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CAPÍTULO DOIS

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Uma onda de calor tinha atingido Sparkle City, fazendo Scarlett querer hibernar em seu apartamento e relaxar sob o doce alívio que os deuses do ar condicionado traziam, até que isso passasse. Infelizmente, não podia. Ela tinha uma vida, e não podia ignorá-la porque queria se esconder do mundo. A verdade era que ela temia que, se saísse, poderia inadvertidamente cruzar o caminho com JD novamente.

As notícias de seu contrato com o Suns era tudo o que quem amava beisebol falava, e se ela tinha entendido o que o apresentador havia dito na noite anterior ‒ ele estaria em Sparkle City pelos próximos anos. Havia algumas maneiras seguras de continuar a evitá-lo, por exemplo, mudar ou ficar em turnê até cair morta.

Nenhuma dessas opções a atraia. Ela não deveria ter que mudar nada em sua vida. Scarlett não tinha sido a pessoa errada na situação. JD havia deixado a cidade com sua melhor amiga, então deveria ser ele a evitá-la. Não importava quantas vezes dissesse esse fato, ainda sentia o peito apertar e desenvolvia a incapacidade de respirar toda vez que pensava em JD morando em Sparkle City mais uma vez. Ela tinha que controlar sua reação a ele. Ela esperava que, com o tempo, pudesse agir de forma indiferente. Até então, fingiria que ele não existia da melhor maneira possível. Ela provavelmente falharia miseravelmente.

Scarlett respirou fundo e sentou-se para calçar os sapatos, tinha um almoço com as irmãs e não podia faltar. Era raro que as três tivessem tempo de se encontrar, e ela não deixaria que sua ansiedade por JD a impedisse de ter uma boa tarde com suas irmãs. Ela queria sentir algo além de ansiedade. Talvez até encontrar aquela parte de si mesma em que se agarrou na última década. A parte que a ajudou a seguir em frente após a traição de JD.

Scarlett passou as mãos sobre a túnica vermelha escura e olhou para o quarto. Ela usaria botas. Aquelas com salto de sete centímetros que ela geralmente usava apenas no palco. Eles eram de camurça preta e subiam até seus joelhos e combinavam bem com jeans, mas ficavam ainda melhor com uma saia curta. Ela mordiscou os lábios. Ela se atreveria a usá-la?

Scarlett entrou no quarto e vestiu uma minissaia preta. Ela manteve a túnica vermelha, que passava pela bunda e parava no meio do caminho até a bainha da saia. Ela deslizou as botas e as fechou, depois foi ao espelho até o chão para se admirar. Uma roupa como essa era uma armadura corporal. Isso a ajudava a canalizar sua presença no palco. A pessoa que ela era quando os fãs estavam gritando seu nome enquanto cantava um de seus maiores sucessos. Ela estava pronta.

Ela pegou sua bolsa de uma mesa próxima e as chaves no gancho acima da mesa, em seguida, saiu pela porta. Demorou alguns minutos para alcançar o carro na garagem. Scarlett se sentou no banco do motorista e se preparou para sair. Mudar de roupa fora a coisa certa a fazer. Isso lhe deu a coragem que lhe faltava desde que encontrara JD. Ela dirigiu seu Corvette para um café próximo e estacionou. Scarlett saiu do carro e caminhou em direção às mesas ao ar livre. As duas irmãs já estavam sentadas e examinando o cardápio. Ela foi até a cadeira vazia e sentou-se nela.

– Pensei que você talvez não aparecesse – Ashlyn murmurou por trás do menu.

– Você quer dizer que não sabia? – Scarlett disse sarcasticamente.

Às vezes, o dom de Ashlyn era irritante como o inferno. Uma pequena parte dela realmente não perdoou sua irmã por ter a visão que destruiu a vida de Scarlett. Ela sabia que, no fundo, Ashlyn não tinha culpa, mas os sentimentos nem sempre eram racionais.

– Era cinquenta e cinquenta – disse ela como se a pergunta de Scarlett tivesse sido real. – Minhas visões não são infalíveis.

Faith estendeu a mão sobre a mesa e colocou a mão no braço de Scarlett e balançou a cabeça silenciosamente. Scarlett suspirou e fez o que Faith queria. Não adiantaria atacar Ashlyn verbalmente. A maior parte disso passaria reto pela sua cabeça.

– Então, algo novo? – Scarlett disse o mais levemente que pôde.

– Além de sua amor perdido retornando a Sparkle City – disse Ashlyn em um tom de improviso. – Não. Apenas trabalho para mim. Embora eu tenha tido um caso interessante com a polícia na semana passada.

Scarlett mal conseguiu não revirar os olhos. Ashlyn havia terminado o doutorado há um ano. Ela tinha dupla formação, se formou em história e psicologia e começou a trabalhar na universidade local, ensinando ambos os assuntos. Com seus dons e educação, ela também se tornou um bem valioso para a aplicação da lei. Faith tinha comprado um bar e o transformado em uma boate de sucesso. Ela, muitas vezes, convidada cantores em ascensão como entretenimento ao vivo.

Suas irmãs eram muito diferentes, e havia momentos em que Scarlett não se identificava com nenhuma delas. Em vez de incentivar Ashlyn a discutir sua gloriosa carreira como consultora do Departamento de Polícia de Sparkle City – DPSC, ela voltou sua atenção para Faith.

– Como está o clube? Você teve alguma apresentação interessante ultimamente?

– Eu tenho um hoje à noite. Você deveria ouvi-lo cantar. – Faith colocou o cardápio em cima da mesa. – Ele tem uma voz maravilhosa.

Ela não entrava no clube de Faith com muita frequência. Era um caos quando ela aparecia, especialmente sem aviso prévio. Havia muitas pessoas esperando que Scarlett aparecesse. Era bom para os negócios de Faith, mas às vezes a irritava. Ela queria que sua irmã tivesse sucesso, então fazia sua parte e passava uma noite ocasional lá.

– Interessante. É alguém que eu possa conhecer?

– Talvez – respondeu Faith. – Você conhece Thatcher Wyatt?

– Você quer dizer o vocalista do Harrowed Souls? Uma das maiores bandas de rock do sul que já existiu? Quem não conhece ele? – Scarlett era fã de Harrowed Souls desde que percebeu que a música existia. Ouvi-los a inspirou a seguir a música como carreira. Claro, era útil que seu dom a ajudou a criar algumas melodias incríveis para acompanhar as letras que ela escrevia. – Por favor, me diga que ele vai cantar no seu clube.

– Não – Faith disse com um rápido movimento de cabeça. – Desculpe por aumentar suas esperanças. Na verdade, é o filho dele, Remington Wyatt.

– A voz dele é tão espetacular quanto a do pai?

Ashlyn abaixou o cardápio e olhou para Scarlett e Faith. – Parem com essa conversa ridícula neste minuto. Temos coisas mais importantes a discutir.

Scarlett discordou. Para ela, não havia nada mais importante do que descobrir todos os detalhes sobre Remington Wyatt.

– Agora não, Ash. Qualquer visão que penetre em seu cérebro pode esperar até outra hora. – Ela se virou para Faith e disse. – Diga-me tudo sobre ele. Só me lembro que ele é dois anos mais velho do que eu. Não é um pouco tarde para começar uma carreira musical? – Ela completara 28 anos algumas semanas atrás, o que faria Remington ter por volta dos trinta.

– Ele é legal, lindo e muito talentoso. Não faço ideia porque ele não começou mais cedo, talvez estivesse com medo de se perder na sombra do pai.

– Seria difícil viver com isso.

Ela odiaria ser sempre comparada a um de seus pais. Não que ela conhecesse o pai, sua mãe nunca havia lhe dito seu nome. Casou-se com Bartolomeu Penn logo após Scarlett nascer, e ele foi o único pai que Scarlett já conhecera. Sua mãe disse que era melhor se ela não soubesse nada sobre o homem que era seu pai biológico. Isso não impediu Scarlett de se perguntar quem ele era ou se seria capaz de convencer sua mãe a dizer a verdade. Ainda assim, ela se sentia um pouco mal por Remington Wyatt. Seu pai era super talentoso.

– Talvez eu vá ao seu clube hoje à noite. – Sua curiosidade estava tirando o melhor dela.

O telefone de Scarlett vibrou no bolso. Ela franziu a testa e puxou para fora e depois suspirou quando leu a mensagem de texto.

– O que é? – Faith perguntou. – Más notícias?

Ela balançou a cabeça.

– Não – ela respondeu e colocou o telefone em cima da mesa. – Apenas meu agente. Ele está tentando me convencer a participar de uma festa que está dando para um de seus novos clientes. Ele está convidando todas as pessoas que ele representa.

– Existe uma razão para você não querer ir? – Faith perguntou enquanto inclinava a cabeça para o lado. – Você não socializa o suficiente, eu acho que seria bom você ir.

– Primeiro, você tenta me fazer visitar o seu clube, e agora você está me empurrando para um evento que eu prefiro não participar ? – Scarlett levantou uma sobrancelha. – Por que você está tão interessada na minha vida social?

Ashlyn bateu a mão na mesa com impaciência.

– Eu acho que a resposta é óbvia. Ela está preocupada que você tenha uma recaída agora que JD está por perto.

Scarlett não voltaria a ser a pessoa que costumava ser. Ela lutou muito para se tornar quem ela era agora. JD não teria tanto efeito em sua vida. Ela se recusava a permitir-lhe tanto controle sobre suas decisões.

– E notei que você não respondeu à minha pergunta – disse Faith. – O que há nesta festa que você quer evitar?

Ela encolheu os ombros.

– Não há nada me impedindo. – Além da necessidade de evitar situações sociais em geral. – Eu nem sei o nome do novo cliente. Calvin falhou em fornecer todos os detalhes. No que diz respeito a ele, tudo o que precisamos saber é quando e onde. Ele apenas quer se destacar, ele faz isso para todos os seus clientes.

– Então não há razão para você ignorá-lo, não é? – Faith ergueu uma sobrancelha. – Se você quiser, eu posso ir com você. Isso facilitará para você?

Ela mordeu o lábio. Ela deveria levar a irmã? Como isso pareceria para todos? Scarlett odiava tomar decisões assim, e as duas irmãs sabiam disso. – Tudo bem. Eu irei, mas não preciso que você me acompanhe.

– Se você mudar de ideia, me ligue. – Faith sorriu e então encontrou o olhar de Ashlyn.

Havia algo que não estavam dizendo a ela. Será que Ashlyn teve outra visão, e decidiu não contar, ou melhor, compartilhá-la apenas com Faith? Ela deveria insistir, mas não queria lidar com nada disso agora.

– Vou manter isso em mente – disse Scarlett a Faith. – Mas duvido que precise de uma companhia.

– Então não tem problemas se você mandar uma mensagem de volta ao seu agente, confirmando que vai comparecer. – Ashlyn assentiu com o telefone. – Vá em frente. Nós esperaremos.

Deus. Às vezes, as irmãs eram um incômodo. Scarlett pegou o telefone e digitou uma mensagem rápida para Calvin. – Pronto, você está feliz?

– Sim – respondeu Faith. —, nós estamos.

Scarlett se levantou e sorriu para as duas.

– Agora eu realmente preciso ir. Foi adorável passar um tempo com vocês.

Quando ela saiu da mesa, aquele sorriso desapareceu. Talvez ir ao clube de Faith mais tarde e ouvir Remington Wyatt ajudasse a aliviar parte de sua ansiedade.


JD entrou no clube, Meu Álibi, e procurou uma mesa vazia, mas não havia nenhuma. Havia uma grande pista de dança na frente de um palco no outro extremo do clube. À esquerda havia várias mesas altas que as pessoas poderiam ficar em volta e apoiar suas bebidas. À direita, havia um punhado de mesas com cadeiras ao redor. A maioria estava ocupada. Uma área VIP estava à esquerda do palco. Ele poderia entrar lá se desse o nome ao segurança. JD não tinha certeza de que ele queria o incomodo, então suspirou e foi até o bar para pegar uma cerveja.

Ele bateu na superfície de madeira, tentando chamar a atenção do bartender, mas ela o ignorou ou não estava realmente o vendo. Ele não sabia dizer qual dos dois. Sua paciência estava se esgotando, e ele não entendia por que seu melhor amigo, Harrison, o tinha convencido a se juntar a ele no clube. Era um lugar agitado. Havia tantas pessoas lá que era difícil atravessar a multidão.

Não era onde ele escolheria para sair.

JD ficava mais confortável em um ambiente íntimo e com muito menos pessoas. Ele odiava lidar com enxames de pessoas. Para piorar a situação, não conseguiu nem localizar Harrison. Ele reclamaria com o amigo quando o encontrasse. Ele bateu na bar mais uma vez e a barwoman virou-se para encará-lo. JD respirou fundo. Porra. Era a irmã mais nova de Scarlett, Faith. Ele iria matar Harrison. Seu amigo tinha que saber que Faith trabalhava neste bar em particular.

JD esperava evitar qualquer membro da família de Scarlett. Pelo menos até que tivesse a chance de realmente falar com ela. Um dia ela teria paciência para ouvi-lo, mas levaria muito mais tempo se sua família a advertisse.

Faith foi até ele e levantou uma sobrancelha.

– Corajoso, entrar no meu clube, JD. O que você está fazendo aqui?

clube dela? Tipo, ela era dona do lugar? Porra.

– Não foi minha ideia – disse ele. – Harrison me arrastou para cá. Eu não tinha ideia de que você era a proprietária.

Ela encolheu os ombros. – O que eu posso conseguir para você?

– Sua melhor cerveja – disse ele. – Eu não ligo para que tipo.

Ela se afastou e se inclinou para abrir uma pequena geladeira. Faith pegou uma garrafa marrom escura e abriu a tampa, depois a levou até ele. – São dez dólares.

Ele assobiou. – Essa é uma garrafa cara de cerveja.

– É o custo JD adicional – ela respondeu suavemente. – Você quer se divertir no meu lugar, você tem que pagar pelo privilégio.

Ele riu levemente e puxou vinte da carteira. JD poderia lidar com o pagamento da quantia que ela queria, desde que abrisse o caminho para permanecer no clube. Harrison pode ter tido uma boa ideia. Se Faith possuía o bar, isso significava que havia uma boa chance de Scarlett aparecer. Ele suspeitava que era isso que mantinha o lugar estourando.

– Fique com o troco – disse ele, irritado. JD pegou sua garrafa e a saudou. – Obrigado.

Agora, vamos encontrar esse meu amigo e perguntar a ele por que ele queria estar no Meu Álibi. Não poderia ser para que JD pudesse ter a oportunidade de passar algum tempo de qualidade com Scarlett. Especialmente porque ele duvidava que houvesse muita qualidade aqui.

Ele foi em direção ao palco do outro lado do bar. Havia um cara no palco que cantava com uma voz rouca. Seu cabelo era escuro, provavelmente castanho, mas ele não podia diferenciar a partir do bar. O palco estava cercado por várias mulheres babando sobre o idiota. Ele era bom, mas, na sua opinião, tinha ouvido melhor.

Diamantes Não Choram

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