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Moscou, segunda-feira, 14 de maio de 2012, Centro Russo de Ciência Oncológica N. N. Blokin, gabinete do médico Sechenova I.M., 10 horas 50 minutos da manhã – como lembro agora, até pequenos detalhes deste inesquecível entre aspas do dia.
Há uma mulher sentada à mesa, de 50 anos, com óculos, cabelos grisalhos, com uma mechada que lhe cobre os ombros de forma negligente, com uma bata branca, com uma bela jogada de escorpião, ansiosa por morder a "próxima vítima".
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Estou cheio de energia, planos de vida, sentado em frente, em estado muito perturbador, com cédulas, calças, camisola, porque não há calor primaveral no quintal… 20. Atrás do médico, 2 uma foto da minha cabeça no tabuleiro iluminado do interior. Através da luz abafada por causa das fotografias, a luz vê uma ervilha clara, do tamanho de metade de uma noz, contornada por um marcador.
Apesar da tristeza da próxima conversa, o médico é rigoroso, lembrando-me da minha diretora de classe, Natalia Makarovnu, aparentemente impedindo que as suas experiências internas transmitissem as suas emoções ao paciente. Não havia um "prelúdio" especial, é seco, pode ser dito duro, passou ao assunto e deu-me um diagnóstico incompreensível de tumor embrionário cerebral. Mais tarde, sou eu mesmo a roubar as nuances – uma forma rara e inoperável de câncer cerebral, que é mais comum em crianças e na adolescência. A probabilidade de este diagnóstico em adultos é de 1 por 1 milhão de pessoas com câncer. O veredicto é: "Tem 1 um ano de vida, se tiveres sorte, 2".
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