Читать книгу A Última Missão Da Sétima Cavalaria - Charley Brindley - Страница 7
Capítulo Cinco
ОглавлениеDepois que Alexander e Sharakova voltaram da caminhada de inspeção, o pelotão carregou a caixa de armas para a beira da mata, onde eles montaram duas fogueiras e abriram as rações operacionais.
“Enquanto comemos,” Alexander disse, “mantenham seus capacetes no lugar e suas armas à mão. Antes de escurecer, vamos configurar um perímetro e fazer rodízio para vigiar. Serão duas pessoas por noite. Agora, vamos falar sobre o que vimos e ouvimos hoje.”
“Quem eram aquelas pessoas?” Kady perguntou.
“Quais deles?” Alexander perguntou.
“Os saqueadores.”
“Eu não sei quem eles eram,” Autumn disse, “mas eles eram ferozes.”
“E asquerosos,” Kady disse. “Vestindo aquelas peles de urso, eles pareciam cachorros.”
“Sim,” Lori disse, “cachorros, quase isso mesmo.”
“Olhem aquilo,” Kawalski disse. “Aquelas pessoas ainda estão atravessando. Quantos ainda faltam, Sargento?”
“Nós caminhamos por aproximadamente um quilômetro,” Alexander disse. “Atrás deste grupo de homens, tem um grande rebanho de cavalos e gado. E depois as pessoas que seguiam o exército. Mulheres, crianças, velhos, e vários comerciantes com suas carroças cheias de vestes. Atrás deles vem um monte de maltrapilhos. É como uma cidade inteira se movendo.”
“Me pergunto para onde estão indo,” Kady disse.
“Me parece,” Alexander respondeu, “que eles estão indo na direção daquele rio que nós vimos. Fora isso, não tenho a menor ideia.”
“Ei,” a soldado Lorelei Fusilier disse, segurando um dos pacotes de ração. “Alguém pegou o menu sete?”
“Sim,” Ransom disse. “Bolo de carne.”
“Você tem tempero amanteigado?”
“Talvez. O que você tem pra trocar?”
“Molho verde picante.”
Todos riram.
“Boa sorte tentando trocar essa porcaria,” Karina disse.
“Você pegou o menu vinte,” Kawalski disse, “né, Fusilier?”
“Sim.”
“Então você tem torta de cereja e mirtilo.”
“Não, essa eu já comi.”
“Aqui, Fusilier,” Alexander disse, “pode ficar com o meu tempero. Eu odeio essa coisa.”
“Obrigada, Sargento. Você quer o meu molho?”
“Não, pode ficar com ele. Alguém consegue chutar quantos soldados tem aquele exército?”
“Milhares,” Joaquin disse.
“Eu acho que são mais de dez mil,” Kady disse.
“E uns trinta elefantes.”
Karina havia acabado de comer, e agora ela usava seu iPad.
“Lá vem os seguidores,” Kawalski disse.
Enquanto as mulheres e crianças passavam, muitos falavam com os soldados de Alexander, e algumas crianças acenaram. Todos pareciam de bom humor, apesar de estarem andando, provavelmente, o dia todo.
Os soldados da Sétima não conseguiam entender a linguagem, mas eles retribuíam os cumprimentos.
“Sabe o que eu acho?” Kawalski disse.
“O quê?” Alexander mordeu um pedaço de mortadela.
“Que as notícias da nossa vitória sobre aqueles bandidos se espalharam até o fim da fila. Você notou como eles estão sorrindo e começando a nos tratar com um pouco mais de respeito?”
“Pode ser.”
Uma grande carroça de quatro rodas passou, com um homem e uma mulher sentados em um monte de peles na parte da frente do veículo. Dois bois puxavam a carroça. A mulher sorriu olhando para os soldados, e o homem estendeu sua mão em saudação.
Joaquin respondeu o cumprimento. “Esse é o primeiro cara gordo que eu vejo.”
Karina ergueu os olhos de seu iPad. “É, eu também.”
“O que você está lendo, Karina?” Kady perguntou.
“Meus livros didáticos. Estou fazendo uma graduação em veterinária técnica”
“Você está online?”
“Quem me dera,” Karina disse. “Eu tentei conectar novamente, mas não tem sinal. Tenho todos os meus livros em um microchip.”
Dois cavaleiros vieram ao longo do caminho, da frente da coluna. Quando viram o pelotão, saíram da trilha e desceram dos cavalos
“Ei,” Kawalski disse, “são as garotas dos elefantes.”
Karina abaixou seu iPad e foi cumprimentar as duas mulheres. Alexander, Kawalski, Lojab, e Kady a seguiram.
As mulheres ficaram ao lado de seus cavalos, segurando as rédeas. Elas pareciam hesitantes, inseguras sobre como se aproximar dos estranhos. Suas roupas eram similares às das outras mulheres na trilha, mas o pano tinha uma textura mais fina, e o corte era mais ajustado. As cores cinza e bege, com alguns enfeites vermelhos, pareciam novas e vivas. Suas roupas consistiam em túnicas curtas sobre calças não muito apertadas, e suas sandálias de couro tinham borlas como ornamentos em torno dos tornozelos.
Karina estendeu sua mão para a morena. “Olá, é bom te ver novamente.”
A mulher sorriu e apertou a mão de Karina, em seguida, disse algumas palavras.
Karina balançou a cabeça. “Eu não entendo sua língua.”
A loira disse alguma coisa para Kady.
“Você não sabe falar inglês?” Kady perguntou.
A outra mulher falou novamente, e depois a loira disse alguma coisa.
“Você sabe o que elas estão fazendo, Sargento?” Kawalski perguntou.
“Falando muito e não dizendo nada?”
“Eu acho que estão tentado diferentes línguas com a gente.”
“É, bom,” Lojab disse, “eu acho que elas são idiotas. Por que elas não falam inglês igual a todo mundo?”
“É tudo grego pra mim,” Kady disse.
Alexander olhou para Kady. “Você pode estar certa. Ei, Spiros,” ele falou em seu microfone.
“Sim, Sargento?” o soldado Zorba Spiros respondeu.
“Onde vocês estão?”
“Estou bem aqui, na outra fogueira.”
“Vem aqui, rápido.”
Spiros logo estava parado ao lado de Alexander. “Uau, elas são sexy.”
“Você é grego, não é?” Alexander disse.
“Meus pais são.”
“Tente falar um pouco de grego com elas.”
“Eu não falo muito bem.”
“Você pode tentar, ‘Olá, onde diabos nós estamos?’”
Spiros disse duas palavras, parou, olhou para o chão, depois para as árvores. “Um…” ele falou, e então fez uma pergunta em grego.
As duas mulheres o encararam por um momento, em seguida olharam uma para a outra. A que estava na direita fez uma pergunta para Spiros.
“O quê?” Spiros disse, estendendo suas mãos, com as palmas pra cima.
A outra mulher fez a mesma pergunta.
“O que é, Spiros?” Alexander perguntou. “Elas estão falando grego?”
“Sim, mas…”
“Mas o quê?”
“Não é igual o grego que eu aprendi. É meio que…um dialeto diferente ou algo assim.”
A primeira mulher fez outra pergunta.
“Eu acho que elas perguntaram que língua eu falei, e aí ela perguntou se nós viemos da Ibéria.”
“Pergunte o quão longe estamos de Kandar,” Alexander disse.
Spiros perguntou, e a da esquerda respondeu. “Ela perguntou, ‘Quão longe de onde?’ Elas nunca ouviram falar de Kandar.”
A mulher disse algo a mais.
“Ei…” Spiros encarou a loira.
“O que foi?” Alexander perguntou.
“Eu acho que elas estão falando Linear B.”
“Linear o quê?”
“Linear B,” Spiros disse.
“Espera um pouco,” Karina disse. “Linear B nunca foi uma linguagem falada. Era uma forma antiga do grego escrito.”
“Você quer dizer,” Kawalski disse, “que elas não estão falando grego moderno?”
“Sim,” Spiros disse. “Você se lembra, no ensino médio, de ler Os Contos de Cantuária e certas partes estarem escritas em inglês medieval?”
“Sim,” Alexander disse.
“Se alguém falasse com você nesse inglês antigo, você teria dificuldade em entender, mas algumas palavras são as mesmas que usamos hoje. É isso que eu estou escutando, algumas palavras em grego que eu compreendo, mas muitas são grego antigo.”
A mulher com o cabelo castanho tocou o braço de Spiros e fez uma pergunta.
Spiros pareceu surpreso, e então balançou a cabeça. “Não.”
“O que ela disse?” Alexander perguntou.
“Ela perguntou se nós somos romanos.”