Yellow Peril: Aquela Horrível Cara Amarela

Yellow Peril: Aquela Horrível Cara Amarela
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Описание книги

Dois eventos trágicos, o massacre de Los Angeles em 1871 e o tráfico das pequenas escravas, que resumem a difícil relação entre os Estados Unidos e a China nos anos entre 1820 e 1945. Um livro de críticas espirituosas e inteligentes que expõe verdades ocultas com um estilo simples e eficaz.

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Patrizia Barrera. Yellow Peril: Aquela Horrível Cara Amarela

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YELLOW PERIL: O PERIGO AMARELO. As Origen

O MASSACRE DE LOS ANGELES. A tragédia começa

A VERDADE SOBRE O MASSACRE. Os antecedentes

OS VERDADEIROS MANDANTES. Um crime decidido à mesa

O PROCESSO DA FARSA. Lá vem a ferrovia

AS PEQUENAS ESCRAVAS. As Sing-song Girls

AS ORIGENS DA ESCRAVIDÃO. A China antiga

A VIAGEM COMEÇA. As chinesas são todas prostitutas

UM CALVÁRIO INFINITO. Duas vezes escravas

PEQUENA MÃE. O anjo zangado de Chinatown

AS SING-SONG GIRLS, O EPÍLOGO. Acabou realmente?

APÊNDICE 1. Os Códigos Negros

APÊNDICE 2. As leis de Jim Crow

(Lista de Wyoming compilada pelo National Park Service, informações sobre o sítio histórico nacional de Martin Luther King Jr., fotos, registros e mais sobre a história dos negros no Museu do Holocausto Negro na América.) Essa lista de regras restritivas não poderia deixar de afetar o desempenho geral do país; os primeiros efeitos foram observados no âmbito político e, particularmente, no que diz respeito à participação eleitoral. Os dados são claros: só na Louisiana, por volta de 1900, já havia apenas 5.320 eleitores negros — em um território onde os negros tinham uma superioridade numérica —, mas em 1910 esse total havia sido reduzido drasticamente para 730 e, alguns anos depois, para 27. Na Carolina do Norte, as coisas foram ainda piores e em 1894 não foi registrado nem um único eleitor afro-americano. As leis de Jim Crow haviam apagado a imagem do eleitor negro das mentes dos brancos em uma década e, em 1910, perguntava-se se era verdade que os negros já haviam ido às urnas no passado

BIBLIOGRAFIA. E links úteis

The Chinatown War : Chinese Los Angeles massacre of 1871. Scott Zesch

The Los Angeles Plaza : Sacred and Contested place

A New history of Asian American — Shelley Sang Hee Lee

Roaring Camp : the social world of California Gold Rush — Susan Lee Johnson

Chinese San Francisco, 1850-1943 : a trans Pacific Community — Yong Chen

Alcohol and Opium in old West : use, abuse and in‐ fluences — Jeremy Agnew

The San Francisco eartquake and fire of 1906 — Louise Chipley Slavicek

BLACK CODES E LEGGI JIM CROW

Отрывок из книги

Os Estados Unidos sempre foram racistas. A fim de autorizar e realizar os massacres dos nativos e submeter à escravidão os africanos, era necessário um forte sentimento de prevaricação e uma plena convicção da própria superioridade. É necessário enfatizar que tais sentimentos foram universalmente compartilhados entre os séculos XVIII e XIX e que nenhuma das grandes potências europeias poderia ser considerada isenta. No entanto, nos Estados Unidos, o poder exercido sobre as classes menos favorecidas e os diferentes grupos étnicos alcançaram níveis exorbitantes e, em certo sentido, o racismo tornou-se quase institucionalizado.

A ponto de o linchamento não ser apenas tolerado, mas sim ter se tornado, por muito tempo, um verdadeiro instrumento de justiça utilizado e sugerido pelo governo e pela polícia. Os Códigos Pretos e, mais tarde, as leis de Jim Crow (ver apêndice) são exemplos óbvios e emblemáticos do sentimento racista popular. São exaustivamente citados pela história no tocante aos afro-americanos, que certamente foram os mais afetados pelo sistema legislativo americano.

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Em alguns anos, Chinatown cresceu e tornando-se o símbolo de uma cidade dentro de uma cidade e de um povo dentro de outro povo. Das doze casas de madeira chamuscada dos primeiros anos, restava apenas uma vaga lembrança. Em 1880, toda a área havia-se tornado um bairro elegante que acolhia 22 mil pessoas — praticamente apenas homens —, com salões de jogos e casas de ópio onde os norte-americanos ricos e os amantes aflitos poderiam esquecer suas dores. Um mundo multicolorido no qual a "chinesidade" estava em alta, induzindo as famílias burguesas estadunidenses e europeias a entregarem-se ao luxo de porcelanas e espelhos chineses, suas especiarias e até mesmo seus adornos "amadores". Em resumo, tratava-se de uma evidente onda de crescimento que instigou no governo dos Estados Unidos o terror de um futuro capitalismo chinês capaz de tornar-se uma ameaça, pondo em cheque inclusive a moralidade dos costumes norte-americanos. O "perigo amarelo" invadiu o país, que passava por uma situação histórica difícil após as reviravoltas da Guerra da Secessão; a desestabilização econômica do Sul, as reformas políticas, a demanda por mudanças e o desejo de dominação absoluta sobre a Europa produziram um efeito em cadeia totalmente devastador. Grande parte da população norte-americana havia sofrido negativamente com as consequências da "restauração" do sistema, que condenou milhares de famílias à fome. Os comerciantes fechavam suas lojas e os imigrantes morriam de frio nas ruas ou acabavam linchados por multidões ao serem pegos roubando nos estabelecimentos comerciais. As prisões estavam superlotadas e a batalha pela sobrevivência assumia os tons das antigas lutas de classe europeias. O que prosperava era a máfia: em primeiro lugar a irlandesa, que funcionava para "além" do Estado, impondo aos seus "protegidos" a obrigação de votar nas eleições e apoiando as atividades clandestinas relacionadas ao álcool e drogas no país.

Em segundo, a chinesa, que apesar de permanecer "fora" do Estado, ocupava-se de seus compatriotas e agia exclusivamente de acordo com as regras da sua ideologia nacional, que ditava que o inimigo deveria ser combatido com suas próprias armas e que eles deveriam trabalhar incansavelmente para que um dia pudessem tomar o seu lugar.

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