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O verdadeiro amigo

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Gilson, Humberto e Ronald eram amigos inseparáveis. Os três conheciam-se desde quando estudavam o ensino elementar. Passou-se a infância, veio á juventude e continuavam amigos. Casaram-se e apesar do tempo ficar mais curto continuaram a ver-se nos finais de semana. Às vezes, os três saíam sozinhos quando o programa que iriam curtir era apropriado só para homens: jogos, pesca, passeios de aventura. Certo final de semana, combinaram um passeio de lancha nas redondezas da bela Angra dos Reis. Eles prepararam tudo: Aprontaram um belo churrasco, levaram algumas caipirinhas e bastante soda. Além disso, traziam consigo um potente aparelho de som para encenar alguns clássicos do samba. A festa estava agitada e o porre também. Nesse vaivém, Gílson aproximou-se da extremidade da lancha sem perceber, pois, o tempo estava nublado e a neblina começou a ficar densa impossibilitando-lhe a visão clara de onde eles estavam. O ritmo da festa diminuiu e eles resolveram descansar um pouco. Plumb! O barulho de algo caindo dentro da água e o estridente grito de alguém chamou a atenção de todos. Era Gílson: Um escorregão o desequilibrou e seu corpo fora jogado sob as águas. Eu não sei nadar! Gritava.

Humberto ponderou e declarou: —Eu também não sei nadar. Eu não vou arriscar-me por ele pois tenho filhos para criar.

Ronald, sentiu-se estremecer por dentro e comoveu-se com a situação do colega. Resolveu: —Eu também não sei nadar. Porém, ele é meu amigo e não vou deixá-lo sozinho nesta situação difícil.

Outro barulho: Plumb! Ronaldo lançou-se nas tempestuosas águas para ajudá-lo. Envolto por neblina, gritava o nome dele com o intuito de localizá-lo. Algo clareou o seu caminho e encontrou Gílson quase sem fôlego e sem forças para nadar. Ao vê-lo, Gílson exclamou:

—Não devia ter vindo. Eu sei que você também não sabe nadar. Nós vamos sucumbir juntos!

Ronald respondeu:

—Eu não me importo. Lembra-se de como você me ajudou naquela crise financeira desesperadora? Eu e minha família somos gratos até hoje. Nós lhe devemos a vida. Por isto e pela pessoa que você é, não me importo de perdê-la se for necessário.

Ronald abraça Gílson e transmitiu-lhe toda a força reserva que tinha. Isto o fez resistir por mais um tempo. Esgotados pelo cansaço, iam se afogando quando subitamente uma poderosa mão os sustentou. Estamos salvos! Gritaram os dois cheios de felicidade. Estavam em uma pequena embarcação guiada por um estranho homem que não tinha se apresentado. Os dois o interrogaram. De onde você surgiu? Quem é você? Como nos localizou? O estranho guia exclamou: -Tantas perguntas! O importante é que vocês estão bem. Bem, meu nome é Pedro e sou pescador. Estava pescando nessa região e encontrei vocês quase se afogando. Não deviam entrar no mar sem a habilidade do nado. E muito perigoso. Gílson e Ronald novamente se abraçam e agradecem aos céus por estarem vivos. Pedro comentou: A amizade de vocês foi o que os salvou. Eu não estou aqui porque quero e sim porque me enviaram. Eu apenas estou guiando o barco. Eu não os salvei. A mão que os puxou das águas foi a mesma que outrora também me puxou. Com ele, aprendi o verdadeiro significado do que é ser um verdadeiro amigo: Ele entregou sua própria vida para nos salvar. Ele revelou-me que faria tudo de novo caso fosse necessário. Ele é o caminho, a verdade e a vida. Continuem assim, amigos como são hoje. Que a intriga e a inveja nunca os dispersem. Lembrem-se: Quem procura resguardar sua vida a perderá. Mas quem a perde por amor a encontrará. Vocês receberam uma nova oportunidade: Voltem para casa e creiam em Jesus Cristo.

Um torpor caiu sobre eles e ao acordarem estavam em terra firme. Levantaram-se sem entender muito bem porque estavam ali. Suas lembranças foram apagadas e a única coisa que sentiam era que a amizade dos dois era capaz de suportar a fúria tempestuosa das águas.

Parábolas Do Reino E De Sabedoria

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