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A obra dispersa de Eça de Queiroz, desde os seus primeiros folhetins na Revolução de Setembro e na Gazeta de Portugal até à sua assídua colaboração na Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, e na Revista Moderna, é muito vasta, muito variada e encerra algumas das mais maravilhosas páginas do grande e saudoso escritor.

Os seus editores começam, com a publicação do presente volume, a compilação da obra póstuma e dispersa, recolhendo cuidadosamente êsse riquíssimo espólio, para o salvar, pelo livro, do esquecimento a que o condenariam a dispersão das fôlhas diárias e a sua efémera vida.

Os Contos compreendem todos os escritos dêste género que Eça de Queiroz nos deixou, a partir das Singularidades duma rapariga loura. Os seus primitivos escritos na Revolução e na{VIII} Gazeta de Portugal, obra mixta de fantasia e de crítica, seguir-se hão a êste em outro volume, já no prelo, e a que uma feliz indicação do snr. Jaime Batalha Reis[1] nos revelou o próprio título que o autor determinara dar-lhe: Prosas Bárbaras.

Mais três volumes serão destinados a coligir as suas correspondências para os jornais brasileiros, conservando-se-lhes como títulos as rúbricas sob que ali eram publicadas: Cartas de Inglaterra, Ecos de Paris e Cartas Familiares; e outros dois encerrarão[2] a sua copiosa vária, onde se misturam impressões de literatura e de arte, artigos sôbre política geral, estudos biográficos,{IX} notas de viagem, ensaios, críticas, polémica, etc.

Completará esta série um derradeiro volume com o precioso inédito do S. Cristóvão,[3] tal como o admirável artista o deixou: um esbôço magnífico, um verdadeiro improviso, traçado com largueza numa primeira factura pronta e fluente, onde a sua imaginação e a sua prosa brotam em jorros impetuosos e borbulhantes, em contrário da falsa lenda que fazia de Eça de Queiroz um criador moroso, e um escritor sem espontaneidade.

A título de curiosidade, para mostrar o poder de desenvolvimento e ampliação das suas faculdades imaginativas e como um exemplo dos seus{X} processos de trabalho, inserimos no presente volume o conto intitulado Civilização, que o autor, amplificando-o, transformou depois na deliciosa novela A Cidade e as Serras.

Ao terminar estas linhas, os editores cumprem o grato dever de testemunhar o seu reconhecimento ao snr. Francisco Ramos Paz, co-proprietário da Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, que, com o mais vivo interesse pela publicação dos escritos dispersos de Eça de Queiroz, lhes forneceu obsequiosamente toda a vasta colaboração do ilustre romancista no importante jornal fluminense.

Pôrto, 1903.

Lelo & Irmão.

(Da primeira edição)

[1] ANTHERO DE QUENTAL, In Memoriam, pag. 444.

[2] Publicado num só volume—Notas Contemporâneas—1909.

[3] Incluido no volume—Últimas páginas—1911.

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