A Revolução Portugueza: O 5 de Outubro (Lisboa 1910)

A Revolução Portugueza: O 5 de Outubro (Lisboa 1910)
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Abreu Francisco Jorge de. A Revolução Portugueza: O 5 de Outubro (Lisboa 1910)

Falando aos leitores

CAPITULO I. Da perspicacia dos espiões ao serviço do antigo regimen

CAPITULO II. Um «accidente de trabalho» e uma evasão romanesca

CAPITULO III. Os republicanos e os dissidentes organisam o 28 de Janeiro

CAPITULO IV. A policia descobre um dos fios do «complot»

CAPITULO V. Marca-se a revolta para as 4 da tarde do dia 28

CAPITULO VI. A «ratoeira» do elevador da Bibliotheca insuccesso do «complot»

CAPITULO VII. O regicidio – Quem disparou primeiro: Buiça ou Costa?

CAPITULO VIII. Os regicidas calcularam que a Revolução rebentaria imediatamente ao seu acto

CAPITULO IX. As iniciações na carbonaria augmentam consideravelmente

CAPITULO X. Os estudantes militares offerecem o seu concurso á Revolução

CAPITULO XI. Os dynamitistas preparam a «artilharia civil»

CAPITULO XII. As bombas de João Borges eram pagas pela «Joven Portugal»

CAPITULO XIII. O «comité» executivo de Lisboa procede a um inquerito

CAPITULO XIV. Nas barbas da policia realisam-se diversas revistas revolucionarias

CAPITULO XV. Fixa-se a data do movimento e approva-se o plano definitivo

CAPITULO XVI. No momento culminante, o desanimo invade os organisadores da revolta

CAPITULO XVII. Uma parte das forças revolucionarias installa-se na Rotunda

CAPITULO XVIII. Os sargentos de artilharia 1 resolvem continuar a lucta

CAPITULO XIX. O desespero de Candido dos Reis condul-o ao suicidio

CAPITULO XX. O rei Manuel abandona o palacio das Necessidades

CAPITULO XXI. A artilharia revolucionaria repelle o ataque das baterias de Queluz

CAPITULO XXII. Os ministros dispersam-se e buscam abrigo em diversas casas

CAPITULO XXIII. Proclama-se a Republica no edificio da Camara Municipal

Отрывок из книги

A policia, que o defunto juizo de instrucção criminal empregava especialmente na espionagem dos chamados agitadores da opinião, recebeu um bello dia do final do reinado de D. Carlos o encargo de averiguar o que projectava de sensacional o partido republicano, que uma denuncia affirmava mover-se activamente n'uma conspiração surda, mas tremenda. Os bufos puzeram-se immediatamente em campo e, dentro de curto prazo, davam ao chefe conta pormenorisada da sua missão. O relatorio d'essa espionagem, que pretendia, se não estamos em erro, elucidar policialmente o trama revolucionario do 28 de janeiro, é a documentação mais perfeita sobre a incapacidade dos que essa mesma espionagem exerceram. Um dos bufos diz pouco mais ou menos isto:

Evidentemente, no relatorio do espião, faltam os dados essenciaes. É uma cousa vaga, que nenhum chefe de policia podia acceitar de boa fé para d'ella concluir que o revolucionario assim visado era um dos mais solicitos republicanos de Alcantara. Mas servia ao momento para justificar a verba ministerial applicada a esta e outras diligencias e tudo conjugado, tudo espremido em volta d'outra informação policial que descrevia um passeio de propaganda nocturna dado pelo sr. dr. Antonio José de Almeida ás proximidades d'um cemiterio – onde conferenciara com soldados e marinheiros – deu em resultado o supremo dirigente da espionagem enveredar pelo caminho da phantasia, já que a verdade lhe não era nitidamente facultada pelos vãos esforços dos seus subordinados.

.....

– Mas o publico precisa ser informado…

– Bem sei… mas eu nada tenho com isso… mandem ao governo civil. Vou recommendar para ali que forneçam a todos os jornaes uma nota resumida do caso.

.....

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