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CAPÍTULO UM

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Avery não se lembrava da última vez em que havia ido as compras tão despreocupada. Ela não tinha certeza de quanto dinheiro gastara porque havia parado de prestar atenção nisso na segunda parada. Na verdade, ela quase não olhou para os recibos. Rose estava com ela e isso, na verdade, não tinha preço. Poderia ser que ela sentisse algo diferente quando as contas chegasse, mas naquele momento não valia a pena pensar nisso.

Com evidências da extravagância nas sacolas de marca em seus pés, Avery olhou pela mesa para Rose. Elas estavam sentadas em algum lugar chique no Leather District de Boston, em um lugar que Rose havia escolhido e se chamava Caffe Nero. O café era muito caro, mas era o melhor que Avery tomara em muito tempo.

Rose estava no telefone, mandando mensagem para alguém. Geralmente, isso irritaria Avery, mas ela estava aprendendo a aceitar as coisas. Se ela e Rose fossem um dia ter uma relação direita, teriam que entender e deixar passar algumas coisas. Ela tinha que lembrar a si mesma que havia uma diferença de vinte e dois anos entre as duas e que Rose estava se tornando mulher em um mundo diferente daquele em que ela fora criada.

Quando Rose terminou de escrever, deixou o telefone na mesa e olhou Avery com um olhar que pedia perdão.

- Desculpe – ela disse.

- Não precisa – Avery respondeu. – Posso perguntar quem é?

Rose pareceu pensar naquilo por um momento. Avery sabia que a filha também estava disposta a entender e deixar passar algumas coisas em prol do relacionamento delas. Ela ainda não havia decidido quanto de sua vida pessoal queria dividir com sua mãe.

- Marcus – Rose disse, suavemente.

- Ah, não sabia que vocês ainda estavam juntos.

- Não estamos. Não mesmo. Bem... Não sei, talvez estamos.

Avery sorriu, lembrando do tempo em que homens eram confusos e intrigantes ao mesmo tempo.

- Bom, vocês estão namorando?

- Acho que podemos dizer que sim – Rose disse. Ela não estava falando muito, mas Avery podia ver as bochechas de sua filha ficando vermelhas.

- Ele te trata bem? – Avery perguntou.

- Na maior parte do tempo. Nós queremos coisas diferentes. Ele não é um cara com muitos objetivos. Parece sem direção.

- Bem, você sabe que eu não me importo de ouvir você falar sobre essas coisas – Avery disse. – Estou sempre disposta a escutar. Ou falar. Ou te ajudar com caras que estão te machucando. Com meu trabalho... você é praticamente a única amiga que eu tenho. – Ela lamentou internamente quão brega aquilo havia soado, mas já era tarde para voltar atrás.

- Eu sei disso, mãe – Rose disse. Depois, sorrindo, continuou. – E você não tem noção de quão triste isso soa.

Elas riram juntas mas, em segredo, Avery admirou-se ao ver como Rose se parecia com ela naquele momento. Quando qualquer conversa se tornava muito emotiva ou pessoal, Rose tendia a trocar o assunto com silêncio ou humor. Em outras palavras, o fruto nunca caia longe do pé.

No meio da risada, uma fina garçonete apareceu, a mesma que havia tirado seus pedidos e levado o café até a mesa.

- Querem mais? – Ela perguntou.

- Para mim não – Avery respondeu.

- Também não – Rose disse. Ela levantou-se quando a garçonete saiu. – Na verdade preciso ir – ela disse. – Tenho a reunião com o supervisor acadêmico em uma hora.

Aquilo era outra coisa da qual Avery tinha medo de tornar algo grande demais. Ela estava animada porque Rose havia finalmente decidido ir para a faculdade. Aos dezenove anos, havia marcado reuniões com supervisores de faculdades em Boston. Até onde Avery sabia, aquilo significava que ela estava pronta para cuidar de sua vida, mas não totalmente pronta para deixar de lado assuntos familiares—que potencialmente incluíam resolver seu relacionamento com sua mãe.

- Me ligue depois para contar como foi – Avery disse.

- Pode deixar. Obrigada de novo, mãe. Foi bem divertido. Temos que fazer isso de novo logo.

Avery assentiu e viu sua filha sair. Ela tomou o último gole de seu café e levantou-se, segurando as sacolas. Depois de colocar todas nos ombros, saiu da cafeteria em direção ao carro.

Quando seu telefone tocou, foi quase impossível atender com tantas sacolas nos ombros. Tanto que ela se sentiu um pouco estúpida. Avery nunca fora uma dessas mulheres que gostavam de ir às compras. Mas havia sido um belo exercício de reconciliação com Rose, e isso era o que importava.

Depois de ajeitar as sacolas no ombro, ela finalmente conseguiu pegar o telefone no bolso de seu casaco.

- Avery Black – atendeu.

- Black – disse o sempre rude supervisor do Departamento de Homicídios do A1, Dylan Connelly. – Onde você está agora?

- Leather District – ela disse. – O que foi?

- Preciso que você venha até o rio Charles, fora da cidade, perto de Watertown, o mais rápido possível.

Ela escutou a urgência no tom de voz dele e seu coração bateu mais forte.

- O que foi? – Ela disse, quase com medo de perguntar.

Depois de uma longa pausa, ouviu um suspiro profundo.

- Encontramos um corpo sob o gelo – ele disse. – E você vai ter que ver para acreditar.

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