Читать книгу Razão Para Se Esconder - Блейк Пирс - Страница 12

CAPÍTULO SEIS

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Depois de olhar para o local por um tempo, Avery virou-se para olhar a rua. Seus olhos seguiram o caminho que Donald Greer possivelmente fizera, à sua direita, onde a Kirkley encontrava a Spring Street. Ela caminhou pela rua, chegou à esquina, e dobrou.

Muitos pensamentos invadiram sua mente quando ela começou a caminhar. O assassino estivera a pé todo o tempo? Se sim, por que ele viera da Spring Street—uma rua tão feia e acabada quanto a Kirkley? Ou, talvez, ele havia vindo de carro. Se fosse o caso, onde ele teria estacionado? Se a névoa estivera forte o suficiente, ele poderia ter estacionado em qualquer lugar da Kirkley e seu carro não teria sido visto.

Se o homem com o longo casaco preto fosse mesmo o assassino, ele teria caminhado pelo mesmo caminho menos de oito horas atrás. Avery tentou imaginar o local a sua volta com uma névoa forte pela manhã. Não era uma tarefa difícil já que a área era tão desolada. Enquanto caminhou devagar pelo terreno onde os ossos e estilhaços foram encontrados, manteve os olhos atentos a possíveis lugares onde o homem poderia ter sumido de vista.

Na verdade, havia muitos lugares assim. Havia seis terrenos vazios e duas ruas laterais onde o homem poderia ter se escondido. Se a névoa fora forte o suficiente, qualquer um daqueles locais teria sido um esconderijo e tanto.

Aquilo despertou uma ideia interessante. Se o homem tivesse se escondido em uma daquelas áreas, ele teria deixado Donald Greer passar sem incomoda-lo. Aquilo eliminava a possibilidade de o assassinato ter sido um ato de pura violência. A maioria das pessoas capazes desse tipo de violência não teriam deixado Donald passar tão facilmente. Na verdade, Donald teria se tornado uma vítima na maioria dos casos.

Se precisava de mais provas de que o corpo fora queimado em outro lugar, aquela ideia lhe comprovou essa hipótese. Talvez, então, o objeto que o homem estava escondendo debaixo do casaco fosse um recipiente contendo os restos que ele despejara no terreno.

Aquilo fazia sentido e, aos poucos, ela começou a sentir um sentimento crescente de que. estava chegando em algum lugar.

Caminhou pelo terreno onde os restos haviam sido encontrados. Sempre rápido e eficiente, O’Malley já havia retirado a polícia do local. Ela imaginou que ele fizera isso logo que os peritos vieram para coletar os restos.

Avery caminhou até onde os ossos e as cinzas foram derrubados e simplesmente parou ali, olhando em volta. A área pantanosa atrás do terreno era mais visível do que nunca agora. Ficava perto e era muito menos aberta do que o terreno. Então por que alguém jogaria os ossos no meio do terreno ao invés de fazer isso em um riacho infestado de ervas daninhas? Por que alguém colocaria os restos a céu aberto ao invés de esconde-los na lama e na água parada?

Eram perguntas que os policiais já tinham feito. E em sua mente, a resposta era a prova de que eles estavam lidando com um assassino em série.

Ele quer que as pessoas vejam o que ele fez. Ele é orgulhoso e talvez um pouco arrogante.

Ela pensou que ele poderia ser inteligente, também. O uso da névoa para esconder-se mostrava que ele havia planejado tudo muito bem. Ele fora persistente, monitorando o tempo para ter certeza de que encontraria uma névoa forte. Ele também teria que conhecer a área relativamente bem. Aquilo tudo teria que ter sido muito bem planejado.

E fogo... ele precisava entender muito bem de fogo. Queimar um corpo de forma tão limpa, sem carboniza-lo e sem danificar os ossos, custava muita dedicação e paciência. O assassino teria que saber muito sobre fogo e processos de queima.

Queima, ela pensou. Fogo.

Enquanto estudava o local e imaginava o assassino ali, Avery sentiu que estava deixando algo passar—alguma pista crucial estava bem a sua frente. Mas tudo o que podia ver era a área pantanosa e lameada nos fundos do terreno, bem como o pequeno espaço quadrado onde alguma pobre vítima havia sido deixada como se não fosse nada mais do que uma simples pilha de lixo.

Ela olhou em volta do terreno vazio novamente, imaginando que talvez a localização dos restos não fosse importante quanto ela pensara. Se o assassino estava usando fogo para enviar uma mensagem para alguém (a vítima ou a polícia), talvez isso era o que precisava ser focado.

Com uma ideia vindo à mente, Avery pegou seu telefone e ligou para o táxi mais próximo. Depois da chamada, olhou seus contatos e parou no nome de sua filha por cinco segundos.

Desculpe, Rose, pensou.

Apertou em “Chamar” e colocou o telefone no ouvido, com o coração partido.

Rose atendeu ao terceiro toque. Ela parecia feliz. Avery pode ouvir a música que tocava baixinho ao fundo. Ela pode imaginar Rose se arrumando para a tarde especial e odiou a si mesma por um momento.

- Oi, mãe – Rose disse.

- Oi, Rose.

- Diga.

- Rose... – ela disse. Sentiu as lágrimas vindo. Olhou para o vazio em volta, tentando se convencer de que tinha que fazer isso e de que, um dia, Rose a entenderia.

Antes que Avery falasse mais uma palavra, Rose pareceu entender a situação. Ela soltou uma pequena risada de raiva.

- Perfeito – Rose disse, agora sem alegria na voz. – Mãe, você está falando sério mesmo?

Avery escutara aquele tom de Rose antes, mas dessa vez aquilo o atingiu como um punhal no coração, pois ela sabia que merecia aquela reação.

- Rose, apareceu um caso. Um desses complicados e eu tenho que—

- Eu sei o que você tem que fazer – Rose disse. Ela não gritou. Ela quase nem levantou a voz. E de alguma maneira, isso piorou ainda mais a situação.

- Rose, eu não pude fazer nada. Eu com certeza não esperava por isso. Quando fiz aqueles planos com você, eu tinha uma programação de folga por alguns dias. Mas agora esse caso apareceu e... bem, as coisas mudaram.

- Acho que as coisas mudam às vezes – Rose disse. – Mas não com você. Com você, as coisas são sempre iguais... Quando se trata de mim, no caso.

- Rose, não é justo.

- Nem tente me dizer que não é justo agora! E quer saber, mãe? Esqueça. Essa e qualquer outra vez em que você queira tentar ser a ‘mamãe boazinha’ no futuro. Não é mais uma opção para nós.

- Rose—

- Eu entendi, mãe. Mesmo. Mas você sabe o quanto é ruim ter essa mulher como sua mãe... uma mulher foda com um trabalho tão exigente? Uma mulher que eu respeito muito... mas que está sempre me decepcionando?

Avery não tinha ideia do que dizer. E não havia mesmo o que falar, já que Rose tinha terminado.

- Tchau, mãe. Obrigado por me avisar com antecedência. Seria melhor do que não falar nada, eu acho.

- Rose, eu—

A ligação foi encerrada.

Avery colocou o telefone no bolso e respirou fundo. Uma única lágrima caiu em seu rosto, do olho direito, e ela a secou o mais rápido que pode. Depois, caminhou de propósito pela área que havia sido demarcada mais cedo e a analisou por um bom tempo.

Fogo, pensou. Talvez seja mais do que algo que o assassino está usando em seus atos. Talvez seja simbólico. Talvez esse fogo seja uma pista melhor do que qualquer outra.

Então, enquanto esperava pelo táxi, pensou sobre fogo e que tipo de pessoa o usaria para enviar algum tipo de mensagem. No entanto, era difícil pensar, porque ela sabia muito pouco sobre incêndios.

Vou precisar de mais alguém pensando nisso, pensou.

E com aquele pensamento, pegou seu telefone e ligou para o A1. Pediu para falar com Sloane Miller, a psicologista do departamento e psiquiatra dos agentes e detetives. Se alguém poderia entrar na mente de um assassino com fogo na mente, essa pessoa seria Sloane.

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