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Capítulo 2
ОглавлениеKate conteve-se a muito custo.
– Olha, Alasdair, já falámos disto na última vez que nos vimos e a resposta continua a ser a mesma. Eu não penso que esteja a desperdiçar o meu talento. E Foychurch não é uma vila isolada. É uma comunidade com pessoas encantadoras, de modo que estou muito bem. Eu sou uma rapariga do campo, lembras-te?
– Lembro-me muito bem. É por isso que o que dizes não responde à minha pergunta. Os teus tutores de Cambridge pensavam que tinham encontrado uma nova madame Curie – recordou-se ele.
– Pois enganaram-se. E agora que esclarecemos isso, boa noite.
– Kate, escuta…
– Não quero ouvir. Boa noite.
Kate desligou e ficou a olhar para o céu escuro pela janela, inquieta e incomodada pelos comentários de Alasdair Drummond.
As suas irmãs mais velhas, Leonie e Jess, eram duas pessoas muito seguras de si mesmas. Como o seu irmão Adam. Mas Kate, três anos mais nova e muito menos extrovertida, tinha compensado a sua falta de confiança com uma grande ética profissional e um cérebro que lhe conseguiu lugar na Universidade de Cambridge.
E ali conheceu Alasdair Drummond, licenciado na Universidade de Edimburgo e pós-graduado em Harvard, fazendo trabalhos de investigação no Colégio de Trinity em Cambridge.
Para sua surpresa, depois de se terem encontrado pela primeira vez, Alasdair tornou-se o seu protector. Isso aumentou a confiança em si mesma e inclusive fez com que, em seguida, muitos dos seus colegas se interessassem por ela. Mas Kate era indiferente às suas atenções, porque se tinha apaixonado loucamente por Alasdair Drummond.
Demasiado inteligente para se enganar a si mesma, sabia desde o princípio que ele não estava apaixonado. Alasdair, cinco anos mais velho do que ela e um homem experiente, tratava-a como uma irmã mais nova, nada mais. Kate apoiava-o durante os jogos de rugby e ele convidava-a para tomarem uma cerveja de vez em quando. Mas durante todo esse tempo, o máximo que conseguiu foi algum beijo na face.
Loucamente apaixonada pela primeira vez, estava tão frustrada que as suas notas baixaram. Então, exactamente antes de ele se ir embora de Cambridge, Kate fechou-se no seu quarto, negando-se a sair com alguém.
Alasdair tinha encontrado trabalho numa grande empresa farmacêutica e escreveram-se durante algum tempo. Depois foi para os Estados Unidos e as cartas tornaram-se mais escassas. Só a visitou uma vez, quando Kate estava prestes a ocupar o seu lugar em Foychurch.
Alasdair mostrou a sua decepção por aquela eleição profissional, dizendo que era um terrível erro, que não podia desperdiçar o seu talento dando aulas a miúdos da primária… e Kate descontrolou-se.
Disse-lhe que o que fazia com a sua vida não lhe dizia respeito e expulsou-o de casa.
E não o tinha voltado a ver até esse dia.
Alasdair Drummond, o brilhante licenciado em Física e Química, tinha tido uma carreira exemplar. E isso, em combinação com a sua maturidade era, seguramente, um afrodisíaco para a maioria das mulheres. Mas não o era para ela.
O telefone acordou-a às sete da manhã e Kate atendeu, meia a dormir.
– Desculpe se a acordo, menina Dysart – ouviu a voz de Jack Spencer. – Mil desculpas.
– Não faz mal. Já nasceu o bebé?
– Jonh Spencer Cartwright nasceu há um par de horas e é um bebé perfeito. A minha irmã está muito bem, mas Tim quase teve um ataque de ansiedade.
– Obrigada por telefonar – sorriu ela. – Como está Abby?
– No sétimo céu. Ainda não viu o irmão, mas está louca para o ver.
– Imagino.
– Menina Dysart, a minha sobrinha disse-me que vai passar as férias com a sua família.
– Pois, sim…
– Quando se vai embora?
– Depois do almoço.
– Posso perguntar-lhe para onde vai?
Kate fez um gesto de surpresa.
– Para Stavely. A quarenta quilómetros de Pennington.
– Ah, um local estupendo. Espero que se divirta.
– Assim farei. Obrigada por telefonar, senhor Spencer.
Não fazia sentido continuar na cama, de modo que tomou um banho, desceu para a cozinha para fazer o pequeno-almoço, limpou um pouco a casa, fez a mala e, depois, saiu para dizer ao senhor Reith, o seu vizinho, que estaria fora durante uma semana.
Mais tarde, depois de comer, alguém bateu à porta.
Era Jack Spencer, de calças de ganga, com um gigantesco ramo de flores silvestres na mão.
– Bom dia, menina Dysart. Isto é para lhe agradecer.
– Ah, que amável – sorriu ela, surpreendida. – Entre, por favor.
– Não a incomodo?
– Nada. Sente-se… quer um café?
Spencer negou com a cabeça, deixando-se cair sobre o assento junto à janela.
– Não tenho tempo, mas obrigado. Vou comprar um presente e depois vamos ao hospital para conhecer o novo herdeiro.
Kate sorriu.
– Suponho que Abby está ansiosa.
– Esta manhã está diferente, menina Dysart.
– Quer dizer que agora pareço uma professora? É porque tenho o cabelo apanhado?
– Sim, suponho que sim. É uma pena esconder esses caracóis tão bonitos… Desculpe, talvez esteja a ser indelicado.
– Já não tenho idade para deixar o cabelo solto.
– Se a senhora o diz… – sorriu ele. – Mas ontem à noite parecia uma rapariguinha.
– Não o sou, mas obrigada, senhor Spencer.
– Chame-me Jack.
– Penso que não seria apropriado.
– Porque é professora de Abby?
Ela assentiu.
– O director do colégio trata por tu toda a gente, mas os professores continuam a chamar senhores aos pais.
– Mas eu não sou um pai. Os tios não contam.
Kate deixou as flores sobre a mesa.
– Por favor, agradeça aos senhores Cartwright pelas flores.
– Na verdade… são minhas, menina Dysart – sorriu ele então. Ao fazê-lo, apareceram umas ruguinhas à volta dos olhos e isso dava-lhe um ar muito simpático.
– Então, obrigada. É muito amável.
– Vim porque queria vê-la outra vez – suspirou Jack Spencer, levantando-se. – Mas tenho que me ir embora.
– Adeus, senhor Spencer.
– A sério que não me quer chamar Jack?
– Não é que não queira…
Kate não terminou a frase. Na rua da sua casa, além do jipe havia um Maserati azul-escuro.
E Alasdair Drummond aproximava-se com uma expressão furiosa.
Não tinha os ombros tão largos como Jack, mas era mais alto. Também trazia umas calças de ganga, mas isso era a única coisa que tinham em comum. Alasdair calçava mocassins de pele, uma polo branca de mangas compridas e um casaco cor-de-rosa que um homem menos másculo não se atreveria a usar.
Mas dessa vez pôde observá-lo de forma mais objectiva. O seu cabelo escuro estava, como sempre, bem cortado, e parecia mais magro. Mas os olhos cinzentos eram tão penetrantes como sempre.
– Adeus, menina Dysart.
– Eh… ah, adeus senhor Spencer.
Os dois homens encontraram-se no caminho, fazendo um gesto de saudação com a cabeça.
– Olá outra vez, Kate.
– Não esperava ver-te hoje. Não me digas que estavas de passagem…
– Não. Pensei que pudéssemos almoçar juntos.
– Desculpa, já almocei.
– Com o tipo que saiu de tua casa?
Kate não se incomodou em responder.
– Já que vieste até aqui, convido-te para um café – disse, olhando para o relógio. – Mas tenho que me ir embora daqui a meia hora.
– Obrigado – murmurou ele, olhando para as flores. – Se tivesse trazido um ramo de rosas, a recepção teria sido mais acolhedora?
– Sou antipática? Desculpa, Alasdair.
– Eu sei que estou a incomodar.
– Não me incomodas nada. Vou fazer café.
– Ajudo-te?
– Não, senta-te. Fazes com que a minha casa pareça pequena.
– E é pequena. Parece uma casa de bonecas – sorriu Alasdair, percorrendo-a com o olhar. – Não cresceste nada desde a última vez que nos vimos.
– Não em estatura, mas sim em maturidade – replicou ela, entrando na cozinha.
Pouco depois, voltou à sala com uma bandeja.
– Tomo-o simples e sem açúcar. Suponho que te recordas, porque o fizeste muitas vezes.
– Tinha-me esquecido – disse Kate.
E era verdade. Tinha tentado esquecer-se de tudo sobre Alasdair Drummond e, pelo menos, conseguira esquecer-se de algumas coisas.
Como a sua anterior visita, sentou-se no assento junto à janela, com as suas longas pernas estendidas para a frente.
– Acendes a lareira todos os dias?
– Não, só aos fins-de-semana.
– O homem que vi sair daqui… é importante, Kate?
– Sim – respondeu ela sem hesitar.
Não era de todo mentira. Jack Spencer era importante… para a sua sobrinha e a sua mãe. E seguramente para várias mulheres. Talvez até para a sua esposa. E Alasdair não ficaria magoado por acreditar que era importante para ela.
– Ah, percebo.
– E tu? Suponho que também haverá alguém importante na tua vida.
Alasdair negou com a cabeça.
– Já não. Vivi com uma rapariga até há pouco tempo, mas acabámos.
– Porquê?
– Poderíamos dizer que me deixou. Amy gosta de viver em Nova Iorque e não queria vir para Inglaterra.
– Ah, que pena. Onde estás a pensar ficar?
– Em Gloucester. A minha avó deixou-me a sua casa – respondeu ele, tomando o café de um trago. – Bom, vou-me embora. Já te incomodei o bastante.
Kate acompanhou-o à porta.
– Desculpa por não podermos almoçar juntos.
– Talvez tenha mais sorte amanhã. Aliás, tenho a impressão de que a tua família me receberá melhor do que tu.
– Olha, não quero ser grosseira…
– Aquele homem… também vai ao baptizado?
– Não. Os meus pais não sabem nada dele.
Alasdair agarrou-a pelos ombros.
– Fria recepção ou não, gostei muito de te ver.
– Eu também gostei – murmurou Kate, tentando dissimular a reacção que lhe produzia o contacto.
– Ah, sim? Eu preferiria mais um pouco de entusiasmo – disse ele, inclinando a cabeça para lhe dar um beijo na face. Mas então pareceu pensar melhor e beijou-a nos lábios.
– Até amanhã, Kate.
Ela fechou a porta bruscamente e sentou-se no sofá, nervosa. Quanto tinha desejado que a beijasse… há uns anos atrás. Então deu-lhe vontade de rir. Normalmente, aos sábados de manhã só via o carteiro e o senhor Reith, o seu vizinho. Mas aquele sábado tinha sido bem diferente.
Jack, como ele queria que lhe chamasse, era novidade na sua experiência. Comparado com o elegante Alasdair, parecia pouco sofisticado e, no entanto, parecia-lhe muito agradável.
E tinha deixado claro que a achava atraente. Kate sorriu, enquanto guardava a mala no carro.
Pela forma como a beijara, Alasdair Drummond também parecia achá-la muito atraente.
Mas não lhe valeria de nada.
As janelas de sua casa, uma casa que estava na família Dysart há quatro gerações, brilhavam sob a pálida luz do entardecer, quando estacionou debaixo do castanheiro das Índias.
O jardim estava a começar a encher-se de cores depois do rígido Inverno. Narcisos em botão, ramos rodeados de primaveras amarelas… Kate subiu os degraus do alpendre, com aquela sensação tão agradável que sentia sempre que voltava a casa.
Os seus olhos iluminaram-se quando Adam abriu a porta com o bebé nos braços.
– Está na hora de conheceres a tua madrinha, Hal – sorriu o seu irmão. – Olá, anã. Queres pegar no teu afilhado?
– Claro que sim! – exclamou ela, largando a sua mala. – Olá, sobrinho… que lindo que és. Felizmente, parece-se com a sua mãe.
– Isso não é verdade – replicou Adam, indignado. – Parece-se comigo.
Kate soltou uma gargalhada.
– Sim, claro. Apesar do cabelo loiro e dos olhos azuis de Gabriel, é a tua cara chapada.
– Querida! Não tinha ouvido a campainha – exclamou a sua mãe.
– Não tocou. Vi-a pela janela.
Kate abraçou toda a família, feliz por estar com eles novamente.
– Gostas do meu filho? Fi-lo muito bem, não é verdade? – sorriu Gabriel, a sua cunhada.
– Não poderias tê-lo feito sem mim – recordou-lhe Adam.
– Pois. Mas eu fiquei com a pior parte.
Pouco depois chegou o seu pai, depois de passear o cão, e Kate teve que controlar o excitado retriever, que não deixava de saltar à sua volta. Sentada no sofá, acariciou a cabeça de Pan enquanto contava à sua família os últimos acontecimentos.
– Ah! é verdade. Deixei as flores no carro…
– Que maravilha – exclamou Frances Dysart, sua mãe, quando entrou com o enorme ramo. – De quem são?
– De um amigo.
– Pus flores na igreja para amanhã, mas não fiquei com nenhuma para a casa. Importas-te que as ponha, Kate?
– Não, claro que não. Foi para isso que as trouxe.
– A propósito, ouvi dizer que recusaste jantar com Alasdair – disse então Adam.
Kate franziu o nariz.
– Tinha outros compromissos.
– Sabes que o convidei para o baptizado, não sabes?
– Sim. Ainda que não entenda porquê.
O seu irmão encolheu os ombros.
– Levou vários móveis da sua avó para o antiquário e convidou-me para almoçar no Chesterton.
– E é por isso que vem ao baptizado?
– Não sejas tonta. Foi amigo teu durante muitos anos… Perguntei-lhe se queria vir e disse-me imediatamente que sim. Pensei que ficarias contente.
– Fê-lo com boa intenção – sorriu Gabriel.
Kate assentiu, resignada.
– Eu sei. Mas já chega de Alasdair Drummond. Quem mais vem ao baptizado?
– Leonie e Jonah, claro – disse a sua mãe. – Mas sem as crianças. Os pais de Jonah levaram-nos à Disneyland Paris este fim-de-semana.
– E Jess?
– Temo bem que não. Acabam de lhe confirmar que está outra vez grávida.
– E Lorenzo envolveu-a numa redoma! – sorriu Kate, olhando com certa inveja para Gabriel, que embalava o seu filho com expressão jubilosa.
Mas não deveria sentir inveja. Entre Jess e Adam havia tantas crianças que o melhor seria não acrescentar mais nenhuma por enquanto.
– Fenny vem cá esta noite. Não sei quem a trará… como sempre, não quis levar o carro para a faculdade.
– Porque há sempre algum amigo disposto a levá-la no seu – brincou Adam.
– Mas são só amigos – riu-se Gabriel.
– Isso alivia-me bastante – suspirou a sua mãe.
Pouco depois, Adam e Gabriel decidiram ir a casa para dar banho ao bebé, prometendo voltar à hora do jantar.
– Vem connosco, Kate – disse o seu irmão. – Mostrar-te-ei o cofrezinho de prata que encontrei.
– Queres que te ajude a fazer alguma coisa, mamã?
– Não é preciso, querida.
– Muito bem, vamos. Mas eu levo o carrinho!
Adam vivia numa bela casa de pedra ao fundo da rua. Tinha decidido instalar-se em Stavely porque trabalhava com o seu pai no salão de leilões Dysart’s.
– Queres ajudar-me a dar banho a Hal? – perguntou Gabriel.
– Claro que sim. Não me digas que tens que fazer tudo enquanto o meu querido irmão fica de braços cruzados?
– Claro que não! Eu ajudo em tudo – protestou Adam. – Por certo, penso que não achaste piada nenhuma em ver Alasdair.
– Ao princípio não, é verdade – respondeu Kate. – Podias ter-me avisado. Depois de tantos anos, vê-lo à porta do colégio…
– Queria fazer-te uma surpresa.
– Eu não conheço o Alasdair, mas penso que a sua carreira vai de vento em popa – disse Gabriel.
– Ao contrário de mim, fez o que toda a gente esperava dele. E agora está em Inglaterra para dirigir o gigante farmacêutico que o contratou em Cambridge.
Uma vez em casa, despiram o bebé e Adam pegou nele enquanto Gabriel lhe dava banho, processo do qual Hal reclamou com todas as forças dos seus pulmões.
– Desce e vai buscar o biberão, querido.
– Não lhe dás peito? – perguntou Kate.
– Gostaria, mas não tinha leite. E não me importo. Desta forma podemos dar-lhe de comer os dois. Ou, pelo menos, essa é a teoria.
– De certeza que Adam não se levanta durante a noite.
– Levanta-se… às vezes – riu-se a sua cunhada.
– Gostas de ser mãe, Gabriel?
– Na verdade, aqui para nós, não tinha pensado ter um filho tão cedo. Mas agora que está aqui, não o devolveria por nada deste mundo.
– Eu também não – disse Adam, entrando no quarto de banho. – Já não dormimos nada, mas merece a pena. Precisas de ajuda, meu amor?
– Não, obrigada. Vou secar o meu bebé antes de lhe dar o biberão – sorriu Gabriel.
– Vamos tomar um café, enquanto a minha mulher dá de comer a esse chorão.
Quando Adam lhe mostrou o cofrezinho de prata antiga que tinha encontrado numa das suas viagens, Kate acariciou-o, emocionada.
– É lindo. Mas, quanto valia ele num leilão?
– Isso não importa. Tu pagas-me o que eu paguei por ele. Mas se não puderes agora…
– Claro que posso. Estive a poupar, desde que Gabriel me disse que estava grávida – sorriu ela. – Antes de me pedires, já sabia que ia ser a madrinha.
– Está tudo bem, anã?
– Sempre a mesma pergunta – suspirou Kate, resignada. – E sempre a mesma resposta. Ao contrário do que certa gente pensa, gosto muito da minha vida e estou encantada com o meu trabalho.
– Referes-te a Alasdair?
– A quem mais? Pensa que estou louca por dar aulas numa vila pequena. Tu estás de acordo com ele?
– Claro que não. No princípio surpreendeu-me, como a toda a gente. Mas, evidentemente, é o que queres fazer, de modo que me alegro por ti.
– E não te importas que nunca ganhe o prémio Nobel?
Adam sorriu.
– Não me importo nada. De facto, o que gostaria era que encontrasses um homem que te fizesse tão feliz como a Gabriel me faz a mim.
– Podes ficar sentado à espera – advertiu-o Kate. – Se algum dia precisar de uma presença masculina na minha vida, compro um cão.
O seu irmão soltou uma gargalhada.
– Agora que Alasdair está cá, vais vê-lo mais vezes?
Ela negou com a cabeça.
– Duvido. Eu vivo em Herefordshire e ele está a pensar viver em Gloucester…
– Mas foi visitar-te dois dias seguidos, não foi?
– Vou dizer-lhe para não se habituar.
– Há outra pessoa?
– Já sabes que saio com Toby Anderson e Phil Dent.
Adam levantou os olhos para o céu.
– O contabilista e o professor de ginástica. Duas aventuras loucamente apaixonantes, de certeza.
– E tu o que tens a ver com isso, tonto? – replicou Kate, indignada.
– Sais com os dois, de modo que nenhum é importante. Não te imagino a saltares de uma cama para a outra.
– Nem toda a gente quer aventuras loucamente apaixonadas.
– E o casamento?
– Talvez algum dia. Por enquanto, estou contente com o papel de tia solteirona.