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Astronave Theos - Análise De Dados
ОглавлениеPetri ainda estava imerso na análise da sonda quando Azakis, retornando para a ponte, disse ao seu amigo: "Mais tarde vão nos dizer alguma coisa."
"Isso significaria temos que descobrir sozinhos", disse Petri amargamente.
"Mais ou menos como sempre, não?" Azakis respondeu, dando um tapinha nas costas do companheiro de viagem. "O que você pode me dizer desse monte de sucata?"
"Além do fato por pouco que não arranhou toda a pintura externa do nossa nave, posso confirmar que, com quase toda a certeza, que nenhuma mensagem foi enviada pelo nosso amigo com três pás. A sonda parecem ter sido projetada com o objetivo de analisar e estudar os corpos celestes. Um tipo de um viajante solitário no espaço, que regista os dados e os transmite periodicamente" e mostrou o detalhe de uma no holograma flutuante na sala.
"Provavelmente nós passamos perto muito rapidamente para que possa ter registrado a nossa presença", se aventurou a supor Azakis.
"Não sei, meu velho. Seus instrumentos a bordo são programados para analisar objetos distantes centenas de milhares de quilômetros e nós passamos tão perto que, se não estivéssemos em um vácuo, o movimento do ar estaria fazendo-o girar como um pião até agora."
"E agora que nos afastamos, você acha que poderia detectar a nossa presença?"
"Acho que não. Somos pequenos e rápidos demais para entrar em seus 'interesses'."
"Bem" exclamou Azakis. "Essa me parece uma boa notÃcia, finalmente."
"Eu tentei fazer uma análise do método de transmissão de dados utilizado pela sonda", continuou Petri. "Parece que ainda não está equipado com tecnologia a 'vórtices de luz' como o nosso, mas ainda utilizando um sistema antigo de modulação em frequência."
"Não era o que usaram os nossos antecessores antes da Grande Revolução14 ?" perguntou Azakis.
"Exato. Não era muito eficiente, mas nos permitiu trocar informações em todo o planeta por um longo perÃodo de tempo e definitivamente nos ajudou a chegar onde estamos agora."
Azakis sentou na cadeira de comando, mordendo por um momento o dedo indicador, e depois, disse: "Se este é o sistema de comunicação atualmente em uso na Terra, talvez podemos ser capazes de captar um pouco do que eles transmitem."
"Sim, talvez um bom filme pornô", disse Petri, mostrando levemente a lÃngua do lado esquerdo da boca.
"Para com essas bobagens. Em vez disso, por que não tenta ajustar o nosso sistema de comunicação secundário com essa tecnologia? Gostaria de chegar lá o mais bem preparado possÃvel."
"Entendi. Serão muitas horas de trabalho nesse compartimento minúsculo."
"O que você acha de comer algo antes?" começou Azakis, antecipando o pedido de seu amigo, que imaginou viria a qualquer momento.
"Esta é a primeira coisa sensata que eu ouvi você dizer hoje", respondeu Petri. "Toda essa turbulência me deu um apetite!"
"Ok, vamos fazer uma pausa, mas eu decido o que pegar. O fÃgado de Nebir que você escolheu ontem, ficou no meu estômago tanto tempo que parecia ter feito raizes."
Dez minutos mais tarde, quando os dois companheiros de viagem ainda estavam ocupados com a refeição, na Terra, no controle de missões da NASA, um jovem engenheiro observou uma estranha variação na rota de sonda que monitorava.
"Chefe", disse ele ao microfone que tinha a um centÃmetro de sua boca e ligado ao seu fone de ouvido. "Acho que temos um problema."
"Que tipo de problema?" apressou-se a responder o engenheiro responsável pela missão.
"Parece que Juno por alguma razão ainda desconhecida, sofreu uma ligeira variação na rota estabelecida."
"Variação? De quanto? Mas, devido a quê?" Já estava suando frio. O custo dessa missão era exorbitante e nada podia dar errado.
"Estou analisando os dados nesse momento. A telemetria indica uma mudança de 0,01 grau sem uma razão aparente. Tudo parece funcionar corretamente."
"Poderia ter sido atingido por um pedaço de rocha", arriscou o engenheiro sênior. "No fundo, o cinturão de asteróides, não é tão longe."
"Juno é praticamente na órbita de Júpiter, e lá não deveria haver nenhum", afirmou com grande tato o jovem.
"Então, o que aconteceu? Tem que haver uma falha de algum tipo." Pensou por um segundo, então, ordenou: "Eu quero um duplo controlo sobre toda a instrumentação de bordo. Os resultados dentro de cinco minutos no meu computador" e desligou.
O jovem engenheiro foi subitamente consciente da responsabilidade que tinha recebido. Observou as próprias mãos: tremiam ligeiramente. Decidiu ignorá-las. Pediu ajuda a um colega para executar um Check-up diferencial da sonda e cruzou os dedos. Os computadores começaram a realizar sequencialmente todos os controles programados, e alguns minutos mais tarde, em sua tela, apareceram os resultados:
Check-up completo. Todos os instrumentos estão em funcionamento.
"Parece tudo em ordem", disse o colega.
"Então o que aconteceu? Se não descobrirmos dentro dos próximos dois minutos, o chefe vai nos massacrar ", começou fervorosamente a digitar no teclado que estava na frente dele.
Nada de nada. Funciona tudo perfeitamente.
Tinha que inventar alguma coisa e rapidamente. Começou a tamborilar os dedos sobre a mesa. Continuou por cerca de dez segundos, em seguida, decidiu apelar para a primeira regra não escrita no manual de conduta no local de trabalho: nunca contradizer o chefe.
Ele abriu o microfone e disse rapidamente: "Chefe, você estava certo. Foi apenas um pequeno asteróide troiano que desviou a sonda. Felizmente, ele não bateu diretamente, mas é só passou perto. Evidentemente, a massa do asteróide criou uma pequena força gravitacional no nosso Juno, assim, causando a ligeira modificação do curso. Estou mandando os dados" e prendeu a respiração.
Depois de intermináveis segundos, no auricular veio a voz orgulhosa do chefe "Eu tinha certeza. Rapaz, o instinto do velho lobo nunca erra." E acrescentou: "Preparem para ativar os motores da sonda e corrigir a rota. Não se admitem erros." e fechou a chamada. Um segundo depois reabriu dizendo: "Bom trabalho, rapazes."
O jovem engenheiro percebeu que o sangue recomeçava a fluir em seu corpo. Seu coração batia tão forte que podia senti-lo batendo em meus ouvidos. No fundo, poderia ser exatamente o que aconteceu. Ele virou seu olhar para o colega e, erguendo o polegar, fez o sinal de ok. O outro respondeu com uma piscadela. Tinha andado tudo bem, pelo menos até agora.