Читать книгу José, O Grande Servo - Juan Moisés De La Serna, Dr. Juan Moisés De La Serna, Paul Valent - Страница 7
ОглавлениеAS ABELHAS
Em outra ocasião, quando tinha dez anos, foi um dia até a montanha perto da sua casa e encontrou um favo de mel e disse para si mesmo que gostaria de comer este favo de mel, mas assim que me aproximasse, elas iriam picá-lo. O que ele tinha de fazer era deixar que picassem outra pessoa e quando se cansassem, ele iria e comeria o mel.
E enquanto pensava assim, passou por ali um homem e José disse:
- Sou o príncipe. Você quer pegar este favo de mel para mim?
- Como você é mais importante, você vai primeiro e assim você o pega e eu aprendo – respondeu o homem e foi embora rindo.
O menino, ao ver que o ardil não deu resultado, pensou que se com os homens não conseguiria comer o mel, se sairia melhor com os animais.
E pensando nisso viu ali perto um pastor que tinha ovelhas e aproximando-se dele, disse:
- Você me empresta uma que daqui a pouco eu a devolvo?
O pastor, vendo que era uma criança, pensou que ela nada poderia fazer com o animal e como conhecia José, respondeu:
- Leve-a, mas você tem de devolvê-la como ela está e se não for assim, vai ter de pagar por ela.
José concordou e levou o animal. Ele o colocou debaixo do favo de mel e de longe, atirou pedras até conseguir que caísse e o favo caiu ao lado da ovelha.
A ovelha vendo tantas abelhas vindo na sua direção, começou a correr e atrás dela foram todas as abelhas que podiam voar. O animal correu na direção do rebanho e levou o enxame inteiro atrás dele.
Enquanto isso, José pegava o favo de mel com um pau e escondia em uma árvore que havia caído, de tal maneira que não fosse visto. E ao terminar de fazer isso, o pastor chegou correndo, irritado e com vontade de bater no menino, mas ao ver que nada estava acontecendo com ele, parou de repente e perguntou:
- Senhor, como que a ovelha chegou cheia de abelhas e todos nós fomos picados?
- Conto a verdade? Estava longe dela quando começou a correr e atrás dela ia um punhado de abelhas. Depois eu a perdi de vista e estava preocupado pois temia que tivesse se extraviado, mas vejo que você recuperou o que é seu. E agora me diga, bom homem, o que aconteceu? - o menino perguntou.
Mas o homem que estava cheio de picadas, disse:
- Senhor, deixo isso para outro dia pois tenho de recolher o rebanho que se espalhou – e foi embora gritando pelo que havia acontecido.
É claro que se fosse descoberto que o menino era o culpado, ele não se salvaria de uma boa surra nem por ser príncipe.
José, vendo que o pastor tinha ido embora, aproximou-se do favo de mel que ainda tinha algumas abelhas e disse:
- Se eu pego, as poucas que sobraram me picarão. Terei de levá-lo para longe e tirar o mel com fumaça.
Pois havia visto em outras ocasiões como se fazia. E pegando uma vara comprida, espetou o favo em uma extremidade e pela outra ele o carregou no ombro e por estar longe, as abelhas não lhe picaram.
Chegou à casa onde morava e chamou sua mãe. E ao ver o favo de mel ela se assustou e perguntou:
- Como você pegou isso?
- Mãe, quando estava vindo para casa, com esta vara atravessei o favo e colocando-a no ombro vim para cá com o favo para poder comer o mel saboroso e além disso, as abelhas que haviam nele foram embora e não sei mais nada sobre elas – respondeu o menino.
Todos comentaram sobre o que havia acontecido como algo extraordinário e tudo estava bem até que alguns dias depois o pastor apareceu por ali reclamando e contou o que o menino havia feito. Isso causou uma grande risada em todos, menos no pastor que queria bater no menino pela desfeita pois ainda tinha as picadas das abelhas no rosto e nas mãos, mas como a mãe o protegeu, nada aconteceu com José.