Читать книгу Um Rastro De Imoralidade - Блейк Пирс - Страница 11
CAPÍTULO CINCO
ОглавлениеKeri estava agitada e nervosa quando ela se sentou na sala de espera do escritório de segurança do Fox Hills Mall. Pela quarta vez nos últimos quinze minutos, o mesmo pensamento passou por sua cabeça: isso está demorando muito.
Um dos guardas de segurança estava procurando por imagens da praça de alimentação em torno das 14h, quando Lanie tinha publicado sua última foto Instagram. Estava demorando uma eternidade, seja porque o sistema era velho ou o guarda incompetente.
Ray se sentou na cadeira ao lado dela, comendo um wrap de frango que tinha comprado na praça de alimentação. O wrap da Keri estava em seu colo, praticamente intocado.
Apesar do fato de que eram 18:30 e as meninas só tinham ficado fora de contato por cerca de quatro horas e meia, Keri teve a sensação insidiosa de que algo estava muito errado neste caso, mesmo não tendo a evidência disso.
“Você tem de engolir essa coisa toda de uma só vez?” Ela perguntou Ray acidamente.
Ele parou no meio da mastigação e deu-lhe um olhar interrogativo antes de perguntar, com a boca cheia, “Que bicho te mordeu?”
“Eu sinto muito. Eu não deveria gritar com você. Eu apenas estou frustrada porque isso está demorando demais. Se essas meninas realmente foram sequestradas, toda essa vagarosidade está desperdiçando um tempo precioso.”
“Vamos dar ao cara mais dois minutos. Se ele não conseguir até lá, nós aceleramos isso. Combinado?”
“Combinado,” Keri respondeu e deu uma pequena mordida em seu wrap.
“Eu sei que você está irritada,” Ray disse, “mas há claramente algo mais acontecendo com você. Eu acho que tem a ver com o que você estava escondendo na estação. Nós temos um pouco de tempo agora. Então, conte-me.”
Keri olhou para ele e poderia dizer que, mesmo com o pedaço de alface nos dentes fazendo-o parecer ridículo, ele não estava brincando.
Você está mais próxima deste homem do que qualquer outra pessoa no mundo. Ele merece saber. Basta dizer-lhe.
“Tudo bem,” disse ela. “Espere.”
Ela tirou o pequeno detector de rastreador e câmera que ela tinha em sua bolsa e fez sinal para Ray para segui-la pelo corredor.
A engenhoca foi recomendada para ela por um especialista em segurança e vigilância, uma vez, que ela tinha ajudado em um outro caso. Ele disse que era uma boa combinação de portabilidade, confiabilidade e preço decente, e até agora, ele parecia estar certo.
Nas semanas desde que o advogado Jackson Cave deu a entender que ele estaria mantendo os olhos sobre ela, ela tinha encontrado vários dispositivos de espionagem. Uma escuta tinha sido colocada na lâmpada em sua mesa de escritório. Ela suspeitava que um membro da equipe de limpeza foi encarregado de colocá-lo lá.
Ela também tinha encontrado uma câmera e uma escuta em seu novo apartamento. A escuta estava na sala de estar e a câmera tinha sido colocada no quarto. Ela também tinha encontrado uma escuta dentro do volante de seu carro e outra no visor solar do carro de Ray.
Edgerton tinha adicionado proteção extra em seu desktop do escritório para caçar especificamente softwares de rastreamento. Até agora, nada tinha sido descoberto. Mas ela julgou ser seguro evitar usá-lo para outra coisa senão algo oficial.
Seu celular estava limpo até agora, provavelmente porque ele nunca o deixou de lado. Era o único dispositivo através do qual ela se comunicava com o Colecionador e, portanto, o que que ela mais protegia.
Quando chegaram ao corredor, Keri passou o aparelho em si mesma, em seguida, Ray. Ela apontou para o seu telefone. Ele estendeu o aparelho para ela passar nele também.
Ray tinha passado por essa rotina muitas vezes antes nas últimas semanas. Ela estava inicialmente resistente, mas depois que Keri descobriu a escuta em seu carro, ele não hesitou. Na verdade, ele queria fazer isso com todos os outros objetos fora de seus locais.
Ela tinha implorado para deixá-los no lugar e agir como se tudo estivesse normal. Se Cave soubesse que eles estavam em cima dele, ele suspeitaria que eles sabiam sobre o Colecionador e ele poderia avisá-lo e orientá-lo para escapar.
Cave já estava desconfiado de que Keri tinha roubado seus arquivos com dossiês de diferentes sequestradores de aluguel. Mas ele não podia ter certeza disso.
Mesmo se tivesse, ele não sabia o quanto Keri tinha descoberto sobre suas ligações secretas para esse submundo obscuro ou se ela o tinha sob vigilância também. Então, ele obviamente não queria arriscar incriminar a si mesmo, entrando em contato com o Colecionador, se ele pudesse evitar isso.
Ele acreditava que eles estavam em um impasse de vigilância. E considerando que Jackson Cave tinha muito mais informações do que Keri agora, ela estava muito feliz com essa combinação.
Ela havia prometido ao Ray que a partir do momento em que as escutas se tornassem contraproducentes, ela se livraria delas, mesmo que isso favorecesse o Cave. Eles tinham até uma frase código que significava que era hora de retirá-los.
Era “Bondi Beach,” uma referência à uma praia na Austrália, que Keri um dia esperava visitar. Se ela dissesse essas palavras, Ray saberia que ele poderia finalmente jogar fora o dispositivo de seu visor.
“Satisfeita?” Ele perguntou quando ela terminou a varredura de ambos.
"Sim, desculpe-me. Ouça, eu recebi um e-mail do nosso amigo esta manhã,” disse ela, escolhendo ser enigmática sobre o Colecionador mesmo quando ela tinha certeza de que não estavam sendo ouvida. “Ele deu a entender que estaria chegando. Eu acho que no meu limite. Toda vez que meu telefone vibra, eu acho que é ele.”
“Ele deu qualquer tipo de data?” Perguntou Ray.
“Não. Ele apenas disse que entraria em contato em breve; nada além disso.”
“Não me admira que você esteja tão agitada. Pensei que estivesse apenas exagerando na dedicação a este caso.”
Keri sentiu o calor subir em seu rosto e olhou em silenciosamente para seu parceiro, atordoado com o seu comentário. Ray parecia saber imediatamente que ele tinha ido longe demais e estava prestes a tentar consertar isso quando o guarda de segurança os chamou fora da sala de computadores.
“Eu tenho algo aqui,” ele gritou.
“Você tem tanta sorte,” Keri chiou com raiva, esbravejando à frente de Ray, que lhe deu uma ampla cobertura.
Quando eles entraram na sala de computadores, o guarda tinha o vídeo parado às 14:05, Sarah e Lanie estavam claramente visíveis, sentadas em uma pequena mesa no centro da área de jantar. Eles viram Lanie tirar uma foto de seu alimento com seu telefone, quase certamente parte do post que Edgerton tinha encontrado no Instagram.
Após cerca de dois minutos, um homem alto, de cabelo escuro e coberto de tatuagens se aproximou deles. Ele deu a Lanie um beijo longo e depois de mais alguns minutos de conversa, todos eles se levantaram e saíram.
O guarda congelou a imagem e se virou para Keri e Ray. Keri olhou para o guarda de perto pela primeira vez. Ele usava um crachá que dizia: “Keith” e não poderia ter mais de vinte e três anos, tinha uma pela oleosa, cheia de espinhas e uma corcunda que o fez parecer um Quasimodo esquelético. Ela fingiu não notar isso enquanto ele falava.
“Eu tenho algumas imagens sólidas do rosto do cara. Eu vou coloca-las em arquivos digitais e posso enviá-las para os seus telefones também, se quiserem.”
Ray deu a Keri um olhar que dizia “talvez esse cara não é tão incompetente,” mas parou quando ela olhou para ele, ainda chateado com sua “reação exagerada”.
“Isso seria ótimo,” disse ele, voltando sua atenção para o guarda. “Você foi capaz de rastrear para onde eles foram?”
“Sim,” Keith disse com orgulho e girou para ver a tela novamente. Ele mudou para uma tela diferente que mostrou os movimentos do cara em todo o shopping, bem como os de Sarah e Lanie. Eles culminaram com eles todos entrando em um Trans Am e saindo do estacionamento, dirigindo em direção ao norte.
“Tentei pegar a placa do carro, mas todas as nossas câmaras são colocadas muito alto para ver esse tipo de coisa.”
“Tudo bem,” disse Keri. “Você fez um bom trabalho, Keith. Eu estou vou lhe passar os nossos números de celulares para você nos enviar as imagens. Eu também gostaria que você enviasse para um dos nossos colegas na estação para que possam fazer o reconhecimento facial.”
“Claro,” disse Keith. “Eu vou fazer isso imediatamente. Além disso, eu queria saber se eu poderia pedir um favor?”
Keri e Ray trocaram olhares céticos, mas ela balançou a cabeça de qualquer maneira. Keith continuou hesitante.
“Eu estou planejando entrar para a academia de polícia. Mas adiei o plano porque eu não acho que estou pronto para as exigências físicas ainda. Eu queria saber se, quando tudo isso for resolvido, eu poderia contar com vocês para obter algumas sugestões sobre como melhorar minhas chances de entrar e realmente me formar?”
“É isso?” Perguntou Keri, puxando para fora um cartão de visita para entregar para ele. “Ligue para este número aqui para o conselho sobre seu físico. Você pode me chamar quando precisar de alguma ajuda com a parte mental do trabalho. E mais uma coisa. Se você tiver que usar um crachá no trabalho, consiga um com o seu último nome. É mais intimidante.”
Então ela saiu, deixando o Ray finalizar a situação. Ele merecia.
De volta para o corredor, ela mandou uma mensagem com a imagem do cara tanto para Joanie Hart quanto para os Caldwells, perguntando se eles o reconheciam. Um pouco depois, Ray saiu para se juntar a ela. Ele parecia envergonhado.
“Escute, Keri. Eu não deveria ter dito que você estava exagerando. Claramente há algo acontecendo aqui.”
“Isso é um pedido de desculpas? Porque eu não ouvi a palavra ‘desculpa’ no que você disse. E enquanto estamos no assunto, não houve casos em que parecia (para todos, mas menos para mim) que nada acontecia, mas que acabaram por ser algo importante o suficiente para você me dar o benefício da dúvida?”
“Sim, mas que e todos os casos...?” ele começou a dizer, em seguida, pensou melhor e se deteve no meio da frase. “Desculpe-me.”
“Obrigada,” Keri respondeu, escolhendo ignorar a primeira parte do seu comentário e se concentrando no segundo.
Seu telefone tocou e ela olhou para baixo com antecipação. Mas em vez de um e-mail do Colecionador, era uma mensagem de Joanie Hart. Foi breve e direto ao ponto: “nunca vi esse cara.”
Ela mostrou isso para o Ray, sacudindo a cabeça por causa da aparente ambivalência da mulher para com o bem-estar de sua filha. Só então o telefone tocou. Era Mariela Caldwell.
“Oi, Sra. Caldwell. É a Detetive Locke.”
“Sim, Detective. Ed e eu olhamos as fotos enviadas. Nós nunca vimos esse jovem. Mas Sarah falou para mim que Lanie disse que seu namorado parecia fazer parte de uma banda de rock. Eu me pergunto se este rapaz poderia ser ele?”
“É bem possível,” disse Keri. “Sarah nunca mencionou o nome deste namorado?”
“Sim. Tenho certeza de que era Dean. Não me lembro do sobrenome. Eu não acho que ela soubesse, também.”
“Ok, muito obrigada, Sra. Caldwell.”
“Fui útil?” Perguntou a mulher com uma voz quase suplicante de tão esperançosa.
“Muito. Eu não tenho nenhuma informação nova para você ainda. Mas eu prometo a você, que estamos muito focados para encontrar Sarah. Vou tentar atualizá-la o máximo que eu puder.”
“Obrigada, Detetive. Sabe, eu só percebi depois que você saiu que você é a mesma detetive que descobriu a menina surfista há alguns meses. E eu sei que, bem... Sua filha...” Sua voz falhou e ela parou, claramente tomada pela emoção.
“Está tudo bem, Sra. Caldwell,” Keri disse, preparando-se para a situação.
“Eu sinto muito pela sua menina...”
“Não se preocupe com isso agora. Meu foco está em encontrar sua filha. E eu prometo que vou colocar cada gota de energia que eu tenho nisso. Você apenas tente manter a calma.
Assista a um programa de TV de baixa qualidade, tire um cochilo, faça qualquer coisa que possa ajudar a manter a sanidade. Enquanto isso, estamos trabalhando nisso.”
“Obrigada, Detetive,” Mariela Caldwell sussurrou, sua voz estava quase inaudível.
Keri desligou e olhou para Ray, que tinha uma expressão preocupada.
“Não se preocupe, parceiro,” assegurou ela. “Eu vou conseguir. Agora vamos encontrar esta menina.”
“Como você propõe que façamos isso?”
“Eu acho que é hora do Edgerton. Ele teve tempo suficiente para rever os dados dos telefones das meninas. E agora temos um nome para o cara na praça de alimentação—Dean.
Talvez Lanie mencione esse cara em um de seus posts. A mãe dela pode não saber nada sobre ele, mas eu acho que pode ser mais um caso de falta de interesse do que Lanie tentando esconder ele.”
Enquanto caminhavam pelo shopping em direção ao estacionamento e o carro de Ray, Keri chamou Edgerton e o colocou no viva voz para Ray poder ouvi-lo também. Edgerton atendeu após um toque.
“Dean Chisolm,” disse ele, dispensando qualquer cumprimento.
“O quê?”
“O cara na imagem que você enviou para mim se chama Dean Chisolm. Eu nem sequer tive que usar o reconhecimento facial. Ele está marcado em um monte de fotos de meninas no Facebook.
Ele está sempre usando um boné puxado para trás ou óculos de sol como se ele estivesse tentando esconder sua identidade. Mas ele não é muito bom nisso. Ele sempre usa o mesmo tipo de camisa preta e as tatuagens são bastante reconhecíveis.”
“Bom trabalho, Kevin,” Keri disse, mais uma vez impressionada com ele.
“Então, o que você tem sobre ele?”
“Uma quantidade razoável. Ele tem várias prisões por drogas. Algumas são por posse, uma por distribuição, e uma por ser um mensageiro. Ele pegou quatro meses de prisão no último caso.”
“Soa como um cidadão real,” Ray murmurou.
"Isso não é tudo. Ele também é suspeito de estar envolvido na operação de um esquema sexual usando meninas menores de idade. Mas ninguém jamais foi capaz de pegá-lo com relação a isso.”
Keri olhou para Ray e viu algo mudar em sua expressão. Até agora, ele tinha pensado que havia uma possibilidade mais do que a sólida de que essas meninas estavam apenas passeando. Mas com a notícia sobre o Dean, era óbvio que ele tinha passado de levemente desconfortável para completamente preocupado.
“O que sabemos sobre este esquema de sexo?” Perguntou Keri.
“Ele é administrado por um cara charmoso chamado Ernesto 'Chiqy' Ramirez.”
“Chiqy?” Perguntou Ray.
“Eu acho que pode ser um apelido curto para Chiquito. Isso significa pequeno. E já que esse cara parece ter bem mais de cem quilos, eu estou supondo que é uma
piada.”
“Você sabe onde podemos encontrar o Chiqy?” Perguntou Keri, sem achar nenhuma graça.
"Infelizmente, não. Ele não tem um endereço conhecido. Ele parece saltar de armazém em armazém abandonado no arredores, onde ele monta bordéis. Mas eu tenho algumas boas notícias.”
“Nós vamos conseguir algo,” Ray disse quando entrou em seu carro.
“Eu tenho um endereço com Dean Chisolm. É o local exato onde o GPS dos telefones de ambas as meninas desligou. Estou enviando-lhe agora, juntamente com uma foto de Chiqy.”
“Obrigado, Kevin,” disse Keri. “Aliás, podemos ter encontrado um mini-Kevin trabalhando como guarda de segurança no shopping; muito nerd. Ele quer ser um policial. Eu poderia colocá-lo em contato com você, se você concordar.”
“Claro. Como eu sempre digo, nerds do mundo unem-se!”
“É isso o que você sempre diz?” Keri brincou.
“Eu, acho isso,” ele admitiu, depois desligou antes que pudessem dar-lhe mais porcarias.
“Você parece muito centrada para alguém que acabou de saber que as meninas que estamos procurando podem estar em uma rede de tráfico sexual,” Ray observou com surpresa em sua voz.
“Eu estou tentando manter isso leve, enquanto eu puder,” disse Keri. “Eu não acho que eu terei essa chance por muito tempo. Mas não se preocupe. Quando encontrarmos Chisolm, há uma boa chance de eu possa fazer alguma remoção amadora de tatuagem usando meu canivete suíço. É bem bacana.”‘
Bom saber que você não se perdeu,” disse Ray.
“Nunca.”