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CAPITULO XXXII

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—Quem é que manda isto? perguntou Rubião,

—D. Sophia.

Rubião não conhecia a lettra; era a primeira vez que ella lhe escrevia. Que podia ser? Via-se-lhe a commoção no rosto e nos dedos. Em quanto elle abria a carta, Freitas familiarmente descobria a cestinha: eram morangos. Rubião leu tremulo estas linhas:

«Mando-lhe estas fructinhas para o almoço, se chegarem a tempo; e, por ordem do Christiano, fica intimado a vir jantar comnosco, hoje, sem falta. Sua verdadeira amiga

Sophia».

—Que fructas são? perguntou Rubião fechando a carta.

—Morangos.

—Chegaram tarde. Morangos? repetiu elle sem saber o que dizia.

—Não é preciso córar, meu caro amigo, disse-lhe rindo o Freitas, logo que o criado saiu. Estas cousas acontecem a quem ama...

—A quem ama? repetiu Rubião corando deveras. Mas, póde ler a carta, veja...

Ia mostral-a; recuou e metteu-a no bolso. Estava fóra de si, meio confuso, meio alegre; Carlos Maria deleitou-se em dizer-lhe que elle não podia encobrir que o mimo era de alguma namorada. E não achava que reprehender; o amor era lei universal: se era alguma senhora casada, louvava-lhe a discrição...

—Mas pelo amor de Deus! interrompeu o amphytrião.

—Viuva? Estamos no mesmo caso, continuou Carlos Maria; a discrição aqui é ainda um merecimento. O maior peccado, depois do peccado, é a publicação do peccado. Eu, se fosse legislador, propunha que se queimassem todos os homens convencidos de indiscrição nestas materias; e haviam de ir para a fogueira, como os réos da Inquisição, com a differença que, em vez de sambenito, levariam uma capa de pennas de papagaio...

Freitas não podia ter-se com riso, e batia na mesa, á maneira de applauso; Rubião, meio enfiado, acudia que não era casada nem viuva...

Quincas Borba

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