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Capítulo Um

Olivia Wade respirou fundo e abriu a porta do táxi, inspirando profundamente o ar úmido do mar quando ele a atingiu. Ela inalou o aroma mais duas vezes antes de puxar algumas notas e entregá-las ao motorista, que já tinha ido ao porta-malas e recuperado sua pequena bagagem de mão e sua bolsa de roupas.

Aceitando sua mão estendida, Olivia saiu e simplesmente olhou para os arredores incrivelmente lindos, deixando a beleza atingi-la. E o desconforto. Depois de se concentrar na excitação que aumentava, e a chegar a este dia, realmente estar ali provocou alguns sentimentos mistos. Felicidade e animação borbulhavam através dela, bem como uma gota de medo.

Ela poderia suportar o que quer que acontecesse por algumas horas. O quão difícil poderia ser para ela ser uma boa amiga e fazer seu dever? Especialmente neste lugar incrível? Qualquer coisa por Jane. As palavras tinham sido seu mantra por semanas, repetidas com mais frequência enquanto este dia se aproximava, e certamente seria invocada mais do que algumas vezes antes que ele terminasse.

O casamento da sua melhor amiga. Ao mesmo tempo um evento maravilhoso e irritante. O último servia para Olivia, pelo menos. Ela não podia estar mais feliz por sua amiga. Em êxtase, de fato. Jane encontrou seu amor verdadeiro e estaria se casando com ele no que prometia ser a ocasião perfeita. É claro que seria. Era o grande dia de Jane. Tudo seria executado com precisão militar.

E sim, no momento em que Olivia se virou para olhar para o prédio, a mãe de Jane apareceu para apressar Olivia para dentro. Como se ela estivesse esperando para atacar.

— Olivia! Bem na hora! — Patrícia Claibourne passou correndo pela porta, usando roupas e joias caras como a mãe da noiva. — Você está maravilhosa! O resto das garotas está esperando por você lá dentro. Como foi seu voo?

— Obrigada, e o voo foi agradável, Sra. Claibourne. Olivia se encolheu no momento em que a chamou daquela forma. Havia algo na mãe de Jane que fazia Olivia se sentir como uma criança de dez anos novamente. Uma acanhada e desajeitada, que precisava de supervisão para que ela não quebrasse algo terrivelmente valioso.

— Eu te disse várias vezes para me chamar de Patrícia. — Ela colocou um braço ao redor da cintura de Olivia e apertou. — Um pouco nervosa?

— Olivia não era do tipo nervoso. Patrícia sabia disso tão bem quanto qualquer um na família dela. Ela tinha uma ideia do que Patrícia estava sugerindo. Olivia ficou em silêncio e esperou que ela continuasse em vez de adicionar combustível no que estava acontecendo na mente da mulher.

Ela não teve que esperar muito tempo.

— Rafael está aqui, você sabe. — Patrícia disse em tom de conversa, mas Olivia podia ver o brilho calculista nos olhos azuis-claros da mulher. Como se ela estivesse tentando saber se a presença do ex de Olivia iria deixá-la nervosa ou não.

É claro que Rafael estava lá. Ele era o melhor amigo de Danilo. Ele teria sido incumbido com o dever da festa de casamento assim como ela.

Olivia deu de ombros. — Eu imaginei que ele estaria.

— Ela se viu recebendo um longo olhar. — Isso não vai ser um problema, não é?

— Ela deu um tapinha no braço da mulher. — Eu não vou deixar. — Olivia não ia permitir que nada estragasse o casamento ou qualquer uma das festividades. Seus melhores amigos estavam se casando. Olivia conhecia Rafael bem o suficiente para acreditar que ele estaria tão relutante quanto ela em fazer qualquer coisa para estragar o dia deles.

Olivia se permitiu ser levada ao edifício opulento que era a porta de entrada para o resort, e através do salão arqueado para a mesa. O lugar inteiro era de tirar o fôlego. De alguma forma era moderno, mas ao mesmo tempo se misturando ao redor, graças à abundância de pedra natural e vidro que ajudaram os edifícios a quase se tornarem um com a montanha que eles aninhavam.

A voz de Patrícia tirou Olivia de seu devaneio. — Faça o check-in, querida. Eu vou deixar Jane saber que você chegou e vou mandar o estilista e tudo mais para sua vila.

— Tudo bem. — Olivia sorriu e o manteve colado no rosto enquanto se virava para a recepcionista pequena e de aparência inocente.

Radiante de felicidade, ela fez o check-in de Olivia enquanto falava tolamente sobre o tempo e lhe desejava uma estadia agradável.

Agradável? Ela não tinha certeza disso, mas seria uma estadia interessante, no mínimo.

Ainda assim, Olivia não iria torcer o nariz para o ambiente luxuoso do resort.

Era bom ter uma folga, não importa o quão breve fosse a pausa. O trabalho sempre pareceu ser sua prioridade e, nos últimos tempos, isso estava pesando sobre ela. Não que ela não gostasse de seu trabalho como restauradora de belas artes em um dos maiores museus ‘não apenas de Londres, mas do mundo’, como dizia seu orgulho. O grau de concentração e meticulosidade que a conservação de pinturas exigia era exaustivo de se acompanhar, deixando-a esgotada e com muita necessidade de distração. Olivia não conseguia se lembrar de suas últimas férias, como foram, então apenas ter a chance de relaxar uma vez foi fantástico. Ser capaz de recarregar em um lugar tão mágico quanto este era um sonho que se tornou realidade.

Olivia nunca tinha estado no Brasil e nunca imaginou, quando ela e Jane conheceram Rafael e Danilo por acaso em um jantar beneficente para o museu, que isso levaria ao outro casal a se casar. Ainda mais difícil de imaginar era que Danilo pagaria para que todos os convidados do casamento viajassem para o Brasil e ficassem em um dos lugares mais bonitos que ela já tinha visto.

Não que ela tivesse estado em muitos hotéis de classe mundial. Mas se ela tivesse, Olivia tinha certeza de que este lugar estaria na lista dos melhores.

Ela seguiu as instruções que recebeu para encontrar sua vila. O fato de ela ter uma para si mesma era incrível. Olivia tinha se dado ao trabalho de ler um pouco sobre o resort durante o voo, então ela conhecia o layout básico, onde sua vila estava situada e a área geral ao redor dela.

Isso não a impediu de explorar enquanto caminhava. Tudo o que estava à vista era tão incrivelmente bem projetado que ela podia imaginar cada edifício, cada caminho, todas as plantas e árvores, tendo brotado do solo naturalmente.

Uma batida em staccato de saltos na pedra atrás dela chamou sua atenção, embora ela não tenha diminuído a velocidade de passeio pela vegetação.

— Você deve ser Olivia. — A pronúncia seca em adição ao sotaque britânico deu um toque adicional às suas palavras.

Olivia sorriu para a mulher de aparência atormentada e para a equipe que a seguia, sabendo que eles deveriam estar muito ocupados. — Eu devo ser. E você é…

— Estamos aqui para prepará-la para o casamento. — Ela consultou o relógio, embora Olivia tivesse a sensação de que era apenas para mostrar. A mulher provavelmente sabia que horas eram e quanto faltava até a cerimônia até o milissegundo.

— Ótimo. — Olivia apontou na direção da vila quando ela apareceu. — Eu estou naquela.

— Brilhante. — De alguma forma, a palavra soou como se a mulher não estivesse feliz enquanto avançava.

Olivia mal teve um momento para se apressar, abrir a porta e olhar ao redor para o suntuoso interior da vila antes que o grupo a cercasse e começasse a trabalhar.

Precisamente trinta minutos depois — ela sabia porque não tinha nada a fazer a não ser obedecer às ordens e observar os segundos passando em um relógio próximo — Olivia olhou para seu reflexo e mal podia acreditar que eles haviam trabalhado tão rapidamente e com resultados tão fabulosos.

O lindo verde jade claro de seu vestido de madrinha complementava seu tom de pele dourado pálido e cabelo escuro. Era um vestido império, tomara que caia, na altura dos seus tornozelos, feito de um chiffon leve e transparente, perfeito para um casamento na praia. Virando-se para o lado, ela admirou o penteado elegante do seu cabelo e o trabalho de maquiagem excelente. Até as unhas dos pés descalços foram pintadas para combinar com as cores que ela usava. Jane definitivamente escolheu a equipe certa para executar sua visão.

— Temos exatamente sete minutos para levá-la à praia. — Olivia tinha certeza de que o rosto da Cronometrista Ansiosa estava tão rígido que o coque na parte de trás de sua cabeça iria se desfazer a qualquer momento. Ela entregou a Olivia um buquê de plumérias fúcsias vívidas intercaladas com orquídeas borboleta brancas que criavam um contraste vibrante com o verde suave de seu vestido. — Me siga.

Obviamente, ela deveria ir descalça. Olivia deu ao pequeno time um sorriso agradecido enquanto eles passavam em fila. Seguindo no final da procissão, ela fechou a porta e, como os outros, alinhou-se atrás de seu líder em uma marcha quase militarista por outro caminho sinuoso.

Os sons das ondas estavam claros agora. O cheiro do oceano chegou fresco e limpo até ela muito antes de ela ter um vislumbre de areia branca suave e da água azul brilhante. Era muito diferente das praias menos pitorescas de Southampton e Dover. Infinitamente melhor.

Olivia adicionou à sua lista mental de aromas favoritos.

Finalmente, uma grande tenda branca surgiu entre as árvores. Colocada na praia, e aninhada ao lado, como se os organizadores estivessem tentando escondê-la, bem como o que estava acontecendo lá dentro.

— Jane? Sua madrinha está aqui e já está pronta.

— Olivia! — O grito de alegria veio de dentro.

Tomando isso como um convite, a tensa estilista afastou o tecido que servia de porta e acenou para Olivia entrar.

— Obrigada. — O pano desceu atrás dela. Oliva não pôde deixar de notar o quão espaçosa a tenda era, apesar de seu exterior enganoso, antes de sorrir para a noiva. — Ela não é do tipo amigável, não é?

Jane sacudiu a cabeça. — Não, mas ela é excelente no que faz.

Todos os pensamentos sobre a mulher mandona desapareceram quando Olivia absorveu a visão de sua melhor amiga.

— Jane… você está incrível.

E ela estava. Bronzeada e resplandecente em um vestido de alta costura que poderia ter sido tirado da luz, Jane brilhava de felicidade. Seu cabelo, que Jane sempre reclamou que era sem vida, agora estava iluminado pelos dias no sol e caía em cascata por suas costas em ondas brilhantes.

Jane estava linda e verdadeiramente feliz.

Olivia não poderia ter ficado mais alegre por ela. Escolhendo um caminho com cuidado para não pisar na cauda curta do vestido dela, Olivia lhe deu um abraço cuidadoso.

— Parabéns.

Jane deu um pulinho animado. — Obrigada. Estou tão nervosa que mal consigo ficar quieta. — Ela saltou novamente enquanto avaliava Olivia. — A propósito, você está fantástica.

— Graças a você. Antes que eles cuidassem de mim, eu provavelmente parecia a salada de ontem.

Jane riu, sua voz soava claramente alegre. — Você? Nunca.

Olivia deslizou as mãos nas da sua amiga e as agarrou com força. — Vocês dois vão ser tão felizes juntos.

Balançando a cabeça para cima e para baixo, Jane sorriu. — Vamos. E quero que saiba que Danilo e eu gostaríamos que você e Rafael fossem tão felizes quanto nós.

Quando as bochechas de sua amiga escureceram, ela se mexeu de um pé para o outro, voltando seu olhar para eles brevemente antes de forçá-lo de volta para encontrar o de Olivia. Pega no escrutínio penetrante de sua amiga, o sorriso de Jane diminuiu um pouco.

As mãos de Olivia se apertaram convulsivamente. — O que você fez?

Jane deu a ela um sorriso tímido e um pequeno encolher de ombros. — Você tem estado tão deprimida desde que vocês dois seguiram caminhos separados. E também por algo tão trivial.

Como se eu precisasse ser lembrada. Olivia tentou puxar as mãos, mas Jane segurou firme. — Jane, é o seu dia. Você não precisa se preocupar comigo.

— Você é minha amiga mais próxima e mais antiga. Eu sempre me preocupo com você.

Olivia sabia que era verdade, porque ela se sentia da mesma maneira. Jane pode não ter sido sua irmã de sangue, mas ela era a mais próxima que tinha de uma. — Bem, não há necessidade. Principalmente hoje.

Jane apertou os lábios quando a coordenadora reapareceu e começou a berrar ordens novamente. Olivia estava vagamente ciente dos outros sendo levados para fora e alinhados. Jane deu a Olivia um sorriso trêmulo. — Acho que é hora de fazer isso.

Olivia a puxou para outro abraço. Antes que ela estivesse pronta, Olivia se viu levada para fora e na fila ao lado de uma figura alta e larga em um terno cinza-claro e uma gravata combinando com seu vestido.

Sob o caramanchão de árvores e os raios de luz do sol, ela lambeu os lábios. O estalo de consciência era tão poderoso que ela não precisava olhar para saber com quem ela estava. Precisando de um segundo para se controlar, Olivia olhou para a areia antes de permitir que seu olhar seguisse as linhas do terno até onde a camisa branca contrastava com a pele bronzeada. De lá, ela deixou seus olhos viajarem para o queixo quadrado bem barbeado, lábios carnudos e sensuais, nariz reto romano, olhos escuros…

— Livia — ele cumprimentou com uma voz suave e rouca. — Você está linda.

Seus joelhos vacilaram. O impacto de Rafael Brito Andrade em seus sentidos foi poderoso e imediato. E quando ele disse o nome dela — o nome dele para ela — seu coração acelerou. A droga. Do tempo. Todo.

— Rafe. — Olivia estava determinada a manter as coisas profissionais. Indiferentes. Mesmo que estivesse na ponta da língua dela dizer a ele o quão bom ele também parecia. Rafael era bonito em tudo por dentro… e por fora.

Ele suspirou e estendeu o braço para ela. — Venha. Se estragarmos isso por um nanossegundo, Jane terá nossas cabeças.

Olivia colocou a mão, tentando não sentir os músculos rígidos do bíceps dele. Ou aqueles que arrastaram seu olhar para o torso dele. Como se isso fosse possível.

Ele grunhiu algo e abaixou o cotovelo, prendendo-a contra ele para que ela não tivesse alternativa a não ser sentir o movimento de cada tendão sob suas roupas.

O cheiro dele, picante, amadeirado, algo inteiramente masculino, envolveu-se ao redor dela, até que a cabeça de Olivia girou e ela literalmente teve que usar Rafael para se manter de pé.

Lutando para manter o sorriso no rosto, ela caminhou no mesmo ritmo que Rafe pela nave.

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