Читать книгу A Última Garota Solteira - Christie Henderson, Brian Quinlan - Страница 5
Оглавление1 TRÊS
Médico do Centro: Eu trabalho em um grande hospital no centro da cidade. O trabalho demanda muito do meu tempo, mas procuro alguém com quem compartilhar os momentos livres. Alguém que goste de museus, filmes, música e uma boa refeição. Eu adoraria encontrar uma mulher independente, mas que me deixe mimá-la um pouco.
O Médico do Centro, ou Trey, estava marcado para me encontrar às 13h30. Estávamos trocando e-mails quase desde o começo. Obviamente, ele me ganhou ao citar museu, mas eu estava ansiosa para ver se sentiria aquela faísca. Pelo perfil dele, ele era exatamente o meu tipo: Alto, bonito, bem-sucedido. Ele entendia que ter uma carreira não era apenas uma ocupação, mas uma paixão.
Por ordem de Jane, iríamos nos encontrar em um local neutro, uma cafeteria que eu tinha encontrado online.
A cafeteria ficava a cerca de meio quarteirão da estação trem, escondido em uma rua lateral. Ao vê-la, eu perdi o fôlego. Era a cafeteria mais mágica que eu já vi.
Era como se alguém tivesse transportado uma cabana irlandesa e a colocado entre as paredes de pedra mais altas do bairro. Persianas verdes se estendiam em torno das janelas de molduras pretas, e lâmpadas de gás cintilavam em cada lado da entrada.
Imagine o lugar perfeito para um encontro romântico.
Eu empurrei a pesada porta de carvalho e paralisei, surpresa ao ver o interior que combinava com o lado de fora. Em vez daquelas cadeiras de madeira feias compradas na IKEA e mesas estéreis de metal e madeira, aconchegantes cadeiras com combinações diferentes estavam aninhadas sob mesas de carvalho de diferentes tamanhos e formas. No final do salão, uma lareira crepitava, emoldurada por estantes do chão ao teto. Várias poltronas e uma mesa de café de aparência rústica foram postas nos cantos ao lado da lareira.
Mas a melhor parte eram as pinturas.
Uma coleção obviamente bem pensada agraciava uma parede, mas a exposição em si precisava de alguns ajustes
Todas as informações certas estavam lá, mas a iluminação estava ruim e as placas de informações mal colocadas. As obras nunca venderiam assim, não importa quão talentoso o artista fosse.
— Você gostou? — ressoou uma voz profunda atrás de mim, não esperava uma voz daquela em um cenário tão peculiar.
Esperava que fosse Trey, porque não havia nenhuma maneira de que nada menos do que gostoso fosse conectado a uma voz como aquela. Eu me virei, esperando ver um perfeitamente elegante,1,80m, gostosão executivo. Não foi isso que encontrei e estava seriamente começando a questionar as capacidades do mecanismo de busca da eLove e os perfis dos homens.
Ele não era gostosão e nem era muito alto. Ele definitivamente não era elegante. Para ser justa, ele era mais alto do que os meus 1,75m, mas eu gosto dos meus homens imponentes. Eu acho que ele era bonito de uma maneira simpática. Magro com ombros largos, do jeito que eu gostava que os meus homens fossem. Mas o cabelo dele… o cabelo dele me fez querer penteá-lo: longo demais para domar, curto demais para ficar assentado.
É melhor que não seja o Trey.
— O artista obviamente tem muita habilidade. Eu gosto da série. Naves de Catedrais? Poucas pessoas pensariam em pintar um detalhe tão pequeno de um espaço tão grande.
— Eu sei, foi isso o que me atraiu. Passa uma sensação de… segurança, não é? — Ele olhou para as pinturas um pouco mais antes de virar os olhos castanhos calorosos para mim. — Eu sou John.
Apertei a mão dele, tentando ser educada enquanto tentava me acomodar. Suspeitava que ficar tão perto assim de um cara qualquer enquanto seu encontro ainda não tinha chegado não era a melhor primeira impressão.
— Sarah.
— Bem-vinda ao Coffeesão, Sarah. Primeira vez aqui?
— Hum, sim. — Parecia estranho compartilhar isso com alguém, especialmente alguém que eu não conhecia.
— Ótimo. Comprei o lugar há quatro meses, ainda estou conhecendo os clientes frequentes. Posso te trazer alguma coisa?
Ah! O dono. Menos estranho, então.
— Estou esperando alguém, mas claro. — Eu o segui até o balcão e olhei o menu. Foi estranhamente reconfortante ver que tinha tamanhos pequenos, médios e grandes. Eu não era fã de adivinhação de café. Depois de pedir um chá chai médio, voltei para a parede de arte.
O Lugar estava tranquilo, apenas um senhor mais velho sentado no canto lendo um jornal. Eu sabia que aquilo não poderia ser bom para os negócios, mas era perfeito para mim.
— Você realmente parece gostar da galeria.
— Exibição, ou mostra. Ou até mesmo exposição.
— Desculpa, mas… o que?
— Isso aqui é o que você chama de exibição, não uma galeria. Galeria já é outra coisa.
— Ah… — John sorriu de uma forma engraçada. Ele parecia mais confuso por eu corrigi-lo do que pela palavra.
— Desculpa, é que… trabalho em um museu. Isso é parte do que eu faço.
Eu não disse a ele o quão mal planejada sua exibição era.
— Deve ser um trabalho muito interessante. É a primeira vez que coloco algo nas paredes. Quero dizer, além das terríveis imagens que estavam aqui antes. Estou tentando atrair mais clientela.
— Eu prefiro assim. — A voz veio do outro lado do salão. — Agradável e silencioso.
— Esse é o Ernest — explicou John, depois baixou a voz. — Não se importe com ele. Seu passatempo é ser mal-humorado.
— Ah… — Quero dizer, o que mais você poderia realmente dizer diante disso?
— Vou deixá-la relaxar antes que seu amigo chegue aqui. Se você precisar de alguma coisa, me avise.
John me deu um sorriso e voltou para o balcão, puxando uma toalha de cima de uma mesa enquanto ele ia.
Eu me instalei em uma das poltronas macias perto da lareira, aproveitando o espaço. Eu estava checando meus e-mails, fazer isso no fim de semana era um grande risco quando você trabalha para um museu, quando um homem alto, que era ainda mais bonito do que a foto dele no casamento de sua irmã, passou pela porta.
— Sarah? Sinto muito, estou atrasado.
Olhei para o relógio sobre o balcão. Ele tinha atrasado dois minutos, se o relógio não estivesse adiantado.
Levantei-me e estendi a mão, insegura de qual seria a etiqueta para encontros do eLove.
— Oi, prazer em te conhecer. Você não está nada atrasado. — Eu sorri, tentando parecer tranquila, quando na verdade eu estava uma pilha de nervos.
— Mesmo…? — Ele olhou para o relógio e meio que franziu a testa. Em seu mundo dois minutos devem ser uma eternidade.
Bom saber.
— Posso te oferecer um refil?
Eu ergui o meu chá meio cheio e balancei a cabeça. — Não, obrigada. Acabei de pedir esse.
— Já volto. — Ele sorriu. Foi um sorriso reconfortante. Um que eu tinha certeza que ele usava no hospital o tempo todo. Isso me fez pensar o quão ele era acostumado a lidar com as pessoas. E se ele estava apenas lidando comigo.
Pare. Simplesmente pare.
Jane me avisou para não pular para as piores suposições logo de cara. Ela disse para deixar as coisas acontecerem e não ficar analisando tudo.
Ela também disse que queria atualizações imediatas por mensagens assim que ele saísse. Ele era tão bonito que eu queria enviar uma mensagem de pré-encontro para ela.
Trey pagou por sua bebida e deu a John um aceno curto para terminar a conversa. Ele vagou pelo café, olhando para todo aquele ambiente acolhedor.
— Lugar adorável. Você vem aqui com frequência? — Assim que as palavras deixaram sua boca, ele corou. E assim eu relaxei. — Quero dizer, aqui é um ponto de encontro comum?
— É realmente adorável, não é? E não, é minha primeira vez aqui. Eu pensei que escolher um lugar em que nenhum de nós sentisse que pudesse esbarrar com alguém conhecido seria confortável.
— Você pensou muito sobre isso?
— Para ser honesta, esta é a minha primeira vez encontrando alguém que conheci online. Minhas amigas tinham muito a dizer sobre isso. Muitas das chamadas regras.
— Como o que?
— Ah, você sabe. Seja pontual, mas isso é apenas boas maneiras. Café, não jantar. Em algum lugar não muito perto de casa. Não entre no carro de ninguém. — Dei de ombros. — A maioria delas era apenas senso comum.
— Alguma realmente estranha?
Eu quase odiei contar a ele, mas por que não descobrir logo de cara se ele tinha senso de humor?
— Michelle sugeriu chegar perto o suficiente para sentir seu cheiro. Se você cheirasse a animal de estimação, então sua casa cheiraria a animais e se nos casássemos eu ficaria presa em uma casa com cheiro de cachorro pelo resto da minha vida, e provavelmente até ganharia no divórcio. Ela é bem otimista. Eu disse a ela que antes veria se sobreviveríamos ao café.
Ele riu… um som gutural e profundo. Obviamente, cheiros estranhos e casamento nos primeiros cinco minutos não o assustou.
— Eu não tenho animais de estimação. Adoraria ter um cachorro, mas os meus plantões são um pouco loucos. Não acho que seria justo para ele ficar preso em casa o dia todo. E quanto a você?
— Bem, tem o Winston. Mas ele é apenas um peixe-beta, então ele fica preso em casa o dia todo de qualquer maneira.
Olhe para mim, sendo todo charmosa e tal.
— Então, Trey, conte-me sobre o seu trabalho. — Eu repassei mentalmente todas as dicas dos livros de encontros. Pergunte sobre ele, sorria, incline-se, pareça interessada, mesmo que não esteja.
Embora, sejamos honestos. Se um médico bonito e bem-sucedido começa a contar como ele gosta de ser clínico geral e de passar suas férias escalando pela Europa, é muito fácil parecer interessada.
Toda vez que eu tentava acompanhar, ele entrava com algo como Sarah, onde foi sua viagem favorita ou Eu sei que você trabalha em um museu, isso significa que você não gosta visitar eles nas horas vagas?
— Por que exatamente você está em um site de relacionamentos? — Eu queria perguntar isso desde que ele “assobiou” para mim, um movimento de pré e-mail típico do site. Ninguém poderia ser tão bom assim, não é?
— Trabalho com médicos e enfermeiros o dia todo. Eu sei o tipo de horário e as pressões que temos. — Ele encolheu os ombros como se não tivesse outra escolha. — Eu sei que eu nunca seria capaz de fazer dar certo com alguém como eu. Eu queria conhecer alguém fora daquele mundo. Alguém um pouco… tranquila. Eu sei. Isso soa horrível. Não sou um monstro nem nada. Só sou muito focado. Meu melhor amigo me disse que preciso conhecer alguém que saiba como me ajudar a não pensar em trabalho o tempo todo.
Eu podia entender aquilo, todos nós precisamos de equilíbrio. Meu último namorado não entendia que ser curador significava que eu tinha que estar muitas vezes no museu para eventos especiais… mesmo à noite, ou nos fins de semana.
— Mas, e quanto a você? Por que um site de relacionamentos?
Porque eu estava desesperada por um encontro de véspera de Ano Novo simplesmente não parecia ter o mesmo tom que a razão dele.
— Bem, a maioria dos meus amigos próximos são casados, então minha vida social muitas vezes gira em torno de lugares que você não encontra outros solteiros. Não que eu esteja querendo acabar no altar amanhã, mas eu percebi que todos os lugares que eu costumava conhecer homens interessantes eram lugares que você não pode ir sozinha. E você também não pode levar uma mulher grávida com um carrinho de bebê.
— Como em Doce Lar.
Ele não acabou de fazer referência ao meu filme favorito.
— Você tem um bebê — continuou ele — em um bar.
— Exatamente. Embora eu esteja um pouco surpresa com sua habilidade de citar filmes de garotas.
— Minha última namorada adorava filmes. Tudo o que fazíamos era ficar em casa e assistir comédias românticas.
— Ah… — Sim, não era a vida que eu imaginava para mim.
— Exatamente. Você pode ver por que não deu certo. Até tentar convencê-la a experimentar um restaurante novo era como arrancar dentes.
Conversamos por quase três horas, ou dois refis de chai, antes que eu notasse a hora.
Eu esperava que ele ficasse uma hora no máximo. Não havia como eu imaginar que meu primeiro encontro seria logo com ele, com o cara com quem eu não só queria passar a véspera de Ano Novo, mas talvez um bom tempo depois disso. Ele era exatamente o que eu sempre procurei. Nós combinávamos totalmente.
Infelizmente, eu planejei encontrar outra pessoa naquela tarde. Ambos disseram que era o único dia livre nas próximas semanas, então eu disse sim para ambos.
Eu estava tentando descobrir uma boa maneira de terminar o encontro, quando eu ouvi: — Trey. E aí?
Olhei para cima e entrei em pânico.
A mesa era muito pequena. Eu nunca seria capaz de me esconder debaixo dela. O banheiro? Longe demais.