Читать книгу Uma Justa de Cavaleiros - Морган Райс, Morgan Rice - Страница 6
CAPÍTULO UM
ОглавлениеThorgrin fica em pé na proa do elegante navio, segurando na grade enquanto o vento assopra os seus cabelos, e observa o horizonte com uma crescente sensação de mau agouro. O navio, capturado das mãos dos piratas, navega o mais rápido possível com Elden, O'Connor, Matus, Reece, Indra e Selese manejando as velas, e Thorgrin, com Angel ao seu lado, sabe que não é possível ir mais rápido, por mais que ele queira. Ainda assim, ele anseia por isso. Depois de todo aquele tempo, Thor finalmente tem certeza de que Guwayne está próximo, além do horizonte, na Ilha da Luz. E com igual certeza, ele sente que Guwayne está em perigo.
Thor não compreende como aquilo é possível. Afinal, quando ele os tinha deixado para trás, Guwayne havia se encontrado na segurança da Ilha da Luz, sob a proteção de Ragon, um feiticeiro tão poderoso quanto o seu irmão. Argon é o feiticeiro mais poderoso que ele jamais havia conhecido, tendo até mesmo protegido todo o Anel, e Thor não consegue entender como qualquer mal poderia acontecer a Guwayne enquanto ele se encontra sob a proteção de Ragon.
A não ser que exista algum poder do qual Thorgrin jamais havia ouvido falar, o poder de um feiticeiro do mal que possa superar as forças de Ragon. É possível que exista algum reino, alguma força maligna oculta ou um feiticeiro do mal que ele desconheça?
Mas por que eles iriam atrás de seu filho?
Thor relembra o dia em que havia deixado a Ilha da Luz às pressas, sob o feitiço de seu sonho, determinado a abandonar aquele lugar ao amanhecer. Em retrospecto, Thor percebe que tinha sido enganado por alguma força maligna interessada em separá-lo de seu filho. Mas graças a Lycoples, que ainda está sobrevoando o seu navio, guinchando, desaparecendo no horizonte e voltando para perto deles novamente, Thor havia decidido retornar para Ilha, finalmente avançando na direção certa. Os sinais, Thor percebe, haviam estado diante de seu nariz durante todo aquele tempo. Como ele tinha sido capaz de ignorá-los? Que força maligna pode estar atuando para desencaminhá-lo?
Thor se lembra do preço que havia sido forçado a pagar: os demônios libertados do inferno, a maldição do Senhor das Trevas de que cada um daqueles demônios seria a sua ruína. Ele sabe que mais desafios e obstáculos estão diante dele e percebe que aquilo tinha sido apenas um deles. Que outros testes, ele se pergunta, podem estar esperando por ele? Ele conseguirá recuperar o seu filho?
"Não se preocupe," diz uma voz doce.
Thor se vira e vê Angel puxando um pedaço de sua camisa.
"Tudo vai ficar bem," ela completa com um sorriso.
Thor sorri para ela, colocando a mão sobre sua cabeça, tranquilizado pela presença dela como sempre. Ele havia aprendido a amar Angel como sua própria filha, a filha que ele nunca havia tido. A presença dela o conforta.
"E se tudo não ficar bem," ela continua com um sorriso nos lábios, "Eu darei um jeito!"
Ela ergue o pequeno arco que O'Connor havia feito para ela com orgulho e mostra para Thor suas habilidades com a arma. Thor sorri, divertindo-se, quando ela ergue o arco na altura de seu peito, prepara uma pequena flecha com as mãos trêmulas e começa a puxar a corda. Ela atira e sua pequena flecha de madeira atravessa o ar, incerta, caindo dentro do mar.
"Eu matei um peixe?" ela pergunta com excitação, correndo alegremente até a grade lateral do navio para olhar dentro da água.
Thor fica ali parado, observando a espuma do mar, e não tem tanta certeza disso. Mesmo assim, ele sorri.
"Tenho certeza que sim," ele responde de maneira encorajadora. "Talvez até mesmo um tubarão."
Thor ouve um guincho distante e imediatamente levanta a sua guarda. Todo o seu corpo fica paralisado ao mesmo tempo em que ele segura o punho de sua espada e observa o oceano, estudando o horizonte.
As grandes nuvens escuras se partem e, naquele exato instante, o horizonte é revelado, partindo o coração de Thor: na distância, nuvens de fumaça escura preenchem o céu. Quando mais nuvens se partem, Thor pode ver que a fumaça está vindo de uma ilha distante – não uma ilha qualquer, mas uma ilha com penhascos íngremes que se erguem na direção do céu, culminando em um imenso platô. Aquela é uma ilha inconfundível.
A Ilha da Luz.
Thor é invadido por uma dor intensa ao ver o céu repleto de criaturas malignas, parecidas com gárgulas, sobrevoando o que resta da ilha como abutres e preenchendo o ar com seus guinchos. Há um exército daquelas criaturas e, abaixo delas, toda a ilha está em chamas. Nenhum canto da ilha havia sido poupado.
"MAIS RÁPIDO!" Thor ordena, gritando contra o vento ao mesmo tempo em que sabe que aquilo é inútil. Aquela é maior sensação de desamparo que ele já havia sentindo em toda a sua vida.
Mas não há nada que ele possa fazer. Ele observa as chamas, a fumaça e os monstros, ouve Lycoples guinchando acima deles e sabe que é tarde demais. Nada poderia ter sobrevivido àquilo. Todas as pessoas daquela ilha, Ragon, Guwayne e todos os outros, certamente estão mortos.
"NÃO!" grita Thorgrin, amaldiçoando todos os deuses enquanto avança, tarde demais, na direção da ilha da morte.