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CAPÍTULO DOIS

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Olivia acessou o painel de controle do carro. Queria verificar como Reese estava e ver como ela estava lidando com a notícia da fuga de Nolan. Mas até que os ingressos para o evento beneficente chegaram em sua mesa, mais cedo, ela não tinha razão para fazer isso; Reese e Olivia não eram próximas. Era inclusive meio estranho que Olivia quisesse ver como ela estava, mas para ser sincera, não era Reese que ela queria ver. Carter estava na sua cabeça desde que ele saíra do escritório. Ele foi um pouco rude e ela também não tinha sido exatamente gentil. As duas irmãs dele estavam na mira de um psicopata... ele tinha que estar a ponto de perder a cabeça.

Então ela decidiu aliviar um pouco essa tensão sendo, bem, sendo ela mesma. Ela podia irritá-lo como ninguém, e depois que ela tivesse acabado ele teria muito mais na cabeça do que Nolan Pratt e a segurança da irmã. Ele provavelmente estaria amaldiçoando Olivia em silêncio, e seu trabalho estaria concluído.

Estava torcendo para que ele estivesse com Reese. Se não, Dane estaria com ela e ele poderia transmitir a mensagem. Seria muito melhor se ele ouvisse diretamente de Olivia, porém. Esse era o caminho mais seguro para garantir que ele estourasse. Olivia não conseguiria fazer com que ele perdesse a cabeça se não pudesse falar pessoalmente com ele. E a desculpa para sua ida até o hospital era a entrega dos ingressos para Reese.

Olivia saiu do carro e entrou no hospital. Entrou no elevador e apertou o botão para subir até o andar onde ficava o consultório de Reese, e quando o elevador abriu as portas foi direto até lá. Aparentemente a sorte estava ao seu lado... vozes ecoaram no corredor e uma delas era definitivamente do Carter. Olivia queria dar pulinhos de alegria. Isso seria divertido.

Carter estava falando, mas ela abstraiu a conversa e parou na porta, bloqueando a saída dele. “Indo a algum lugar, bonitão?”

Dane sorriu para Olivia e ela retribuiu com um sorriso acolhedor. Pelo menos um deles parecia feliz em vê-la. Carter certamente não estava... o olhar furioso que ele lhe lançou faria alguém mais fraco murchar. Ela pestanejou para ele e disse, sem falar uma palavra, pode vir quente que eu estou fervendo.

“Não tenho mais nada para fazer aqui. Estava indo para casa. Quer dizer, se você me deixar passar”, Carter respondeu.

“Não saia ainda. Preciso falar com vocês três, e parece que é o meu dia de sorte, afinal, encontrei os três juntos”. Olivia piscou para Carter e ele estreitou os olhos. Ainda não confiava nela. Bem, ela iria testá-lo um pouco e ver até onde conseguia ir para irritá-lo.

Carter beliscou o osso do nariz. “Por favor, Srta. West. Tem a nossa atenção”. Ele não parecia satisfeito ao permitir a sua entrada no consultório. Olivia curvou os lábios em um sorriso sexy. Pobrezinho... estava tendo um dia horrível. Ela segurou o risinho sarcástico que queria escapar. Seria ir longe demais.

“Bom saber”. Ela passou como uma brisa por Dane e Carter e foi direto até Reese, entregando a ela o envelope. “Eu trouxe os ingressos para o evento beneficente”. Ela estava na comissão de planejamento e, embora não entregasse pessoalmente todos os ingressos, tinha requisitado os de Reese com esse objetivo.

“Droga”. Reese pegou o envelope e abriu. “Esqueci completamente disso”. Ela parecia cansada. Devia estar sendo difícil manter seus compromissos no hospital e ter que se preocupar com a obsessão de um assassino em série. Olivia sentiu pena dela, mas não expressou isso em voz alta. Não queria lembrar nenhum deles do que estavam enfrentando, se pudesse evitar. Todos sabiam o que podiam perder e não precisavam da opinião dela.

“Achei que você pudesse ter esquecido”. Olivia sorriu discretamente e então disse, como se se desculpasse, “Mas você precisa ir. É a palestrante convidada e, portanto, não tem escolha”.

“Ela não pode ir”, disse Carter. “Não é seguro. A logística para um grande evento como esse seria inviável. De jeito nenhum conseguiríamos fazer isso do jeito certo”. Carter estava a ponto de perder a cabeça. Olivia entendia a razão da objeção. Haveria muitos participantes e a logística seria mesmo um pesadelo. “Por favor, me diga que você não vai”. Ele encontrou o olhar de Reese, mas ela já estava balançando a cabeça em negativa.

“Eu tenho que ir”. Ela colocou os ingressos de volta no envelope. “Esse evento vai arrecadar fundos para o meu projeto de pesquisa. Tem muitas crianças dependendo de mim, e não posso decepcioná-las”.

Olivia tinha sentido que essa seria a reação de Reese. Ela era uma boa samaritana, de coração bom, e queria ajudar as crianças. E essa era uma das poucas coisas que Olivia compreendia sobre a Dra. Reese Jackson. Ela sentia necessidade de ajudar e não se importaria de correr riscos para isso.

“Você não vai ajudar nenhuma delas se morrer”. A frustração estava evidente na voz de Carter quando ele falou.

“Não seja tão dramático. Não é provável que Nolan apareça em um evento de gala”. Reese revirou os olhos. Um indicador claro de que estava farta da sua equipe de segurança.

“Imagino que não tenha mais ingressos disponíveis para essa festinha?” Carter se virou para Olivia e cuspiu a pergunta. Caramba... ele estava definitivamente lívido. Ela tinha que ir até o máximo da provocação e além, para ver se ele explodia. Espere até ela explicar de que jeito ele poderá participar...

“Não, tudo esgotado”. Olivia deu um sorriso largo. Ele estreitou os olhos e a encarou... foi mais do que uma encarada, na verdade. A agitação dele tinha dado um salto. Carter estava ficando muito bom nesses olhares furiosos... “Já posso ver as engrenagens rodando aí nessa cabeça; você quer ir e quer levar o seu amiguinho junto”. Ela acenou para Dane, que estava encostado numa parede fazendo sua melhor impressão de capanga mudo. Era adorável.

“Sim”, Carter concordou. Ele rangeu os dentes e parecia estar fazendo o possível para ser cordial. “E alguma coisa me diz que você tem um plano”.

“Tenho mesmo”. Ela avançou e se sentou numa cadeira, cruzando as pernas e apoiando as mãos no colo. “Eu sei que a Reese tem um ingresso extra para o evento, e eu também tenho. Vocês dois podem ir como nossos acompanhantes”. E... silêncio. Carter abriu e fechou a boca diversas vezes enquanto assimilava a informação. Ele estava certamente imaginando onde estaria a pegadinha. Era muito querer ter um Detetive charmoso como acompanhante?

“E o que você ganha com isso?” Era mais uma acusação do que uma pergunta. Ela ficou encarando as unhas antes de responder. Tinha que explicar do jeito certo.

“Você estava planejando ser o acompanhante da Reese, não é?” Olivia batucava com as unhas no braço da cadeira. “Mas não funcionaria. Deixe o Dane ser o acompanhante da sua irmã, assim as pessoas não terão pena dela. Tenho certeza de que você me aguenta por algumas horas”. Ela esperava que Reese concordasse com ela. Olivia seguramente não queria levar seu próprio irmão como acompanhante, ela adorava Preston, mas mulher nenhuma ia querer passar horas ao lado do irmão se tivesse uma alternativa. Além disso, Prestou provavelmente levaria Jessica e ignoraria Olivia a noite toda. Então, basicamente, nem seu irmão estava disponível.

“Eu concordo”, Reese disse.

Graças a Deus... agora era fazer Carter acreditar que ele precisava de Olivia. De várias formas. Ele era um urso rabugento, mas ela gostava disso nele. Claro que ajudava ele ser extremamente atraente, com músculos que ela morreria para tocar e talvez lamber um pouco. “Dane é capaz de assegurar que eu chegue em segurança. Não quero que as pessoas pensem que não consegui arranjar um acompanhante e tive que levar meu irmão”.

Carter olhou para Dane e questionou, “E você não tem nada a dizer sobre isso?”

Ele jogou as mãos para o alto. “Parei de tentar argumentar com a sua irmã horas atrás. Estou muito cansado para isso. Quando é que vai acontecer esse bendito evento, afinal? E por favor, não me diga que vou ter que usar um fraque”.

Ah... pobre Dane. Reese deve ter decidido ser intratável, mais cedo. Olivia não a culpava. Se ela estava amarrada... Espere, o que diabos ela estava pensando? Reese passava horas a fio com Dane, que claramente gostava dela. O que tinha de errado ali? Ela suspeitava muitas coisas e, se pudesse, revelaria a verdade. Mas primeiro tinha que segurar seu próprio peixe e conseguir o que queria dele. Carter era... intrigante, e ela o desejava. Pelo menos por algum tempo, dependendo de quão receptivo ele fosse.

“É neste sábado”, Olivia disse. Ela ficou em pé e entregou a Carter um pedaço de papel. “Esse é o meu endereço, para quando você for me buscar. E Dane, querido, é um evento de gala. Ao menos use um terno”. Ela odiava ser a mensageira de más notícias... bom, dependia de qual fosse a má notícia. Às vezes era bem agradável, especialmente quando ela ganhava um caso no tribunal. Era o melhor tipo de má notícia para entregar... para a parte contrária.

Com essas palavras, ela marchou para fora do consultório. Ao chegar no corredor ouviu Reese dizer, minha vida é uma droga. Olivia não conseguia evitar o pensamento de que Reese não estava entendendo nada. A coisa estava ficando interessante, se ela apenas parasse para enxergar o presente que estava bem embaixo do seu nariz. Claro, Nolan podia estar obcecado por ela, mas ela tinha um pedaço de mal caminho para mantê-la segura. Um que obviamente a amava e morreria por ela.

Olivia não tinha nada disso. Ela mal tinha um cara interessado nela, e sim, Carter a desejava. Ele arrumava briga com ela, mas havia calor no seu olhar. Principalmente quando ele achava que ela não estava prestando atenção. Ela nunca deixou de prestar atenção por tempo suficiente para não notar... no entanto, ele nunca agiu para satisfazer aquele desejo. Suas insinuações tinham o objetivo de afastá-la. Carter não era o porco chauvinista que tentava parecer; aquele homem tinha fobia de comprometimento, e ela sentia que se eles se aproximassem isso poderia mudar. Pelo menos se ele parasse de olhar para o próprio umbigo por tempo suficiente para perceber que eles seriam bons juntos. Ela tinha trabalho duro pela frente.

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