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A descida

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Com tudo pronto,Renato despediu-se da sua mãe adotiva e junto com Philliphe saíram do casebre.Com mais alguns passos,pegam a vereda mais curta que os levaria até o destino.No momento,o silêncio impera entre os dois alimentando as dúvidas de ambos que provavelmente seriam sanadas no encontro prometido.

E a grande travessia se inicia....Com os dois vivendo momentos completamente diferentes.Enquanto um era pré-adolescente e por natureza entusiasmado por aventuras,o outro era um homem feito,com cerca de quarenta anos,disposto a aprender ,resgatar valores e encontrar um Deus que confessava não conhecer nem entender.O que os ligava era a sede de conhecimento e a empatia mútuas.

Mais adiante, já ultrapassam a grande pedra e iniciam a descida.Caminham mais cem metros e a pedido do visitante fazem uma parada para se reidratar.Renato aproveita o momento e inicia uma conversa:

—Você é de onde mesmo?

—Sítio quinze metros,próximo a Arcoverde,conhece?

—Conheço sim.Já fui várias vezes em Arcoverde e passo por lá.Gosto muito.

—Também gostei daqui.Este vale é muito lindo com Mimoso ao fundo.Entendo a inspiração sua e do seu companheiro nos livros.

—Obrigado.Nossa região é especial em cada cantinho.E da montanha,gostou?

—Inspirou-me muito e agora estou mais convicto do que quero.Adiante sempre!

—Muito bem,meu amigo,que bom.É o primeiro passo para o sucesso e a paz desejadas.Qualquer coisa,estamos aqui.

—Muito obrigado.Podemos continuar?

—Claro que sim.

Os dois retomaram a caminhada.Mantendo um ritmo regular,desceram a íngreme serra,entre curvas e saudades na estreita vereda.Em quinze minutos,chegam no Juazeiro imponente já no terreno plano.Param mais uma vez.Gentilmente,Philliphe cede um pouco de água e comida a Renato que esquecera do seu cantil.Restabelecidas as forças,voltaram a caminhar os últimos trezentos metros com a imponente aglomeração do Mimoso bem perto.Agora faltava pouco.

No percurso restante,entre conversas e brincadeiras,vão ultrapassando as últimas barreiras que se apresentam.O momento é de construção e parece que os dois perceberam isto pois não perdem uma oportunidade.Rumo ao futuro e ao sucesso!

O trajeto é concluído.Diante do bangalô quase destruído pelo tempo,batem palmas e de dentro dele surge um jovem normal,magro,altura média,cabelos pretos,cor moreno-claro,esbelto com feições que se destacam.Aparentando surpresa,o mesmo se comunica.

—Renato,você por aqui?Como vai?E você?Qual o seu nome?

—Oi,tudo bom?Vim numa missão importante.Este é Philliphe,um dos seus leitores.

O vidente sorriu e aproximando-se mais educadamente cumprimentou os dois.

—Tudo bem.Sejam bem vindos.Prazer,Philliphe,pode me chamar de vidente,filho de Deus ou de Aldivan mesmo.

—O prazer é todo meu.Sou seu fã desde sempre.

Philliphe,ainda sem acreditar,lhe deu um forte abraço duradouro.A emoção tomou conta dos presentes e o abraço terminou sendo triplo.Eram como se fossem os três mosqueteiros,um por todos e todos por um mesmo sem ter ainda consciência disso.

Findo o abraço,se afastaram um pouco e o vidente tomou a palavra:

—Desculpem o mau jeito.Entrem,por favor.

Os dois aceitam o convite e juntos adentram na casa.Ultrapassam a entrada,percebem que está vazia,vão á sala de estar,elogiam os móveis e a decoração,o anfitrião agradece,e finalmente sentam nos assentos da poltrona, ficando frente a frente.Curioso por natureza,o vidente não se conteve e retoma a conversa:

—O que os trouxe aqui?

—Vimos pedir sua orientação e ajuda.Philliphe me procurou,falou dos seus problemas angustiantes e por sugestão da minha mãe viemos procurá-lo.(Explicou Renato)

—Ahan,entendi.O que lhe aflige,Philliphe?(O filho de Deus)

—Perdi toda minha família num acidente trágico.Agora quero entender o porquê disto,encontrar a Deus,reorganizar um pouco a minha história.(Respondeu ele)

—Interessante.Você acha que sou capaz de ajudá-lo?(O vidente)

—Creio que sim.Pelo seu carisma e talento,você é capaz.(Philliphe)

O vidente se emociona,analisa friamente a situação e decide ajudar aquele pobre homem sofredor pois aprendera nos seus piores momentos o valor de um apoio e de alguém que acredite em si mesmo.A sorte estava lançada!

—Muito bem.Aceito o desafio.O que sugere Renato?(vidente)

—Não tenho idéia.(Respondeu o menino sem reação)

—Como se sente,Philliphe?(O filho de Deus)

—Totalmente destruído,revoltado e sem fé e esperanças.Vivo uma noite densa.(Philliphe)

—Uma existência quase desértica.(Concluiu Renato)

—É isto!(Gritou o vidente)

—O que foi?(Philliphe)

—Que tal se irmos ao deserto e tentar encontrar a Deus?(Vidente)

—Òtima idéia.(Elogiou Renato)

—Onde seria?(indagou Philliphe)

—Ouvi falar de um lugar extremamente inóspito no município de Cabrobó,sertão de Pernambuco.O povoado se chama Travessia do deserto e de lá poderíamos partir para a nossa aventura,o gigante deserto da cidade.O que acham?(Aldivan)

—Por mim,estou pronto.O que acha,Philliphe?(Renato)

—Eu também estou.O que estamos esperando?(Philliphe)

—Bom,vou ligar para meus familiares e avisar que estou de saída.Além disso,tenho que preparar as malas.Podem me ajudar?(Vidente)

—Sim.(os dois)

Os três se dirigiram ao quarto e juntos começam a arrumar a mala do vidente.Enquanto cuidam dos detalhes,aproveitam para melhorar o entrosamento da equipe.O clima no momento é agradável apesar do grande desafio que se apresenta.

Vinte minutos depois,terminam as malas,deixam o recado,fecham a casa.o vidente deixa as chaves com o vizinho e juntos partem em direção á rodovia BR 232.Começava aí mais uma saga da série o vidente que já conquistara o coração de muitos.Em frente,sempre!

O Testamento: O Código De Deus

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