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CAPÍTULO UM

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Cameron Spencer, o Duque de Partridgdon, olhou para o fogo queimando na lareira. Ele estava de volta a Londres há uma semana, e o frio já havia começado a se infiltrar em seus ossos. Ele tinha estado longe da Inglaterra, exceto por algumas visitas rápidas, desde que ele fez oito e dez anos, três anos depois que seu pai o forçou a concordar em se comprometer com Lady Pearyn Treedale.

Ele odiou cada segundo desse compromisso… o noivado controlou sua vida desde o momento em que foi assinado. Viajar tinha sido sua última chance de experimentar a liberdade, e até mesmo isso fazia ele sentir como se tivesse um laço em volta do pescoço. Se ao menos seu pai não precisasse do dinheiro que veio com aquele contrato. Como parte do acordo de noivado, parte do dote de sua noiva foi dada ao ducado com antecedência. Era a única maneira de salvar suas propriedades, e o pai dele vendeu o próprio filho pelo lance mais alto. Seu pai havia usado o dinheiro para construir sua propriedade e, quando morreu, deixou um ducado próspero e cofres cheios. Os fundos de sua noiva não eram mais necessários, mas o destino de Cameron já havia sido traçado. Ele pode ter concordado em se casar com ela, mas isso não significa que tinha que correr para o altar e torná-la oficialmente sua esposa.

Lady Pearyn tinha oito anos quando os contratos foram assinados. Ele era sete anos mais velho que ela. Então, quando ele fez dez e oito anos, ela tinha apenas onze. Na época, fez sentido para ele e para seu pai, quando ele defendeu que queria deixar Oxford e fazer uma turnê mundial. Quando sua noiva atingiu a maioridade, esperava-se que ele voltasse, mas Cameron não retornou. Seu pai morreu antes disso e ele não via nenhuma razão para honrar essa promessa, pelo menos não ainda.

Cameron voltou para o funeral de seu pai quando fez vinte e um anos, e então foi embora rapidamente, deixando suas propriedades nas mãos de seus administradores. Eles estavam prosperando e enviaram-lhe relatórios trimestrais para que ele pudesse manter o controle de sua propriedade, à distância. Isso era tudo que ele precisava. Ocasionalmente, ele tinha que voltar para um ou outro assunto de negócios, mas ele só ficava o tempo suficiente para lidar com os compromissos e partia logo em seguida.

Tudo isso funcionava para ele…

Mas ele nunca parou para pensar em como isso poderia afetar Lady Pearyn. Ele estava agora com dois anos depois de seu trigésimo ano, e talvez… talvez fosse a hora de honrar esse contrato. Se ela ainda o aceitasse. Eles mal sabiam algo um sobre o outro. Ela era uma criança da última vez que ele passou algum tempo com ela. Porém, ela não havia quebrado o noivado… talvez ela tivesse gostado da ideia de ser duquesa um dia.

Cameron passou os dedos pelos cabelos e suspirou. Ele não conseguia discernir que direção deveria tomar. Nada mais fazia sentido para ele. Ele estava em casa, permanentemente desta vez, e precisava tomar uma decisão.

— Perdoe-me, Vossa Graça, — disse Alfred, seu mordomo. Alfred estava com sua família desde que Cameron era um menino e envelhecera muito nos anos em que ele se ausentara. Ainda assim, ele conseguia se mover mais silenciosamente do que qualquer pessoa que Cameron já conheceu.

— O que foi? — ele perguntou.

— O senhor tem um convidado — Alfred o informou.

Ninguém deveria saber que ele estava de volta a Londres. Quem poderia ter decidido fazer uma aparição abrupta? — Mande-o embora, — ele ordenou. A última coisa com que ele queria lidar era uma companhia indesejada. — Não estou em casa para ninguém. — Seu humor escurecia a cada momento que passava. Ele não estava em condições de ficar perto de ninguém.

— A meu ver, parece que você está em casa. — disse Collin Evans, o Conde de Frossly, enquanto entrava no escritório de Cameron. — E diga o que quiser, eu não vou a lugar nenhum. Já se passaram meses desde a última vez que você esteve aqui. Você nem voltou para casa para o meu casamento.

Cameron franziu a testa. — Sinto muito por isso. — Collin era seu amigo mais antigo e querido, mas ele não pôde comparecer ao casamento. — Eu avisei que não compareceria na última carta que te enviei. Você sabe o motivo pelo qual não foi possível. — Ele cruzou a sala e tirou a tampa da garrafa de conhaque, em seguida, despejou dois dedos em uma taça. Cameron ergueu a taça e perguntou: — Você quer um pouco?

— Suponho que você decidiu me permitir ficar afinal, — Collin respondeu. — Então, sim, vou tomar uma bebida com você. — Seu cabelo ruivo dourado estava um pouco despenteado. Isso não era do feitio do conde. Collin pegou a taça que Cameron ofereceu e tomou um grande gole. — Estou feliz que você esteja em casa. — Ele inclinou o copo em sua direção. — Você vai ficar desta vez?

Cameron passou os dedos pelas bordas da taça. Ele não queria a bebida, mas parecia que era algo que deveria fazer com Collin, enquanto se sentavam em seu escritório. Ele não encontrou o olhar do amigo quando disse: — Estou considerando isso.

— Verdade? — Havia uma pitada de surpresa na voz de Collin. — Você não está dizendo isso para aumentar minhas esperanças agora, apenas para destruí-las mais tarde, não é?

— Você tem estado muito bem sem mim todos esses anos. — Ele ergueu a cabeça e deu a Collin um sorriso de lado. Cameron fez de tudo para que ele ficasse sozinho todo esse tempo, sem distrações. Sem que houvesse obrigações familiares ou queridas noivas pairando sobre sua cabeça. Exceto que essas preocupações sempre estiveram lá, não importa o quê fizesse. Ele não conseguia esquecer o que era esperado dele. Mas ele bem que tentou. — Você até conseguiu encontrar alguém para amar. Estou feliz que você esteja feliz.

— Eu estou, — Collin disse. — Feliz, quero dizer. Mas você não está há muito tempo. É raro te ver sorrir. Eu não acho que você sente alegria verdadeira desde que frequentávamos a Escola Eton.

— Isso foi antes de descobrir que minha família estava à beira de perder tudo… — ele fechou os olhos e suspirou. — Não encontro nada que me faça realmente feliz em anos. Não tenho certeza se sei como ser feliz.

Seus pais não foram o melhor exemplo. O casamento deles havia sido por contrato e não havia motivo para que eles não intermediassem o do filho. Ele estava fugindo de seus problemas por muito tempo. E evitar voltar para casa parecia a melhor saída para todos. Talvez ele estivesse errado.

Collin terminou seu conhaque e pousou a taça. A preocupação emanava de seus olhos azuis. — Quando éramos mais jovens, em Eton, muitos de nossos colegas o chamavam de menino de ouro. — Ele gesticulou em direção a Cameron. — E não por causa da cor do seu cabelo, se bem que se fosse por este motivo faria mais sentido, suponho. Mas não, era porque um dia você seria duque, e eles acreditavam que você tinha tudo.

Cameron bufou. — Só mostra o quão pouco eles sabiam. — Ele não teve uma vida de ouro. Seu pai era distante, na melhor das hipóteses, e sua mãe raramente ficava em casa o tempo suficiente para até mesmo acenar em sua direção. O título significava mais para ela do que a única criança que ela conseguiu dar à luz. Pelas regras da sociedade, ela devia ter gerado um filho sobressalente ao pai, mas como ela mesma disse, em mais de uma ocasião, ele teve sorte por ela lhe dar ao menos um herdeiro. Não havia amor entre eles. Essa era uma das razões pelas quais Cameron evitou Lady Pearyn por tantos anos. Ele não queria ter um casamento como o que seus pais tiveram. Ele queria mais, muito, muito mais do que isso.

— Eu sei disso, — ele disse em um tom solene. — Porque eu sempre estive a par de seus segredos mais profundos e sombrios. — Collin se inclinou para frente. — Mas tem um detalhe que eu quero que você considere. Você não é tão sombrio quanto acredita ser. Você é bom em ficar carrancudo e pode ceder a acessos de raiva como ninguém, mas ao lidar com coisas que realmente importam, seu coração sempre está no lugar certo.

— Nada disso importa. — Ele não podia fazer nada com o que o destino tinha traçado para ele. Ou ele aceitava ou continuava fugindo. — E não há nada que eu possa fazer.

— É aí que você se engana, meu caro. Conheci sua noiva e ela não é quem você pensa que é. Creio que, se você tivesse uma conversa com ela, perceberia que talvez ambos queiram a mesma coisa. Ela teve que viver na sua sombra tanto quanto você viveu na dela. É hora de fazer algo além de pegar a próxima embarcação para o outro lado do canal. Fique e enfrente seu passado, e depois, siga em frente para um futuro criado só por você.

Cameron tomou um gole de seu conhaque. Collin lhe deu muito a considerar, mas ele não estava tão convencido assim de que Lady Pearyn queria o mesmo que ele. — Como você sabe o que ela quer? Ela lhe disse algo?

— Bem, não especificamente, — admitiu Collin. — Ela sempre se mostra como uma mulher confiante. Ela dá festas e endossa artistas de todos os tipos. Seu salão está sempre cheio, há sempre homens prontos e dispostos a fazer de tudo para ganhar sua atenção. Ela flerta e ri, mas o sorriso nunca chega aos olhos. Acho que ela se sente só. Enquanto você a manter amarrada, ela não pode seguir em frente. Assim como você, ela também não é feliz. Você não acha que ela deveria ao menos ser livre, já que você não vai reivindicá-la?

Havia muito nas palavras de seu amigo para ele absorver. Lady Pearyn estava realmente infeliz? Ele de forma egoísta tinha a considerado uma interesseira por títulos como seus pais e nunca considerou que ela na verdade poderia querer algo mais. Ele sempre manteve distância e nunca se preocupou em aprender mais sobre ela. Cameron nem sequer tinha se incomodado em escrever uma única carta. Ele a espionou à distância e ela parecia feliz, e ele assumiu que ela estava bem. Será que ele estava errado?

— Você pode estar certo, — Cameron começou. — Mas não sei nem por onde começar. — Ele deveria visitá-la? Escrever para ela? — Podemos ser noivos, mas não estamos… familiarizados um com o outro.

— De fato. — Collin zombou. — Eu não tenho certeza de que ela sequer sabe como você se parece. Embora eu não possa dizer o mesmo por você. Houve aquele caso no parque na primavera. Como você sabe como ela se parece, mas ela não tem o mesmo privilégio?

Era hora da confissão. — Eu posso ter me esgueirado e observado ela algumas vezes ao longo dos anos. — Sua curiosidade tinha levado a melhor na época, Cameron queria saber como ela era. Ela tinha crescido e se tornado uma belíssima dama, mas uma parte dele temia que seus pais o tivessem ligado a uma mulher simples ou pior. Afinal, eles só se importavam com o dinheiro. — Foi fácil o suficiente nas poucas vezes que retornei ao país, depois da morte do meu pai. Eu precisava saber…

— Se você a achava interessante? — Collin perguntou. — E então?

Lady Pearyn era uma das mulheres mais estonteantes que Cameron teve o privilégio de colocar os olhos. Seu cabelo era tão escuro quanto o céu noturno e seus olhos eram um azul puro tão adorável que ele poderia facilmente se perder neles. Embora ele nunca chegou perto o suficiente para ter um verdadeiro vislumbre de sua perfeição. Isso significaria anunciar sua presença, algo que ele estava relutante em fazer. — Ela é aceitável, — respondeu ele sem se comprometer. — Então ela flerta? — Ele tentou manter seu tom de voz casual, mas ele temia ter falhado nisso. — E algum já captou seu interesse?

— Você se importaria se algum tivesse? — Collin arqueu uma sobrancelha. — Não é como se você realmente a quisesse, não é?

Esse era o problema. Ele não sabia o que queria, mas estava começando a suspeitar que definitivamente queria saber mais sobre sua noiva. — E você me contaria se ela decidisse ter um caso?

— Caso você quisesse saber, suponho que contaria. — Collin ficou de pé. — Mas até este momento eu nunca acreditei que você queria saber sobre ela. Se você está tão curioso deveria vir durante o Natal, e as semanas que o antecedem. Minha esposa convidou muita gente e vai ser um grande evento. Você tem algumas semanas para decidir. — Ele parou rapidamente para recuperar o fôlego e continuou. — Eu também posso finalmente apresentá-lo a ela. Ela ouviu muito sobre meu amigo Cameron, mas ainda não se deu conta de quem você realmente é. Vai ser divertido, para dizer o mínimo.

— Você me atiraria aos lobos? — Cameron disse chocado. — Eu pensei que você gostava de mim.

— Eu gosto de você, — disse Collin. — Mas amo minha esposa. Não me faça escolher. — Ele caminhou até a porta. — Eu tenho que ir, mas deixe-me saber quando você tomar uma decisão.

Cameron acenou com a cabeça. — Se, e quando, eu optar por reivindicar minha noiva, ela será a primeira a saber. — Ele encontrou o olhar do amigo. — Mas você vem logo em seguida. Por enquanto, eu vou ter que recusar o seu convite generoso e apenas enviar minhas lembranças para sua esposa.

Collin riu enquanto se retirava. Cameron olhou para sua taça de conhaque, bebeu o resto, e depois colocou o copo ao lado do decantador. Talvez Collin estivesse certo. Primeiro, ele teria que reunir um pouco mais de informações e discernir a melhor maneira de proceder. Era hora de realmente conhecer sua noiva.

O Duque De Lady Pear

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