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Capítulo 4 "Sentimentos Perigosos"

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Kyoko olhou para cima ouvindo a voz em sua mente dizendo- lhe suavemente para fazê- lo. As suas lágrimas refletiam a luz como diamantes brilhantes enquanto ela observava Kyou flutuar sobre ela e ela enviou- lhe um sorriso adorado. Suki, tenso com a pergunta mortal de Kyou, olhou para ele. Ela balançou a cabeça:

- Não foi nenhum dos guardiões que a magoou. Foi o seu tio Hyakuhei. Ele tinha um feitiço lançado sobre ela.

Suki ajustou os ombros, com raiva dele por acusá- los de ferir Kyoko.

- Matamos o demónio que lançou o feitiço para que Kyoko fique bem dentro de algumas horas.

Ela entrou na frente de Kyoko, tentando bloquear a sua amiga da vista de Kyou. Depois que Kyoko contou a ela mais cedo sobre Kyou beijá- la... Bem, ela não queria que Kyoko tivesse qualquer ideia agora. Ela a deixaria beijar Shinbe primeiro se chegasse a esse ponto, e então ela bloqueou a sua visão e cruzou os braços no seu peito como se estivesse de guarda.

Kyou sorriu friamente para Suki, mas os seus olhos estreitaram- se, o que enviou um aviso no coração de Shinbe. Ele aproximou- se para ficar ao lado de Suki, aumentando o bloqueio da visão de Kyoko sobre o seu poderoso irmão, mas também para chamar a sua atenção de Suki e sobre ele.

Kamui ficou silenciosamente atrás de todos eles e começou a seguir em frente para se juntar a eles, mas Kaen pisou na frente dele vindo do nada em aviso. Ele olhou para os espíritos do fogo de volta antes de mudar esse brilho para o seu irmão mais velho. Kyou ficou secretamente impressionado com a coragem que mostraram na frente dele... embora não lhes fizesse bem nenhum. Mais uma vez, ele convocou a sacerdotisa para olhar para ele.

Kyoko levantou- se e caminhou em torno dos seus dois então guarda- costas para poder ver Kyou. Suki agarrou o seu braço para tentar impedi- la, mas deixou a sua mão cair quando Kyou deu um rosnado de aviso. Kyoko observava Kyou com carinho. Para ela, ele era a criatura mais angelical que ela já tinha visto, flutuando com a sua camisa branca sedosa estonteante ao seu redor.

O seu cabelo platinado rodopiou, emprestando um ar de sensualidade à sua beleza incomparável. E os seus olhos dourados... Deus, ela amava- o.

E foi isso que Kyou viu e ouviu dentro dos seus pensamentos... Amor... e ela estava a concedê- lo diretamente para ele. Sua respiração assobiou como ele inalou, olhando atentamente para ela, seu olhar escurecendo de desejo.

- Ela quer vir até mim, então deixa- a.

Kyou olhou para Suki e Shinbe desapaixonadamente. O tom da sua voz foi suficiente para que eles soubessem que estavam a pisar em gelo fino enquanto ele mudava o olhar e observava a sacerdotisa olhando para ele adoravelmente.

Ela estendeu- se até ele com os braços estendidos, acenando- o para vir buscá- la. Dentro da sua mente, onde apenas Kyou podia ouvir, ela sussurrou o seu nome com saudade. Suki e Shinbe entraram em ação antes que o senhor guardião pudesse fazê- lo.

Ambos agarraram um braço e abaixaram- no de volta para o lado dela. Kyoko se virou e olhou para os dois... ainda com amor na sua expressão facial como o feitiço exigido.

Kyou deu uma leve carranca, estreitando os olhos sobre eles.

- Que tipo de feitiço? - exigiu saber em voz severa.

Shinbe olhou para ele.

- Um Tenshi beijou- a antes de destruí- la.

Ele sabia que isso era tudo o que tinha a dizer, pois Kyou tinha mais conhecimento do que todos eles combinados quando se tratava de demónios e feitiços.

Os lábios de Kyou seguravam um sussurro de um sorriso, agora compreensivos.

- Deixa- a ir. - instruiu com um tom mortal e ele desceu mais perto dela. Kyoko viu a sua abordagem a dar a Kyou um sorriso amoroso que teria derretido o coração do mais maligno dos demónios.

Suki e Shinbe tiraram as mãos de Kyoko e deram um passo atrás sabendo que não poderiam ficar contra ele. Ele era muito poderoso. Eles viram horrorizados enquanto ele deslizava a mão atrás de Kyoko e puxava o seu corpo contra o dele, levantando- a para o ar e a pairar.

Por um instante, ela registrou a força dura da coxa que separou as suas pernas, sentindo o calor de sua pele através da sua roupa de seda. Kyoko enrolou os braços em volta dele, pressionando o seu corpo ainda mais perto, amando a sensação da sua poderosa perna entre a dela.

Kyou viu os seus lábios a abrirem enquanto ela se pressionava contra ele. Havia outra maneira de descrever o feitiço do demónio, pois ele tinha certeza que Shinbe o faria. O feitiço fê- la quente. Ele pressionou- se para trás ouvindo o seu suspiro em resposta e sentiu um choque de relâmpagos escaldantes quentes na sua seção média enquanto ele a observava com admiração.

Ninguém nunca o tinha afetado dessa forma... ninguém jamais poderia. Ele nunca permitiria isso. Ele tocou o seu rosto corado e ela tensa contra ele à procura de mais. Ele sabia que ela não sabia o que estava fazer, pois ele estava ciente do feitiço sobre ela e a sua inocência.

Inocente ou não, a sua paixão seria uma força própria assim que fosse libertada. Kyou sabia que ela se lembraria de tudo o que aconteceu quando o feitiço se esgotasse, então ele colocou a coxa contra ela, dando a pressão que ela estava à procura. Ele cortou os lábios através dos dela com um beijo exigente e faminto.

Ele a incendiaria com necessidade... necessidade que levaria além do feitiço. Ele sentiu a sua mão pequena deslizar no seu cabelo e os seus dedos a agarrá- lo.

As sensações que estava a causar o fizeram quase perder o controlo enquanto devorava a sua boca e balançava contra ela... deixá- la saber o ritmo que ele um dia mostraria a ela. Lutando pelo controlo, ele lembrou a si mesmo que não a levaria assim. Não quando o feitiço estava em efeito.

Os outros quase saltaram da pele quando Toya caiu da floresta e caiu logo abaixo de Kyou e Kyoko. Os seus olhos estavam agora vermelhos de raiva enquanto ele via Kyou beijar apaixonadamente a garota que amava mais do que a própria vida. E ele jurou matá- lo por isso.

- Kyou! Deixa Kyoko ir. - rosnou Toya sentindo o seu sangue demoníaco a pulsar perigosamente perto da superfície. - Agora!

Kyou quebrou o beijo e o seu olhar dourado tomou Toya com pouca simpatia.

- Vocês são os únicos que deixaram isso acontecer com ela... não é? Ele virou- se para a rapariga, os seus olhos olhando com saudade e os seus lábios completamente beijados.

Não era a hora nem o lugar. Ele podia sentir que o feitiço já estava a começar a passar e sabia que agora era seguro deixá- la com os outros.

Kyoko franziu a testa das emoções ilegível refletidas nos seus olhos dourados. Ela levantou uma mão para tocar suavemente os seus lábios, lembrando- se do beijo. Ele varreu os lábios através das suas pontas dos dedos, e em seguida, sussurrou com a sua respiração quente no seu ouvido fazendo- a tremer.

- Logo, Kyoko, vamos terminar o que começamos. Eu estarei dentro de ti.

Ele deixou- a parada ali olhando- o enquanto ele brilhava para trás e depois desapareceu. Kyoko sentiu alguém vir por trás dela e puxá- la contra eles. Virando a cabeça para olhar para cima, ela viu que era Toya. Ele estava a segurá- la possessivamente e ela se inclinou para trás contra ele ainda observando o céu onde Kyou tinha desaparecido.

- Kyou. - respirou com desejo. Ela sentiu o corpo de Toya tenso contra o dela e fechou os olhos em confusão. O peito dela doeu. Colocando a mão sobre o seu coração, ela sentiu- se caindo e saudou o alívio da dor e o seu mundo ficou negro.

Toya sentiu Kyoko relaxar contra ele, mas ele ainda apertou o seu controlo sobre ela não gostar do que ele tinha acabado de testemunhar. Então ela derreteu nos seus braços. Ele pegou nela, pegando- a ao estilo nupcial, e ele levou- a de volta para os outros.

- Aqui, leva- a. - A sua voz rouca tremia de emoção quando ele a entregou a Shinbe, que por sua vez a deitou num cobertor que Kamui havia espalhado para ela.

Shinbe virou- se para ver que Toya agora tinha as costas para eles. Foi um pouco humilhante ver o seu irmão mostrar o seu verdadeiro coração pela primeira vez. Toya suspirou com uma sensação de afundamento na boca do seu estômago.

- Shinbe, ela vai se lembrar de alguma coisa? - disse olhando para Shinbe sobre o seu ombro e depois vacilou quando viu o seu irmão dar um aceno hesitante.

Shinbe estava bem ciente de que não era o que Toya queria ouvir, mas ele tinha que estar preparado para a verdade. - Tudo, ela vai se lembrar de tudo. - Ele sentiu- se mal por Toya quando viu os ombros do seu irmão aceitarem a derrota.

- O que vais fazer? - perguntou Shinbe, sabendo que Kyoko não ficaria feliz com nada disso. Ele realmente não gostaria de estar no lugar de Toya quando Kyoko percebeu o que quase tinha acontecido.

Shinbe tocou a sua bochecha macia, secretamente imaginando como seria beijá- la assim. Os seus olhos ametista amoleceram. Até ele estava secretamente apaixonado por ela... mas, infelizmente, não era para ser. Toya não tinha ideia do que ia fazer, mas esconder- se não era.

Ele sentou- se ao lado de Kyoko, dando a Shinbe um olhar de aviso que o fez remover rapidamente a sua mão invasora do seu rosto. Já era mau o suficiente que ele já sentisse vontade de sair do seu corpo, sentado ali... esperando que ela acordasse. Os seus dedos se contraíram:

- Shinbe, quanto tempo até ela acordar?

Shinbe engatilhou uma sobrancelha enquanto caminhava para se sentar entre Suki e Kamui.

- Por que não a acordas agora_ Isso é tudo o que vai acontecer.

Antes de Toya pensar sobre isso, ele inclinou- se e gentilmente balançou o ombro.

- Kyoko. - sussurrou, e puxou a sua mão para trás rapidamente quando os seus cílios escuros tremulavam. - Estás bem agora? - perguntou a ela calmamente. Os seus olhos brilharam e Toya segurou a sua respiração.

- Estou bem. - sussurrou Kyoko e então se encolheu sabendo que tinha sido o que ela disse da última vez que acordou. Nas duas vezes ela mentiu. Recusando- se a olhar para Toya, o seu olhar viajou para Suki e Shinbe e ela podia sentir o seu rosto mudando de cor rapidamente. Ela sentiu como se fosse morrer de mortificação.

Kyoko rapidamente fechou os olhos e levantou os joelhos, envolvendo os braços em volta deles, e escondeu o seu rosto.

- Sinto muito, amigos. Eu sinto muito. - murmurou do seu esconderijo.

Toya estendeu a mão, colocando a mão no seu ombro para confortá- la. Quando ela vacilou, ele a removeu rapidamente, fechando a mão na forma de um punho e abaixando- a de volta para o seu lado. A dor da rejeição despedaçada nos seus olhos dourados quando ele olhou para os outros.

- Está tudo bem, Kyoko. Nada disso foi culpa tua. É do Hyakuhei. Aquele maldito bastardo. - As palavras foram sussurradas calmamente, mas era a calmaria antes da tempestade e todos eles ouviram alto e claro.

Toya levantou- se e olhou para a cortina de cabelo que estava a escondê- la dele. Sem mais uma palavra, ele mais uma vez se transformou e foi para a folhagem profunda da floresta.

Kyoko desejava que um buraco se desenvolvesse e ela pudesse afundar nele e ficar lá onde ninguém jamais a encontraria. Como ela iria enfrentá- los agora? Em voz alta, ela gritou:

- Meu Deus, quero ir para casa.

Suki levantou- se, querendo aliviar a dor da sua amiga.

- Kaen e eu podemos levá- la de volta para a estátua de donzela, se é isso que queres. Suki caminhou até ela enquanto Kaen saía das sombras já na sua forma de dragão. Ela subiu e estendeu a mão até Kyoko. - Vamos lá.

Kyoko lentamente se levantou, incapaz de olhar para ninguém e sussurrou com culpa:

- Estarei de volta em alguns dias.

Ela correu para Kaen e eles partiram para o coração do santuário do tempo e do seu caminho para casa. Toya voltou para a clareira e viu Kaen desaparecer de sua visão. Ele não queria que ela fosse para casa. Ele sentiu seu coração cair alguns centímetros. E se ela não voltar? Virando- se nos seus calcanhares, Toya saiu numa corrida fatal, na esperança de vencê- la para o portal do tempo que a tiraria do seu mundo.

*****

No caminho de volta para a estátua de donzela, Kyoko não disse nada, então Suki tentou chamar a sua atenção.

- Kyoko, eu realmente não me preocuparia com nada. Todos sabemos que foi o feitiço e não tu. Então, não é tão mau quanto pensas. - Suki olhou para trás, sorrindo para Kyoko.

Kyoko deu uma fraca tentativa de sorrir para trás, mas não participou da conversa. Ela estava muito ocupada morrendo mil mortes cada vez que pensava no que tinha feito, especialmente na maneira como ela beijou Toya e Kyou.

Kyoko colocou as mãos sobre o rosto, novamente desejando que ela pudesse se esconder. Ela só queria ir para casa e rastejar o mais longe que pudesse e ficar lá por um tempo.

Ela se lembrou do jeito que se sentia beijando Kyou e suspirou. "O que ele deve estar a pensar?" Ela não podia culpar nenhum deles porque ela praticamente ela atirou- se contra eles.

Ela também se perguntou sobre a resposta que recebeu de Toya. Ele beijou-a de volta... Não... ele tinha feito mais do que isso. Ela contorceu-se lembrando da sensação da sua dureza sob ela.

Kyoko balançou a cabeça. Se ela tivesse que escolher alguém agora, ela escolheria Kotaro. Pelo menos ela não se atirou a ele!

Pressionando a testa contra as costas de Suki, ela sabia que tinha gostado do beijo de Toya, e sim, de Kyou também. Mas o que eles devem pensar dela agora. Kyoko olhou para baixo como o chão borrado sob eles. Eles estavam voar por algum tempo e estavam a aproximar- se do Coração do Tempo.

- Suki, vais deixar- me sair aqui? Eu gostaria de andar o resto do caminho sozinha.

Suki deu uma pancadinha nas costas de Kaen e ele mergulhou mais baixo e pousou. Kyoko deslizou e Suki também.

- Tens certeza que não quer que caminhemos contigo? - perguntou Suki com preocupação.

Kyoko balançou a cabeça, então deu um passo à frente e deu um abraço em Suki.

- Eu tenho a minha arma se alguma coisa acontecer e não é muito longe. Volto em alguns dias. Diz aos outros por mim. Vou trazer de volta a todos algo bom para comer. - Kyoko tentou sorrir, mas os cantos dos lábios não cooperaram, então ela desistiu. Voltando- se, ela começou na direção que segurava a estátua de donzela... e a sua saída deste mundo.

Ela relaxou um pouco quando ouviu Kaen voltar ao ar, dando- lhe a solidão que ela precisava. Quanto mais Kyoko caminhava, mais ela se sentia como ela mesma novamente e em vez de ter vergonha... ela começou a ficar zangada. Não tanto zangada consigo mesma, mas com Toya e Kyou por tirar vantagem dela enquanto ambos sabiam que ela estava sob esse feitiço.

- Isso, faz isso, a próxima pessoa que tentar me beijar vai apanhar e eu não me importo quem seja! Eu não tenho um namorado, e no momento eu com certeza não quero um! - Pronto, com isso dito em voz alta, ela se sentia muito melhor. Ela ia para casa e relaxaria por alguns dias e voltava tão bem quanto nova.

Kyoko decidiu que ela ficaria feliz em pontapear o traseiro de Hyakuhei de um lado da terra para o outro quando ela voltasse. Ela devia- lhe um.

*****

Toya pousou na clareira na esperança de pegar Kyoko antes de ir para casa. As suas asas de prata brilhavam e depois desapareceram sem deixar rastro. O seu coração começou a bater nervosamente quando ele sentiu o cheiro dela a aproximar- se.

De pé no seu terreno, ele assistiu quando ela entrou na clareira. Ela ainda não tinha olhado para cima, então ele ficou ali parado... entre ela e o seu único caminho para casa.

Kyoko quase caminhou até ele antes de olhar para cima, parando

- Toya. - conseguiu dizer antes de soltar o olhar novamente. Ela ainda não estava disposta a falar com ele. Não com esses sentimentos estranhos tão frescos na sua mente. Esse feitiço a colocou no cio, pela falta de um termo melhor, e mesmo que o feitiço tivesse ido embora, ela ainda sentia o calor.

Bolas, ela está a levar isso muito a sério. Ele sabia que tinha que fazer algo para aliviar a tensão antes que tudo explodisse na cara dele.

- Kyoko, olha, não tens que ir para casa agora, não conosco tão perto de encontrar Hyakuhei. Não deixes uma coisinha como um beijo ficar no nosso caminho.

Pronto, ele disse isso. Não foi nada demais e ela deveria voltar com ele... onde ela pertencia. Sim, seria melhor. Ele começou a mexer- se quando notou que ela tinha parado bem na frente dele.

Kyoko ouviu as suas palavras.

- Não deixes uma coisinha como um beijo ficar no nosso caminho?

Então, ele pensou que não era grande coisa, não é? Ele pensou que poderia fazer isso a qualquer hora e ela não deveria prestar atenção. Ha! A sua raiva tinha surgido e agora ela tinha uma saída para ele.

- Toya. - disse com a voz mais doce que ela poderia reunir.

- Sim, Kyoko? - teve Toya que forçar a si mesmo a não dar um passo atrás quando sempre o instinto que ele tinha estava dizer a ele para dar o fora dali.

Kyoko inclinou- se para a frente como se para dizer algo suavemente para ele e ele inclinou- se um pouco para a frente para que ele pudesse ouvi- la. Kyoko sorriu.

- NÃO!

Toya não conseguiu parar a atração do feitiço de Domador enquanto o seu corpo crescia e ele batia no chão. Ele imediatamente lutou para se levantar, mas ela ficou lá, estendendo o feitiço até que ele sentiu como se ele fosse quebrar as suas costas lutando contra ele.

- Pelo amor de Deus, por favor pára! - gritou Toya.

Kyoko pisou o pé, mas não lançou o feitiço novamente. Ela estava a morder a língua para não fazer isso. Então ela deixou tudo voar, mas não foi o feitiço de ligação. Eram todos os sentimentos que ela sentia naquele momento.

- Como poderias, Toya? Kyou, posso entender eu ter- te beijado assim, mas tu? Deverias proteger- me! Isso significa os meus sentimentos também! Não deverias ter feito isso comigo! Não quando sabias que eu não podia evitar! A última coisa que deveria ter feito era beijar- me... assim!

Toya sentiu o feitiço começar a ficar mais leve e ele lutou para levantar- se do chão duro.

- Kyoko deixa- me explicar.

- Não! - gritou Kyoko. - Eu posso resolver este problema. Eu não tenho namorado neste mundo e eu não quero um namorado neste mundo! Se eu conseguir um namorado, ele será do meu próprio mundo. E não me sigas!

Voltarei em alguns dias e quando voltar, não quero que ninguém mencione isso de novo! Entendeste? Isso! Aconteceu! - Ela gritou a última parte quando tocou as mãos da donzela e desapareceu.

Quando Toya levantou- se do chão, ele estava furioso.

- Bolas!

Ela não o deixou falar uma única palavra. Ela não o deixou dizer que não queria que ela fosse para casa ou que ele queria que ela fosse dele ou algo assim. Então, ela não quer um namorado neste mundo.

A sobrancelha da Toya contorceu- se. "O que ela quis dizer com isso? Ela não queria um namorado neste mundo... que ela iria ter um na sua própria terra? Ele virou- se para olhar para a estátua da donzela, gritando no topo dos seus pulmões.

- O que quiseste dizer com isso, Kyoko? Volta aqui agora, bolas!

Toya suspirou, sabendo que ela estava muito além de ouvi- lo. Nunca lhe ocorreu que alguém que era do mundo dela talvez a reivindicasse como uma companheira. Ele ficou resfriado só de pensar nisso. Não, ela estava a mentir. Ela tinha que estar a mentir, e se ela não estava, ele sabia como resolver esse problema. Ele se livraria do rapaz. Não, então Kyoko o odiaria para sempre. Ela nunca o perdoaria se ele magoasse um humano.

- Um humano nunca poderia protegê- la. - Toya rosnou de frustração, então sentiu uma presença e olhou para a estátua da donzela. A forma calma de Kyou se materializou na clareira na frente dele. Caramba! Ele precisava disso tanto quanto ele precisava de um buraco na cabeça.

- A sacerdotisa fugiu de ti e voltou ao mundo dela. - O seu tom sem emoção era mais uma declaração em vez de uma pergunta.

- Não é da tua conta, Kyou, então por que não... vais beijar alguma outra menina e deixas Kyoko sozinha. Embora fossem irmãos, ambos guardiões de Kyoko e o coração do guardião, Toya ainda não confiava nele... especialmente com Kyoko. - Kyoko é minha, entendeste? Basta deixá- la em paz.

- Ela é tua, dizes? - O tom de Kyou estava quase entediado. - Ela é pura e não tem companheiro. Ela não é tua. - O vento começou a soprar através da clareira e Kyou desapareceu com ele, deixando Toya ali com uma sensação de naufrágio enquanto observava uma das penas douradas de Kyou pousar nas estátuas esticadas mãos estonteantes e depois desaparecer.

Toya inclinou- se para trás contra o lado da estátua da donzela e lentamente deslizou para baixo até que ele estava sentado ... Esperando. Minutos se transformaram em horas e Toya piscou para o céu. Quando o sol se põe? Ele sabia que os outros estavam a caminho. Ele podia sentir o cheiro deles entrando na brisa. Ele ficou lá, esperando que eles se mostrassem.

Suki despertou Shinbe na frente na clareira sussurrando:

- Vái falar com ele, Shinbe. Talvez ajude. Vamos descer por um caminho e fazer acampamento, ok? - Ela deu- lhe outro empurrão para a frente.

Shinbe sabia que Toya provavelmente não estava de bom humor. Ele nunca estava quando Kyoko voltava ao seu tempo, mas ele faria qualquer coisa por Kyoko e Suki.

Agora, um deles queria que ele descobrisse o que aconteceu e visse se ele poderia dizer algo que ajudasse. Respirando fundo, ele se aproximou calmamente, secretamente esperando que Toya estivesse dormindo.

- O que queres, Shinbe? - disse Toya, assustando o guardião da ametista.

Shinbe fez o seu caminho para Toya e sentou- se ao lado dele.

- Então, ela ainda está zangada?

Toya lentamente olhou para Shinbe.

- O que te deu essa ideia?

Shinbe apontou com a sua arma para o buraco em forma de Toya no chão.

- Bem, isso é um novo, não é? - Ele não podia deixar de sorrir para a sua própria piada. Toya olhou para ele e o seu irmão parou de rir. Shinbe suspirou.

- Conseguiste falar com ela acerca de tudo?

Toya encolheu os ombros.

- Ela não me deixou dizer nada. Ela estava muito zangada para ouvir. Agora ela voltou e eu tenho um mau pressentimento. Precisamos dela aqui. - Na sua mente, ele silenciosamente acrescentou "Eu preciso dela aqui."

Shinbe acenou com a cabeça.

- Talvez ajudasse se fosses vê- la. Afinal, és o único de nós que pode fazê- lo. E da próxima vez, não tentes explicar as coisas. Basta dizer que sentes muito, ok? - e ele levantou- se e deu alguns passos antes de parar e adicionar. - Se ela lhe der uma oportunidade de explicar, certifique- se de dizer a ela que a ama. Afinal de contas... ela não é um leitor de mentes.

Toya esperou até Shinbe estar bem fora de vista antes de se levantar e suspirar para acalmar os seus nervos. Olhando para o rosto da estátua de donzela, ele secretamente se perguntou se o sósia de Kyoko do passado era tão difícil de lidar quanto o seu descendente. Para descobrir esse segredo, ele teria que perguntar a Hyakuhei e isso estava fora.

Alcançando as mãos da donzela, ele desapareceu na luz azul engolido. Pular através da barreira do tempo sempre lhe deu muitos nervos. Isso lembrava- o de se afogar... mas sem a água.

Os outros guardiões muitas vezes reclamavam sobre ele ser o único que poderia fazê- lo, mas Toya tinha chegado à sua própria conclusão sobre isso... o feitiço Domador. Justo foi justo. Ele era o único em quem Kyoko podia usar o feitiço, então ele era o único que podia persegui- la no seu mundo e arrastá- la de volta.

- O que eu estou fazer? Ela só vai usar esse maldito feitiço se ela me apanhar seguindo- a. - Toya subiu o pequeno lance de escadas e saiu da casa do santuário que se estabeleceu no quintal de Kyoko. Ele nunca foi muito bom em ouvir aquela voz na cabeça, então por que começar agora. A noite foi calma e fria, ajudando a acalmá- lo para o confronto.

Olhando para a casa de Kyoko e não vendo nenhuma das luzes normais acesas, ele decidiu andar pela casa dela até ver a janela do quarto dela. Não foi a primeira vez que ele escolheu essa entrada. Além disso, seria apenas a sorte dele encontrar aquela aberração de um avô que ela tinha.

Subindo rapidamente na árvore fora do quarto de Kyoko, Toya sorriu quando notou que a janela estava quebrada e a sua luz estava acesa. Ele colocou as mãos na janela e calmamente abriu- a o resto do caminho, encolhendo quando deu um leve som rangendo.

Subindo no seu quarto, Toya rastejou até à sua cama. Ela estava meio coberta, com a mão pequena enrolada sob o queixo, deitada de lado com o cabelo vermelho espalhado ao seu redor no travesseiro branco. Ele lentamente sentou- se na beira da cama e inclinou- se sobre ela, vendo- a respirar.

Ele adorava vê- la dormir. Sendo um guardião, ele não dormia tanto quanto um humano, então ele teve muitas oportunidades de apenas sentar e observá- la sem que ela soubesse. Os pensamentos de Toya voltaram para o beijo... ambos os beijos.

Do jeito que ele viu, ele ainda era ele mesmo, mesmo quando o seu lado demoníaco assumiu forma... ambos os lados eram uma parte dele. E embora ela estivesse sob aquele feitiço de amor... Ainda era ela. Além... Foi só um beijo. Os seus olhos dourados brilhavam de prata na memória do beijo apaixonado, fazendo- o vacilar enquanto a fome batia de volta nele.

Ela não entendeu que ele nunca poderia tê- la, não quando se tratava dela querer um beijo dele? O que realmente o entristeceu foi que nenhum beijo tinha sido real. Ele rosnou interiormente tentando afastar esse fato. Para ele, tinha sido real.

Quando os primeiros raios do amanhecer chegaram, Toya subiu de volta pela janela e sentou- se num membro da árvore... À espera. Kyoko acordou esticando e abriu os olhos. Ela imediatamente sentiu que algo não estava certo.

Sentada e olhando ao redor do seu quarto, ela franziu a testa sentindo o ponto quente sob a sua mão. Ela imediatamente notou a marca onde alguém estava lá... ao lado dela. Ela não podia ajudar o pequeno sorriso que agraciava seus lábios. Toya tinha estado lá com ela.

Corações Em Fúria

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