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QUERO DORMIR

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Eu gosto do Inverno e da neve… Chamo-me Aksínia e moro na Rússia. A minha história começou no Inverno em Janeiro de 2014. Quantas estrelas existem no céu? Quero dormir…


– Mãe, eu não sei onde poderei trabalhar – disse Aksínia.

– Do que gostas de fazer?

– Gosto de matemática.

– Pensa, pensa…

– Eu quero viver no mundo dos números.

– Aksi, tens de ir dormir – disse a mãe.

– Eu sou feliz?

A lua encheu a sala de luz e Aksínia começou a revirar na cama.

– Dói, dói, dói! Agora eu não consigo dormir.


No consultório do médico.

– Bom dia, o que a traz aqui? – perguntou o médico.

– Eu não consigo dormir. As minhas pernas não param. Movem-se.

O médico ficou em silêncio.

– Eu saio da cama e atravesso a sala.

– Quantos anos tens?

– Eu tenho 21 anos.

– Sente-se deprimida? – o médico perguntou rapidamente.

– Não!

É um lindo dia e amo São Petersburgo. Eu ando pela cidade e sonho. Eu não tenho depressão. Por que não consigo dormir? Não sei porque isto me acontece. Eu não consigo controlar o meu corpo. Tenho visitado médicos durante todo o ano e durante a noite eu sinto um dor na perna. Eu tenho medo… Agora a cama é um inimigo para mim. Eu choro toda noite.

O que é isso? Os médicos não conseguem diagnosticar o que se passa comigo. Os médicos riem de mim. Não sei o que fazer. A minha mãe também chora toda noite. Estou cansada… quero dormir. Até um médico ter falado em: “Síndrome das pernas inquietas” (SPI). A frase que mudou a minha vida para sempre. Não existe tratamento.

Estou a estudar na universidade mas estar nas aulas depois das minhas noites é extraamente difícil. Este síndrome está a destruir a minha vida.


À tarde, Aksínia bebia chá com a mãe.

– Por que estou doente mãe? – perguntou Aksinia.

– Não sei filha. Ninguém sabe ao certo porquê.

Ninguém sabe muito sobre este síndrome mas agora es estudo neurociência.

– Certamente irás encontrar a resposta.

A mãe tem me ajudado. Só ela acreditou em mim. As pessoas pensam que estou a mentir. O sonho é uma necessidade humana importante. Deficiência na neurologia é a perda de um órgão ou sua função. Eu tenho uma deficiência no órgão do sono. O cérebro… Onde o sonho começa? O sonho começa com…?

As pessoas gostam de aconselhar. Mas que não tem SPI, é impossível entender esta dor.

Aksínia escreve no seu diário todas as noites. Aksínia: “Eu não consigo dormir de novo. Eu visitei um neurologista, um homem alto e bonito. Estou a ficar apaixonada. Eu gosto desse sentimento. Deixa-me alegre. Ele tem me acompanhado e disse-me que o sistema nervoso periférico não está afectado. Esta notícia não é boa nem má para mim pois ninguém acredita que há um problema. O meuneurologista chama-se Igor. O que é que ele vai pensar de mim? O Igor também acha que eu estou deprimidae os médicos não querem entender sobre a Síndrome das Pernas Inquietas.

Por que temos um sentimento de amor? O amor consiste em dopamina? A dopamina é um mediador cerebral que produz a antecipação do prazer. Também os neurônios da dopamina dão-nos movimento. A neuroplasticidade ajuda o cérebro a mudar seus neurônios. Eu posso e você pode. Eu gosto de neurociência pois a ciência ajuda-me a entender o meu sonho. Igor acha que sou louca. Como posso provar a existência do SPI?

Triggers SPI: neurolépticos, amitriptilina e outros.

Igor receitou-me um antidepressivo. Este medicamento aumenta a “dor”. Por que Igor não sabe disso? Este síndrome é a tortura do século XXI.

Thomas Willis descreveu o síndrome no século XVII. Na sua opinião, o síndrome é um ataque de histéria. K. Ekbom no século XX disse sobre

Síndrome das pernas inquietas. Estou triste e agora ninguém sabe a causa da síndrome.

Como irei dormir?


Aksínia. Síndrome das pernas inquietas

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