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Capítulo 2: Sozinho

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Duas semanas depois.


Limpei o suor da minha testa fria e espiei pelo olho mágico da porta novamente. Não havia ninguém na escada, e por mais que eu escutasse, nenhum som vinha da escada. Todas as pessoas normais estavam em casa, jantando na frente da TV, e eu era o único de pé embaixo da porta como um idiota com o estômago uivando e a sensação do olhar faminto de Bars queimando entre minhas omoplatas, sem ousar apenas saia. Pela enésima vez nas últimas duas semanas, eu me arrependi de não ter amigos para me ajudar com meu pequeno problema, e que eu tinha até mesmo expulsado meu namorado imprestável. Quem diria que quando eu me acalmasse, eu teria uma merda tão nojenta como um ataque de pânico antes que eu pudesse sair do apartamento? Agarrei o telefone pela enésima vez, me perguntando se deveria me humilhar e ligar para Olezhek para pedir que ele voltasse. Pelo menos ele era capaz de ir à loja para comprar mantimentos.


– Foda-se! – Eu bati meu punho na porta. – Eu sou capaz disso também! Só temos que nos unir e fazer! Não podemos mais paralisar!


As férias que eu tinha recebido pelo telefone do chefe estavam acabando, e as compras tinham acabado ontem. Tudo o que eu tinha que fazer era abrir a maldita porta, sair, descer as escadas, atravessar o pátio e andar um quarteirão. Compre alguns mantimentos e volte pelo mesmo caminho. Cem milhões de vezes eu já fiz isso antes. Ok, nem tanto, mas ainda assim, o que poderia ser mais fácil?


– Você está fazendo isso durante a noite de novo, seu idiota,» eu me repreendi de novo, enxugando minha testa com uma mão e segurando a bainha pesada no bolso da minha calça de moletom com a outra. – Apenas abra a porta e saia!


– Miau! – O leopardo me apressou, empurrando a cabeça com uma cotovelada na minha canela como se quisesse me forçar a sair de casa.


E sim, eu poderia passar fome por um dia ou dois. Um dia, dois. Talvez mais. Mas eu não ia deixar outro ser vivo sem comida só porque tinha um festival de baratas na cabeça.


– Ufa», exalei, como no banho, e agarrei a maçaneta. – Ok, estou indo! Estou indo!


Eu realmente estava. No primeiro momento em que cruzei a soleira, foi como um mergulho na água gelada: os pulmões se apertaram e se enrolaram em um tubo sem esperança de voltar ao normal. Minha cabeça latejava com a asfixia, e eu puxei a faca do meu pai da bainha e a agarrei com tanta força que o metal frio penetrou na minha pele até doer. E então fiquei aliviado. Um passo, um passo. Mais um passo. Uma respiração, quase normal, e o próximo passo foi completo, não se arrastando no lugar. Estou chegando! Eu estou andando porra!

Sem elevador – não há nenhum lugar para sair dele. Parei na porta da frente. Escutei até meus ouvidos zumbirem, mas não ouvi nada. Parecia que o caminho estava claro. Por isso fiquei acordado até tarde. Porque eu não tinha medo da escuridão em si, mas de encontrar alguém nela. Alguém muito indelicado. Eu rastejei pelo pátio silenciosamente, escolhendo deliberadamente os lugares mais escuros. Só um tolo esperaria que andar sob as luzes da rua como uma pulga em uma careca a manteria segura. Como diabos ela faria! Mais provável de se tornar um alvo fácil. Se você não pode ser visto, é muito menos provável que você se torne uma vítima. Corri pelo beco onde tinha sido vergonhosamente preso da última vez, para a avenida bem iluminada, e bufei quando notei os poucos transeuntes a esta hora. As pessoas eram o que me assustava. Não importava quem fossem, suas idades, seus gêneros – eu podia ver o monstro, o estuprador, o agressor em todos. Minha testa estava encharcada e meus joelhos tremiam, mas me empurrei para fora da parede com determinação. «Não sou vítima, não sou vítima, não sou vítima», disse a mim mesmo, forçando-me a dar um passo de cada vez. Em frente às portas do supermercado só piorou. Imediatamente surgiram na minha cabeça imagens das últimas notícias sobre crimes, onde eram em grandes lojas onde haviam acontecido ataques e até assassinatos, e nenhuma câmera de segurança e guardas poderiam ajudar em nada.


– Não aconteceria comigo! Não para mim! – murmurei, encolhendo-me interiormente quando algum garoto me empurrou com o ombro ao passar por mim, e agarrou minha faca.


Um homem idoso de uniforme azul escuro com a inscrição «Segurança» me seguiu com um olhar desconfiado e me seguiu. Aposto que sim, todo curvado, suado como se tivesse saído de uma maratona, provavelmente com os olhos procurando loucamente por uma possível ameaça – não uma visão bonita. Bem, pelo menos se eu tivesse um segurança cauteloso me seguindo, eu não pensaria que alguém iria me atacar. Caminhei pelos corredores em um ritmo acelerado, e o homem obeso teve dificuldade em me seguir, mas quando cheguei à caixa registradora, ele exalou com um alívio perceptível. Eu só peguei os mantimentos mais necessários. Eu não tinha economia, o roubo me deixou praticamente sem um tostão, e eu tinha que pagar meu salário, que não seria muito por causa das férias não programadas. O principal era ter o suficiente para a comida dos Bares.


A bolsa ainda ficou pesada, voltei com eles um pouco pesado, mas não percebi até o momento em que bati a porta do apartamento atrás de mim e não os coloquei no chão. Eu tive que ir direto para o chuveiro e colocar meu agasalho na máquina de lavar, porque ele poderia ser torcido pelo meu suor.


– Mas eu consegui! – me gabei para Bars, que comeu avidamente a comida da tigela. – Considere-me curado. Você não precisava de um psiquiatra.


Ergueu seus enormes olhos amarelos para mim, o gato espirrou incrédulo e inequivocamente apertou os olhos para os muitos sacos de lixo, acumulados durante meu confinamento forçado. Devo dizer que não importa o quão apertado eu os amarrasse, o cheiro era inevitável.

Renascimento

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