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11 - Criando uma estratégia
ОглавлениеTess e Jake preparam um plano preliminar para ser revisado pelo pai de Tess, General Morgan Turner, aposentado, atualmente CEO da NTC, uma indústria de fabricação de armas. Quando Tess e Jake entraram em seu escritório, o general bateu as mãos na mesa e deu um grande sorriso. Ele se levantou e deu a volta na mesa.
- Aqui estão as minhas pessoas favoritas. - Ele disse enquanto abria os braços e abraçava os dois ao mesmo tempo. - Estou feliz que vocês voltaram. Eu senti a falta de vocês, assim como Aara.
- Nós também sentimos sua falta pai. Parece que o negócio de armas está vivo e bem.
- De fato. Nossos clientes tem um apetite insaciável por brinquedos de guerra carÃssimos. Eu vi os relatórios e sua empresa também está indo muito bem. Estou surpreso que você esteja considerando uma mudança de foco.
- Pai, nós sentimos que precisamos repensar o que estamos fazendo. Vender armas e treinar soldados em como usá-las apenas ajuda a desviar recursos do governo à s custas das necessidades humanas de seu povo. GostarÃamos de fazer algo sobre isso. à por isso que lhe enviamos nosso plano, para você dar uma olhada. Esperávamos que nos pudesse ajudar a começar as coisas.
O general mexia sua caneta, um pouco nervoso, olhando com menos entusiasmo. Ele considerava Jake brilhante, equilibrado e pensativo, mas também sabia que, quando Tess decidia fazer alguma coisa, Jake acabava inevitavelmente apoiando-a, independentemente de suas próprias dúvidas.
- Tess, se você quer abordar o tráfico humano, tenho certeza de que Jake ajudou você a pensar na magnitude e nos obstáculos que você enfrentará. Pelo que eu sei, é uma situação quase que impossÃvel de se controlar. Várias organizações pelo mundo tentam fazer algo a respeito, mas na melhor das hipóteses eles conseguem apenas desestabilizar superficialmente e aumentar a conscientização. Eu suponho que a maioria das pessoas querem fazer algo, mas eles reconhecem que o problema é difÃcil de lidar, então não fazem muito para ajudar a corrigi-lo. Em qualquer caso, a maioria das vÃtimas são pobres e desprivilegiadas, então há uma tendência em ignorar o que está acontecendo.
Jake se juntou à conversa. - Tudo isso é verdade Morgan. à por isso que propomos abordar a tarefa em etapas. Em primeiro lugar, montamos ou ajudamos as organizações existentes a criar refúgios para as pessoas que vamos ajudar a escapar dessa vida de escravidão. Depois, vamos trabalhar com organizações do governo e da polÃcia para ir atrás dos cafetões e traficantes. Um dos maiores incentivos para o tráfico humano, é que são poucos os criminosos que correm o risco de serem punidos. No máximo, o mais notório dos traficantes condenados ficaria com dois anos de prisão ,ou menos. A maioria dos traficantes sai impune disso. Eles conhecem muito bem a lei e usam isso como vantagem. Estamos falando de atividades muito lucrativas com um risco relativamente pequeno. Só para ter uma ideia, cafetões e criminosos envolvidos em prostituição forçada, conseguem fazer mais de 80 mil dólares por vÃtima, por ano e em qualquer lugar. Ao contrário das drogas, vender pessoas se resume a usar um recurso renovável que pode prender um indivÃduo na vida por anos.
- O que você esta propondo fazer com a sua organização já não esta sendo feito?
Tess entrou na conversa. - Além de trabalhar com a organização de abrigos, nós trabalharÃamos com a polÃcia aqui e no exterior, para ir atrás dos traficantes e ter certeza que haverão consequências se eles persistirem em continuar com o tráfico. Nosso time tem uma vantagem única, que é uma habilidade militar significante, que virá a calhar uma vez que a gente coloque o plano em prática.
O General ainda estava cético. - Por que você acha que os governos estrangeiros iriam legitimar o seu envolvimento nessas questões? Eles são mais propensos a te olhar com desconfiança, para não mencionar que você tem que superar problemas significativos de subornos e corrupção.
- Tudo o que você está dizendo é verdade. - Tess disse. - A única maneira de trabalhar sem impedimentos é operar sob a proteção de uma organização respeitada, talvez a ONU.
- Jake é um especialista na ONU Tess. Tenho certeza de que ele explicou que a eficácia da ONU é extremamente limitada. A maior parte do tempo suas mãos estão atadas pela polÃtica, e pelo fato de que eles têm que persuadir os paÃses membros para fazer o trabalho pesado por eles.
Jake interrompeu. - Tudo o que precisamos é o patrocÃnio de uma organização global que pode legitimar nossas operações. A ONU só precisa reconhecer que temos autorização para agir sob sua proteção.
- Você sabe que mesmo que a gente chegue até a ONU e apoie esse empreendimento, é improvável que ela financie a operação.
Jake concordou. - Nós sabemos disso. Inicialmente, nós precisamos de patrocinadores, possivelmente grandes corporações e indivÃduos ricos que querem parecer preocupados e comprometidos com os direitos humanos. Em seguida, precisamos de governos para apoiar a operação. Isso pode acontecer se nós mostrarmos resultados. Primeiramente nós vamos focar em objetivos mais modestos e se obtivermos sucesso, nós podemos persuadir entidades governamentais a fazer mais com um financiamento limitado da legislação.
O General se levantou. - Eu sei que vocês dois estão conscientes do desafio. Francamente, eu continuo desacreditado que vocês consigam mudar radicalmente como o mundo lida com o tráfico humano. Por outro lado, se alguém pode fazer as coisas acontecerem, é você e a sua equipe. Se você conseguir que eles embarquem nessa, eu vou começar a organizar o suporte financeiro através dos meus contatos de negócio, alguns deles tem uma certa influência com a ONU.
- Obrigada pai. Nós não poderia pedir mais de você. Eu te amo. Tess lhe deu um beijo na bochecha.
O General sentou-se novamente. - Boa sorte para vocês. Mantenha-me informado.