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Capítulo 4 - Problema duploz

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Kyoko sentou-se nos travesseiros olhando para a porta que tinha batido apenas alguns segundos antes. Os seus pensamentos estavam congelados no motivo pelo qual ele disse que ela estava ali. Kyou queria que ela lhe ensinasse emoções humanas? Por que o príncipe de gelo iria querer conhecer as emoções humanas? E por que ele iria querer aprender com ela?

Ela levou a mão aos lábios ainda sentindo a sensação de formigamento que o beijo dele causou. Os olhos de Kyoko se estreitaram quando ela baixou a mão pensando. Uma coisa é certa! Kyou já conhece duas emoções... raiva e presunção.

*****

Hiroki e Hiraru abriram a porta espreitando, procurando pela menina bonita. Nunca houve uma menina no castelo ou pelo menos uma que eles já tivessem visto. Já fazia muito tempo que eles não viam outro humano entre eles. Estavam tão acostumados a ver Kyou que nunca lhes ocorreu que estavam perdendo nada até agora. Agora não podiam manter a sua curiosidade sob controle.

Olhando um para o outro quando não viram nada de imediato, eles se inclinaram um pouco mais para ver completamente o travesseiro onde a menina estava deitada. Vendo que ela ainda estava ali, eles quase caíram um sobre o outro no processo.

Os olhos de Kyoko brilharam consideravelmente quando ela viu os meninos gémeos. Eles eram tão adoráveis e, novamente, ela se perguntou como alguém como Kyou poderia ter esses dois lindos filhos na sua companhia. Simplesmente não combinava com a sua personalidade fria.

Na sua corrida para o lado dela, um deles tropeçou, mas felizmente caiu na ponta do travesseiro, em vez do chão de mármore implacável. Kyoko não pôde evitar e riu, levando-o nos braços e colocando-o de volta em pé. Ela observou o outro gémeo correr e abraçar o seu irmão. As suas bochechas estavam pressionadas juntas olhando para ela com sorrisos idênticos. Eles eram tão adoráveis e a lembravam do seu irmão mais novo quando ele era pequeno.

– Tenha cuidado. – advertiu Kyoko. – Você não deve correr em pisos tão escorregadios. Meu nome é Kyoko.

– Hiya Kyoko. Ele é o meu irmão Hirok … – E ele é o meu irmão Hiraru. – Eles terminaram as frases um do outro.

– É muito bom conhecê-los. – Kyoko assentiu.

– Você é muito bonita. – Hiraru disse calmamente.

Kyoko mentalmente gritou com sua fofura, mas se segurou. – Obrigada Hiraru, devo dizer que vocês os dois são muito bonitos também.

Ambos coraram docemente e Kyoko estava achando mais difícil evitar abraçar a vida deles. Ela olhou para a porta e depois de volta para eles. – Vocês sabem onde Kyou está?

Hiroki e Hiraru trocaram olhares de cumplicidade. – Acho que ela gosta dele. – sussurrou Hiroki.

Os lábios de Kyoko se separaram, mas nada saiu e ela corou.

– As bochechas dela estão vermelhas. – disse Hiraru. – As bochechas da mamã sempre ficavam vermelhas quando o papá a abraçava. Você acha que Kyou abraçou Kyoko?

Kyoko resistiu ao desejo de cair e enterrar o rosto no travesseiro. Ele fez mais do que me abraçar, o pensamento passou pela sua cabeça. Tentando se distrair, ela notou as manchas de sujidade nas mãos do menino e sorriu. Meninos seriam meninos e parecia que aqueles dois estavam a brincar do lado de fora.

Kyoko estendeu a mão e levantou a mão de Hiroki virando-a com a palma para cima. – Andamos brincando na terra, não é? – ela piscou.

– Precisamos tomar um banho agora. – Hiraru informou, sabendo que Kyou nunca teve as mãos sujas. Os gémeos olhavam para ele e queriam ser como o herói deles. – Você vem tomar banho connosco?

Kyoko balançou a cabeça, – Eu não acho que seria uma ideia muito boa. – Ela vacilou quando os gémeos cada um pegou a mão e tentou colocá-la de pé.

– Kyou não se importará. – disse Hiroki. – Assim que ele vir como você é bonita quando estiver limpa, talvez ele te abrace.

Os olhos de Kyoko se arregalaram novamente e ela gemeu mentalmente. Ela não queria que Kyou a abraçasse... ela queria que Kyou a deixasse ir. Foi quando realmente ocorreu-lhe... as crianças não sabiam que ela estava a ser mantida contra s sua vontade.

Os pequenos gémeos sorriram inocentemente para ela, puxando-a em direção à porta. A sua resolução de ficar exatamente onde estava despedaçada quando viu os seus pés descalços sujos. Ela se perguntou quem tomava banho e cuidava deles. Todas as pequenas coisas que a sua mãe costumava fazer por ela, que ela tomava como certas, não foram dadas a esses lindos meninos.

Kyoko não sabia o que fazer, então ela apenas balançou a cabeça e seguiu as crianças para fora da porta e pelo corredor. No momento, era uma vantagem apenas sair daquela sala. Havia grandes tapeçarias e pinturas que revestiam as paredes... mais do que alguns Kyoko não teria se importado de dar uma vista de olhos mais de perto, mas ela não estava prestes a marcar uma consulta. Ela tinha um motivo oculto... encontrar uma maneira de sair do castelo e voltar para Toya.

As pequenas mãos segurando as dela continuaram a puxá-la corredor abaixo até um conjunto de degraus em espiral de mármore branco. A escada era tão íngreme que Kyoko apertou ainda mais as mãos das crianças, não querendo vê-las tropeçar e cair na pressa. No fundo, eles a conduziram através de um conjunto de portas duplas. Kyoko sentiu a mudança de temperatura e humidade... ela piscou de surpresa e olhou em volta com os lábios entreabertos de admiração.

A sala era enorme, com uma fonte termal tentadora borbulhando confortavelmente no centro do piso de pedra. A pedra se estendia até as paredes, onde era forrada com almofadas macias e fofas, criando um ambiente muito confortável. Sob as circunstâncias certas... poderia ter sido considerado romântico.

Seguindo a parede, esticou o pescoço percebendo que ela subia pelo centro do castelo, levando a diferentes alas e deixando entrar a brisa e o sol. Se estivesse chovendo, ela estaria molhada agora.

– Bem, pelo menos isso está mais perto de estar do lado de fora do que eu. – ela olhou para baixo e sorriu quando os dois meninos olharam para ela com curiosidade. – É lindo. – ela balançou a cabeça, não querendo preocupá-los com as suas próprias divagações.

Kyoko se lembrou de Toya uma vez dizendo-lhe que Kyou vivia num ambiente luxuoso... isso por si só já o confirmava. Ela não podia dizer o quão grande o castelo era, e ela não tinha a certeza se queria descobrir. Já era mau o suficiente que ela estivesse a ter problemas para se lembrar como ela chegou a este quarto.

Seguindo a sua linha de visão de volta à nascente, ela notou onde havia materiais macios para secar e vapor a sair da água aquecida. Ela passou a amar absolutamente as pequenas fontes termais que muitas vezes encontravam neste mundo, mas esta era... a melhor coisa desde o pão fatiado. De certa forma, era ainda melhor do que ela tinha no seu mundo moderno.

Parecia quase bom demais para uso geral e ela se perguntou se aquela era a área de banho pessoal de alguém. Ela estremeceu quando a ideia de que esta poderia ser a casa de banho privativa de Kyou entrou na sua mente. Dando uma rápida vista de olhos ao redor para ter a certeza, ela deu um suspiro de alívio ao determinar que ele não estava por perto.

Kyoko olhou para Hiroki e Hiraru nervosamente. – Nós deveríamos estar aqui?

Eles sorriram, saltando de entusiasmo. – Queríamos que Kyoko viesse connosco como a mamã costumava fazer! – Com isso... os gémeos começaram a se despir e a correr para a água, rindo de alegria.

O queixo de Kyoko caiu. – Como a mamã costumava fazer? Ela piscou várias vezes se perguntando como duas crianças tão doces e inocentes tinham sobrevivido sem a sua mãe e como era que acabaram vivendo com o príncipe de gelo.

*****

Kyou andou para frente e para trás dentro das paredes do seu quarto se perguntando o que ele faria com Kyoko. Ele não estava preocupado com Toya e os outros, mas o fato de Hyakuhei ter ficado tão perto dela não o deixou feliz. Se ele não tivesse chegado primeiro, o que teria acontecido?

Balançando a cabeça, ele rosnou com a pergunta. Ele sabia exatamente o que teria acontecido. Hyakuhei a teria seduzido e então a usado para reunir o talismã e abrir um portal para o seu mundo. Ele ainda conseguia se lembrar da suavidade na sua voz quando ela disse o nome de Hyakuhei no seu sono. Esse pensamento por si só foi o suficiente para fazê-lo querer explodir com raiva. O seu tio não merecia tocar... NUNCA tocaria no que era dele.

Ele parou de andar e olhou para o espaço. Ele, ele gostava daquele som. O único problema que enfrentou no momento foi ganhar mais confiança dela e fazê-la ver que ele era o único que teria a capacidade de protegê-la da maneira que ela deveria ser protegida. Para que pudesse fazer isso, precisava mantê-la ao lado dele e se certificar de que ela permanecesse assim.

Ele sabia que poderia forçá-la a ficar, mas também percebeu que isso só faria com que ela o odiasse. Ele tinha trabalhado a maior parte da sua vida mantendo os humanos à distância, mas Kyoko... ele não a queria distante. Se ela nunca deixou o castelo, então o mal nunca poderia alcançá-la. Ele queria que ela quisesse ficar de boa vontade, como os gémeos.

Um breve sorriso enfeitou os seus lábios pensando nas crianças humanas que ele acomodou na sua casa. A expressão desapareceu quando a sua mente voltou ao passado... manter os gémeos tinha sido um acidente.

Os humanos que ficaram presos neste mundo, milénios atrás, tiveram que lutar contra os demónios deste mundo para sobreviver. Mas muitas vezes eles foram mortos em idades precoces por causa da sua fraqueza, então a população não tinha crescido muito. Aqueles que sobreviveram até a idade adulta muitas vezes passam a vida inteira lutando contra os demónios que assolam este mundo.

Os guardiões e humanos mais fortes dentro deste mundo tentaram mantê-los protegidos, mas eles nem sempre podiam estar lá na hora certa.

Essa foi a situação com os gémeos. Não muito tempo depois que o Cristal do Coração Guardião foi quebrado, Kyou ouviu falar de uma vila perto do seu castelo sendo atacada pelos subordinados do seu tio e ele sabia que devia haver um talismã lá para Hyakuhei mostrar tanto interesse. Além disso, a aldeia estava dentro do seu território e, portanto, sob a sua proteção. Infelizmente, por razões que ainda não tinha descoberto, ele não sentiu os demónios se aproximando até que fosse tarde demais.

Quando Kyou chegou, a aldeia estava sob ataque de vários demónios de fogo aerotransportados. Os gémeos foram os únicos que sobraram e isso foi apenas porque os seus pais os esconderam numa caverna sob a sua cabana. Ele não tinha ouvido os seus gritos sob o abrigo em chamas? Kyou achou difícil pensar sobre aquela parte disso que o levava constantemente a um estado de confusão.

Depois de retirá-los dos destroços, ele reparou que os gémeos estavam adornados com um colar feito com os pedaços quebrados do Cristal do Coração Guardião. Os olhos azuis cristalinos dos gémeos combinavam com a cor da joia pendurada no seu pescoço enquanto choravam pela família que lhes fora tirada.

Ele ficou ali olhando ao redor da aldeia destruída enquanto os gémeos agarraram as suas pernas, escondendo os seus rostos contra ele.

Kyou achou estranho que ambos os fragmentos tivessem a forma de uma lágrima... quão irónico ele olhou ao redor da vila que tinha sido massacrada deixando para trás a própria razão de ter sido demolida. O Cristal do Coração Guardião de alguma forma escondeu as crianças dos monstros que vieram atrás delas? Considerando a natureza desconhecida do cristal e os muitos segredos que ele continha... não o teria surpreendido.

Sabendo que outros viriam buscar os colares manchados, Kyou rapidamente removeu os fragmentos dos seus pescoços. Ele tentou se convencer várias vezes de que era parte do seu dever como guardião proteger o talismã, mas, novamente, a emoção constantemente influenciava as suas decisões. Mais tarde, relembrando o acontecimento, ele teve que parar de associar a si mesmo e seus irmãos aos gémeos. Como os filhos, eles não tinham família, exceto um ao outro.

Já escondendo sentimentos por Kyoko, o deixou curioso sobre os seres humanos, então quando os gémeos tentaram andar atrás dele... querendo segui-lo... ele percebeu que eles também morreriam sem a ajuda dele.

Algo sobre os rostos manchados de lágrimas e a maneira como olharam para ele fez o seu peito parecer apertado e pesado... ele não os deixaria. A decisão tomada, ele se virou e os pegou nos seus braços e os trouxe para casa atrás das paredes onde os demónios não poderiam encontrá-los. Ele cuidaria dos irmãos humanos e aprenderia o segredo de por que o Cristal do Coração Guardião protegia tal raça.

Tirando as memórias da sua mente, ele puxou a corrente da sua camisa e olhou para a esfera que estava ali. Os fragmentos do cristal que ele tirou das crianças.

Ele o ergueu até ao nível dos olhos para observar as pequenas lágrimas flutuando dentro da barreira que ele lhes dera. Tão lindas lascas de cristal azul que pareciam nadar num mar de lágrimas que haviam causado. Lágrimas que ele sabia que os gémeos ainda derramavam pela sua família perdida, embora estivessem vindo com menos frequência do que antes. Ocasionalmente, enquanto descansava, um ou ambos tentavam rastejar para a cama com ele para dormir. Ele não entendeu esse aspeto do conforto, mas permitiu, curioso.

Deslizando o colar de volta no seu esconderijo, Kyou voltou para a sala onde ele tinha colocado Kyoko e abriu a porta. Sem pisar dentro, ele podia sentir que a sala estava vazia e a sua raiva cresceu. Ele não disse que ela estava livre para sair. A sua expressão endureceu... Ela teria que aprender o seu lugar se ele quisesse protegê-la.

Ele inalou lentamente, detetando o cheiro dos gémeos misturando-se ao dela. Ele caminhou em silêncio até uma das duas varandas que ladeavam o corredor do lado de fora do quarto dela. Este levava ao centro do castelo e ele olhou para as fontes termais que ficavam lá dentro.

Ao vê-la novamente, Kyou sentiu a sua raiva esfriar. Ela não tinha fugido como ele pensara inicialmente. Ele silenciosamente a observou das sombras enquanto ela falava com os irmãos.

*****

Kyoko caminhou até a borda da fonte termal fechada, ainda indecisa sobre se ela deveria ou não estar aqui assistindo os gémeos se banharem ou tentando encontrar uma maneira de sair completamente do castelo. Ver a felicidade despreocupada das crianças aliviou as suas preocupações por alguns minutos. Enquanto eles estivessem com ela, nada aconteceria... certo?

Deixando a sua mente relaxar, ela se sentou no forro de pedra que cercava a água aquecida, enfiando os pés enquanto observava os gémeos humanos. Ela ainda estava curiosa para saber como as criancinhas vieram parar aqui, com Kyou. – Hiroki, Hiraru, onde estão a sua mamã e papá?

Os gémeos pararam de espirrar e se voltaram para Kyoko com uma inclinação das suas cabecinhas. – A aldeia foi atacada e todos desapareceram nas chamas. – Hiroki pegou um pedaço de pano da lateral, mergulhou-o numa tigela na lateral da fonte e começou a esfregar o seu corpinho.

Kyoko ficou surpresa ao ver que fazia espuma enquanto ele esfregava a pele. Então, os pais dos gémeos estavam mortos? – Como você veio para aqui para ficar com Kyou? – Ela assistiu Hiraru caminhar até ela sorrindo.

O seu rostinho inclinado para Kyoko e ela podia ver o calor nos seus olhos. – Os demónios teriam nos levado também, mas Kyou os impediu e agora podemos ficar com ele. – ele se virou e lançou água em Hiroki, livrando-se do sabão enquanto continuava respondendo à pergunta dela. – Os demónios não podem nos encontrar agora. Eles não podem nem mesmo ver este lugar, Kyou disse. – Kyoko assistiu Hiroki lutar para molhar o cabelo de Hiraru e ensaboá-lo.

– Então... Kyou os salvou e agora ele os vigiava como um pai faria? – As sobrancelhas de Kyoko se ergueram em confusão. Aquilo não parecia do Kyou que ela começou a temer. O seu olhar se suavizou por um segundo se perguntando se ela realmente o conhecia. – Um príncipe do gelo com coração? – Ela riu da sua própria piada.

Percebendo o fluxo de sabão fazendo o seu caminho em direção aos olhos de Hiraru, Kyoko decidiu oferecer a sua ajuda. – Você gostaria que eu o ajudasse a lavar o seu cabelo?

Quando as crianças assentiram e riram, Kyoko criou coragem e tirou as roupas, em seguida, deslizou para a água para ajudá-los, ignorando completamente o fato de que no momento ela deveria estar tentando encontrar um caminho de volta para os outros guardiões e longe, longe do guardião que se tornou o seu carcereiro.

*****

– Como eu deveria saber que Kyoko estava voltando através do portal do tempo no meio da noite? – Toya gritou para o céu como se Kyou ainda pudesse ouvi-lo. Demorou um pouco para que Shinbe o acalmasse.

Todos eles entraram em pânico no início, quando traços leves de vermelho começaram a se infiltrar nas íris de Toya. Quando Toya começou a destruir árvores selecionadas ao seu redor, eles decidiram recuar um momento e deixá-lo trabalhar um pouco a sua raiva em vez de deixá-la crescer a um nível tão perigoso.

– E Hyakuhei aparecendo assim... ela poderia ter sido raptada! – Toya continuou a se enfurecer em confusão enquanto os seus olhos se transformavam em prata de raiva e então refletiam de volta em ouro enquanto a preocupação reentrava na sua mente. Ele olhou para trás, para o local onde Kyou a tinha segurado contra a sua vontade.

– O que estou dizendo? Ela FOI raptada. Caramba! – ele rosnou taciturnamente.

Shinbe era o oposto de Toya... ele permaneceu calmo diante da sua sacerdotisa desaparecida. – Raptada ou salva? – Ele questionou quando a sua mão apertou o seu cajado na incerteza. O que Kyou estava pensando? Ele tinha a certeza de que havia mais nessa história do que Toya estava contando a eles.

O seu olhar ametista observava cada movimento de Toya na esperança de que o seu maldito lado demoníaco ficasse adormecido. A última coisa que eles precisavam era do sangue de demónio de Toya assumir o controle e tornar a situação pior. – Kyou nunca foi conhecido por ser bom... mesmo quando ele estava realmente a ajudar. Talvez ele a tenha levado apenas para mantê-la segura até que Hyakuhei fosse embora.

Toya cerrou o punho sabendo que os outros não tinham visto o que ele tinha visto. Ele não queria contar a eles. De alguma forma... dizer em voz alta tornava tudo muito mais verdadeiro, mas eles tinham o direito de saber o que o seu irmão mais velho estava a fazer. – Kyou não a trará de volta.

– Por que não? – Kamui falou pela primeira vez desde que Hyakuhei tinha desaparecido. – Ele é um guardião... um de nós. Por que ele não a trouxe de volta para nós?

Suki ouviu em silêncio enquanto os irmãos tentavam resolver tudo. Ela ainda estava em choque com o fato de Kyou ter aparecido. Até agora, ele tinha praticamente ficado fora da guerra como se não fosse problema dele. As suas esperanças aumentaram com o pensamento de que talvez agora ele tivesse decidido ajudar, mas as palavras seguintes de Toya a fizeram estremecer de pavor.

– Porque ele a quer só para ele... o bastardo egoísta a quer para si. Ele nunca tocou outra mulher que eu já visse assim... o que significa que ele provavelmente a escolheu para sua companheira. – Toya parou de andar percebendo o que ele acabara de dizer.

Os seus olhos mudaram de volta para ouro puro quando ele os ergueu para olhar para os outros. O queixo de Shinbe caiu e os olhos de Suki eram do tamanho de pratos, mas era com Kamui que ele estava mais preocupado. Os olhos de Kamui estavam escondidos atrás do cabelo roxo indomado enquanto o rapaz olhava para o chão, mas Toya podia ver os seus dedos cerrados em punhos.

Toya começou a dar um passo à frente, mas parou quando Kamui deu um passo para trás. – Não me apanhas não. A voz de Kamui mudou e o som deu a todos uma sensação muito desconfortável.

– Kamui? – Toya cerrou os dentes, esperando que Kamui fosse capaz de se conter por enquanto. O menino era o mais inocente de todos, mas apenas porque tinha escolhido esquecer a verdade sobre o seu próprio passado.

– Não adormeça Kyoko. – Kamui sussurrou em advertência sabendo do perigo que ela corria se Hyakuhei e o demónio do sonho pudessem chegar tão longe.

As poças deixadas para trás pela chuva pareciam brilhar com matizes de líquido manchado ao redor de Kamui. – Hyakuhei a quer... Kyou a quer... o que os torna melhores do que todos os demónios que a querem? – A voz de Kamui tremeu enquanto o seu cabelo indomável balançava com o vento que parecia estar soprando apenas ao redor dele.

De repente, a sombra atrás de Kamui assumiu uma forma diferente, fazendo com que os outros dessem um passo para trás.

Com uma explosão de energia que ondulou o ar e a água ao seu redor, Kamui gritou: – Eles não podem simplesmente tirá-la de mim! – Uma chuva de purpurina caiu das asas translúcidas que apareceram rebeldes nas suas costas.

Finalmente erguendo os seus olhos cheios de lágrimas, Kamui olhou para os outros enquanto as pontas das suas asas assumiam um tom escuro e sinistro. Ele balançou a cabeça enquanto a sua voz se tornava perigosamente suave. – Pais... irmãos... não importa. Eles não podem tê-la.

Os guardiões protegeram os seus olhos do flash de luz que saiu de onde Kamui estava. Quando eles baixaram os braços... Kamui não estava à vista.

– Por que tenho a sensação de que ele não foi atrás de Kyoko? – Shinbe afirmou ainda se perguntando sobre a estranha escuridão que apareceu nas pontas das asas de Kamui. Isso não era um bom sinal.

As palavras que Kamui tinha falado, – pais e irmãos – gelaram a alma de Toya e confirmaram o seu destino. – Porque ele foi atrás de Hyakuhei!

Os ombros de Shinbe caíram em derrota. – Eu irei atrás de Kamui, você vai encontrar Kyoko. Agora, Kamui precisa da voz da razão e eu sou o melhor para o trabalho no momento.

Suki observou enquanto os dois partiram em direções diferentes, como se esquecendo tudo sobre ela. Então notou Kaen ainda ao lado dela. – Acho que devemos voltar para a cabana e esperar que eles voltem. – Ela encolheu os ombros, sabendo que só iria atrasar Shinbe se tentasse segui-lo.

Ela se virou para ir embora, mas percebeu que Kaen não tinha se movido. Dando um passo para trás na frente dele, os seus lábios se separaram de admiração.

Kaen tinha lágrimas nos olhos enquanto olhava na direção que Kamui e Shinbe tinham ido.

*****

Hyakuhei entrou nas câmaras da caverna onde estava hospedado. Este era o esconderijo perfeito... bem no fundo do solo enquanto eles procuravam por ele acima. As suas asas negras translúcidas sacudiram a tensão do voo e recuaram como se nunca tivessem estado lá.

Ele olhou à volta para a beleza majestosa da caverna... era para lá que ele a levaria. Estava bem debaixo dos seus narizes e eles nem sabiam disso. Hyakuhei sentou-se no manto de pele preta que havia espalhado perto do fogo baixo para repensar a sua estratégia.

Kyou tinha arruinado os seus planos de capturar a sacerdotisa enquanto ela estava sozinha nos jardins do Coração do Tempo... mas os planos mudaram. Agora que ela estava apenas com um dos guardiões ao invés de todos eles, não seria tão difícil mandá-la embora. Os seus olhos escureceram com intenção quando ele alcançou exatamente a coisa que o fez saber que ela estava sozinha perto do santuário da donzela.

Assim como no sonho... o plano poderia ter sido o mesmo. Ele podia sentir o demónio dos sonhos dentro dele mesmo quando os outros demónios estavam em silêncio. Estava à espera que ele adormecesse. Hyakuhei fechou os olhos lembrando-se dos demónios de pesadelo que ele tinha vencido no passado. Ele tinha usado os seus pesadelos para torturar outros e fazer com que experimentassem os seus piores medos... agora o engano voltou para ele dez vezes.

Ser capaz de compartilhar essa tortura com a sacerdotisa transformou essa fraqueza numa arma.

Hyakuhei segurou o espelho das almas dentro do seu punho furioso. Vendo apenas o seu reflexo olhar para ele, exigiu saber a localização da sacerdotisa desaparecida. O espelho apenas mostrou a imagem de galhos retorcidos e clima tempestuoso. Por que Kyou levaria a sacerdotisa para um lugar que parecia coberto de desespero? Ele sabia que o espelho possuído só poderia dizer a verdade, mas ao mesmo tempo... Hyakuhei sabia que mentia sem saber.

Ele mentalmente chamou vários dos seus servos demoníacos para cumprirem as suas ordens... enviando-os em busca do seu verdadeiro esconderijo, já que eram dispensáveis. Ele sabia que a fortaleza de Kyou ficava em algum lugar nas terras do norte. O castelo desapareceu da existência durante a guerra entre ele e o seu irmão Tadamichi. Os demónios que ele enviou para aquela área causariam estragos nas aldeias e atrairiam o senhor da guarda.

Ele permitiria que Kyou, sem saber, o guiasse até a sacerdotisa que ele estava a proteger. Enquanto ele olhava para o vidro manchado, o reflexo mudou... mas não por seu controle. Os olhos de Hyakuhei endureceram quando uma visão de poeira multicolorida cobriu o espelho em advertência.

– Então... Kamui, o que vai fazer? – ele perguntou assim que Kamui entrou em foco no espelho. Os olhos do menino se voltaram para olhar diretamente para ele, como se soubesse que estava a ser observado. – Você está procurando por mim? Cuidado com o que deseja... filho. – Hyakuhei avisou.

– Não, pai... É você que deve ter cuidado. – Kamui sibilou em retaliação.

– Então... você cedeu às memórias? – Hyakuhei segurou o copo mais perto do seu rosto enquanto os cantos dos seus lábios se curvaram numa dica perigosa de um sorriso. – Kamui... se realmente quer manter a sua sacerdotisa, então deveria se juntar a mim. Tome o seu lugar de direito ao meu lado e nós a faremos esquecer os outros guardiões juntos.

Kamui parou no ar sabendo exatamente o que o seu pai quisera dizer. – Eu não sou nada como você ou seus monstros. Um dia os demónios nos quais você se desenvolve irão se voltar contra você, pai... você acha que é você que está no controle deles. Você mente para si mesmo, mesmo quando está perdendo.

Ambos podiam ouvir o eco das risadas enquanto o mestre dos sonhos lutava contra as suas restrições. Kamui sabia que os seus poderes beiravam o místico e isso era algo que não podia ser controlado... nem mesmo por Hyakuhei.

– Você me pertence... não a eles. – Hyakuhei sibilou com a imagem. – Essa é uma verdade que nem você pode enterrar para sempre.

– Eu nunca vou trair os meus amigos! – Kamui gritou ao quebrar o vínculo entre ele e o seu pai.

Hyakuhei lançou o espelho no fogo quando explodiu com a raiva de Kamui. Os fragmentos tornaram-se como prata líquida e deslizaram sobre a madeira em chamas. Eles se juntaram numa poça e lentamente voltaram à forma familiar, endurecendo no espelho encantado... como se ele nunca tivesse se quebrado.

Hyakuhei deitou-se no pelo escuro enquanto traços de purpurina colorida brilhavam dentro da caverna. – Então, os seus poderes cresceram. Veremos Kamui... veremos.

*****

Kyou encostou-se na varanda, olhando para as fontes termais que ele tinha fechado no centro do seu castelo. Os seus olhos ainda estavam presos na sua sacerdotisa perdida e encontrada. Ela parecia feliz no momento e ele se deu conta... ela pertencia a este lugar. Ele sentiu o seu sangue começar a aquecer quando Kyoko começou a se despir. Ele viu o seu peito firme subir enquanto ela puxava a camisa pela cabeça... os seus olhos começaram a brilhar como ouro líquido.

Os nós dos dedos ficaram brancos quando o aperto foi apertado nos corrimões. Ele fechou os olhos por um breve momento, tentando reprimir o desejo de ir até ela. Quando ele os abriu novamente, ele quase rosnou. Apenas o que ela estava a pensar? Ela estava completamente nua.

Kyou observou enquanto ela entrava na água quente. Ela o intrigou com a sua inocência. Por que ela tinha esse efeito sobre ele quando nenhum outro humano tinha? Nenhum nunca tinha virado a cabeça, mas aqui estava ele... desejando um humano e apenas Kyoko faria. Como alguém poderia ser tão puro e inconscientemente sedutor ao mesmo tempo?

Ela era a encarnação da beleza, toda embrulhada num minúsculo pacote humano. Ele rosnou baixo na sua garganta. E se um dos servos que viviam dentro do seu castelo a apanhasse? Ela, sem saber, se expôs a qualquer um dos servos que passaram por ali. Kyou enviou uma mensagem silenciosa a todos dentro do seu castelo para evitar as fontes termais ou eles sofreriam a sua raiva como resultado da desobediência. Se ele soubesse que alguém a tinha espreitado antes... não haveria como escapar da sua ira.

Ela não deveria ter ido à casa de banho sem a sua permissão. Claro, era verdade que os servos dentro do seu castelo permaneciam escondidos, pois ele não gostava de vê-los, a menos que os chamasse. Ainda assim, ele teria o corpo de Kyoko visto por ninguém além dele. Ele teria que ensiná-la a se comportar. O fantasma de um sorriso gelou os seus lábios enquanto ele observava.

Assim que Hiroki terminou o seu banho, o rapazinho queria ajudar Kyoko a lavar o cabelo. Então, Kyoko o deixou. Ela teve que se abaixar na água até o pescoço para que ele pudesse alcançar os longos fios ruivos. A sensação dos seus pequenos dedos a esfregar o seu cabelo e couro cabeludo a deixou num estado muito relaxado. Hiraru logo se juntou a eles e Kyoko tentou não rir enquanto eles discutiam sobre quem ia enxaguar.

Finalmente, Kyoko resolveu o seu argumento mergulhando na água. Quando ela voltou, foi saudada com ruídos de choramingar adoráveis. Ela riu novamente e eles sorriram brilhantemente antes de começar uma guerra de respingos um com o outro. Kyoko mudou-se para o outro lado da primavera e sentou-se num afloramento rochoso sob a água para observá-los.

A sua mente ficou tranquila por um curto período de tempo, enquanto ouvia o eco das vozes das crianças enquanto brincavam na água. Percebendo o que estava fazendo, em vez de se concentrar no que realmente estava acontecendo, ela rapidamente se lavou. Quando ela se virou e começou a enxaguar Kyoko observou os gémeos a sair da água.

Os meninos tinham olhares estranhos nos seus rostos, como se estivessem se concentrando em algo. Mal sabia ela que eles estavam a ouvir o comando silencioso de Kyou. Ela mordeu o lábio quando eles balançaram a cabeça como se estivessem respondendo a alguém.

– Temos que ir nos vestir agora. – Pegando algumas roupas grandes de uma pilha, eles rapidamente envolveram o tecido macio em torno de si.

– Tá na hora de comer!! – Hiraru gritou por cima do ombro enquanto agarrava a mão de Hiroki e os pequenos gémeos saltaram da sala.

Kyoko ficou na água em estado de choque quando sentiu pequenas agulhas de medo a começar a subir nas suas costas e ela fechou os olhos com força, uma sensação de mal estar na boca do estômago. Em algum lugar ela sabia que os deuses estavam a rir dela.

Ela deveria ter pensado melhor do que apenas seguir as crianças aqui sem fazer perguntas. Kyoko partiu para o lado da primavera na esperança de voltar para o seu quarto antes do “Sr. Dupla Personalidade” reparar que ela se foi. Ela precisava se apressar, os seus frágeis “cobertores de segurança” tinham desaparecido e ela estava desprotegida.

Quando ela saiu da água e começou a pegar nas toalhas enormes, ela ouviu um rosnado baixo diretamente atrás dela. A próxima coisa que ela soube... mãos do nada envolveram as suas costelas nuas e ela foi puxada para trás contra um peito coberto de seda quando os seus pés deixaram o chão.

Kyoko instantaneamente olhou para cima para ver o rosto de Kyou. Em vez da raiva que ela esperava ver, o rosto dele estava calmo... quase calmo demais. Ela olhou para o chão, vendo-o ficar mais longe deles. Sim, os deuses estavam a ter uma festa de riso total por causa disso.

Os seus lábios se separaram quando ela olhou para trás, vendo que ele a estava levando para uma varanda. Ele nem pousou, mas deslizou pelas portas abertas e voltou para o quarto em que ela tinha entrado. Ele finalmente parou assim que eles estavam sobre o enorme travesseiro com o qual ela tinha acordado.

Kyoko esperou ser largada, mas ele não a soltou, nem a estava a magoar segurando-a com muita força. Ela notou que as mãos dele eram suaves ao tocar a sua pele nua. Os olhos de Kyoko se arregalaram. A sua pele nua! Oh... como ela poderia ter esquecido tão rapidamente? Ela ainda estava nua do banho.

Os seus braços instantaneamente se cruzaram sobre o peito de forma protetora e ela sentiu todos os músculos ficarem tensos, esperando enquanto ele a segurava como se estivesse indeciso sobre o que fazer com ela. Ela poderia dar-lhe uma grande dica se ele quisesse e isso seria PARA DAR O INFERNO!

Os olhos de Kyou quase se fecharam quando ele sentiu as curvas suavemente arredondadas pressionadas contra ele, criando confusão nos seus sentidos. Ele percebeu quando ela ficou tensa e isso trouxe a sua mente de volta por o momento... Mas ainda assim ele não a soltou. Ele sempre se orgulhou de ter controle e esta seria uma boa oportunidade de testar o seu controle sobre ela e lhe ensinar outra lição ao mesmo tempo.

– Eu te dei permissão para sair desta sala? – A sua voz era fria e inflexível.

Os olhos de Kyoko se arregalaram quando o seu batimento cardíaco bateu no seu peito, chutando contra as suas costelas com tanta força que ela sabia que ele podia sentir. Pensando rapidamente, qual seria a melhor resposta? Ela disse baixinho: – Não conheço as regras. – Ela se encolheu sabendo que se fazer de burra seria a melhor opção no momento.

Ela sabia com certeza que agora não era o momento de lutar pelos seus direitos por causa da falta de roupas. Não que ela vencesse se tentasse. Ela só queria descer e ele fosse embora, então acrescentou com uma voz suave e assustada: – Me desculpe.

Quando ele ouviu a sua voz suave e doce, engolfou-o, fazendo-o inalar enquanto as sensações se acumulavam nas suas regiões inferiores. Isso seria perigoso se ele levasse o teste longe demais. Ele sentiu a raiva da sua desobediência deixá-lo, mas a raiva do seu desejo permaneceu dez vezes maior.

– A primeira regra é que você nunca vai a lugar nenhum sem a minha permissão, a menos que queira ser punida. – a sua voz suavizou para tirar a dor das suas palavras, mas ainda assim ele a sentiu estremecer.

A garganta de Kyoko ficou seca. – Punida? – Ela não quis sussurrar a palavra. Simplesmente escapou e ela sentiu o seu coração começar a palpitar de medo. Ela instantaneamente apagou a imagem de Kyou espancando-a da sua mente perturbada, sem querer nem saber de onde o flash insano tinha vindo.

– Sim, vou puni-la. – A palma da mão de Kyou acariciou a sua barriga lisa e lentamente desceu enquanto o joelho dele subia na parte interna da sua coxa para abrir as suas pernas. Num movimento rápido para ela tentar se desviar... a palma da sua mão segurou a sua feminilidade enquanto o seu sangue poderoso tentava assumir o controle.

– Assim. – os seus dedos massajaram o seu feixe de nervos logo acima da sua entrada e o choque a fez imediatamente arquear para longe dele, com um grito suave que ela resistiu contra ele tentando escapar da sua mão.

O movimento sensual foi quase a sua ruína e ele sibilou no seu ouvido. – Se você não ficar parada... terei que puni-la ainda mais. – Ele podia sentir que estava a ficar duro e ficou aliviado quando ela se afastou dele, mas ficou quieta, o seu medo do que ele faria a impedindo de lutar contra ele.

Os olhos de Kyoko fecharam. Ela pensou que ele queria magoa-la quando disse punida, mas isso era quase tão mau. Ele não percebeu que estava mais perturbado do que Hyakuhei? Isso a fez perder o controle do seu corpo e tirou a sua vontade dela enquanto todo o seu calor se acumulava onde os seus dedos estavam a trabalhar a sua magia. Ela não queria isso, independentemente de como o seu corpo reagisse, mas não podia evitar as suas reações a isso.

Ele ainda a segurava no ar com as costas dela pressionadas contra ele e os seus dedos estavam trabalhando para a frente e para trás, estimulando-a tanto que ela quase desejou que ele tivesse batido nela, porque isso estava a criar um tipo diferente de dor... uma dor deliciosa que a corroía faminto para ela. Ela engasgou e um gemido escapou quando os dedos dele deslizaram entre os seus lábios para empurrar um dentro dela.

Ela gemeu quando ele deslizou apenas para retirá-lo novamente. Ela sentiu o calor líquido se acumular ao redor do seu dedo quando ele o empurrou de volta para dentro da sua tensão, fazendo-a gritar. Os seus olhos começaram a arder com a familiar picada de lágrimas, mas ela as conteve. No fundo da sua mente, ela gritava consigo mesma para parar de agir como se estivesse a gostar da punição de Kyou, embora estivesse.

O grito ficou mais alto e finalmente ela não pôde mais ignorar. – Por favor, pare, não aguento mais.

Kyou a ouviu chorar e soube que ela estava a sofrer com a necessidade de alívio. O seu corpo virgem, tão novo neste prazer, não demoraria muito mais para levá-la ao pico. Ele observou a cabeça dela arquear para trás contra ele enquanto ele bombeava o dedo no seu aperto quente no ritmo.

Ele inclinou a cabeça para frente e lambeu o arco do seu pescoço... provando-a. Ele sentiu o instinto de mordê-la e torná-la sua para sempre. Ele satisfez esse sentimento por um momento, sugando um pouco da sua pele macia na sua boca para deixar uma leve marca vermelha nela. Ela tinha um gosto tão bom. Ele podia sentir o cheiro dela ao seu redor enquanto pressionava a sua dureza inchada contra a sua coxa macia.

Kyou rosnou em derrota... Ele sabia que era ele quem estava a perder a batalha.

Kyoko sentiu a sua mão deixá-la e ela deslizou o seu corpo para o travesseiro abaixo. Ela ainda estava choramingando e apertou as coxas tentando não balançar. Os seus sentidos estavam tão vivos que eram quase dolorosos. Ela agarrou um dos travesseiros menores e o abraçou, tentando esconder o seu corpo dele. Ela estava com medo de olhar para ele. Com medo de que ele pudesse ver a necessidade que o seu corpo estava chorando.

Enterrando o rosto nos braços, ela rolou até ficar deitada de barriga para baixo, como se quisesse se esconder ainda mais dele.

Ele a observou tentar se esconder dele e a perda dela nos seus braços estava a arrefecer o seu sangue furioso. Ele percebeu que não tinha controle sobre isso e se lembrou do que estava escrito nos pergaminhos do seu pai.

Tadamichi tinha avisado que os guardiões eram diferentes dos humanos quando se tratava de escolher um companheiro... que o sangue nobre do guardião faria a escolha e não haveria como pará-lo. O seu pai, Tadamichi, estava a falar sobre a rivalidade dele e de Hyakuhei pela mesma companheira na época, mas Kyou havia entendido o significado subjacente. O aviso dizia respeito a cada guardião... não apenas aos gémeos.

Esse foi o último pergaminho escrito pelo seu pai, mas os humanos presos neste reino continuaram a história.

O seu tio tinha se voltado para o lado sombrio porque ele tinha sido separado daquela a quem o céu tinha destinado para ser a sua alma gémea. A estátua da jovem Sacerdotisa, a donzela, tinha sido feita à semelhança de... a mesma estátua da donzela que imitava a sacerdotisa deitada abaixo dele neste exato momento. Elas poderiam muito bem ser a mesma mulher... mas o tempo provou que não eram.

Elas eram idênticas em aparência, proclamando Kyoko como um descendente direto da sacerdotisa que o seu tio tinha escolhido para sua companheira de vida. Ele e seu tio eram tão diferentes? O sangue poderoso de Hyakuhei tinha sido a sua queda no final? Hyakuhei estava agora colocando Kyoko por engano no lugar do seu amor perdido? Ele não permitiria isso.

Kyou flutuou para mais perto dela, mergulhando os lábios na sua orelha. Ele não queria que ela temesse isso. Ele queria que ela quisesse. O que ele usava como punição agora era apenas acender o fogo que a manteria com ele... para sempre.

Ele estendeu a mão acariciando o seu cabelo com amor. – A fim de mantê-la segura dos demónios... de Hyakuhei, você tem que me obedecer Kyoko. Eu não quero te magoar, então vou puni-la assim... e mais se você não se comportar.

– Então me deixe ir. – ela sussurrou. – Você diz que não quer me magoar, mas não me trata melhor do que ele. Eu prefiro que ele me toque sabendo que me mataria depois, do que você me tocar sem saber.

– Minha querida Kyoko, não tenho desejo de matar você. Como seu guardião, eu não poderia... iria contra tudo o que eu defendo. Você deve ser protegida pelos guardiões e eu sou um guardião. Deixar você ir apenas a mandaria embora sem a proteção de um guardião. Isso eu não posso permitir. A punição permanece. – Ele agarrou a cabeça dela entre as mãos para mantê-la quieta e pressionou os lábios contra o topo da sua cabeça antes de se virar para deixá-la pensar sobre a sua punição.

– Hyakuhei também é um guardião. – Kyoko sussurrou desafiadoramente sabendo que ele poderia ouvi-la mesmo que ele não reconhecesse isso.

Parte dele sabia que ela estava certa, mas não estava disposto a admitir isso para ela. Ele queria ficar furioso com o mero pensamento de Hyakuhei tocá-la como ele tinha feito, mas se conteve. Ele precisava colocar espaço entre eles, a fim de manter a sua própria paixão sob controle. Ele voltou a sua atenção para a janela.

Ele podia sentir os demónios a se aproximarem das suas terras por todos os lados. Hyakuhei tinha descoberto onde ele estava mantendo a sacerdotisa? Não... ele apenas os tinha enviado em busca dela. Ele olhou para trás em Kyoko não querendo que nada interferisse. Ele iria detê-los antes que chegassem mais perto de suas posses.

Kyou se moveu quase rápido demais para o olho humano e quando Kyoko olhou para ele... ele se foi.

A Posse De Um Guardião

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