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CAPÍTULO TRÊS

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Keira não teve escolha senão retornar ao escritório na manhã seguinte. Para começar, coração partido não era um motivo válido para faltar no trabalho, e dois dias seguidos parecia abuso. Além disso, ela não queria passar outro dia se lamentando em cafeterias e, definitivamente, não queria ser persuadida a participar de outro esquema maluco e estúpido de Bryn! O último, o encontro no Gino, havia deixado um gosto muito azedo na boca de Keira.

Apesar de sentir que havia uma nuvem negra pairando sobre sua cabeça, Keira conseguiu se vestir e se preparar para começar o dia. Geralmente, ela se sentia poderosa ao se vestir para o trabalho, mas hoje ela se sentia como uma imitação barata, apesar de ter optado por uma das roupas mais casuais de suas opções de roupas formais.

Quando saiu do apartamento de Bryn, Keira viu que Nina havia lhe enviado uma mensagem de apoio.

Todos estão ansiosos para o seu retorno.

Keira sorriu. Ela estava feliz por ter uma boa amiga como Nina. Apesar da diferença de idade, havia uma grande sintonia entre elas. E Nina teve uma carreira tão impressionante no mundo da escrita que também era uma excelente mentora para Keira.

Quando Keira entrou na sede da Viatorum, ela ficou surpresa com o clima imediatamente diferente. Antes, sempre havia um ar de pânico no escritório, uma espécie de estresse invisível que impregnava toda a revista. No passado, não importava o quão bom estava seu humor quando entrava na revista, era impossível não sair de lá se sentindo cansada, estressada e ansiosa.

Mas, é claro, que a diferença agora era que Joshua não trabalhava mais na revista. Graças à Keira, ele foi demitido por Elliot. Era incrível a diferença que isso fez na revista. Parecia até mais confortável, embora os azulejos fossem o mesmo branco clínico e imaculado de antes, e o estilo de ambiente aberto ainda com o mesmo eco. Havia apenas uma diferença real visível, observou Keira; todas as portas para as salas de reuniões e escritórios estavam abertas. Ela podia ver a Heather, a assistente de Elliot, digitando em um computador em seu escritório. Dentro da sala de conferência, vários membros da equipe estavam envolvidos em uma reunião que parecia alegre, em vez de formal e estranha. Quando Joshua trabalhava lá, essas portas eram sempre fechadas rapidamente, agindo como uma barreira física entre a equipe sênior e o pessoal subalterno.

"É Keira!" Alguém disse e, de repente, as cabeças se viraram para olhar para ela.

Para a completa surpresa de Keira, alguém começou a aplaudir.

Ela sentiu suas bochechas ficando ruborizadas à medida que mais e mais pessoas se levantaram e começaram a aplaudir. Foi assim que Dorothy se sentiu depois de matar a Bruxa Malvada? Afinal de contas, um homem havia perdido seu sustento, mesmo merecendo!

Nina saiu de sua mesa e abraçou Keira.

"Você conseguiu," ela disse gentilmente. "Eu te disse que todos estavam felizes em vê-la!"

Denise, uma das redatoras subalternas, que Keira ainda não havia trocado mais do que duas palavras, correu e abraçou-a. Keira ficou surpresa.

"Oi, ei," ela disse, embaraçosamente.

"Eu só queria dizer obrigada," Denise falou efusivamente. "Eu estava tão perto de desistir por causa de Joshua. Ele me fez pensar que eu era inútil, que eu não conseguia escrever e não tinha talento algum. Eu iria desistir completamente do jornalismo. Mas, graças a você, ainda estou aqui e tudo é um milhão de vezes melhor do que antes."

"De nada," disse Keira, sentindo uma pequena onda de orgulho. Não foi fácil aguentar o Joshua, mas valeu à pena, e ajudou mais pessoas do que ela havia imaginado. Qualquer resquício de culpa residual que ela sentia por suas ações desapareceu ao ver o impacto que havia causado em todos. Josh era um homem adulto, responsável por suas próprias ações. Ninguém o obrigou a agir como um idiota com todos ao seu redor. Na verdade, ele é o culpado pela própria demissão; Keira apenas foi o catalisador.

Sentindo uma onda de confiança pela primeira vez desde que Shane despedaçou seu coração, Keira foi até a mesa, pronta para mergulhar no trabalho. Afinal, era onde ela se sobressaía. Mesmo que sua vida amorosa estivesse atualmente em cacos, sua carreira estava florescendo e ela iria aproveitar ao máximo.

Mas, quando chegou a sua mesa, viu que nenhuma de suas coisas estavam lá. A foto emoldurada de sua mãe e Bryn havia desaparecido, junto com seu mini cacto, o mousepad de bolinhas que ela ganhou de presente de sua amiga Shelby em sua formatura, e a caneca em forma de gato que sua outra melhor amiga, Maxine, tinha lhe presenteado no ano anterior. Ela esperava desesperadamente que não haviam sido jogados fora por acidente. Pequenas bugigangas, essencialmente inúteis, mas que significavam muito para ela.

Ela olhou ao seu redor, preocupada. Foi então que notou Elliot caminhando em sua direção.

Ele parou, seu grande contorno de dois metros crescendo sobre ela, e apertou a mão de Keira. "Bem-vinda de volta. Eu mudei você para o escritório do canto. Espero que não se importe."

O alívio em saber que seus pertences estavam seguros foi a única coisa que se passava em sua mente. Então, ela percebeu o que Elliot realmente havia dito.

"Eu tenho um escritório?" Ela repetiu, seu tom um de descrença.

"Claro," respondeu Elliot. "Você é uma sênior agora. Todos os seniores recebem escritórios."

Ele acenou para que ela o seguisse. Quando Keira atravessou o escritório, olhou para Nina. Sua amiga piscou. Ela já deveria saber.

Eles pararam na porta aberta para o pequeno escritório de canto. O nome de Keira havia sido gravado em uma placa dourada, que estava parafusada na porta. Seus itens favoritos foram posicionados na mesa da mesma forma que antes, mas enquanto antes eles deixavam seu espaço de trabalho apertado, agora eles pareciam pequenos com o resto da sala vazia.

Keira sentiu-se eufórica, como se estivesse nas nuvens. Ela nunca teve seu próprio escritório, nem uma placa na porta.

"O escritório está bom?" Perguntou Elliot.

"É incrível!" Respondeu Keira, caminhando dentro e girando. A sala não era suficientemente grande para os arabescos, mas isso não importava para Keira!

"Adotamos uma política de portas apenas abertas," disse Elliot. "A menos que você esteja tendo uma reunião ou esteja em uma chamada. Houve uma votação enquanto você estava de licença."

Keira olhou para ele com uma expressão surpresa, mas satisfeita.

Ela nem conseguiu imaginar como seria um sistema de votação na Viatorum. Nos tempos de Joshua, ele apenas dava ordens e todos seguiam. Se ele o chamava no escritório em um feriado—fosse Natal, Chanuká, Eid, ou o quer que seja que você celebra—você tinha que estar lá ou seria demitido. Keira ficou tão feliz em saber que a opinião da equipe de redação júnior era agora considerada.

"Você já foi apresentada ao Lance?" Continuou Elliot.

"Lance?" Perguntou Keira. "Não, ele é um novo redator júnior?"

Elliot riu. "Ele é o seu novo chefe," ele disse.

"Ah," respondeu Keira, franzindo o rosto. "Pensei que você seria o meu novo chefe."

A ideia de outra pessoa estando em controle preocupava Keira. E se ele se transformasse em outro Joshua? E se suas visões criativas não se alinhassem completamente?

Elliot balançou a cabeça. "Não posso estar aqui 24 horas, sete dias por semana. Apesar de todos os defeitos, Joshua era dedicado. Eu precisava de alguém no comando para quando eu não pudesse estar aqui, portanto Lance foi nomeado. Mas não se preocupe, você o amará. Ele é o oposto de Joshua, eu prometo."

Ela seguiu Elliot para fora de seu escritório e entrou na sala de conferências, onde o anteriormente mencionado Lance já estava aguardando. Elliot estava certo, ele era o oposto de Joshua, pelo menos na aparência. Ele era um homem baixo e robusto, vestindo um terno folgado e com cabelos despenteados. Quando ele viu Keira entrar, abriu um grande sorriso—algo que Keira suspeitava que Joshua nem sequer havia os músculos faciais corretos para fazer—e estendeu a mão para ela. Ela apertou sua mão.

"Você deve ser a estrela de Viatorum," começou Lance. "A heroína, Keira Swanson."

Keira deu uma risadinha envergonhada. "Eu não iria tão longe."

"Eu iria," disse Lance, voltando a sentar-se e gesticulando para que Keira e Elliot fizessem o mesmo. "Eu li todos os seus artigos anteriores e devo dizer que você tem muito talento."

"Obrigada," disse Keira, corando.

Ela não estava acostumada a receber elogios. Elliot os fazia moderadamente, Joshua, nunca. Ela ainda não sabia como recebê-los, como responder adequadamente sem parecer arrogante.

Ela olhou para Elliot enquanto se sentava ao lado dele, e ele lhe deu um olhar como se dissesse Eu te disse que ele era o oposto.

"Então, vamos direto às tarefas," disse Lance, batendo palmas. "Elliot já organizou uma tarefa ainda melhor." Ele esfregou as mãos, sorrindo com alegria. "A competição vai ser intensa!" Então, ele saltou e correu para a porta. Na voz mais animada imaginável, ele gritou: "Hora da tarefa, meninos e meninas!"

Houve uma enxurrada de movimento à medida que as pessoas correram em direção à sala de conferências. Keira de repente sentiu-se incapaz. As coisas estavam tão diferentes por aqui, mas, aparentemente, o ritmo continuava rápido. E a excitação da competitividade ainda estava lá, apenas era completamente diferente de quando Joshua estava no controle.

À medida que o resto dos redatores entrava na sala, Keira conseguiu sentir a sede e anseio deles por um desafio. Isto sempre esteve presente, mas havia sido encoberto pela insegurança. Claramente, sem Joshua para arrastá-los para a lama, juntamente com a abordagem amigável e encorajadora de Lance, os outros redatores da Viatorum começaram a florescer, a se revelar. Keira percebeu, com surpresa, que a competição na revista era mais acirrada do que nunca.

“Um de vocês sortudos está prestes a ganhar a melhor tarefa que já tivemos," disse Lance, sorrindo amplamente. "Três semanas viajando pela Itália. Estou falando de Florença, Toscana, Verona, Capri."

Houve risadinhas de animação, uma agitação por toda a sala de reuniões.

Keira se moveu no assento, sedenta pela tarefa. Ela não podia deixar de imaginar o quão incrível seria visitar a Itália, comer a verdadeira pizza italiana, macarrão e gelato, ao invés da versão pirata oferecida pelo Gino.

Esta tarefa era claramente para ela. Ela era a única pessoa lá com experiência anterior. Mas todos iriam querer a tarefa! Ela se deixou levar por uma falsa sensação de segurança, com todos os aplausos e o novo escritório de canto. Mas parecia que as coisas eram as mesmas por baixo de tudo isso, com apenas uma fachada diferente. Ela se preparou para uma briga.

"Então," disse Lance, cruzando as mãos. "Quem vai participar da disputa?"

A mão de Keira imediatamente se elevou.

Ela havia deixado no passado os dias em que esperava pelas oportunidades cair em seu colo. Ela agora tinha fome de sucesso e não ia deixar essa oportunidade escapar-lhe entre os dedos. Além disso, ela realmente precisava dessa viagem para tirar Shane de sua cabeça.

Mas, para sua surpresa, ela percebeu que ninguém mais levantou a mão. Confusa, Keira olhou para cada um, percebendo que todos estavam olhando para ela. E todos estavam sorrindo.

"O que está acontecendo?" Perguntou, abaixando a mão.

Lance riu calorosamente. "É sua!" Ele exclamou. "Obviamente. Estávamos apenas pregando uma peça em você."

Todos começaram a rir. Keira olhou em volta, completamente chocada. Desde quando a Viatorum era um lugar para brincadeiras?

"Você quer dizer que já iria me dar a tarefa?" Ela perguntou.

"Sim!" Respondeu Lance, ainda rindo calorosamente.

E para a grande surpresa de Keira, todos estavam contentes com isso. Eles pareciam felizes por ela. Já não havia mais inveja, nenhuma crueldade.

"Eles também receberam ótimas tarefas," explicou Lance. "Não se preocupe com isso. Não gosto de conflitos internos, não suporto. Todos têm pontos fortes. E o seu é viajar para o exterior e escrever aqueles artigos incríveis."

Keira queria se beliscar. Isso era um sonho? Ela ainda estava dormindo no sofá grumoso de Bryn fantasiando sobre com como desejava que seu primeiro dia de volta ao trabalho fosse?

Mas não, era real. Sem o Joshua, a Viatorum transformou-se em seu emprego dos sonhos. E ela acabou de conseguir sua tarefa dos sonhos.

"É a nossa maneira de agradecer," falou Denise. "Por se livrar de Josh."

Keira riu, encantada. Ela estava tão animada com a nova tarefa. Mas também estava muita nervosa. Se isso era algo que Joshua tinha instilado nela ou se era apenas uma parte de sua personalidade, uma nova tarefa sempre lhe causava ansiedade e dúvidas. No fundo, ela não tinha certeza se estava preparada, especialmente porque ainda estava sofrendo por Shane. Mas ela também sabia que não podia dizer não. Todos estavam olhando para ela com tanto entusiasmo. Ela teve que voltar à ativa, por assim dizer.

"Qual é o título do artigo?" Ela perguntou, tentando se concentrar na tarefa em mãos, a fim de manter sua cabeça longe de Shane.

"O País do Amor," disse Lance, estendendo as mãos na frente dele de forma teatral.

"Outro artigo de amor?" Perguntou Keira, chocada.

"Claro!" Lance gritou. "É o seu talento, Keira. Seu último artigo foi notável."

"Só porque me apaixonei," ela disse.

Lance assentiu avidamente. "Exatamente. Estava lindo. Quero ver isso de novo. Então, estou enviando-a para os lugares mais românticos. Eu quero que você fale com os moradores, descubra seus segredos. Os italianos realmente conhecem o amor verdadeiro? Por que a Itália é considerada o lugar mais romântico da face da Terra? Quais são os segredos que eles guardam sobre o romance?”

Ele estava sorrindo amplamente, de forma encorajadora. Mas para Keira, o pânico estava começando a se manifestar.

Como ela poderia escrever sobre o amor depois de seu coração ter sido estraçalhado em mil pedaços? Na Irlanda, ela teve dificuldades com a tarefa por ser ingênua, tola e inexperiente. Desta vez, ela estava indo amarga e exausta. Isso nunca daria certo.

"Existe alguma flexibilidade no título?" Balbuciou Keira. "Qualquer escopo para mudar o ângulo? Não quero ser estereotipada como a escritora do amor."

Lance parecia confuso. "Mas você é a escritora do amor, Keira. O guru do romance. É o que as pessoas querem ler de você. Seu ponto de venda único. Seu PUV."

Ela não podia acreditar nisso.

Mas que escolha ela tinha? Lance havia feito de tudo por ela, certificando-se de que recebesse a melhor tarefa. Não havia escolha, ela tinha que aceitar o artigo. Todos queriam que ela aceitasse, e sua carreira dependia disso. Ela só precisaria fingir.

Ou, talvez, ela não precisasse fingir. Talvez ela conhecesse um novo cara. Não outro Shane, nem alguém por quem ela se apaixonasse loucamente, mas um italiano fogoso com o qual pudesse ter um caso enlouquecedor. Sem compromisso, sem amor, apenas luxúria.

Ela sorriu para si mesma. Talvez essa fosse a cura para seu coração partido! O amor pode ser a última coisa em sua cabeça no momento, mas talvez uma aventura com um italiano gostoso pudesse ser o antídoto que precisava para superar Shane.

Ela olhou para Lance e curvou uma sobrancelha.

"Obrigada," ela disse. "Quando eu parto?"

Amor Como Aquele

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