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CAPÍTULO TRÊS

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Nash entrou em seu apartamento e colocou o vinho que ganhou de Leilia em cima do balcão. Ele despiu o casaco e o jogou em cima de uma cadeira, ou, pelo menos, tentou… Por algum motivo ele errou o alvo e o casaco caiu no chão. Ele o encarou por alguns segundos debatendo se deveria se importar o suficiente para pegá-lo e pendurá-lo no armário. Com um suspiro ele recolheu o casaco e o colocou onde deveria ter colocado desde o princípio. Não era culpa da vestimenta que seus planos de dividir com Leilia seus sentimentos tinha ido errado. Ele encarou a garrafa de vinho que ganhou dela e considerou bebê-la sozinho, mas não, ele precisava de algo mais forte do que Merlot para afogar suas mágoas.

Ele foi até um armário próximo e puxou uma garrafa de uísque, pegou um copo de vidro e serviu uma dose considerável. Nash trouxe o copo à boca e engoliu o conteúdo. Ele chacoalhou a cabeça para ajudar com a queimação que sentia na garganta e serviu mais. Depois de três copos a sala começou a girar e seu cérebro estava um pouco anestesiado quanto o que o estava incomodando. Nash colocou o copo no balcão, agarrou a garrafa de uísque e cambaleou até o sofá. Ele não via o sentido em se preocupar com sutilezas. Ele poderia beber direto da garrafa.

Nash caiu no sofá, abraçado à garrafa de uísque. Ele pegou o controle e ligou a televisão. Duas pessoas apareceram na tela — um homem e uma mulher. Nash rosnou quando um deles começou a falar. “Olá, sou Gawain Daly e minha adorável co-apresentadora é Jocelyn Stacy.”

“Babaca,” Nash resmungou para si. Gawain tirou uma mecha do cabelo da testa e se virou para Jocelyn. “Está bem frio aqui em Nova Iorque. Olhe para a multidão! Muita gente veio para se juntar a nós e recepcionar o Ano Novo.” Ele deu o seu famoso sorriso para a câmera e perguntou para sua co-apresentadora: “Você já fez suas resoluções?”

“Você que precisa fazer resoluções, Gawain”, Nash rosnou as palavras. Ele teve que segurar o ímpeto de jogar o uísque contra a televisão. Em vez disso, ele tomou um belo gole. Ele achava que tinha superado os tempos de ensino médio, mas aparentemente alguns rancores nunca sumiam.

“Não tem nada em mim que eu gostaria de mudar”, Jocelyn respondeu. “E você?”

“Não tem como arrumar o que é perfeito.” Gawain deu uma piscadela. “E o beijo à meia-noite? Você tem alguém especial em mente?”

Ele não mexeu as sobrancelhas mas suas palavras tinham uma insinuação que equivalia a esse ato. Nash bufou. Gawain claramente queria que Jocelyn o beijasse. Ele esperava que a bela celebridade o rejeitasse. Nash bebeu mais uísque. Metade da garrafa já tinha se ido. Do jeito que estava indo, ele terminaria a garrafa inteira e desmaiaria antes da meia-noite.

“Talvez tenha algumas possibilidades”, Jocelyn falou, audaciosamente. A loira lambeu os lábios de forma sugestiva, deixando pouca chance para interpretações errôneas.

“Aquele babaca sempre foi sortudo.” Por que ele não desligava a televisão? A última coisa que precisava era assistir Gawain se dar bem com a atriz com quem atuou em seu último filme. Ele era o líder do trio de cavaleiros. Percival e Tristan eram mais legais quando ele não estava por perto. Nash ficou feliz quando ele foi embora para perseguir fama e fortuna na Califórnia. Não demorou muito para ele atingir esse objetivo. O destino sempre brilhou para ele.

A câmera focou na bola brilhosa que desceria, recebendo o Ano Novo. A voz de Gawain ainda saía dos alto-falantes da televisão. “Como você pode ver, a bola está pronta para descer. O que precisamos é que chegue a meia-noite e poderemos brindar o mais feliz dos anos novos. Por enquanto, vamos ver como estão as estações irmãs de Los Angeles e Corbin Vale.

Nash não prestou mais atenção depois disso. Ele achou que tinha bebido uísque suficiente para esquecer que Leilia passaria a noite com Percival, mas sua mente voltava para ela. Será que ela beijaria Percival à meia-noite, como Gawain pretendia beijar Jocelyn? Isso fez seu estômago revirar e começou a se arrepender de ter bebido tanto. Mas que seja… Ele já tinha ido longe demais, então por que não continuar bebendo? O que ele tinha a perder?

Ele engoliu mais uísque. Há alguns goles a garganta já não queimava mais. Uma batida na porta ecoou pela sala. Ele achou que tinha sido imaginação, até que aconteceu de novo. Nash se sentou e encarou a porta com olhos cerrados. Não tinha como ele chegar até a porta sem cair de cara no chão. “Está aberta”, ele berrou. Não passou pela sua cabeça se perguntar quem tinha vindo vê-lo. Até a porta se abrir e Leilia entrar. O que diabos ela estava fazendo ali? O que tinha acontecido com Percival? Se ele a tivesse machucado… Bem, quando Nash estivesse sóbrio ele o faria pagar pelo que tivesse feito. Ninguém poderia machucar o amor de sua vida.

A Baía Kismet

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