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CAPÍTULO CINCO

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A luz do sol se infiltrou pela janela banhando o quarto em ondas. Aletha queria que a luz brilhante pudesse apagar a melancolia que a preenchia. A família sugava qualquer alegria que sentia. Ela os amava, mas, às vezes, queria muito odiar os pais e o irmão. Eles a deixaram arrasada desde o momento em que chegou em Londres. Se ao menos voltar para Nova Iorque fizesse as coisas melhores… suspirou. Nada faria com que melhorassem a forma que a tratavam. Para eles, ela era nada mais que uma égua reprodutora que poderiam leiloar pelo maior valor. Assim que ela encontrasse um marido rico, com boas conexões e com um título, de preferência, eles ficariam felizes com ela. Até lá, ela era um fardo que nenhum deles queria carregar. A mãe era a pior de todos… ela continuava empurrando cavalheiros solteiros em sua direção e quase exigindo que ela escolhesse um deles ou ela faria isso em seu lugar.

Era demais querer poder ter voz ativa no que dizia respeito à própria vida?

Aletha não queria um marido. Ao menos não o primeiro homem que se enfiasse em seu caminho… É claro, a mãe iria frisar que já tinha apresentado vários para ela, mas aquele não era o ponto. Não queria se casar só para se atar a um homem pelo resto dos seus dias. Se, e somente se, escolhesse se casar, seria por algum motivo além dos ditames da sociedade. Aletha queria amor, respeito e igualdade no casamento em potencial. Não daria um passo atrás do marido e deixaria que ele controlasse a sua vida. As decisões seriam dela e estava resolvida a fazer algo útil da vida.

– Em que está pensando? – o irmão, Christian, perguntou enquanto entrava na sala. – Você não deveria estar fazendo compras ou algo assim? Vá tentar se esbarrar com alguém da sociedade educada. Talvez você tenha a sorte de chamar a atenção de um conde ou algum outro cavalheiro com título.

Ela olhou feio para ele. É claro que ele sugeriria um disparate desses. O irmão tinha a mesma mentalidade atrasada do avô. Mas não podia culpá-lo. Christian tinha aprendido seus ideais nos joelhos de Phillip Carter. O outro avô não participou muito da vida deles. Não interagiam muito com o lado Dewitt da família. Não que Aletha se importasse com esse pormenor. Eles deviam ser tão mente fechadas quanto o resto.

– Você não deveria estar em outro lugar? – Ela ergueu uma sobrancelha zombadora. – Eu não sei… procurando uma dama que se dê ao trabalho de ouvir as idiotices que você pensa?

Christian ignorou as farpas afiadas e foi até o lado mais afastado da sala de estar, onde ficava o bar. O duque e a duquesa de Weston mantinham tudo bem abastecido. Houve uma época em que a família a obrigara a tentar chamar a atenção de Julian Kendall, o atual duque de Weston. É claro, naquela época ele era um segundo filho, mas a conexão seria boa o bastante para eles. Não fazia ideia do porquê. Eles sempre mantiveram certa distância da família. Bem, desde que ela se lembra, pelo menos… Ainda não entendia bem o porquê. E aquilo não significava muita coisa para ela, de qualquer forma. Aletha não tinha querido se casar com Julian e acabou que tudo deu certo. Ele adorava Brianne e eles estavam tão apaixonados que era quase nojento de observar.

– Marquei de ir com o Julian ao clube mais tarde – contou-lhe Christian, enquanto se servia de brandy. – Embora eu duvide muito de que haverá qualquer dama no local. Ao menos não as do tipo decente…

Ela ficou meio atravessada com a observação dele. Os homens podiam ser tão repugnantes.

– Duvido de que Julian vá querer quaisquer damas, decentes ou não, em companhia dele. – Ele estava apaixonado demais pela esposa e Aletha se recusa a acreditar em qualquer outra coisa.

– Você não está errada – concordou ele. – Mas isso é um… meio que um tipo de celebração.

– O que, pelo amor de Deus, vocês estão celebrando? – A única coisa pela qual estavam ansiando enquanto estavam ali eram as bodas. Não havia muito entretenimento em Londres naquela época do ano.

Como Beijar Uma Debutante

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