoa queria se mexer, as que estavam ao lado dela também tinham que se mexer, o que sempre era motivo de protestos. [....].

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