Читать книгу Manual de biometria para avaliaçao do desempenho humano - Fernando Pompeu - Страница 9
ОглавлениеCAPÍTULO 2 - INTRODUÇÃO À ANTROPOMETRIA
Antropometria define-se como o estudo das medidas do homem. Sendo esse estudo empregado na antropologia física, com aplicações nas áreas de saúde pública, nutrição, e desempenho desportivo.
Os componentes estruturais da aptidão analisados pela antropometria, são:
•Proporções corporais;
•Peso corporal;
•Composição corporal;
•Gordura corporal;
•Somatotipo;
•Postura.
2.1. As principais referências anatômicas
2.1.1. Plano de Frankfurt
Linha imaginária que passa pelo ponto mais baixo do bordo inferior da órbita direita e pelo ponto mais alto do bordo superior do meato auditivo externo direito. Este plano deverá estar rigorosamente na horizontal quando tomadas as medidas antropométricas na posição em pé ou sentada.
2.1.2. Pontos de reparo anatômicos
2.1.2.1. Vértex
Ponto mais alto na cabeça, em um plano medial, quando essa está rigorosamente posicionada no plano de Frankfurt.
2.1.2.2. Supra-esternal
Ponto médio do bordo ântero-superior do manúbrio esternal.
2.1.2.3. Meso-esternal
Ponto médio do esterno, na altura da articulação do 4º arco costal, sabendo-se que o ângulo de Louis (manúbrio-corpo esternal) corresponde à 2ª costela.
2.1.2.4. Xifoidal
Ponto mais inferior do processo xifóide, no plano médio-sagital.
2.1.2.5. Acromial
Ponto mais externo do processo acromial direito e esquerdo.
2.1.2.6. Meso-umeral
Ponto médio entre o acrômio e o olecrâneo de cada braço.
2.1.2.7. Radial
Corresponde ao ponto mais alto da cúpula radial, com o braço na vertical (marcar os lados direito e o esquerdo).
2.1.2.8. Stylon
Ponto mais distal da apófise estilóide radial (direito e esquerdo).
2.1.2.9. Dactylon
Ponto mais distal do 3º dedo da mão (direito e esquerdo).
2.1.2.10. Ileo-cristal
Ponto de projeção mais lateral da crista do ilíaco.
2.1.2.11. Trocantério
Bordo superior do grande trocânter.
2.1.2.12. Meso-femural
Ponto médio entre o trancatério e o tibial.
2.1.2.13. Tibial
Bordo superior da tuberosidade interna da tíbia.
2.1.2.14. Sphyron
Ponto inferior do maléolo tibial.
2.3. Divisões das medidas antropométricas
•Lineares
•Longitudinais
•Alturas
•Estatura
•Transversais
•Diâmetros
•Envergadura
•Circunferências
•De segmentos
•De tórax (normal, inspirado e expirado)
•De abdômen
•Massa
•Peso total
•Divisão do peso em dois compartimentos
•Massa corporal magra (LBM)
•Peso gordo (percentual de gordura - %G)
•Divisão do peso em três compartimentos
•Peso muscular
•Peso gordo
•Peso ósseo
•Divisão do peso em quatro compartimentos
•Peso gordo
•Peso muscular
•Peso ósseo
•Peso residual
•Somatotipia
•Endomorfia,
•Mesomorfia
•Ectomorfia
2.3.1. Medidas lineares
2.3.1.1. Medidas lineares verticais
As alturas são as principais medidas lineares verticais, sendo tomadas por meio de toesas ou antropômetros.
2.3.1.1.1. Estatura
Medida realizada tanto no indivíduo em pé como deitado, que corresponde à distância entre o vértex e a região plantar dos pés. Essa medida é realizada após a inspiração máxima, com a precisão de 1 cm.
2.3.1.1.2. Altura total
Medida da distância entre a região plantar dos pés e o dactylon, estando o membro superior direito flexionado a 180º acima da cabeça.
2.3.1.1.3. Altura sentada
Medida realizada com o indivíduo sentado em um banco (aprox. 50 cm), estando em ângulo reto as articulações do tornozelo, joelho e quadril. Mede-se a distância do vértex à borda superior do banco, após uma inspiração máxima.
2.3.1.2. Medidas lineares perpendiculares
Cuidados para as medidas
1)Quando se mede os diâmetros, o antropômetro não deve ficar frouxo ou fazer uma pressão exagerada;
2)Salvo quando houver um especificação contrária, o aparelho deve ser colocado perpendicularmente ao diâmetro a ser medido;
3)Deve-se medir com a aproximação de 1 mm.
Principais medidas lineares
2.3.1.2.1. Envergadura
Mede-se a distância entre o dactylon direito e o esquerdo, estando o ombro em abdução de 90º.
2.3.1.2.2. Diâmetro bi-acromial
Medida realizada com o indivíduo sentado, tomando-se a medida da distância entre os pontos acromiais, direito e esquerdo, por meio de um antropômetro (erro metodológico máximo de 5%).
2.3.1.2.3. Diâmetro bi-cristal
Mede-se a distância entre os pontos ileo-cirstal direito e esquerdo.
2.3.1.2.4. Diâmetro bi-epicondiliano de úmero
Estando o cotovelo e o ombro em flexão de 90 º, mede-se a distância entre os epicóndilios umerais direito e esquerdo.
2.3.1.2.5. Diâmetro bi-estilóide
Medida da distância entre o processo estilóide do radio e do cúbito (D e E).
2.3.1.2.6. Diâmetro bi-epicondiliano de fêmur
É a medida da distância entre os dois côndilos femurais, estando o indivíduo sentado, com flexão do joelho e quadril e pés sem tocar o solo1.
2.3.1.2.7. Diâmetro bi-maleolar
Mede-se a distância entre os maléolos interno e externo, com o tornozelo em ângulo de 90 º.
2.3.2. Perímetros
Cuidados para as medidas:
1)Marcar corretamente o ponto de reparo anatômico para medida empregando um lápis dermatográfico, ou caneta de ponta porosa;
2)Medir sempre como referência um ponto fixo e preciso sobre o esqueleto;
3)Medir sempre sobre a pele nua;
4)Nunca utilizar fita elástica ou com baixa complacência;
5)Nunca esquecer o dedo entre a fita e a pele;
6)Não fazer uma pressão excessiva sobre a fita e não deixa-la excessivamente frouxa.
2.3.2.1. Técnicas de medidas de perímetros
2.3.2.1.1. Perímetros torácicos
Mede-se no nível do meso-esternal para o grupo masculino, ou no nível do ponto xifoidal para o feminino.
•Normal: Mede-se ao final de uma expiração normal;
•Máximo ou Inspiratório: Medido ao final de uma inspiração máxima;
•Mínimo ou Expiratório: Medido ao final de uma expiração máxima.
2.3.2.1.2. Perímetro abdominal
Medida realizada perpendicularmente no nível da cicatriz umbilical.
2.3.1.2.3. Perímetro de quadril
Mede-se com a fita passando sobre os pontos trocantérios D e E.
2.3.1.2.4. Perímetros de braço
•Estendido: Estando o sujeito com o braço ao longo do corpo, mede-se no ponto meso-umeral com o braço em contração ou relaxado;
•Fletido: Mede-se com ombro e cotovelo em ângulo reto, mede-se no ponto de maior volume durante a contração muscular.
2.3.1.2.5. Perímetro de antebraço
Mede-se a circunferência máxima com o cotovelo em extensão.
2.3.1.2.6. Perímetro de punho
Medida realizada no nível dos processos estilóides do rádio e do cúbito.
2.3.1.2.7. Perímetro de coxa
Medida realizada no ponto médio entre os pontos trocantério e tibial, marcando-se no lado medial e colocando-se a borda inferior da fita sobre a marcação.
2.3.1.2.8. Perímetro de perna
Medida realizada no nível do maior volume da perna, estando o indivíduo em pé.
2.3.3. Medidas de massa
Mede-se o peso com a precisão de 100 g em uma balança tarada e calibrada.
Cuidados para a medida:
1)Verificar o nivelamento do solo;
2)Aferir a balança, utilizando a tara para obter o equilíbrio entre os ponteiros;
3)A calibragem deve ser checada de maneira sistemática por meio de pesos conhecidos;
4)A medida deve ser realizada sempre na mesma hora do dia, de preferência pela manhã;
5)Estar o mais próximo possível da nudez total ou sempre usar a mesma roupa;
6)Posicionar-se no centro da plataforma e assumir a mesma postura para as medidas longitudinais;
7)O registro deve ser preciso e cuidadoso;
8)Deslocar o cilindro de marcação do peso sempre com suavidade e com a balança travada.
2.3.3.1. Técnica de medida da massa corporal
1)Travar a balança;
2)Deslocar o cilindro da dezena para uma medida próxima daquela esperada;
3)O avaliador deve subir na balança, o mais despido possível e assumir a posição para medida linear;
4)Destravar a balança;
5)Deslocar com suavidade o cilindro que indica as gramas até obter o nivelamento entre os dois ponteiros;
6)Travar a balança e fazer a leitura;
7)Retornar os dois cilindros para o ponto zero.
2.3.3.2. Relação entre peso e estatura
As agências de seguros nos Estados Unidos America do Norte empregaram, como técnica para determinação do peso ideal, um índice composto pela estatura em centímetros menos 100. Por exemplo, se você tem 180cm então você deve pesar 80kg. Com base nesse critério, aqueles com 15%, ou 12kg no exemplo anterior, além deste valor médio são considerados obesos e, portanto, de alto risco. Contudo, atletas, que são a referência do bom estado de saúde, são geralmente classificados como alto risco, uma vez que este método não considera a composição da massa corporal.
Hoje, para uma avaliação rápida do peso de não atletas, emprega-se o índice de massa corporal ou [(IMC) = peso (kg)/estatura2 (m2)]
Tabela 2.1: Classificação do índice de massa corporal
PESO | ÍNDICE |
Baixo | ≤ 18,5 |
Normal | 18,5 a 24,9 |
Excessivo | 25,0 a 29,9 |
Obesidade classe I | 30,0 a 34,9 |
Obesidade classe II | 35,0 a 39,9 |
Obesidade extrema | ≥ 40,0 |
2.3.3.4. Índice da relação cintura-quadril (ICQ)
Outra forma rápida de avaliar-se a massa corporal é a relação entre a cintura e o quadril. Essa relação informa sobre a distribuição de gordura no corpo. Esse índice é fortemente associado com a doença arterial coronariana tanto em mulheres (r = 0,80) quanto em homens (r = 0,95). Esse índice, também, pode ter relação com o diabetes mellitus do tipo II, hipertensão, câncer endometrial e colesterol elevado.
Para determinação deste índice, deve-se dividir a menor circunferência do abdômen (cintura) pela maior do quadril. A tabela abaixo ajuda na interpretação deste índice.
Tabela 2.2: Avaliação do índice de relação cintura-quadril. Avaliação do risco
Idade | Baixo | Moderado | Alto | Muito Alto |
HOMENS | ||||
20-29 | < 0,83 | 0,83-0,88 | 0,89-0,94 | > 0,94 |
30-39 | < 0,84 | 0,84-0,91 | 0,92-0,96 | > 0,96 |
40-49 | < 0,88 | 0,88-0,95 | 0,96-1,00 | > 1,00 |
50-59 | < 0,90 | 0,90-0,96 | 0,97-1,02 | > 1,02 |
60-69 | < 0,91 | 0,91-0,98 | 0,99-1,03 | > 1,03 |
MULHERES | ||||
20-29 | < 0,71 | 0,71-0,77 | 0,78-0,82 | > 0,82 |
30-39 | < 0,72 | 0,72-0,78 | 0,79-0,84 | > 0,84 |
40-49 | < 0,73 | 0,73-0,79 | 0,80-0,87 | > 0,87 |
50-59 | < 0,74 | 0,74-0,81 | 0,82-0,88 | > 0,88 |
60-69 | < 0,76 | 0,76-0,83 | 0,84-0,90 | > 0,90 |
2.3.3.5. Divisão da massa corporal em dois compartimentos
Pode-se dividir a massa corporal total em percentual de gordura e em massa corporal magra (LBM). A massa corporal magra não inclui a gordura subcutânea, gordura visceral e a gordura específica de cada sexo. A última é a taxa de gordura essencial para manutenção da saúde dos sistemas reprodutores feminino ou masculino.
•Taxa média de gordura visceral associada a gordura subcutânea:
•12% para homens
•15% para mulheres
A massa corporal magra inclui uma pequena quantidade de gordura essencial e a gordura específica de cada sexo, sendo em média de:
•Masculino = 3%
•Feminino = 13 a 17%
A taxa de gordura essencial é muito próxima da quantidade de gordura presente na massa corporal magra, ou:
•Masculina = 3%
•Feminina = 12%
Já a taxa de gordura média na população norte americana adulta jovem pode ser usada como referência para não atletas, ou os valores de:
•Masculina = 15%
•Feminina = 27%
Considera-se como um indivíduo obeso aquele como taxa de gordura subcutânea significativamente acima da média para sua idade, ou seja:
•Homens jovens obesos > 20%G,
•Homens idosos obesos > 30%G,
•Mulheres jovens obesas > 30%G,
•Mulheres idosas obesas > 37%G.
2.3.3.3.1. Peso recomendável
Pode-se estabelecer como peso recomendável (PR) as seguintes metas:
•Sexo masculino = 15% ou abaixo de 20%,
•Sexo feminino = 25% ou abaixo de 30%.
Para obter-se o peso final quando o percentual de gordura alvo for atingido, pode-se utilizar a fórmula:
Variação ± 2kg
2.3.3.4. Divisão da massa corporal em quatro compartimentos
A massa corporal também pode ser dividida em quatro compartimentos ou sejam: peso gordo, peso residual, peso ósseo e peso muscular:
2.3.3.4.1. Peso residual (estimativa de Würch) a partir do peso total
Nesse caso, estima-se que as vísceras e o sangue pesam 24,1 % da massa corporal total nos homens e 20,9 % nas mulheres.
2.3.3.4.2. Peso ósseo (Von Doblen)
O peso ósseo estimado pela técnica de Von Doblen infere o peso do esqueleto em quilogramas considerando-se a estatura e diâmetros dos cotovelos e joelhos segundo a equação:
Sendo:
PO = peso ósseo em kg,
H = estatura em metros,
R = diâmetro bi-estilóide D. e E somados e em metros,
F = diâmetro bi-condiliano de fêmur D e E somados e em metros.
2.3.3.5. Técnicas de inferência da composição corporal
1)Hidrometria: são as técnicas que medem o conteúdo de água do corpo assumindo-se que a massa corporal magra apresenta 72% deste volume. Geralmente emprega a técnica de diluição do K40, ou outro isótopo, ou da electrobioimpedância;
2)Espectrometria: é o exame de imagem que mede de forma direta a espessura do tecido adiposo subcutâneo. As principais técnicas são a radiografia de tecidos mole, ultra-sonografia, interactância próxima ao infra-vermelho, DEXA e a tomografia computadorizada;
3)Densitometria: são as técnicas que medem a densidade corporal através da diferença do peso no ar e na água, ou pelo volume de água deslocado, ou ainda, pelo volume de ar deslocado no plestimógrafo (BOD POD).
a.densidade da gordura = 0,900g/cc e
b.densidade da LBM = 1,100 g/cc
4)Antropometria: são as técnicas que empregam medidas de medidas de:
a.Dobras cutâneas;
b.Diâmetros, perímetros, peso, estatura e idade.
2.3.3.5.1. Pesagem hidrostática
•1g de água = 1cc a 4ºC
•densidade (d) = massa/volume
•d. tecido adiposo = 0,90g/cc
•d. da massa corporal livre de gordura (FFM)
•brancos d. FFM = 1,100g/cc
•hispânicos d. FFM = 1,05g/cc
•negros d. FFM = 1,113g/cc
•equação de SIRI
•brancos : %G = [(4,95/d.c.) - 4,50] x 100
•negros: %G = (437,4/d.c.) - 392,8
•erro metodológico: 2 a 5% no percentual de gordura (%G).
2.3.3.5.2. Câmara de plestimógrafia (BOD POD)
•Duração do exame: de 2 a 5 minutos para medida;
•Confiabilidade r > 0,90;
•Câmara de fibra de vidro com 750 L;
•Contém: transdutores de pressão, circuito respiratório, sistema de circulação de ar;
•Compara o volume de ar na câmara vazia com o volume de ar quando essa está ocupada pelo avaliado;
•Os gases torácicos são medidos por um sistema respiratório;
•diferença de 0,2%G com a pesagem hidrostática (r = 0,96).
2.3.3.5.3. Análise da impedância bio-eléctrica
•Corrente alternada de 800 μA a 50kHz;
•Fontes de erro
•hipo-hidratação;
•hiper-hidratação;
•Distúrbios eletrolíticos;
•Temperatura da pele;
•Supra-estima o %G de indivíduos magros;
•Subestima o %G de obesos;
•O ciclo menstrual não afeta os resultados.
2.3.3.5.4. Interactância próxima ao infravermelho
•Medida realizada sobre a linha média do bíceps dominante;
•Erro > 4% (técnica não recomendada).
2.3.3.5.5. DEXA (Dual-energy X-ray absorption)
•Usado para avaliação da osteoporose vertebral e outros distúrbios ósseos correlatos;
•Erro < 3% para gordura, 1,1 kg para músculos e 30 g para ossos.
2.3.3.5.6. Técnicas antropométricas por perímetros
Técnica de Behnke & Wilmore
r= 0,938 SEE = 2,815 kg
r = 0,929 e SEE= 1,79 kg
Sendo
PC = peso corporal em kg;
PA = perímetro de abdômen em cm;
DP = diâmetro de punho em cm;
PCx = perímetro de coxa em cm;
PAB = perímetro de antebraço em cm.
2.3.3.5.7. Técnicas antropométricas por dobras cutâneas
Abaixo segue uma lista de cuidados que devem ser tomados para medida das dobras cutâneas:
1)Observar o ponto de reparo determinado pelo autor da técnica a ser adotada;
2)As medidas são realizadas sempre no lado direito, salvo especificações contrárias;
3)Marcação prévia do ponto de reparo anatômico com lápis dermográfico ou com caneta de ponta porosa;
4)Pinçar a dobra entre o polegar e o indicador da mão esquerda;
5)As pontas dos dedos da mão esquerda devem apontar para baixo;
6)Não incluir o tecido muscular subjacente;
7)Não posicionar as ponteiras do plicômetro a mais de 1 cm dos dedos que pinçam a dobra;
8)Os ramos do aparelho devem ser posicionados de modo perpendicular à dobra cutânea;
9)Registrar a média de pelo menos três medidas;
10) O intervalo entre as medidas deve ser de pelo menos cinco segundos;
11) Deve-se soltar a dobra entre as medidas;
12) A variação máxima aceita entre as medidas é de 5%;
13) Deve-se aferir de maneira periódica a precisão do compasso de dobras cutâneas;
14) As dobras devem ser medidas por avaliadores bem treinados.
2.3.3.5.7.1. Principais dobras cutâneas
Sugeridas por Pollock:
•TÓRAX: Medida na linha diagonal entre a prega axilar anterior e o mamilo, sendo medida na metade dessa distância para homens e no terço superior para as mulheres.
•AXILAR: Medida sobre a linha axilar anterior no nível do ponto xifoidal.
•TRÍCEPS: Medida na face posterior do braço, sobre a linha média, no ponto central entre o olecrâneo e o ponto acrômial, com o cotovelo em extensão.
•SUBESCAPULAR: Medida de 1 a 2 cm sob o ângulo inferior da escápula em linha diagonal.
•ABDOMINAL: Medida a 2 cm lateralmente à cicatriz umbilical, na vertical.
•SUPRA-ILIACA: Medida sobre a crista ilíaca, em posição diagonal, no ponto onde a linha axilar média cruza o ilíaco.
•COXA: Medida anteriormente sobre linha média do fêmur, no ponto central entre a prega inguinal e o bordo proximal da patela.
Sugeridas por Allen:
•PESCOÇO: Ponto central entre o lóbulo da orelha e a cartilagem tireóide.
•FACE: Ponto médio entre o lóbulo da orelha e a narina.
•DORSO: Abaixo do ângulo inferior da escápula.
•PEITO: Ponto médio entre o acrômio e o mamilo.
•TORÁX (face lateral): Ponto central entre a crista ilíaca e a axila, sobre a linha média axilar.
•Abdômen: Lateral à cicatriz umbilical.
•SUPRA-ILÍACA: Ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca.
•TRÍCEPS: Ponto central entre o acrômio e o olecrâneo.
•JOELHO: Abaixo da rótula
•PERNA: Face posterior sobre os gêmeos.
Sugeridas por Yuhasz:
•JUSTA MAMILAR (PEITO): Ligeiramente à direita do mamilo, em ângulo de 45 º com a horizontal.
•BÍCEPS: Sobre a linha média no ponto de maior volume.
•MÉDIA AXILAR: Sobre a linha média axilar, no nível do processo xifóide, na direção do arco costal.
•TRÍCEPS No ponto meso-umeral sobre a linha média do braço, na face posterior.
•SUBESCAPULAR: No ângulo inferior da escápula no bordo vertebral.
•SUPRA-ILÍACA: Acima do ponto ântero-superior da crista ilíaca.
•LATERAL DO ANTEBRAÇO: Sobre o maior eixo do antebraço acima do rádio, no ponto de maior circunferência.
•UMBILICAL: A 1 cm da cicatriz umbilical, ao longo do reto abdominal no lado esquerdo.
•PÚBIS: Linha média, a meia distância entre a sínfise do púbis e a cicatriz umbilical.
•ANTERIOR DE COXA: Ponto médio da face anterior da coxa, sobre a linha média do fêmur, com o pe apoiado em um suporte de 15 cm.
•POSTERIOR DE COXA: Ponto médio da face posterior da coxa, sobre a linha média do fêmur, com o pé apoiado em um suporte de 15 cm.
•PERNA: Na face posterior, sobre o ponto de maior volume.
•MEDIAL DE PERNA: Sobre o ponto de maior volume na face interna da perna.
•SUPRA ROTULIANA: Linha média da coxa, acima do bordo proximal da patela.
•FEMURAL INTERNA: No ponto meso-femural, sobre o eixo longitudinal da coxa na face interna.
•TROCANTÉRICA: Sobre o eixo longitudinal do fêmur, acima do ponto trocantérico.
Sugeridas por Harrison et al. (1988):
Observe entre parênteses o coeficiente de correlação para a medida em dois momentos próximos (confiabilidade) e o erro metodológico.
•SUBESCAPULAR: Destacada em linha diagonal, com inclinação ínfero-lateral em ângulo próximo a 45 º com a horizontal, seguindo a linha de tensão natural da pele, sob o bordo vertebral no ângulo inferior da escápula (r = 0,88, Erro intra-testador = 1,16 e inter-testador = 1,53 mm).
•MEDIA-AXILAR: Dobra horizontal, sobre a linha média axilar no nível da junção xifo-esternal.
•Crianças de 6 a 11 anos: Erro = 1,47mm;
•Meninos mexicanos americanos: Erro = 2,08mm;
•Intra-testador: Erro = 1,22 mm.
•PEITORAL: Medida na linha entre o ponto superior da prega anterior axilar e o mamilo, a 1 cm do primeiro ponto. A mesma referência deve ser empregada para homens e mulheres.(intra-testador: r = 0,96, EPE = 1,45 mm: Inter-testador: r = 0,93 e EPE de 1,7 a 2,1 mm).
•ABDOMINAL: O ponto de reparo deve ser marcado a 3 cm lateralmente ao ponto médio do umbigo e a 1 cm inferior a este ponto. A dobra cutânea deve ser pinçada horizontalmente (Intra-testador: r = 0,979 e Erro = 0,89 mm).
•SUPRA-ILÍACA: Medida na linha média axilar imediatamente sobre a crista ilíaca (intra-testador: r = 0,970 e Erro = 1,53 mm para crianças e jovens, 1,70mm para adultos).
•COXA: Na linha média anterior da coxa, sobre o ponto médio entre crista inguinal e o bordo proximal da patela (Intra-testador: r = 0,985 e Erro = 1,4 mm; Inter-testador: r = 0,970 e Erro = 2,4mm).
•SUPRA-PATELAR: Localizada no plano médio sagital, na face anterior da coxa a 3 cm proximal ao bordo superior da patela (r = 0,90).
•MÉDIA DE PERNA: Estando o sujeito sentado com o joelho em ângulo reto, apoiando a planta do pé correspondente no solo, mede-se na face medial no ponto de maior volume da perna (Intra-testador: r = 098, e Erro = 1,0 a 1,5 mm).
•TRÍCEPS: Medida sobre a linha média posterior do braço, no ponto médio entre a lateral da projeção do acrômio e a margem inferior do processo olecraneano (Intra-testador: Erro de 0,4 a 0,8 mm).
•BÍCEPS: Na face anterior do braço sobre o ponto de maior volume do bíceps (Intra-testador: Erro = 1,9 mm).
•ANTEBRAÇO: Medida no ponto de maior circunferência do antebraço, na linha média e face posterior do antebraço, estando as palmas das mãos direcionadas para as coxas (Erro não relatado).
2.3.3.5.7.2. Inferência da massa corporal magra pela técnica de Behnke & Wilmore
r = 0,931 e SEE = 2,977 kg
r = 0,916 e SEE = 1,940 kg
Sendo:
PC = peso corporal em kg;
A = dobra de abdômen;
SE = dobra subescapular;
T = dobra de tríceps;
CX = dobra de coxa.
2.3.3.5.7.3. Inferência do percentual de gordura pela técnica de Yuhasz
Homens
Mulheres
Sendo:
%G = percentual de gordura;
P = dobra de peito;
T = dobra de tríceps;
SI = dobra supra-ilíaca;
A = dobra de abdômen;
Cxa = dobra anterior de coxa;
CXp = dobra posterior de coxa.
2.3.3.5.7.4. Inferência da densidade corporal pela técnica de Pollock
Para mulheres emprega-se as dobras de tríceps, supra-ilíaca e coxa. Esta fórmula apresenta r = 0,84 e EPE = 3,9% quando comparada com a técnica da pesagem hidrostática. Esses índices foram determinados para 249 mulheres com idades de 18 a 55 (média = 31) e com a porcentagem de gordura de 4 a 44% (média = 24,1%):
Mulheres
Dens = 1,099421 - 0,0009929(t+si+cx) + 0,0000023(t+si+cx)2 – 0,0001392(idade)
Para os homens, emprega-se as dobras de tórax, abdômen e coxa. Esta equação apresenta r = 0,90 e EPE = 3,5% quando comparado com dados da pesagem hidrostática. Estes índices foram deduzidos a partir do estudo de 308 homens, com idades de 18 a 60 anos (media de 33 anos) e porcentagem de gordura de 1 a 53% (média = 17%):
Homens
Dens = 1,1093800 – 0,0008267(TX+A+CX) + 0,0000016(TX+A+CX)2 – 0,0002574(Idade)
Sendo:
Dens. = densidade corporal;
T = dobra de tríceps;
SI = dobra supra-ilíaca;
CX = dobra de coxa;
TX = dobra de tórax;
A = dobra de abdômen.
2.3.3.5.7.5. Inferência da densidade corporal pela técnica de Guedes para brasileiros
Homens
Dens = 1,17136 –0,06706log10(T+SI+A)
r = 0,89 e EPE = 0,0057
Mulheres
Dens. = 1,16650-0,07063log10(cx+si+se)
r = 0,85 e EPE = 0,0053
Sendo:
T = dobra de tríceps;
SI = dobra supra-ilíaca;
A = dobra de abdômen;
CX = dobra de coxa;
SE = dobra subescapular.
2.3.3.5.7.6. Inferência do percentual de gordura pela técnica de Falkner
%G = 5,783 + 0,153(T + SE + SI + A)
Sendo:
T = dobra de tríceps;
SE = dobra subescapular;
SI = dobra supra-ilíaca;
A = dobra de abdômen.
Precisão desse método, quando comparado à técnica de pesagem hidrostática para população brasileira de adultos jovens, é de:
Homens: n = 80, r = 0,899 e EPE = 3,5%
Mulheres: n = 80, r = 0,765 e EPE = 9,16%
2.3.3.5.7.7. Técnica de Siri para conversão da densidade corporal em porcentagem de gordura
%G = [(4,95 ÷ Dens) – 4,5] 100
Sendo:
%G = porcentagem de gordura;
Dens = densidade corporal.
2.3.3.5.8. Técnica de inferência da área tecidual do braço
Nessa técnica considera-se o braço com a forma aproximada de um cilindro, pode-se, então, determinar a área total do braço (ATB) pela equação:
ATB = C2 ÷ (4 )
Para determinação da área muscular do braço (AMB), temos:
AMB = [C - (Ts x )]2 ÷ (4)
A área de gordura do braço pode ser determinada por:
AGB = ATB - AMB
Finamente, o índice de gordura do braço (IGB) pode ser calculado por meio de:
IGB = 100(AGB ÷ ATB)
Sendo:
ATB = área total do braço;
C = circunferência do braço;
AMB = área muscular do braço;
Ts = dobra cutânea de tríceps em cm;
AGB = área de gordura do braço;
IGB = índice de gordura do braço.
Gabriel et al. (2002) estudaram a precisão dessa técnica, tanto para inferência das áreas muscular e de gordura do braço, como para sua relação com a adiposidade corporal determinada por oito dobras cutâneas; assim como, a relação da força de membros superiores e do tronco com a área muscular do braço. Para tanto, esses autores submeteram 42 adultos jovens masculinos e estudantes de Educação Física às medidas das dobras cutâneas de peito, axilar, subescapular, supra-ilíaca, abdômen, coxa e perna, à inferência da área muscular do braço, à inferência da área de gordura do braço e ao teste de uma repetição máxima no supino reto livre. Os autores observaram que a correlação intra-classe foi de ICC = 0,92 entre dois avaliadores na determinação da AMB com EPE = 1,3 cm2. A inclusão da dobra cutânea de bíceps para determinação da área percentual de gordura do braço não aprimorou a relação com o somatório de dobras cutâneas. Os autores puderam explicar 75% da adiposidade corporal, determinada pelo somatório de oito dobras cutâneas, pela equação:
R2 = 0,75 e EPE = 1,8 cm2
Sendo:
Adip. = Adiposidade determinada pela soma das dobras cutâneas de bíceps, peito, axilar, subescapular, supra-ilíaca, abdômen, crural e sural;
PC = peso corporal;
AGB = área de gordura do braço.
A área muscular do braço foi também aplicada como variável independente para a estimativa da força de 1 RM no supino reto. Os dados observados para 30 sujeitos foram, para carga no supino reto (1RM) de 83,9 ± 15,4 kg e para área muscular do braço de 53,0 ± 10,2 cm2. Deduziu-se então a equação abaixo para descrever a relação entre as duas variáveis. Não houve diferença significativa entre os valores preditos fórmula abaixo e medidos de um grupo externo de nove voluntários semelhantes ao grupo inicial.
1RM = 14,1 + 1,999AMB
r = 0,80 e EPE = 4,8 kg
Sendo:
1 RM = carga máxima em kg para uma repetição máxima no supino reto livre;
AMB = área muscular do braço em cm2 inferida pela equação acima.
A área muscular do braço também pode ser empregada para a estimativa da massa corporal magra determinada pela hidrometria. Serpa et al. (2014 e 2017) empregaram um delineamento experimental com validação cruzada para propor uma equação de predição da LBM a partir da AMB para jovens estudantes de Educação Física. A electrobioimpedância tetra-polar foi empregada como medida padrão de laboratório.
Para o grupo masculino com 45 voluntários, com 22 ± 3 anos e 74,9 ± 8,43 kg a equação derivada foi:
LBM = 9,127 + (0,625×PC) + (0,129×AMB)
r2 = 0,91 e EPE = 1,85 kg
Para o grupo feminino, também com 45 voluntárias, 27 ± 7 anos, 66,5 ± 10,4kg, a equação derivada foi:
LBM = -49,459 + (0,350×PC) + (0,411×EST) + (0,171×AMB)
r2 =0,91 e EPE = 2,07 kg
Sendo:
LBM = Massa corporal magra (kg);
PC = Massa corporal (kg);
AMB = Área Muscular do Braço;
EST = Estatura.
2.4. Estudo da proporção
A proporção é estudada por meio do afastamento das medidas do sujeito avaliado em relação às medidas do homem referência ou do Phantom.
Tabela 2.3: Características do modelo Phantom assexuado
Média | D.P. | Média | D.P. | ||
ALTURAS | PERÍMETROS | ||||
Vértex | 170,18 | 6,29 | Tórax | 87,86 | 5,18 |
Sentada | 90,78 | 4,54 | Braço estendido | 24,88 | 3,67 |
Acromial | 139,78 | 5,45 | Braço fletido e tenso | 29,41 | 2,37 |
Radial | 107,25 | 5,36 | Antebraço | 25,13 | 1,41 |
Estiloidal | 82,68 | 4,13 | Punho (distal aos estilóides) | 16,35 | 0,72 |
Dactiloidal | 63,83 | 3,38 | Cintura | 71,91 | 4,45 |
Ileocristal | 96,32 | 4,81 | Coxa | 55,82 | 4,23 |
Trocantérica | 87,9 | 4,4 | Perna | 35,25 | 2,3 |
Tibial | 46,98 | 2,68 | Tornozelo | 21,71 | 1,33 |
Maleolar | 8,01 | 0,96 | DOBRAS CUTÂNEAS | ||
DIÂMETROS | Tríceps | 15,4 | 4,47 | ||
Biacromial | 38,04 | 1,92 | Subescapular | 17,2 | 5,07 |
Bideltóideo | 43,5 | 2,4 | Supra-ilíaca | 15,4 | 4,47 |
Trasverso do tórax | 27,52 | 1,74 | Abdominal | 25,4 | 7,78 |
Ântero-posterior do tórax | 17,5 | 1,38 | Coxa | 27 | 8,33 |
Bileocristal | 28,84 | 1,75 | Medial de perna | 16 | 4,67 |
Bitrocantériano | 32,66 | 1,8 | PESO | ||
Biepicondiliano de úmero | 6,48 | 0,38 | Total | 64,58 | 8,6 |
Biestilóide | 5,21 | 0,28 | Gordura | 12,13 | 3,25 |
Biepicondiliano de fêmur | 9,52 | 0,48 | Músculo | 25,55 | 2,99 |
Bimaleolar | 6,68 | 0,36 | Ossos | 10,49 | 1,57 |
Residual | 16,41 | 1,9 |
Determina-se o escore z, por meio da fórmula:
Sendo:
z = escore padrão (z);
S = desvio padrão do modelo para a variável estudada;
L = medida do indivíduo estudado;
H = altura do indivíduo estudado;
P = medida do modelo para a variável estudada;
d = expoente 1 para medidas lineares, 2 para medidas de área e 3 para medidas de volume.
O modelo Phantom pode também ser empregado para o estudo da massa, nos quatro compartimentos, através da correção do escore z pela fórmula:
M = [(Z × s) + P] ÷ (170,18 ÷ H)3
Sendo:
M = massa do compartimento (gordo, ósseo, muscular e residual) em kg;
Z = índice z da variável do compartimento;
s = desvio padrão da massa do compartimento;
P = massa do compartimento do modelo;
H = altura do indivíduo estudado.
2.5. Somatotipo
Os conceitos de biotipo e de biotipologia propostos por Nicholis Pende foram a base da somatotipologia de Sheldon, sendo esses conceitos:
2.5.1. Biotipo
“É a personalidade individualizada pela forma, temperamento, moral e função, caracteres volitivos e inteligência, resultante da herança fisiológica, humoral, funcional e psíquica. Síntese das quais resulta o conhecimento do tipo estrutural dinâmico especial de cada indivíduo.”
2.5.2. Biotipologia
É o estudo do conjunto dos caracteres particulares que diferenciam os indivíduos e os afastam do tipo humano abstrato genérico e convencional. Afasta-o, portanto, do tipo descrito pelos anatomistas, fisiologistas, psicólogos, estatísticos, sociólogos e etc.”
O somatotipo baseia-se no desenvolvimento dos folhetos embrionários que darão origem às vísceras (endoderma), à musculatura e ao esqueleto (mesoderma) e ao sistema nervo e à pele (ectoderma).
2.5.3. Endomorfo dominante
São às características principais: a predominância relativa das formas arredondadas em todas as regiões do corpo, os órgãos digestivos têm grande importância e tendem a dominar todo o corpo. Outras características são:
1)Corpo arredondado e flácido;
2)Diâmetros ântero-posteriores e transversos tendendo à igualarem-se na cabeça, pescoço, abdômen, tronco e nos membros;
3)Concentração de massa no centro do corpo;
4)Domino dos volumes torácicos e abdominais sobre as extremidades e do abdômen sobre o tórax. Tronco tendendo a arredondar-se, como um todo;
5)Predomínio dos segmentos proximais sobre os distais dos membros; com braços e coxas arredondadas (forma de presunto);
6)Pescoço curto com cintura escapular alta e de contornos globosos;
7)Cabeça grande, quase esférica;
8)Ausência de relevos musculares, incluindo os dos deltóides, trapézios e tríceps sural;
9)Mãos e pés relativamente pequenos;
10) As projeções ósseas não são nítidas à inspeção. À palpação revela ossos curtos e o Raio X mostra corticais delgadas;
11) Coluna vertebral, em perfil, tendendo a retificar-se;
12) Presença de pseudo-seios entre os homens. Pele macia, com pêlos pubianos de aspecto feminino, raros pêlos torácicos, tendência à calvície (mesmo na juventude) disposta em círculos;
13) Órgãos sexuais hipoplásicos, com comum criptorquidia, pênis curto com prepúcio longo.
2.5.4. Mesomorfo dominante
São características do mesomorfo dominante: predominância relativa dos músculos, ossos e tecido conjuntivo. O físico do mesomorfo dominante é relativamente pesado, rude, de contornos retangulares, os músculos e os ossos dominam e o tecido conjuntivo é denso. Outras características são:
1)Aspecto quadrático do corpo, com musculatura saliente, definida e maciça com importantes relevos musculares;
2)Ossos largos e salientes;
3)Diâmetros transversos atingem e até mesmo ultrapassam os dos endomorfos, mas os ântero-posteriores são bem menores;
4)Tronco grande fortemente musculosos, não havendo uma concentração central de massa;
5)Membros fortemente musculosos em toda a sua extensão, com comprimentos variáveis;
6)Geralmente há domino de comprimentos e massa nos segmentos distais, ou tendência à igualarem-se aos proximais, variando amplamente os comprimentos;
7)Perímetro de antebraço pode aproximar-se e igualar-se ao do braço, punhos fortes e maciços, não apresenta forma semelhante a um presunto;
8)Volume torácico dominando o abdominal, sendo o tórax relativamente mais longo no ápice do que na base;
9)Coração pesado, grande e musculoso, com vasos alargados e espessos;
10) Pélvis forte com quadris largos. (quadris estreitos de alguns atletas é devido ao seu componente ectomorfo);
11) Forma cefálica variável, com ossos fortes e salientes, destacando-se os rebordos supra-orbitais, os malares e os maxilares;
12) Cabeça sugere, a grosso modo, uma forma cúbica;
13) Pescoço geralmente largo, com domínio transverso e porção superior do trapézio nitidamente piramidal;
14) Clavículas fortes e proeminentes, com ombros salientes lateralmente, devido aos deltóides;
15) Dorso pouco arredondado com forte curvatura lombar;
16) Músculos abdominais proeminentes, espessos, com bordas bem definidas no nível crural e ao lado das cristas ilíacas;
17) Pele espessa, rude, lembrando uma casca de laranja;
18) Genitais compridos, bem desenvolvidos;
19) Pêlos geralmente abundantes;
20) Calvície rara.
2.5.5. Ectomorfo dominante
O Ectomorfo dominante apresenta predominância linear e fragilidade. Esse indivíduo tem uma grande superfície corporal em relação a sua massa corporal. Em consequência disso, seu sistema nervoso é mais exposto ao mundo exterior. Outras características observadas são:
1)Formas lineares, frágeis e delicadas do corpo;
2)Ossos delicados e músculos delgados e leves;
3)Diâmetros ântero-posteriores bem reduzidos, assim como os transversais, com tendência a igualarem-se;
4)Tronco relativamente curto, com membros longos;
5)Abdômen achatado;
6)Tórax mais longo que o abdômen, achatado, geralmente estreito, do mamilo à clavícula;
7)Relevos musculares deficientes, não se notando grupamentos marcados;
8)Cintura escapular projetada anteriormente, criando o aspecto de uma projeção anterior dos braços;
9)Hiperlordótico e hipercifótico;
10) Tórax mais longo que o abdômen;
11) Ombros caídos;
12) Domino dos comprimentos distais sobre os proximais nos membros;
13) Pescoço longo, delgado, com musculatura mínima, projetando a cabeça para frente, com diâmetros ântero-posteriores e transversos quase iguais;
14) Domínio da parte craniana sobre a facial, com traços faciais delicados e um aspecto tendendo à forma triangular, com meato pontiagudo;
15) Pele fina e seca, com aspecto transparente, em rede, semelhante à casca de uma cebola, com coloração pobre;
16) Exposta ao sol, a pele cora-se rapidamente e cedo destaca-se, recuperando sua coloração pálida;
17) Pouco tecido elástico e conjuntivo;
18) Dificuldades de se adaptar às variações extremas de temperatura;
19) Pêlos finos que crescem rapidamente;
20) Geralmente tendem ao hirsutismo e a calvice é rara;
21) Pêlos pubianos tendendo a seguir a linha alba;
22) Órgãos genitais hipertróficos com linearidade acentuada, com escroto largo, testículos pendentes, sendo o esquerdo mais baixo do que o direito.
2.5.6. Determinação antropométrica do somatotipo
2.5.6.1. Primeiro componente (endormofia)
Endo = 0,1451(ΣT,SE,SI) - 0,00068(ΣT,SE,SI)2 + 0,0000014(ΣT,SE,SI)3 – 0,7182
Sugere-se, antes de aplicar a fórmula acima, que o somatório das dobras cutâneas seja corrigido para as dimensões do modelo Phantom, ou seja:
Σc = (ΣT,SE,SI) × (170,18 ÷ H)
Sendo:
Endo = nível na escala de endomorfia;
Σc = somatório das dobras corrigidas;
ΣT,SE,SI = somatório das dobras cutâneas de tríceps, subescapular e supra-ilíaca;
H = altura do indivíduo estudado.
2.5.6.2. Segundo componente (mesomorfia)
Meso = 0,858(U) + 0,601(F) + 0,188(B) + 0,161(P) - 0,131(H) + 4,50
Sendo:
Meso = nível na escala de mesomorfia;
U = diâmetro bicondiliano de úmero em cm;
F = diâmetro bicondiliano de fêmur em cm;
B = perímetro corrigido do braço (perímetro de braço menos a dobra cutânea de tríceps);
P = perímetro corrigido de perna (perímetro de perna menos a dobra cutânea de perna);
H = estatura do avaliado.
2.5.6.3. Terceiro componente (ecotomorfia)
Para o calculo do índice de ectomorfia deve-se ter como referência o índice ponderal (IP) para depois, escolher a fórmula adequada. Calcula-se o índice ponderal por meio de:
Se IP ≤ 40,75, emprega-se:
Ecto = (IP × 0,463) - 17,63
se IP > 40,75, emprega-se
Ecto = (IP × 0,732) - 28,58
2.5.6.4. Classificação do somatotipo
•Endomorfo equilibrado: 1º componente domina, e a diferença entre o 2º e 3º ≤ 0,5.
•Mesomorfo equilibrado: 2º componente domina, e a diferença entre o 1º e 3º ≤ 0,5.
•Ectomorfo equilibrado: 3º componente domina, e a diferença entre o 1º e 2º ≤ 0,5.
•Endomorfo mesomórfico: 1º > 2º > 3º.
•Endomorfo ectomórfico: 1º > 3º > 2º.
•Mesomorfo endomórfico: 2º > 1º > 3º.
•Mesomorfo ectomórfico: 2º > 3º > 1º.
•Ectomorfo endomórfico: 3º > 1º > 2º.
•Ectomorfo mesomórfico: 3º > 2º > 1º.
Dependendo da escala, faz-se a plotagem na somatocarta para as coordenadas:
x = 6 + (III - I)
y = 12 - [2II - (III + I)]
ou
x = III - I
y = 2II - (III + I)
Figura 2.1: Somatocarta. Posicionamento espacial quanto ao grau de endomorfia, mesomorfia e ectomorfia.
Pode-se calcular o somatotipo de um indivíduo e compara-lo com de uma população. Para isto, deve-se ter o somatotipo central, que é calculado pela média dos escores de cada componente para os integrantes do grupo de referência. Emprega-se a distância de dispersão do somatotipo (SDD) e o índice de dispersão do somatotipo (SDI) para comparar um grupo de indivíduos como esta população, ou seja:
Sendo
x1 e y1 = coordenadas do somatotipo do indivíduo estudado;
x2 e y2 = coordenadas do somatotipo da população referência.
Quando SDD é igual ou maior que 2,00 os somatotipos são estatisticamente distintos (α ≤ 0,05).
Pode-se calcular o índice de dispersão do somatotipo (SDI) por:
sdi = ΣSDD ÷ n
Sendo:
ΣSDD = somatório das distância de dispersão dos atletas da equipe;
n = número de atletas da equipe.
Tabela 2.4: Somatotipo de referência para diversas modalidades esportivas.
Prova | Endo | Meso | Ecto |
Atletismo | |||
100, 200, 4 x 100 e 110 m barreiras | 1,7 | 5,0 | 2,8 |
400m | 1,5 | 4,5 | 3,3 |
800 e 1500m | 1,5 | 4,2 | 3,6 |
3.000, 5.000 e 10.000m | 1,4 | 4,1 | 3,6 |
Maratona | 1,4 | 4,3 | 3,5 |
Saltos (altura, distância e triplo) | 1,7 | 4,4 | 3,4 |
Salto com vara | 1,5 | 4,8 | 3,2 |
Arremessos (martelo, peso e disco) | 3,3 | 7,1 | 1,0 |
Lançamento do dardo | 2,0 | 5,6 | 2,3 |
Decatlo | 1,8 | 5,6 | 2,5 |
Natação | |||
Estilo livre | 2,2 | 4,7 | 2,9 |
Peito | 2,2 | 5,3 | 2,8 |
Costas | 2,1 | 4,6 | 3,4 |
Golfinho | 2,0 | 5,2 | 2,6 |
Medley | 1,9 | 5,3 | 2,7 |
1. Para estimativa do somatotipo mede-se com o apoio do pé no solo.