Читать книгу Flores do Campo - João de Deus - Страница 27

... 21 DE SETEMBRO

Оглавление

Índice de conteúdo

Ha uma hora ou mais,

Marina! que contemplo

A casa de teus paes

Que é para mim um templo.

Está a porta aberta,

E vejo alumiada

A parte descoberta

Da casa da entrada.

Lá andam a passar

Do quarto onde acabaste

Á casa de jantar

Os vultos, que deixaste.

Os vultos, que os vestidos

Tão negros que pozeram,

De luto, tão compridos,

Não sei que ar lhes deram!

A tua bella irmã,

A tua piedade,

A rosa da manhã,

A flôr da mocidade,

Quem lhe diria a ella,

Tão cheia de alegria,

Que haviamos de vêl-a

Assim já hoje em dia!

É esta vida um mar,

E bem se póde a gente,

Marina! comparar

A rapida corrente,

Que vai de lado a lado

Por esses valles fóra

Sem nunca lhe ser dado

Ter a menor demora.

Pára, quando a engole

Aquelle mar sem fundo;

Nem pára; é como o sol

E como todo o mundo...

Ahi não pára nada,

Tudo viaja e anda,

Que a ordem lhe foi dada,

E dada por quem manda.

Chega a corrente lá,

Engole-a logo a onda:

Depois, que é d'ella já?

A nuvem que responda.

Que a nuvem que nos passa

Pela manhã nos ares,

Era hontem a fumaça

Que andava n'esses mares;

E a nevoa, que tu vês

Nas ondas fluctuantes,

Corria-nos aos pés

Talvez um dia antes.

A agua é que no giro

Em que anda eternamente

Não deu nunca um suspiro

Em prova de que sente.

.....................

Flores do Campo

Подняться наверх