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CAPÍTULO QUATRO
ОглавлениеCaitlin senta no quarto vazio do monastério Franciscano, e olha pela janela aberta, apreciando a noite. Ela tinha finalmente parado de chorar, desde que tinha deixado o padre, horas atrás, quando recebeu notícias do filho perdido. Ela não tinha sido capaz de controlar as lágrimas, ou de parar de pensar na vida que teria levado, e era tudo muito doloroso.
Mas depois de horas, não lhe restam lágrimas, e agora tudo que ela tem são lágrimas secas em seu rosto. Ela olha pela janela, tentando se distrair, e respira fundo.
O interior da Úmbria se estende diante dela, e de seu ponto de vista, do alto da montanha, ela pode ver as colinas de Assis. A lua está cheia, e ela pode apreciar toda a beleza da paisagem. Ela vê as pequenas cabanas espalhadas ao longo do caminho, com fumaça saindo das chaminés, e pode sentir que é uma época mais calma e relaxada na história.
Caitlin se vira e observa o quarto, iluminado apenas pela luz da lua e uma pequena vela acesa na arandela da parede. Era feito totalmente de pedra, com apenas uma cama num canto. Ela acha engraçado o fato de sempre acabar em um monastério. Esse lugar não poderia ser mais diferente de Pollepel, mas ao mesmo tempo, o pequeno quarto medieval a fazia recordar seu tempo na ilha. O quarto era feito para introspecção.
Caitlin examina o chão liso de pedras e vê, perto da janela, duas pequenas marcas separadas por alguns centímetros, no formato de um joelho. Este quarto já devia ter centenas de anos de uso.
Caitlin vai até a pequena cama, e se deita. É apenas um banco de pedra, coberto por uma fina camada de palha. Ela tenta encontrar uma posição confortável, virando de lado – e então sente alguma coisa. Ela enfia a mão na roupa e ao remover o objeto, fica feliz ao perceber do que se trata: seu diário.
Ela o segura, maravilhada em tê-lo consigo. Seu velho e confiável companheiro parece ser a única coisa de sua antiga vida a sobreviver à viagem. Segurá-lo, uma coisa real e tangível, faz Caitlin perceber que tudo aquilo não é um sonho. Ela realmente está ali, e tudo aquilo realmente tinha acontecido.
Uma caneta moderna rola do meio das páginas, indo parar em seu colo. Ela pega a caneta e a examina, pensando.
Sim, decide ela; é exatamente isso que ela faria. Escrever, processar as coisas. Tudo tinha acontecido rápido demais, e ela quase não tinha tido tempo de respirar. Ela precisa repassar tudo em sua cabeça, reconsiderar tudo, pensar. Como ela tinha chegado até ali? O que tinha acontecido? Onde estava indo?
Ela não tem certeza das respostas, mas escrevendo, espera se lembrar.
Caitlin vira as páginas frágeis até encontrar uma em branco. Ela ajusta a postura, encosta na parede dobrando os joelhos, e começa a escrever.
*
Como cheguei até aqui? Em Assis? Na Itália? Em 1790? Por um lado, há não muito tempo eu estava no século XXI, em Nova Iorque, vivendo a vida normal de um adolescente. Por outro lado, isso tudo parece tão distante… Como tudo isso começou?
Primeiro, me lembro das pontadas de fome, – e de como eu não as compreendia. Jonah, e o Carnegie Hal, minha primeira refeição. Minha inexplicável transformação em vampira – Mestiça, é o que me chamam. Minha vontade de morrer. A única coisa que eu queria era ser como todos os outros.
E também tem o Caleb. Ele me salvou de um coven terrível, salvou minha vida. Lembro-me de seu coven nos Claustros. Mas eles não me aceitaram, pois relações entre humanos e vampiros são proibidas. Então fiquei sozinha de novo – até que Caleb me salvou novamente.
Minha busca por meu pai, pela espada mística que poderia poupar a raça humana de uma Guerra Vampira, nos tinha levado por toda parte, de um lugar histórico a outro. Quando encontramos a Espada, ela nos foi roubada – como sempre, Kyle estava apenas esperando para estragar tudo.
Mas não antes que eu tivesse percebido o que eu estava me tornando. E não antes que Kyle e eu nos encontrássemos. Depois que eles roubaram a Espada, depois que tinham me esfaqueado, enquanto eu morria, ele me transformou, e me salvou mais uma vez.
Mas nada tinha saído como eu tinha planejado. Eu vi Sera, a ex-mulher de Caleb, e imaginei o pior. Eu estava errada, mas era tarde demais. Ele fugiu para longe de mim, e direto para o perigo. Na Ilha Pollepel, eu me recuperei e treinei, e também fiz amigos – vampiros – mais próximos do que jamais havia tido – especialmente Polly. E Blake – tão misterioso e belo – quase havia roubado meu coração. Mas eu recuperei os sentidos a tempo. Descobri que estava grávida, e me dei conta de que precisava salvar Caleb da Guerra vampira.
Tentei salvá-lo, mas era tarde demais. Meu próprio irmão, Sam, nos enganou. Ele me traiu, me fazendo pensar que ele era outra pessoa. Por sua causa eu não tinha acreditado que aquele era mesmo Caleb, e o matei, matei meu amor, – com a Espada, e minhas próprias mãos; ainda não consigo me perdoar.
Mas eu levei Caleb até Pollepel e tentei ressuscitá-lo, trazê-lo de volta a qualquer custo. I disse a Aiden que faria qualquer coisa, sacrificaria tudo. E pedi a ele que nos mandasse de volta no tempo.
Aiden me avisou que aquilo poderia não funcionar. Que se tentássemos, poderíamos não ficar juntos. Mas eu havia insistido.
E agora, aqui estou eu. Sozinha em um lugar e época estranhos. Sem meu filho, e possivelmente sem Caleb também.
Eu errei ao voltar?
Sei que preciso encontrar meu pai, e encontrar o Escudo. Mas sem Caleb ao meu lado, não sei se terei forças para continuar.
Sinto-me confusa, não sei o que fazer agora.
Por favor, Deus, ajude-me…
*
Enquanto o sol se põe como uma bola de fogo no horizonte, Caitlin corre pelas ruas de Nova Iorque. É o apocalipse. Carros estão virados, corpos estão espalhados pelas ruas, há devastação por toda parte. Ela corre sem parar por avenidas que parecem nunca ter fim.
Ao correr, seu mundo parece virar de cabeça para baixo; e enquanto tudo vira, os prédios desaparecem. A paisagem muda, as avenidas se transformam em ruas de terra, os prédios em colinas. Ela se sente voltando no tempo, da era moderna para outro século. Ela sente que se pudesse correr mais rápido, encontraria seu pai, seu verdadeiro, pai, em algum lugar do horizonte.
Ela corre por pequenos vilarejos nas montanhas, e então eles também desaparecem.
Logo tudo o que resta é um campo de flores brancas. Ao correr através delas, ela fica surpresa ao ver que ele está lá, no horizonte, esperando. Seu pai.
Como sempre, ela pode ver sua silueta contra o sol, mas desta vez, ele parece mais perto do que antes. Desta vez, ela pode ver seu rosto, sua expressão. Ele esta sorrindo, esperando por ela, de braços abertos para um abraço.
El se aproxima dele. Ela envolve seus braços ao redor dele e ele a abraça, seu corpo musculoso próximo ao dela.
“Caitlin,” ele diz, com a voz cheia de amor. “Você sabe o quão próxima está? Sabe o quanto eu a amo?”
Antes que ela possa responder, ela vê algo mais ao lado, e vê que, do outro lado do campo, está Caleb. Ele estende os braços para ela.
Ela dá alguns passos na direção dele, e então para e olha para seu pai.
Ele também lhe estende a mão.
“Encontre-me em Florença,” seu pai fala.
Ela se vira para Caleb.
“Encontre-me em Veneza,” Caleb diz.
Ela olha para os dois lados, dividida sobre qual caminho seguir.
*
Caitlin acorda sobressaltada, sentando-se na cama.
Ela olha à sua volta, desorientada.
Finalmente, ela percebe que tinha sido um sonho.
O sol está nascendo, e ela vai até a janela, e olha para fora. A cidade de Assis pela manhã é calma, e muito bonita. Todos ainda estão dentro de suas casas, e fumaça sai de uma ou outra chaminé. Uma fina neblina paira sobre o campo, refletindo a luz.
Caitlin se assusta ao ouvir um rangido, e se prepara ao ver a porta começando a se abrir. Ela cerra os punhos, preparando-se para qualquer visitante indesejado.
Mas assim que a porta se abre, ela olha para baixo e arregala os olhos de alegria.
É Rose, abrindo a porta com o focinho.
“Rose!” grita Caitlin.
Rose abre a porta até o fim, corre e pula nos braços dela. Ela lambe todo seu rosto, e Caitlin ri de felicidade.
Caitlin pulled her back and looked her over. She had filled out, grown bigger.
“Como você me encontrou?” pergunta Caitlin.
Rose a lambe, gemendo baixinho.
Caitlin senta na beirada da cama, acariciando o lobo, e se esforça a se concentrar, tentando limpar a mente. Se Rose tinha sobrevivido, talvez Caleb tivesse, também. Ela se sente encorajada.
Intelectualmente, ela sabe, ela precisa ir até Florença. Para continuar sua busca. Ela sabe que a chave para encontrar seu pai, e o Escudo, está lá.
Mas seu coração sé atraído para Veneza.
Se houvesse a mínima chance de que Caleb estivesse lá, ela teria que descobrir – simplesmente não havia outra escolha.
Ela se decide. Segurando Rose no colo, ela dá uma corridinha e salta pela janela.
Ela sabe que está completamente recuperada agora, que suas asas irão brotar.
E como previsto, elas brotam.
Em poucos instantes Caitlin está sobrevoando as montanhas da Úmbria, em direção ao norte, voando para Veneza.