Читать книгу Judas - Augusto de Lacerda - Страница 21
MARIA, que tinha saído de casa e que ouviu as ultimas palavras:
ОглавлениеNão!—Um Deus!
Alta, morena, olhos negros, de languidez oriental. Negras devem ser tambem as suas tranças occultas a olhares mundanaes. As roupagens escuras, que lhe descem até aos pés, cáem suavemente em prégas regulares e castas como as de Suzanna. O seu olhar é sempre vago e tranquillo; os seus gestos sempre em accordo com as serenas emoções da alma.
É bello o teu falar, mas como de cegueira
Pelo amor patrio estás vencido! De maneira
Que apenas bastaria um pulso valoroso
Para despedaçar o monstro ambicioso
De fausto e de poder que se revolve além,
N'aquella babylonia? Então, Jerusalem,
Movida por um braço, embora resoluto,
Poderia colher o ambicionado fructo
Da plena liberdade em meio da revolta?
—Vae longe, muito longe, o tempo... que não volta!
A Judéa prefére a honra em mil pedaços,
Cheia de timidez, crusando inerme os braços,
Inhabil para a lucta e com horror á morte...
A tribu de Levy, aquella cujo porte,
Sendo mais senhoril e nobre, inspiraria
Coragem ao vencido e alguma simpathia
Ao vencedor, que faz? Conspira contra o povo.
—Onde encontraste, irmão, o excitante novo,
Que possa dar alento a quem succumbe exangue,
Que os nervos fortaleça e retempére o sangue?