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Capítulo 2

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Casar com ele!

Bianca ficara petrificada pela emoção, apenas sentia o frenético bater do coração a golpear-lhe as costelas. O aparecimento de Denton, o mordomo de Cesare, conseguiu despertá-la do seu sonho de uma vida inteira com Cesare, e trazendo-a de volta à dura realidade

– O seu táxi chegou, menina Jay.

Estas cinco palavras com sotaque meridional, bastaram para a desoprimir e fortalecer a sua determinação, conseguindo superar a sensação de inércia. Virou a sua atenção para o rosto familiar e impassível de Denton, forçou um pálido sorriso e uma palavra de agradecimento, e virando-se para Cesare, sem o olhar nos olhos, pronunciou uma única palavra: «adeus».

Saiu da sala com o coração angustiado, deixando para trás o homem que amava apaixonada e irracionalmente. Foi-se embora, ignorando a proposta de casamento, como se nem sequer merecesse a sua consideração, como se fosse o insulto que punha o ponto final.

O taxi avançava lentamente até Hampstead, no meio do tráfego do fim de tarde. Bianca cobriu os olhos com as mãos, tentando acalmar a sensação de ardor. Não ia chorar, não se daria a esse luxo e, pensar na surpreendente proposta de casamento, também não era boa ideia, apenas conseguiria piorar as coisas.

A última coisa que Cesare queria era uma relação estável, tinha-o deixado bem explícito, não?

Então, a que propósito vinha a disparatada proposta?

Tremendo e sentindo-se enjoada, obrigou-se a analisar os factos, a encontrar uma resposta a essa pergunta. Ainda não estava farto das noites de paixão ardente, considerou. Cesare desejava-a fisicamente, embora talvez porque foram poucos os momentos de intimidade, por um lado, as suas viagens ao estrangeiro, por outro, porque ela se recusara a mudar-se para casa dele e, quando passavam a noite juntos, ela saía sozinha ao amanhecer, para voltar à casa que partilhava com a sua mãe.

Por essa razão, não podiam partilhar o tempo que desejavam e, inevitavelmente, tiveram de renunciar aos melhores momentos. Na relação deles não existia nada rotineiro nem previsível, por isso Cesare não se cansara dela.

Esta devia ser a explicação de tão surpreendente proposta. Queria prendê-la legalmente, até se cansar dela. Era habitual nos sofisticados círculos em que ele se movia e o resultado era sempre desolador, como Bianca sabia.

«Acabou», repreendeu-se categórica, quando o taxi entrou na sua rua. Fizera o que era correcto e sensato. Tinha de esquecer Cesare Andriotti, esquecer o breve romance que começara a significar demasiado para ela e concentrar-se nos problemas do seu futuro imediato.

Bianca pagou ao taxista e continuou, por mais um instante, na noite morna de finais de Maio, preparando-se para entrar em casa.

Devia deixar a sua angústia de lado, armar-se com o amor que devia à mãe. Agradeceu mentalmente a colaboração que lhe dera a tia Janne, pois sem a sua ajuda não podia ter estado presente no jantar de aniversário de Claudia, no qual tomara a decisão definitiva de pôr fim ao seu romance com Cesare. Mais a mais, se Jeanne não se tivesse oferecido para cuidar da irmã, a mãe de Bianca, ela teria de pedir à sua chefe uma licença por tempo indeterminado, até os problemas da mãe se resolverem.

Com um suspiro, voltou-se para a casa que teriam de abandonar dentro de pouco tempo.

Uma escadaria levava até à senhorial porta branca, os vasos vazios, que devia ter plantado há semanas, não ofuscavam os cortinados elegantes das janelas. A elegante fachada dava uma imagem de decoro, mas não escondia precisamente isso.

Como para reforçar os seus irónicos pensamentos, a porta abriu-se rapidamente e um jovem moreno, apenas vestindo uns boxers e uma camisola interior, caiu ou tropeçou pelas escadas, seguido de diversas peças de roupa e das imprecações da sua mãe.

– Miserável! O que é que pensaste? Que estou desesperada? – num tom caustico e um pouco mais baixo, acrescentou – Um conselho, é melhor levares a tua tralha, antes de eu tentar vendê-la!

À luz do vestíbulo, a figura de Helene Jay, alta e magra, envolta num roupão bordado e com um aspecto deplorável. As emaranhadas madeixas acobreadas, cuidadosamente pintadas, enquadravam a beleza gasta de um rosto demasiado maquilhado.

Ignorando o jovem, que gatinhava enquanto recolhia os seus dispersos pertences, Bianca subiu as escadas. Estava de rastos e apenas queria chorar. Chorar pelo que perdera nessa noite, e pelo que se deparava para o seu futuro imediato.

Não podia ser tão frágil. Durante a maior parte dos seus vinte e cinco anos de vida, tivera de ser forte para apoiar a mãe, e agora Helene precisava dela mais do que nunca.

Há duas semanas atrás, tiveram de lhe fazer uma lavagem ao estômago, nada agradável, por causa de uma sobredose de comprimidos para dormir e enormes quantidades de álcool.

– Um copo a mais do que a conta e esqueci-me de que já tinha tomado os comprimidos. Foi só um erro parvo, querida – desculpou-se Helena debilmente.

Mas Bianca não estava tão certa. A mãe aproximava-se dos cinquenta anos e não havia nenhum homem na sua vida. A sua beleza, impressionante noutra época, desvanecia-se rapidamente e o seu temperamento instável era cada vez mais frágil e podia acontecer qualquer coisa.

Bianca aproximou-se da mãe, pegou-lhe num braço e, escondendo o seu sobressalto quando reparou na sua impressionante magreza, fê-la entrar delicadamente, fechando a porta atrás delas.

– Helene… não – pediu-lhe, com a voz derrotada pela compaixão, e uma tempestade de soluços invadiu o corpo da sua mãe. Bianca não suportava vê-la assim. O rímel estava borrado e tinha círculos escuros em volta dos olhos, como um panda, e escandalosa a pintura dos lábios espalhara-se pelas finas rugas em torno da boca.

– Aquele asqueroso era um gigolô! Não fazia ideia! Como é que poderia imaginar? – declarou com voz fraca. – Pensava que eu tinha de pagar para ter companhia masculina!

– Deve ser estúpido e completamente cego – Bianca tentava consolar-lhe o magoado ego e, com as mãos a tremer, pegou num lenço de papel para lhe limpar as lágrimas e o rímel que tinha na cara. Tentando dar uma entoação de divertida preocupação, recriminou-a. – Pensava que tu e Jeanne iam ficar em casa, tranquilamente, a ver televisão!

Helene retirou bruscamente a cabeça, esquecendo por um momento a recente humilhação.

– O programa que tu disseste que não podíamos perder, era de facto aborrecido, e como com Jeanne não se pode falar de nada, porque para ela um serão animado é falar de pontos e de receitas de culinária. Deixa de me tratar como se eu fosse uma menina, querida. Eu sei que a tua intenção é boa, mas torna-se insultuosa! Precisava de um copo, e como nesta casa reina a Lei Seca, tive de sair para o conseguir.

«E sem saberes, trouxeste para casa um gigolô», pensou Bianca abatida. Há anos atrás, nunca faltava à mãe companhia masculina mas, com o passar do tempo, os amantes sem compromissos tornaram-se em devaneios de uma noite, ao mesmo tempo que os gastos de Helene disparavam, com a última moda e o agravamento dos hábitos de bebida.

Este último incidente, com o jovem de pele dourada e que exigiu uma retribuição pelo serviço que se dispunha a realizar, podia ser a gota que derramava o vaso e que podia levar à beira do abismo, aquela que, antigamente, foi uma mulher fabulosamente atraente.

«Onde raio estava Jeanne?»

Como resposta à muda pergunta de Bianca, uma robusta idosa desceu as escadas, enquanto apertava, supostamente na cintura, o cinto de um roupão amarelado.

– Ouvi gritos, que escândalo! Desci quando pude.

«Depois de encontrar a dentadura postiça e de ter tirado os rolos», traduziu Bianca desfalecida. Para a tia Jeanne o decoro era tudo. A idosa continuou.

– Ouvi uma voz de homem a insultar-te e também os teus gritos – os seus doces olhos azuis ensombraram-se quando se apercebeu do estado em que se encontrava a irmã mais nova. – Helene! Disseste-me que estavas cansada e que te apetecia deitar cedo, por isso eu também disse… Mentiste-me! Não vim para aqui para fazeres de mim parva – acrescentou, com um profundo suspiro.

Escondendo a sua impaciência atrás de um sorriso calmo, que não se reflectia nos seus olhos, Cesare despediu-se da irmã e do cunhado, impaciente para pôr fim ao serão, que lhe pareceu eterno depois de Bianca ter partido.

Os empregados tinham-se ido embora há meia hora e Denton limpava desnecessariamente a cozinha. Cesare disse-lhe para se retirar, apagou as luzes e dirigiu-se para o estúdio.

Geralmente, o silencioso compartimento de paredes cobertas de livros, era um oásis de paz na sua frenética vida de trabalho. Sem computador, telefone ou fax, que pudessem perturbar a atmosfera de tranquilidade. Independentemente das pressões laborais, Cesare tinha como norma não levar trabalho para casa, mas nessa noite, sabia que não conseguiria descontrair, até ter entendido o que se passou.

Serviu-se de um dedo de uísque de malte e começou a andar com passadas nervosas.

Ela dissera-lhe que tinha acabado tudo, sem mais nem menos.

Nunca lhe acontecera nada igual, era sempre ele quem punha fim aos seus ocasionais romances, mas permitindo que o previssem com algumas semanas de antecedência. A separação acontecia de forma amistosa, ele expressava algum pesar cortês e presenteava generosamente a respectiva menina, com um carro, com jóias ou com uma viagem exótica, conforme preferisse.

Mas nunca desta maneira. Nunca!

E nunca antes dele estar preparado para aceitar o fim!

Bateu com o copo vazio no couro que protegia a sua secretária, e lançou um olhar esquivo às lombadas dos livros das estantes, mas sem as ver. Tinha de haver alguma forma de se libertar da raiva que lhe percorria o corpo como uma torrente ensurdecedora, e pelo amor de Deus, de onde saiu aquela proposta de casamento? Porca miseria, a sua cabeça estava a desvairar! Não percebia de onde saíram aquelas palavras, mas ela simplesmente ignorou-as, a sua delirante proposta não provocou nem um pestanejo nas suas fabulosas pestanas.

Cerrou os punhos e apertou os dentes até sentir dor. Muitas mulheres teriam morto as suas próprias avós, para ouvirem aquelas palavras sair dos lábios dele!

Bianca Jay limitou-se a olhar para ele, como se ele nem sequer existisse, e a afastar-se!

Ninguém, absolutamente ninguém, humilhava assim Cesare Andriotti sem pagar por isso!

Franziu as sobrancelhas de ébano, ao ritmo de uma imprecação grosseira em italiano, depois, tentando controlar-se, inspirou profundamente para recuperar a calma, mas sem o conseguir.

Desde o primeiro momento, que achou que Bianca Jay tinha de ser sua. Não foi simples, mas acabou a conseguir o que queria, embora, por alguma razão, com ela era tudo muito mais complicado do que um simples desejo carnal.

A linda e esquiva Bianca começava a intrigá-lo. Na cama partilhavam uma magia abrasadora, mas fora dela, Bianca mantinha-se à distância, não se deixava conhecer.

Recusara, sem qualquer entusiasmo, ir viver com ele e, embora a relação deles tivesse um caracter quase permanente, deixou claro que não aceitaria nenhum dos presentes com que ele pretendesse obsequia-la, não falava do seu passado nem da sua família, mudando de assunto sempre que ele puxava a conversa.

Cesare gostava de saber como é que ela chegara à mulher que era, mas respeitava a sua necessidade de intimidade e refreava o seu crescente desejo de desvendar os seus mistérios, bem como evitava as evasivas que faziam parte da relação deles.

Impaciente, serviu-se de outro uísque, aproximou-se da secretária e tirou de uma gaveta um pequeno caderno, que folheou até encontrar o número que procurava.

O que sucedeu nessa noite, fez mudar as regras do jogo e respeitar a intimidade dela já não fazia parte.

Descontraindo no confortável cadeirão giratório, pegou no telefone. A raiva que lhe escurecia os olhos transformou-se em algo mais sombrio, mais duro.

«Não te aborreças, vinga-te!».

– Não vai resultar, pois não? – perguntou Jeanne sem dissimulações e acrescentando a terceira colher de açúcar ao café matinal.

Vestia uma saia escocesa, uma blusa de algodão e com os seus cabelos admiravelmente arranjados, o seu aspecto reflectia perfeição: sensata, imperturbável e completamente fiel.

Bianca respondeu com um suspiro. Antes, conseguia lidar sozinha com os excessos da mãe, as repentinas mudanças de humor, mas o episódio da sobredosagem tinha-a assustado.

Pela primeira vez na sua vida pedira ajuda, a da sua tia Jeanne, que era viúva. O âmbar dos seus olhos ficou nublado de emoção, quando recordou a generosa oferta da tia:

– Pode ficar comigo em Bristol, enquanto tu resolves as coisas e encontras outro sítio onde viver. Vou mudar-me para vossa casa durante umas semanas, até ela recuperar, para poder tomar conta dela enquanto estás no trabalho, porque, pelo que me contas, é melhor não estar muito tempo sozinha.

Bianca aceitou a oferta sem hesitar, profundamente agradecida. O contrato de aluguer da casa expirava dentro de poucos meses e sem a ajuda da tia era um pesadelo procurar um andar que pudessem alugar, continuar com o seu exigente trabalho, decidir o que fazer com os móveis e haver-se com os problemas da mãe.

Quando saiu do hospital, frágil e dependente, Helene aceitou sem contestar, mas considerando a noite anterior, era óbvio que a mãe voltara à sua dependência de homens e de álcool. Não aguentaria nem cinco minutos na pequena e humilde casinha da sua irmã, situada numa estrada tranquila dos arredores de Bristol.

– Sabes que gosto da minha irmã, mas não posso ser responsável por ela, aliás, não é justo para nenhuma de nós – acabou por reconhecer Jeanne. – Precisa de ajuda profissional, numa dessas clínicas luxuosas onde vão as estrelas de cinema e os futebolistas.

– Quem é que pode! – Bianca sorriu ironicamente à tia, quando lhe passou as torradas, e serviu-se dum café quente e bem forte. – Recusa-se a visitar o médico de família, principalmente porque não aceita que tem problemas, mas provavelmente aceitaria ir para uma clínica privada, porque acharia positivo para a sua imagem! Infelizmente, não podemos dar-nos a esse luxo – acrescentou, bebendo um gole da aromática bebida.

– Não resta nada do que recebeu depois da separação?

– Isso esfumou-se há anos – Bianca encolheu os ombros com um gesto cansado. A mãe gastara a indemnização do divórcio em roupas de estilistas famosos, em intermináveis festas e enormes provisões de álcool.

– Podes pedir ao teu pai para pagar o tratamento. Segundo dizem ele está milionário e, se a tua mãe está assim, a culpa é dele – Jeanne barrou uma enorme quantidade de manteiga na torrada. – Sabes, eu costumava ter inveja da minha irmã mais nova. Quando se casou com Conrad Jay, achei que ela tinha tudo, uma fortuna que ultrapassava qualquer cálculo, ainda que fosse dinheiro «novo», mas também não se pode querer tudo. Com o poder financeiro, compraram a entrada nos mais restritos círculos sociais. Ela era lindíssima e eu um camafeu, mas agora estou contente por as coisas terem sido assim, porque se nunca foste atraente, não ficas amargurada quando começas a deixar de ser. E como eu estava a dizer, acho que deves pedir ajuda ao teu pai – acrescentou, dando uma vigorosa dentada na torrada.

– Não – a negação foi instintiva. Jeanne franziu imediatamente o sobrolho e Bianca dispôs-se a explicar a sua aparente teimosia.

As duas irmãs mantiveram ocasionalmente o contacto durante todos aqueles anos, telefonando ou escrevendo, mas cada uma viveu a sua própria vida e havia muita coisa que a tia não sabia! Helene curtia a ressaca da noite anterior e o seu dramático desenlace, quando atirou de encontro à parede da sala a chávena de chocolate quente que a irmã lhe ofereceu «para acalmares» e sofreu um ataque de histeria. Era uma boa oportunidade para falar com a tia.

– Só vi o meu pai uma vez, quando tinha doze anos. Foi na noite de fim de ano e ele estava de visita a Londres, porque já nessa altura vivia nos Estados Unidos. Ele quis ver-me, embora até essa data não tivesse manifestado o mais pequeno interesse por mim. Fui ao hotel dele, cheia de ódio, não pela falta de interesse dele em mim, mas pelo que fez à minha mãe – recostou-se na cadeira, tentando lembrar-se. – Na semana anterior tinha acontecido qualquer coisa a Helene, da qual já não me lembro, mas tinha começado a beber, e num aborrecimento que teve comigo, disse que já tinha idade para conhecer o sem vergonha do meu pai.

Ela tinha vinte e um anos quando se casaram. Durante dois anos foi muito feliz e a vida sorria-lhe, mas depois começou a desconfiar que o meu pai tinha mais alguém e resolveu deliberadamente ficar grávida, pensando que assim ele deixaria de rondar outras, mas a táctica não funcionou e ele abandonou-a, trocando-a pela símbolo sexual do momento.

O acordo de divórcio incluía o aluguer desta casa por vinte anos e foi tudo, e nunca voltaram a encontrar-se. Acho que ela o amava loucamente e que nunca conseguiu superar o facto de o ter perdido – Bianca encolheu os ombros, sabendo que provavelmente as suas palavras escandalizariam a respeitadíssima tia. – Eu cresci na companhia de diversos homens e a mãe poderia ter-se casado com qualquer um deles, pois todos pareciam adorá-la, mas ela encontrava-lhes sempre uma falha qualquer… Em poucas palavras, não eram Conrad Jay. Claro que ela nunca deixou de o amar, mas precisava de outros homens na sua vida para se sentir desejada – e com um gesto irónico, acrescentou: – Assim, lá estou eu com doze anos a aborrecer o meu pai, depois recebemos um telefonema surpresa. Helene mandou-me num taxi ao hotel e o meu pai enviou-me de volta noutro e, entre um taxi e o outro, disse-lhe exactamente o que pensava dele, por causa do mal que fez à minha mãe, acrescentando que sob nenhuma circunstância voltaria a vê-lo em toda a minha vida. Tudo isto, em frente à sua nova esposa, que não teria mais do que sete ou oito anos a mais do que eu. Talvez agora já percebas porque é a última pessoa a quem eu pedirei ajuda, mais a mais, mesmo que quisesse, não faço ideia de como o poderia localizar.

A moral desta história é algo que Helene disse numa certa ocasião: «Nunca te cases com um homem rico. Conhecem o preço de tudo e não dão valor a nada».

Este conselho gravara-se na sua mente mais profundamente do que supunha. Não foi em vão que presenciou, durante anos, o sofrimento da mãe e, por essa razão, a repentina proposta de casamento de Cesare, fez disparar um alarme no seu interior.

Coibindo-se de pensar nele e no que significou para ela, Bianca levantou-se bruscamente da mesa, tratando de pensar em como iria resolver o problema de Helene sem perder o trabalho, do qual ambas viviam.

Nesse momento parecia-lhe completamente impossível.

A amante do italiano

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