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CAPÍTULO II

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O Duque de Kingswood e o major Haverington, montados em seus cavalos, já haviam galopado mais de um quilômetro, antes de obrigá-los a seguir a trote.

Ainda era muito cedo. O sol não dispersara a bruma que envolvia o rio e uma camada de orvalho cobria o capinzal.

Apesar de o Duque não ter se deitado antes das cinco da manhã, parecia extraordinariamente bem-disposto.

Após ter levado Richard para Kingswood, mandara que um de seus cavalariços fosse buscar o médico a toda pressa. Quando ele chegou, fora difícil localizar a bala e extraí-la.

Felizmente, o Dr. Emerson era um cirurgião muito hábil. Estivera no Exército e tinha grande experiência em ferimentos a bala.

−Um milímetro mais abaixo, Excelência− dissera ele ao Duque, ao terminar a operação−, e não haveria esperança de salvar o Sr.Richard.

−Já me haviam dito que o senhor consegue fazer milagres, Dr.Emerson− replicara o Duque−, e hoje presenciei um.

Entretanto, o médico não sorriu, ao ouvir o elogio.

−Ainda não estamos livres das dificuldades, Excelência− replicara ele−. O Sr.Richard precisará ser tratado com muito cuidado por um bom enfermeiro, mas sua saúde é boa, e assim foi desde menino,

−Isso é positivamente um ponto a seu favor− respondera o Duque secamente.

Todavia, quando tudo terminara, perdera o sono e, estendido na cama, ficara acordado, esperando não só que Richard vivesse mas que Delyth recebesse o devido castigo pela crise angustiosa que ele estava atravessando.

Naquela mesma manhã, enquanto faziam o desjejum, ele contara ao Major Haverington o que ocorrera na véspera. Seu amigo lhe dissera:

−Nolan, você não terá dificuldade em livrar-se de Lady Delyth. Depois de tudo o que aconteceu, todas as portas se fecharão para ela e só o casamento a salvará.

−Você imagina que permitirei que se case com Richard?− perguntou ele−. Só se for sobre o meu cadáver!

O major não respondera, mas ambos sentiram como se Delyth Maulden representasse uma ameaça pairando no ar.

E agora, enquanto cavalgavam pelos campos dourados, com os ranúnculos floridos, que pareciam refletir a luminosidade do sol, o Duque disse ao amigo:

−Se Richard viver, encontrarei uma esposa decente para ele.

−Nolan, você está usando o mesmo tom de voz de quando nos dizia: “Tomaremos a posição inimiga, sejam quais forem as nossas condições de inferioridade!”

−Pelo menos aquela mulher deveria curá-lo de esperar encontrar a felicidade junto a uma criatura daquela espécie!− exclamou o Duque, encolerizado.

−Por mais que você a odeie, tem que admitir que é linda!

−Não é o tipo de beleza que eu admiro− replicou Nolan.

−Então você é diferente de qualquer outro homem em Londres− atalhou o major−. Embora eu a despreze, embora saiba exatamente quão perniciosa possa ser a sua influência sobre os rapazes, continuo afirmando que é linda.

−Pare de falar nela! Você tem que me ajudar, Bevil, não só para fazer com que Richard a esqueça, mas também para descobrir alguém que a substitua.

−Você não está sendo um pouco precipitado em seus planos para Richard?

−Sempre acreditei que o melhor antídoto para um amor mal sucedido é outro amor.

−Suponho que isso seja verdade− concordou o amigo−, mas quando um homem ama sincera e ardentemente, como Richard ama Lady Delyth, vai ser muito difícil desviar seu interesse para outra mulher.

−Pode ser difícil, mas é o que devemos fazer. Quando ele já estiver convalescendo, vou convidar moças mais convenientes.

O major Haverington não respondeu. Ocorreu-lhe o pensamento de que o Duque, conforme costumava fazer, estava planejando uma campanha, considerando todos os detalhes, sem deixar nada por conta da sorte. Pensou se não seria mais fácil para Nolan conseguir uma vitória em campo de batalha, agora porém, era diferente. Sua preocupação era um homem e uma mulher, e também o amor.

−Sei o que está pensando− disse o Duque bruscamente−, e não se engane, Bevil. Neste caso, pretendo ser o vitorioso.

−Desejo-lhe boa sorte, mas não subestime seu adversário.

−Está se referindo a Delyth Maulden?

−Estava pensando realmente nos sentimentos de Richard. Delyth talvez seja difícil, mas tenho certeza de que saberei manejá-la, porém, o que acho impossível imaginar é alguém que ocupe o lugar dela no coração amargurado de Richard.

O Duque ficou calado, mas, de repente, murmurou:

−Tem que haver alguém!

Ao dizer isso, pensava nas mulheres que conhecia. Por mais lindas e glamourosas que fossem, nenhuma delas ajudaria nesse caso especial. Para começar, a maioria era casada.

Havia viúvas sofisticadas à procura de outro marido, portanto, eram demasiadamente velhas para Richard, além de não serem o tipo de mulher que ele desejava ver como a futura Duquesa de Kingswood.

Como se estivesse seguindo a sequência de pensamentos do amigo, o major observou:

−Richard só tem vinte e um anos. O que você quer encontrar é uma moça de uns dezoito ou dezenove.

−Eu sei, mas o mais extraordinário é que não consigo lembrar-me de quando falei pela última vez com uma garota dessa idade. Isto sem levar em conta um conhecimento maior de sua personalidade ou caráter−. Ao ver que o major sorria, continuou−. Droga! e as garotas dessa idade têm personalidade? A minha impressão é de que a maioria delas, ao sair da escola, tem a cabeça oca.

−Mas aprendem muito depressa− replicou o major laconicamente.

−E não se esqueça de que as criaturas encantadoras, que você acha tão sedutoras, um dia foram colegiais inexperientes, ingênuas, ignorando todas as tentações deste mundo corrompido.

O Duque permaneceu calado. Seu amigo falara zombeteiramente, mas ele sabia que suas palavras eram verdadeiras. Ao mesmo tempo, vagamente, bem no íntimo, estava formando a imagem do tipo de moça que desejava como esposa de seu herdeiro.

Alguém que fosse tranquila, sincera, meiga e compreensiva. Alguém que amasse Richard por ele mesmo. Queria que fosse não só uma esposa sedutora mas a mãe dedicada dos filhos dele.

Embora a ideia do que desejava se apresentasse tão clara, não conseguia dar um rosto a essa criatura de sua imaginação, e muito menos um nome.

−Tenho a impressão de que você deverá começar a frequentar os bailes realizados durante a temporada. Terá também que aparecer nos salões do Palácio Buckingham, quando as debutantes forem apresentadas.

Ao ouvir o duque resmungar, o major prosseguiu, em tom mais sério:

−Você sabe tão bem quanto eu que o tipo de mulher que deseja para Richard não será encontrado na Mansão Carlton ou no Pavilhão Real de Brighton. E certamente não será apresentado a ela por um sócio do White’s Club.

−Pare de me aborrecer!− exclamou o Duque, irritado.

−Acontece que estou falando a verdade− replicou o major−, e também aproveito a ocasião para fazê-lo compreender que a tarefa não será fácil.

−Eu lhe pedi para ajudar-me. Você tem mais probabilidades do que eu de encontrar o tipo de moça que quero. Sabe perfeitamente que, se eu pensar em estudar a situação no mercado de casamento, as mamães ambiciosas se atirarão sobre mim tal qual uma alcateia de lobos!

O major sabia que isso era verdade, pois, de todos os bons partidos, o mais importante e o menos provável de ser apanhado no laço era o Duque de Kingswood.

Isso porém não impediria que cada mãe esperasse ansiosamente que ele se enrabichasse por uma de suas queridas filhas e a simples insinuação de que o Duque lançara o olhar numa determinada direção despertaria esperanças adormecidas, e, certamente, ele não teria nunca mais um só minuto de paz.

−Já sei o que farei, Nolan− tornou a dizer o major−. Quando voltarmos a Londres, falarei com minha irmã. Ela é muito sensata e sua própria filha debutará no próximo ano.

−Ela serviria para Richard?− perguntou o Duque.

−Não creio. Jane é uma garota simpática, mas infelizmente saiu ao pai. Portanto, nada bonita.

−Eu me pergunto se Richard estaria disposto a obedecer-me se eu tentasse pressioná-lo com um casamento− observou o duque pensativamente−. Afinal, se o pai dele ainda vivesse, a estas horas já estaria casado.

−As moças modernas tornaram-se muito independentes−. ponderou o major−. Talvez seja o resultado da guerra. Há coisa de um mês, o conde de Thame contou-me que a sua filha mais velha recusou-se ter-minantemente a fazer um casamento excelente, e nada que ele pudesse dizer alteraria a decisão dela.

O Duque riu e o amigo continuou.

−Thame comentou: “Se isso ocorresse no tempo de meu avô ou mesmo no de meu pai, ela teria sido chicoteada e ficado a pão e água até concordar em fazer o que lhe haviam mandado. Mas hoje em dia as moças fazem o que querem”!

−É, talvez seja a guerra, como você disse, mas sempre julguei que uma moça obedecesse aos pais e que suas idéias revolucionárias fossem reprimidas.

−Você deverá conhecer minha sobrinha− disse o major, rindo−, Jane é uma intrépida caçadora a cavalo, bem como todos os filhos de minha irmã e se são corajosos para certas coisas, também o são para outras. Já ouvi Jane desafiar o pai muitas vezes.

−É melhor você encontrar alguém mais maleável− apressou-se o Duque a dizer−. Conto com você, Bevil. Uma vez que Richard levará tempo para se recuperar, não conseguirá escapar nem das atenções nem das atrações de alguém que você arranje para ele.

−Francamente, Nolan! Você está me incumbindo da mais impossível das tarefas− queixou-se o major Haverington−. Lembro-me ainda de que agiu assim quando chegamos à França e não havia mantimentos e os vagões de transporte encontravam-se a quilômetros de distância.

−Creio lembrar-me também de que, após um protesto contra as praxes militares, dirigido ao seu oficial comandante, você fez o que lhe haviam ordenado e voltou com o gado que serviria de alimento.

−Quase perdi a vida quando os requisitei do fazendeiro ao qual pertencia− replicou o major−, felizmente, nada parecidos com os franceses, os ingleses pagavam pelo que levavam.

Do contrário, não estaria agora falando com você!

−O que estou querendo evidenciar é que, quaisquer métodos que você usasse, era sempre bem-sucedido.

−Ora, comprar algumas vacas velhas e uns porcos gordos é muito diferente de ter que arranjar uma esposa para Richard! E deixe-me dizer-lhe, desde já, que você não vai conseguir o que exige.

−Por que diz isso?

−Porque está pedindo o impossível!

−O que está insinuando?

−Que você quer uma moça que seja inocente, pura, atraente e inteligente, para fazer Richard esquecer-se de uma mulher sedutora, que enfeitiçou-lhe o coração e o espírito.

−É um sumário bastante aceitável de minhas exigências− replicou o Duque−, pelo menos você sabe o que é preciso.

−Com os diabos, Nolan! Procure-a você mesmo!

Irritado, esporeou o cavalo e afastou-se, enquanto o Duque, sorrindo, seguiu-o. Esse sorriso, porém, era um tanto cético, pois sabia que estava realmente pedindo o impossível.

Mesmo que Richard a desprezasse ou a detestasse, pelo modo como ela se comportara, isso não queria dizer que ele não mais a desejasse ou que o poder de Delyth sobre ele enfraquecera de tal forma que não mais a quisesse ver.

Assim pensando, Nolan disse a si mesmo: ele conseguirá curar-se.

Contudo, não se sentia tão confiante como se sentiria caso se tratasse de outra pessoa. Richard, que fora criado por pais apaixonados, era incrivelmente idealista.

O Duque tinha certeza de que Richard devia ter escrito poesias para Delyth, e mentalmente a deveria ter comparado não só com Afrodite mas com todas as deusas do Olimpo.

Não podia negar que ela era espirituosa e ao mesmo tempo, bonita, inteligente e muito versátil, mas, infelizmente, essa imagem era deturpada por um temperamento tão sensual quanto o de qualquer homem. Além disso, pureza de espírito ou de corpo eram palavras que não figuravam em seu vocabulário.

Ao emparelhar-se com o major, disse:

−Delyth não é a única mulher do mundo.

−Graças a Deus!− foi a resposta veemente.

Os dois amigos cavalgaram até que o sol começasse a esquentar. Logo em seguida viraram os cavalos para tomar o caminho de casa.

Ainda estavam bem distantes de Kingswood quando vislumbraram a sua silhueta desenhada no horizonte, com os telhados e torres brilhando ao sol. As árvores viçosas, com seu verde primaveril, circundavam a mansão como a uma jóia.

Ao vê-la, o major observou:

−Várias vezes pensei que Kingswood é o que há de mais lindo em toda esta região.

−Concordo com você− disse o Duque.

−Ela é demasiadamente grande para um homem sozinho− continuou o amigo−. Deveria estar cheia de crianças… seus filhos, Nolan.

O Duque continuou a cavalgar em silêncio. Seu amigo perguntava a si mesmo, como já o fizera tantas vezes, qual seria o segredo que levantara uma barreira entre Nolan e as mulheres que o perseguiam tão ardentemente e pensou que não era com Richard que deveria preocupar-se, mas com Nolan. Certamente, seria mais feliz se fosse casado.

Aqueles pensamentos o surpreenderam, pois faziam supor que o Duque não fosse feliz e como poderia deixar de sê-lo, quando não só era dono de uma riqueza imensa mas possuía todos os atributos de homem?

Não havia ninguém que montasse melhor, que guiasse uma carruagem com quatro cavalos com mais perícia, que o superasse ao atirar com uma pistola ou que pudesse esgrimir em pé de igualdade com profissionais.

Além de tudo isso, o major sabia que Nolan era um grande leitor. Carregava seus livros até mesmo para o campo de batalha. Ele se lembrava de que seu amigo, quando queria escapar dos horrores da guerra, conseguia concentrar-se num livro que afastava seu espírito da realidade imediata.

Mais uma vez o major pensou que seria bom existir uma mulher que pudesse partilhar com Nolan o gosto pela literatura, mas mesmo que existisse, não adiantava tocar no assunto. O Duque recolhia-se imediatamente em sua concha, tornando-se inviolável até mesmo para seus amigos mais íntimos.

Continuaram a cavalgar, falando sobre as colheitas da primavera, das perdizes e dos marrecos que nadavam aos pares, ao longo do rio que corria ao pé do capinzal. Ao se aproximarem da casa da fazenda, o Duque observou:

−Agora tenho um bom administrador. Ele está criando um rebanho de gado Jersey que é o melhor que já tivemos.

−Gostaria de vê-lo− disse o major.

−Iremos lá amanhã. Creio que devemos voltar para ver como Richard está passando.

−Sim, claro. A que horas virá o médico?

−Ele disse que aproximadamente às nove horas.

Pelo seu modo de falar, o major sentiu que estava preocupado com o rapaz. Esperava que ele sobrevivesse, para a felicidade de seu amigo.

−Amanhã eu lhe mostrarei as éguas que estão prenhes… − ia dizendo o Duque.

De repente, viram uma mulher que saíra correndo do celeiro da fazenda, dirigindo-se para eles, sacudia os braços, como para atrair-lhes a atenção. Ambos detiveram os cavalos.

Ao chegar mais perto, viram que era ainda muito jovem e seus cabelos, de um loiro dourado. Evidentemnte, era uma camponesa ou trabalhava na ordenha, pois seu vestido estava desbotado e remendado.

Ao chegar ao lado do cavalo do Duque, estava ofegante e não conseguia falar.

Vendo que os dois esperavam, após um momento exclamou resolutamente:

−Ajudem-me... por favor... ajudem-me!

−O que está acontecendo?− perguntou o Duque.

O major percebeu logo que era muito moça e incrivelmente bonita. Tinha os olhos muito grandes, num rostinho oval e embora os cabelos fossem loiros, as pestanas eram pretas.

Os olhos, que de acordo com o seu tipo deveriam ser azuis, tinham a tonalidade de um céu enevoado, pelo menos naquele momento foi assim que lhe pareceram, mas talvez fosse porque ela estivesse visivelmente assustada, com as pupilas dilatadas.

−O que lhe aconteceu?− tornou a perguntar Nolan.

−É o meu pai… meu pai está muito mal… inconsciente. Receio que tenha sofrido um ataque cardíaco!

O major observou que ela falava como uma pessoa educada, o que não era de se esperar numa pessoa de aparência tão maltrapilha.

−Onde está o seu pai?− indagou o Duque.

−No celeiro. Foi lá que… dormimos, na noite passada.

−Pois então vamos até lá, para ver o que poderemos fazer por ele− sugeriu Nolan.

Fez o cavalo seguir para a frente e a moça foi caminhando a seu lado, ainda bastante ofegante.

O major, que ia atrás, notou que a mocinha era muito esbelta e era evidente a elegância no seu modo de andar. Certamente não è uma cigana, disse para si mesmo, mas quem mais poderia estar vagando pelos campos e dormindo num celeiro?

O celeiro não ficava longe. Ao chegarem, a moça correu na frente, para empurrar a porta que estava aberta. O Duque apeou, entregou as rédeas do cavalo ao major e entrou.

No celeiro estivera guardado o feno para o inverno, mas no momento restava um pequeno monte a um canto, no qual a moça já se encontrava inclinada sobre o corpo de um homem.

O Duque aproximou-se dela. Olhou para baixo e surpreendeu-se ao ver um homem de aspecto distinto, cabelos brancos e traços bem definidos. Vestia um casaco preto e no pescoço viam-se as duas faixas de cassa branca, que indicavam ser ele um pastor.

Seus olhos estavam fechados e o rosto muito pálido fez o Duque supor que estivesse morto, mas ao tomar-lhe o pulso, sentiu as batidas muito fracas, tão débeis que lhe pareceram praticamente imperceptíveis.

−Ele está… vivo?

As três palavras manifestaram tal ansiedade que o duque sentiu-se aliviado por poder responder:

−Sim, está vivo, mas também acho que ele deve ter sofrido um ataque cardíaco.

A moça juntou as mãos e esforçando-se por controlar-se, disse:

−O que… posso fazer? Onde posso encontrar um médico para ele?

−Estou esperando um em minha casa em menos de uma hora.

−Então… o senhor poderia pedir-lhe para… vir ver meu pai?

−Creio que seria melhor se seu pai fosse levado para um lugar mais adequado do que este.

A mocinha escancarou os olhos, dizendo:

−Acho que. . . não temos dinheiro para…

−Não estou lhe pedindo que pague− interrompeu o Duque, com um sorriso−. É melhor deixar que eu me encarregue de tudo.

Virou-se para sair. Após alguns segundos, a moça seguiu-o.

−O que vai fazer?− perguntou.

−Vou até a fazenda, pedir ao administrador que leve seu pai para minha casa numa carroça. Acho que deve querer acompanhá-lo e o melhor meio de evitar que ele seja sacudido será sentar-se no chão da carroça e descansar a cabeça dele em seu colo.

−Farei isso− respondeu a moça ansiosamente−. Muito obrigada! Muito obrigada… mesmo!

O Duque chegou à porta do celeiro, parou e olhou para ela.

−Como se chama?

−Calvine. Meu pai é o reverendo Aaron Calvine e estamos vindo de Northumberland.

O Duque ergueu as sobrancelhas mas não fez nenhum comentário. Montou em seu cavalo e ao pegar as rédeas, disse:

−Espere a carroça que virá buscá-la nestes quinze minutos. Eu a verei mais tarde.

Afastou-se, e o major que o seguia perguntou:

−O que aconteceu? Quem é essa mocinha tão encantadora?

−O pai é um pastor e não há dúvida de que sofreu um ataque cardíaco. Primeiro pensei que estivesse morto.

−Um pastor?!− exclamou o major−. O que ele está fazendo em seu celeiro?

−Sei lá, mas com certeza no devido momento ficaremos sabendo a história e o motivo pelo qual estão tão longe de casa.

−E onde fica ela?

−Em Northumberland− respondeu o Duque.

−Acho que você está sendo positivamente misterioso!

−Estou apenas contando o que sei. Como o reverendo parecia estar morrendo, achei que o momento não era adequado para submeter a filha a um interrogatório.

−Isso me parece incrível− observou o major−, see moram em Northumberland, que diabo estão fazendo aqui?

O Duque não respondeu, porque haviam chegado à fazenda. Mal bateram palmas, o administrador apareceu, visivelmente satisfeito ao ver o patrão.

O Duque e a Filha do Reverendo

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