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Prólogo

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Cumbria, Inglaterra, 1804

Lady Brooke Linwood brincava em um aromático campo de lavanda com as saias seguras nas mãos. O sol aquecia o seu rosto enquanto a suave brisa de verão evitava que ficasse acalorada demais. A menina respirou fundo o ar do verão, então sorriu para o vizinho de seus avós, Drake Kingston, o marquês de Grafton.

— Não tenha vergonha — gritou ela, enquanto girava pelo campo aberto. — Venha dançar comigo.

Drake sorriu e foi até ela. Os cabelos negros dele estavam sendo agitado pela brisa e os olhos verdes brilhavam.

— Eu nunca tive vergonha. — Ele abriu os braços, convidando-a. Brooke riu enquanto corria para os braços dele. Ela inclinou a cabeça para trás quando ele a girou e logo puxou-a de volta para si.

As coisas entre eles sempre foram assim, fáceis e divertidas. Drake a fazia rir todas as vezes em que se viam. Ele era o seu paraíso seguro, e lhe provia uma fuga da solidão. Como Brooke desejava poder ficar para sempre. Infelizmente, não podia. A mãe a abandonara na propriedade dos avós para que ela passasse o verão. Nem ela, nem o pai pareciam se incomodar com Brooke. Estavam ocupados demais desfrutando de suas vidas separadas para se preocupar com a criação de sua inconveniente filha.

Em breve, Brooke seria enviada para concluir os estudos na Escola da Senhorita Emmeline de Educação e Decoro para Damas de Excepcional Qualidade, na Cantuária. Ela sequer voltaria para a casa antes de ir. Era mais uma forma de os pais a ignorarem e doía saber daquilo. Não que se importasse demais com a sua casa, mas a Cantuária… O lugar poderia muito bem estar a um mundo de distância da Cumbria. E o mais importante, de Drake.

Brooke se apoiou nele, o coração pesado de anseio. Aconchegou-se em seu ombro.

— Queria poder ficar aqui para sempre. Vou sentir saudade de você. Saudade disso.

— Sério? — perguntou Drake enquanto sorria para ela. — Você não quer ver mais o que há por aí? Não está nenhum pouco animada para ir para a escola? — Ele arqueou uma sobrancelha questionadora. — Vou sentir saudade, mas não irei esquecê-la. — Brooke suspirou, o coração acelerado.

— Só temos catorze e quinze anos. Você se esquecerá de mim antes que cresçamos, e eu não me importo com o que haja por aí. Estou feliz aqui. — Ela franziu o cenho.

— Prometo que você encontrará felicidade em outro lugar. Haverá muitas meninas na escola, e você fará mais amigos. — Drake a ergueu e a girou em círculos.

Ele se animou enquanto girava mais rápido, ela explodiu em risadas.

— Essa é a minha garota. — Ele sorriu. O coração de Brooke inchou tanto que parecia prestes a explodir. Pela milésima vez nesse verão, ela imaginou se o amava. Era uma emoção com a qual não tinha nenhuma experiência, exceto saber o que não era amor.

Com certeza não era pais que faziam o possível para evitar a filha. Amor não era solidão e lágrimas. E não podia ser pessoas que se importavam mais consigo mesmas que com os outros. O amor tinha que ser algo mais, algo como dividir risadas, camaradagem e sorrisos cálidos. Algo como o que ela tinha com Drake. Brooke jogou a cabeça para trás, deixando o sol aquecer o seu rosto enquanto o céu azul e o campo de lavanda giravam.

O coração dilatou quando encontrou o olhar de Drake. Com certeza o amor era risadas e diversão despreocupada? O amor tinha que ser duas pessoas que gostavam da companhia uma da outra. Um menino e uma menina que ouviam o que o outro dizia e que se preocupavam de verdade com o que o outro sentia. E um frio na barriga e a animação ao ver um ao outro.

Será que Drake sentia o mesmo frio na barriga que ela? Ele com certeza sorria quando ela se aproximava. E ele sempre tinha tempo para ela. Esperava que a barriga do rapaz ficasse fria por ela, principalmente agora que tinha se convencido de que ele era o dono de seu coração.

— Você parece um pássaro grande com seu vestido voando e a cabeça inclinada para trás — disse Drake. — Um belo cisne.

— Não pareço, não. — Brooke riu com mais vontade enquanto ele a girava para baixo e para cima em um arco, como se ela realmente estivesse voando. Ele a colocou novamente sobre os pés, as mãos segurando-a pela cintura para equilibrá-la enquanto lhe dava um sorriso travesso.

— O riso lhe cai bem.

— Então, eu devo me dedicar a sorrir mais vezes. — Brooke se virou e se afastou vários metros antes de olhar para trás e lançar um desafio. — Venha me pegar, se puder.

— Eu lhe alcançarei antes de que chegue ao cume. — Drake correu a toda velocidade.

— Jamais. — Ela correu, deixando uma trilha de risadas em seu rastro. As alfazemas roçavam seus tornozelos e calcanhares enquanto ela corria pela terra. O aroma era revigorante.

— Peguei você — Drake gritou um segundo antes de passar o braço ao redor da sua cintura.

Os joelhos de Brooke se curvaram e os dois caíram no chão quente. Ela riu e se deitou para olhar para as nuvens fofas e brancas que cruzavam o céu. Drake se acomodou ao seu lado, a cabeça nivelada com a de Brooke e o corpo apontando para outra direção, como se fossem dois dos raios da roda de uma carruagem, encontrando-se no centro.

Ela fechou os olhos e suspirou.

— Se você fosse um pássaro, para onde voaria?

— Para toda parte — respondeu Drake. — E você?

Brooke pensou por um momento, não muito certa sobre o que responder, pois já estava onde queria estar. Ela virou a cabeça para olhar para Drake.

— Eu o seguiria.

Ele virou o rosto para olhá-la nos olhos e sorriu.

— Teríamos as melhores aventuras. Eu a conduziria por todo o mundo, e veríamos todos os lugares sobre os quais as pessoas escrevem e falam. Seria muito divertido.

Brooke se sentou e puxou as pernas para o peito, abraçando os joelhos.

— Uma pena não sermos pássaros.

— É sim — concordou Drake. Ele colocou as mãos atrás da cabeça e cruzou os tornozelos. — Ainda assim, poderíamos viajar juntos algum dia.

— Concordo — disse Brooke, embora soubesse, em seu coração, que não iriam. Drake ia crescer e conhecer outra dama.

Ele se casaria, e viajaria, e teria uma família, e ela seria uma memória distante, isso se ele se lembrasse dela.

Drake virou de lado e apoiou a cabeça em uma das mãos.

— Vamos traçar planos para fazermos exatamente isso. Assim que crescermos, eu vou encontrar você. A Inglaterra não é assim tão grande, e eu vou ser um duque poderoso, afinal de contas. — Ele deu um sorriso pretensioso.

Brooke queria apontar o quanto era improvável que ele fosse sequer querer vir a ela, mas, em vez disso, decidiu se juntar àquela linha de raciocínio.

Que mal faria se se entregasse um pouco a uma fantasia inofensiva?

Sorriu para ele, a depressão ficou mais leve.

— Então, fugiremos e, juntos, veremos o mundo.

— Pode ter certeza. Começaremos pelo continente e quando ficarmos entediados, reservaremos passagens para outro lugar. — Drake bateu os dedos no chão. — Para onde você gostaria de ir?

Brooke fechou os olhos e os imaginou viajando para lugares próximos e distantes.

— Paris, para começar, e depois para o Egito.

Drake pegou a mão dela e a apertou de leve.

— Então, Paris será o nosso primeiro destino. Vou conduzi-la pela cidade. Conheceremos todos os pontos turísticos e comeremos toda comida francesa que quisermos. Você fará compras nas butiques mais exclusivas e adquirir a última moda antes de partimos para o Egito.

— Está ficando muito divertido. — Brooke retribuiu o aperto, envolvendo sua mão pequena em volta dos longos dedos e da enorme palma da mão dele. — Podemos ir a museus e explorar clubes e antros de jogatina e ir caçar. Fazer todas as coisas que um cavalheiro aventureiro faz.

Drake sorriu para ela, os olhos verdes da cor das folhas estavam cheios de animação enquanto ele se sentava.

— Faremos tudo juntos. Quero você a meu lado em cada uma dessas aventuras, Brooke. Quero que no futuro as coisas sejam do mesmo jeito que são agora.

— Eu também — respondeu ela, com toda a sinceridade do coração. — Mais do que imagina.

Drake levou a mão até a lateral do rosto dela, apoiando-a em sua bochecha.

— Eu vou beijar você.

Uma geleira invadiu o seu estômago enquanto ele se aproximava. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, ele pressionou os lábios nos seus. Um toque suave de carne na carne que enviou o seu coração em um torvelinho e fez a sua cabeça viajar.

Foi a primeira provinha que teve do amor.

Acredite No Amor

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