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ADVERTENCIA

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O episodio, que vae ler-se, é, como todos os episodios romanticos, um pequeno espelho. Procurei dispô-lo em termos de reflectir uma luz calma e pura, como o céo transparente e sereno, e não reprezentar a vasa de lodaçaes, d'essas miserias, que são a mais viva chaga social de todos os tempos, o terrivel problema a resolver, o alpha e o omega das civilisações.

Sem sacrificar nem a sombra da verdade historica, não tive de roçar por impudencias, nem de envolver-me em meandros asquerosos, salvo no incidente da successão á corôa de Castella.

Não accuso de immoraes os que revolvem o lôdo.

A quem deixa estagnar a agua, pertence mórmente a responsabilidade na formação dos atoleiros. Mas alguns escriptores teem olhos de lynce para descobrir o mal, e de toupeira para enxergar o bem: uma cegueira lamentavel em ambos os casos.

No reinado de D. João II, em que se passa quasi totalmente o episodio, houve, como em todas as épocas, grandes virtudes e grandes vicios. D'estes não cuidei, porque não podia ir buscar a um meio, onde nunca estiveram, os meus dois protagonistas, que são verdadeiros no sentido eterno da palavra, antes de o serem no sentido historico.

– E como faze-los reprezentar tambem papeis violentos em dramas ou tragedias, que despertassem interesse, reconhecendo eu que a historia, á qual subordinei a sua acção, cortaria implacavelmente as azas da minha phantasia?

Era porventura mais impressivo, ou ao menos mais accommodado ao gosto hodierno, um enredo cheio de peripecias fabulosas. No colorido, porém, d'esses quadros phantasticos deveria empregar as tintas modernas, e nem eu sabia pinta-los, nem elles eram authenticos.

Commemóro emfim, conforme sei e pósso, o quarto centenario do descobrimento do caminho maritimo da India.

Zephyrino Brandão

Pero da Covilhan: Episodio Romantico do Seculo XV

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