Читать книгу O Roubo Do Alfa - Kate Rudolph - Страница 6
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ОглавлениеO trabalho tinha ido por água abaixo algum tempo depois que Mel pegou o pen drive do cofre. E esse era um nome altamente superestimado para aquele cofre lamentável. Essa coisa toda deveria ter sido muito mais difícil. Em sua opinião, a empresa era administrada por um grupo de cientistas que não dava a mínima para segurança de verdade.
Melhor para ela.
Melhor ainda, a segurança ridícula tornava isso um trabalho para uma pessoa só. Mais dinheiro para ela e menos pessoas sujeitas a ferrar com alguma coisa. Como ela gostava. Enquanto corria pelo último corredor do prédio, não se permitiu pensar em como Krista e Bob poderiam ter tornado as coisas um pouco mais fáceis para ela. Mas era perfeitamente capaz de trabalhar sozinha, e já o fazia há algum tempo.
O latido dos cães precedeu os passos estrondosos dos seguranças. Mel poderia fugir dos guardas, sem problema. Os cães eram outro problema. Esperava que não a alcançassem. Ela tinha presas mais afiadas e garras muito piores, mas a violência contra inocentes era algo a que ela nunca recorreria. Faria isso se necessário, mas os animais não mereciam.
O que é que havia acionado aquela merda de alarme?
Bateu contra as portas duplas, mal sentindo o impacto antes de correr pelo estacionamento, a única luz vinda dos postes. Mel se chutaria se pudesse poupar energia. Seu carro estava há quase um quilômetro de distância. Não havia razão para que precisasse correr isso. Tinha certeza de que não havia acionado nenhum alarme.
E ainda assim, aqui estava ela, correndo para fugir da cena.
Mas, tudo bem, faria isso. A única outra escolha era ser capturada por humanos idiotas e seus animais de estimação. Ou matar todos eles. Nenhuma das opções a agradava, então era a corrida. Atravessou o estacionamento e alcançou a grama da pequena floresta que cercava o escritório. Diziam que este parque se integrava perfeitamente à natureza para fornecer um habitat mais saudável para os funcionários. Mel ainda não tinha visto um prédio corporativo se misturar com a natureza, e este centro de pesquisa não era diferente.
Grilos cantavam e criaturas noturnas mergulhavam para se proteger quando passou por eles. Teriam feito isso se ela fosse uma pessoa normal, mas para aumentar a confusão havia o seu cheiro, que deveria tê-los assustado ainda mais. A meia-lua pairava bem no alto, dando a ela luz mais do que suficiente para correr através do bosque de árvores.
Embora ela pudesse ver claramente, os seguranças não podiam. Ainda podia ouvi-los, mas sua corrida tinha diminuído. E dos cães também. Bom.
Depois que correu mais alguns metros, o silêncio a engolfou. A floresta parecia a mesma, mas todo o som desapareceu. Mel olhou para trás e viu o mais fraco tremeluzir do ar. Ergueu a mão lentamente e empurrou. O ar resistiu.
Maravilha.
Ela poderia ter empurrado direto; isso não era para mantê-la prisioneira. Mas sua curiosidade levou a melhor.
— Apareça, bruxa. — Deixou a ameaça envolver sua voz. Não foi bem um rosnado.
Uma mulher saiu das sombras.
— É realmente assim que vai se dirigir a mim, Mellie? — Ela parecia ter uns quarenta anos, embora Mel nunca tivesse sabido sua idade exata. Qualquer um com magia poderia lançar um encantamento e parecer ter a idade que quisesse. A aparência não significava nada quando uma pessoa podia ter trinta ou trezentos anos. A mulher usava calça preta e camiseta cinza escuro. Sua única joia era um par de brincos de diamante simples, quase obscurecidos por cabelos castanhos escuros que caíam sobre seus ombros.
E agora algumas coisas se encaixaram.
— Olá, Tina. Você acionou o alarme? — Ela ficou surpresa com seu próprio desprezo, já que estava acostumada com as travessuras de Tina há muito tempo.
A bruxa riu, uma gargalhada violenta que teria ecoado pela floresta se não fosse pela proteção.
— Talvez você esteja ficando desleixada.
Mel engoliu a resposta que queria desesperadamente dar.
— Se sou desleixada, por que está me oferecendo um emprego?
Tina colocou a mão no peito e abriu a boca – ela parecia a imagem da inocência.
— Estou magoada, minha querida. Talvez eu só quisesse conversar.
— No meio de uma floresta com guardas me perseguindo? — Mel se recostou em um dos robustos carvalhos, aquiescendo. — Tudo bem, vamos conversar.
A bruxa jogou o cabelo para trás dos ombros e colocou as mãos na cintura.
— A Esmeralda Escarlate.
Se Mel estivesse segurando alguma coisa, a teria deixado cair. Como estava, mal manteve sua expressão neutra.
— O que te faz pensar que não estou insultada com essa sugestão? — A Esmeralda Escarlate era lendária entre os mutantes.
Tina zombou.
— Por favor, você faria qualquer coisa se o preço fosse justo.
Essa pequena observação fez Mel querer rejeitar tudo isso. Quem Tina pensava que ela era? Alguma ladra insignificante que não poderia cortar isso como uma bruxa? Não uma poderosa, de qualquer maneira. Mas Mel não estava pronta para queimar essa ponte. Agora não.
— Há talvez – talvez – três pessoas que poderiam fazer isso. E tudo isso está na minha cabeça. — Ela ergueu um dedo. — Cyn foi roubada por vampiros há dois anos, ela está fora de questão. A Rainha do Gelo nem tentaria. Isso deixa a mim. E assim que eu for descoberta, haverá uma recompensa pela minha cabeça grande o suficiente para comprar o Kansas. Não estou interessada.
— Você tem medo daquele gatinho? — A voz da mulher mais velha estava cheia de desdém. — Torres, apesar de seu castelo, não poderia mantê-la fora nem se tentasse.
Luke Torres, alfa de um pequeno clã de gatos, era o atual proprietário da Esmeralda Escarlate. Todo mundo sabia disso. Sem pesquisa, Mel não sabia muito mais. Obviamente, ele poderia aguentar qualquer coisa em uma luta, e sua segurança tinha que ser de alto nível. Mas ela poderia vencê-lo.
Embora não fosse. Essa marca tinha uma sentença de morte anexada.
— Você nem quer saber o preço? — Tina ergueu uma sobrancelha. Com um flash de suas mãos, ela balançou um diamante puro suspenso em um pendente de platina. — Pelo seu trabalho.
Inconscientemente, Mel estendeu a mão para pegá-lo, com o coração batendo forte. Mas Tina o arrebatou novamente.
— Era da Ava? — Mel perguntou. O ódio borbulhava em sua garganta e ela podia sentir suas garras rasgando sob sua pele, prontas para aparecer no momento certo.
Tina sorriu.
— Sim. Digno de Scry.
Aceitar o emprego seria suicídio. Ela se mataria, e provavelmente a sua equipe.
— Qual é o cronograma? — Só estava apenas obtendo os fatos, sem obrigação.
— Três semanas.
Suicídio duplo. Não teria tempo para se preparar antes.
— Me deixe segurar a joia por um minuto.
Tina a jogou no ar e Mel a pegou facilmente. Era um diamante longo e fino, incrustado em platina que se torcia no topo. A corrente era longa o suficiente para ser colocada entre os seios de uma mulher e a gema era quase transparente. Mel enrolou a mão em torno dele. Podia imaginar Ava usando, com uma gota de sangue agarrada à ponta.
O diamante cedeu um pouco de sua resistência. Mel o soltou e o viu voltar para Tina, que disse:
— Diga a Krista que mandei um oi. — Ela sorriu e desapareceu, sem esperar que Mel confirmasse que aceitaria o trabalho.
As duas sabiam que ela iria, no minuto em que tocou a pedra.
Havia maneiras piores de morrer.