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Londres, Inglaterra, 1814

Uma multidão enchia a Bond Street quando Brook saiu da modista. Suas amigas de longa data, Narissa, a duquesa de Blackmore, e Hannah, a marquesa de Ramsbury, seguiam-na pela calçada enquanto os lacaios carregavam as compras.

Narissa estava esperando o primeiro filho e por isso estava determinada a se misturar com a sociedade educada. O objetivo era ficar respeitável quando a gravidez começasse a se mostrar. Para isso, Brooke e Hannah foram junto com a duquesa para que ela comprasse vestidos e quinquilharias para o baile que ela e o marido, Seth, estavam dando.

— Espero que tenhamos bons resultados — disse Narissa.

Brooke olhou para Narissa e sacudiu a cabeça.

— Você se preocupa demais. — Sorriu para a amiga. — Está se esquecendo da sua posição. A ton virá aos montes só para dizer que estiveram no baile do duque e da duquesa de Blackmore.

— Ela está certa, sabe — adicionou Hannah. — Suas festas sempre são bem frequentadas.

Narissa suspirou e deu um tapinha na barriga.

— Fazê-los ir é fácil. É fazê-los nos ver como um casal respeitável é que me preocupa. Quero que este bebê seja aceito entre a sociedade educada.

— Vamos lá. — Brooke acenou, dispensado aquele disparate. — Você nunca deu importância para o que a sociedade pensa. Não comece a se preocupar demais agora.

— É claro que você está certa, mas, pelo meu filho, eu vou me curvar para qualquer matrona da ton. — Narissa afastou um cacho da bochecha. — Seth e eu planejamos conquistá-los, custe o que custar.

— Então vocês vão. — Sorriu Hannah.

Brooke se desviou de um grupo de crianças pulando pedras na calçada. Dois meninos e uma menina que pareciam ter cerca de seis ou sete anos de idade. Todos os três usavam roupas desbotadas e tinham manchas de sujeira no rosto. Ainda assim, estavam jubilosos enquanto brincavam.

Ela parou e levou a mão à bolsinha para pegar algumas moedas. Erguendo a mão para as crianças, ela disse:

— Tomem aqui e vão comprar alguma coisa gostosa.

Os olhos da menininha se arregalaram ao ver as moedas e um dos meninos as pegou da mão de Brooke.

— Obrigada, milady — disse a terceira criança.

Brooke sorriu e então se virou. Deu um passo ainda prestando atenção nas crianças e colidiu com algo duro.

— Oh! — Brooke perdeu o equilíbrio e tropeçou.

Que estabanada ela era, andando por aí sem prestar atenção no entorno. Acabou colidindo com outra pessoa. As bochechas queimaram.

Os braços do estranho a envolveram, estabilizando-a.

— Peguei você — uma voz profunda disse perto do seu ouvido.

— Obrigada. — O ar ficou preso enquanto o olhar se encontrava com olhos verdes e familiares. Olhos que ela não via há anos. — Drake… Sua Graça — corrigiu-se rapidamente, pois eles não eram mais crianças, e chamá-lo pelo nome era mais que um pouco escandaloso.

Ele a soltou e deu um passo para trás, fazendo uma mesura.

— Lady Brooke. Já faz muito tempo.

— Sim, faz — titubeou. — Tempo demais.

Hannah cutucou Brooke com o cotovelo.

Brooke mal podia afastar os olhos de Drake. O coração batia desbocado, pensamentos e emoções de milhões de anos a invadiram. Ele sorriu, então olhou de Brooke para Hannah e para Brooke de novo.

— A senhorita vai…

— Sim, desculpa — disse Brooke, as bochechas queimando. — Permita-me apresentá-lo às minhas queridíssimas amigas, lady Hannah — ela apontou para Hannah com a cabeça — e Sua Graça, a duquesa de Blackmore — apontou para Narissa.

— É um prazer conhecê-las. — Drake fez outra mesura. — Eu sou o duque de Grafton.

— Sua Graça — disseram Hannah e Narissa ao mesmo tempo enquanto faziam reverência.

Narissa olhou ao redor da multidão de pessoas que corriam para cima e para baixo na Bond Street, muitos deles saindo de seu caminho para se desviarem do grupo.

— Parece que estamos bloqueando a passagem. Talvez devamos seguir caminho?

Brooke olhou dentro dos olhos calorosos de Drake, nenhum pouco pronta para deixá-lo. Tinha um milhão de perguntas, uma vida de curiosidade, e uma velha dor no coração. E, mesmo assim, estava animada por vê-lo. Que estranho.

— Perdoe a minha falta de educação. — Drake alisou a gravata. — É óbvio que as damas estão ocupadas. — Ele desviou o olhar para o lacaio que estava por perto. — Deem-me licença, assim as senhoras poderão continuar com as compras.

— Na verdade, já terminamos. — Hannah sorriu. — Mas deveríamos ir mesmo assim.

Narissa passou a mão pelo cotovelo de Brooke e deu um leve puxão.

— É verdade — disse Brooke, o olhar dela preso no de Drake. — Foi um prazer vê-lo novamente, Sua Graça.

— Gostaria de passar mais tempo com a senhorita. — Ele deu um sorriso largo. — Posso ir visitá-la amanhã?

— Esperarei ansiosamente pela visita — disse Brooke.

O sorriso de Drake ficou mais animado.

— Até lá então, milady. — Ele deu um beijo demorado nas juntas da sua mão.

Brooke mal conseguiu fazer uma mesura antes de Narissa praticamente arrastá-la pela rua, indo em direção à carruagem. Ela mal podia acreditar que tinha acabado de se encontrar com Drake, que quase o derrubara e, ainda por cima, fez papel de boba.

Senhor, o que ele vai pensar?

Aquilo teria alguma importância?

Balançou a cabeça enquanto entrava na carruagem. É claro que não. Como qualquer coisa poderia ter importância depois de tantos anos, depois de tanto tempo? Não podia.

O que quer que podia ter acontecido entre ela e Drake já tinha ficado há muito para trás. Brooke soltou o fôlego enquanto alisava uma ruga na saia.

Narissa se acomodou ao lado dela, e Hannah se sentou no banco de couro, de frente para elas.

Não demorou muito e a carruagem se pôs em movimento, então Hannah deu um sorriso largo para Brooke.

— Vai nos contar tudo?

— Sobre? — perguntou Brooke, fazendo o seu melhor para soar inocente.

Sabia muito bem o que Hannah estava perguntando, mas não podia se impedir de provocar a amiga. Além do mais, ela precisava de uns segundos para se recompor.

— O duque, é claro. — Hannah se inclinou para frente, os olhos faiscando de curiosidade.

Narissa virou o corpo para Brooke.

— Eu não me lembro de você ter mencionado o duque de Grafton antes. Como o conhece?

Brooke afrouxou os laços do toucado, então o removeu e o colocou sobre o colo.

— Ele não era um duque quando o conheci. Já faz dez anos que vi Drake. É… — pigarreou — quer dizer, desde que vi Sua Graça pela última vez.

— Vocês devem ter sido próximos, já que continua usando o nome dele em vez do título — disse Hannah.

Brooke desviou o olhar enquanto se repreendia em silêncio. Teria que ter mais cuidado com a língua. Não poderia sair por aí chamando um duque por qualquer outra coisa do que pelo título.

Narissa deu um tapinha na mão de Brooke.

— E a forma como ele a deixou sem fala leva a acreditar que o cavalheiro foi mais do que alguém que você conheceu de passagem.

— Que bobagem — Brooke revirou os olhos. — Ele é um velho amigo de infância. Não o vejo há dez anos e nunca esperei que eu fosse, literalmente, passar por cima dele em plena Bond Street. — Ela sorriu enquanto relaxava no assento da carruagem com fingida indiferença. — Já estou recuperada.

— Muito bem — disse Narissa. — Embora eu deva mencionar que ele parecia muito impressionado com você.

— Surpreendido é mais preciso — rebateu Brooke. — Eu quase o derrubei no chão.

— Foi o que pensei — riu Hannah.

Brooke virou o foco para a janela e olhou para os cavalos e para as carruagens que passavam.

Uma pequena parte dela imaginava se Drake tinha voltado por ela, mas depois de todo esse tempo, duvidava. Não, ele estava em Londres por alguma coisa inteiramente diferente, e faria o seu melhor para se lembrar disso.

Brooke tinha tornando um hábito o ato de procurar pelo nome dele nas colunas de fofoca, e nas raras ocasiões que ouvia falar sobre ele, ou sobre a família dele, prestava muita atenção. Se Drake a quisesse, ele teria vindo atrás dela mais cedo.

Ainda assim, ela estava curiosa pelo motivo de ele estar em Londres. Iria se certificar de descobrir as razões para ele ir visitá-la.

O coração se elevou com a ciência de que, em breve, iria ver Drake novamente. Suspirou.

Órgão traidor. Teria que ter cuidado para não se render a ideias fantasiosas sobre ele.

Acredite No Amor

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