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Nos amamos e nos conhecemos também pelo corpo

E conheceu Adão a Eva, sua mulher... (Gn 4,1)

O sexo deixou de ser um tabu nas conversas cotidianas, entre os adolescentes e jovens, assim como em todas as conversas nas quais se trata do assunto de forma generalizada, sem afetar a intimidade dos interlocutores.

Mesmo assim ainda é um tabu falar sobre o tema entre marido e mulher, porque isto diz respeito à intimidade. Vocês conversam sobre a sexualidade que vivem e compartilham? A experiência nos mostra que os casais não conversam sobre sua sexualidade. "Fazem amor", porém não falam a respeito pois "ficam envergonhados". Se doam e entregam fisicamente um ao outro mas tudo fica por aí. Cada um tem suas próprias interpretações pois trata-se de um "cinema mudo".

Os corpos não amam, o prazer não ama, nem o desejo ama. Ama-se a partir da interioridade, da partir da profundeza do coração: os corpos são os mensageiros desta mensagem interior e profunda do ser. Assim, a sexualidade se dá por meio de uma linguagem calorosa e amorosa que contém em si o que cada um sente a respeito do outro.

Se entregar totalmente e pessoalmente através de seus corpos é um sinal de abertura ao outro que não significa deixar de ser si mesmo. Um eu é corpo, sentimento e espírito e este eu entra em comunhão encarnada com o outro em uma tripla dimensão física, psicológica e espiritual.

A sexualidade não é o amor mas sim a linguagem do amor. Uma sexualidade sem amor não é humana pois não integra a dimensão tripla de uma pessoa. Isto faz com que a sexualidade seja basicamente uma reflexo de duas vidas, de duas almas, de dois corpos. Ela é reflexo de duas verdades, de dois amores, de duas sinceridades que se abrem mutuamente. O reflexo dos corpos nus não é sinal de atrevimento ou provocação, mas sim sinal sagrado de dois corações e de duas vidas puras. Quando existe alguma mentira em nosso interior (um sentimento contrário ou mal expresso no momento em que se entrega) este reflexo perde a naturalidade e surge a vergonha de Adão e Eva (cfr. Gn 3,7).

A limpidez da sexualidade fará com que as demonstrações físicas do casal sejam acompanhadas por palavras de amor preenchidas de sentido. Trata-se de um destes momentos únicos em que a fala é meiga, amorosa, doce e sem agressividade. Uma entrega física desacompanhada de ternura de palavras se torna misteriosa, turva e manchada. Este é o momento de avaliarem mutuamente o quanto vocês se amam e se querem, o quanto precisam e o quanto cada um se sente feliz em estar ao lado do outro.

Não em vão, a palavra de Deus define a relação sexual com um termo um pouco estranho para a nossa linguagem de hoje em dia: conhecer. Como expresso no texto bíblico com o qual começamos a reflexão, E conheceu Adão a Eva, sua mulher. Assim é, pois toda entrega entre esposos deve ser mútua e levar ao conhecimento um do outro, revelando cada um tal qual é e como gostariam de ser. Conhecer-se é entrar dentro do outro, é compenetrar-se do outro, é descobrir a verdade do outro. Nos amamos e conhecemos também pelo corpo.

Para dialogar em casal

1. Nós conversamos sobre o nosso sexo?

2. O que sentimos quando nos entregamos um ao outro?

3. Como vemos nosso comportamento sexual?

4. Em que devemos melhorar sexualmente para que nosso relacionamento de casal cresça?

Para orar juntos

Senhor,

te damos graças e bendizemos,

porque és o Deus do amor.

Nos criaste, homem e mulher,

com infinitas ânsias por amor.

Tu queres que nossa entrega íntima,

seja um sacramento,

um sinal de que nos ama.

E que nossa entrega corporal

também seja

sacramento de nosso interior,

um sinal que demonstra

a linguagem do nosso amor

Obrigado, Senhor,

porque através desta entrega

permites que nos conheçamos

cada dia mais e melhor,

e sobretudo,

obrigado porque ao nos compenetrarmos no amor,

somos apoio e ajuda mútua,

além disso, nasceram nossos filhos,

que são o mais precioso que temos,

Obrigado, Senhor.

Amém.

Constriundo o amor conjugal

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