Читать книгу Um objeto cortante - Alexandra Maia - Страница 11

Оглавление

CREIO QUE FOI

“Creio que foi o sorriso,

o sorriso foi quem abriu a porta…”

Eugénio de Andrade

Creio que foi o olhar

foi no olhar que me deitei

Um olhar tão claro

que fazia bem

deitar nele uma vida toda

Naquele olhar

o mundo não entrava

e eu era inteira ausência de mim

Eu me quedava naquele olhar

sabida em não saber

– querer era ter –

coberta pelo lençol das pálpebras

Teus olhos, grama verde

Um olhar

que congelou o tempo

me grudou na estrada

ladrilhou as noites


Navegando em teus olhos

pelos meus olhos verti

as gotas de um oceano

que secara em ti

Vão-se as paixões

Ficam os poemas a arder

Um objeto cortante

Подняться наверх