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Capítulo 2

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– Meggie, conta-me tudo – dessa vez, não pronunciou o seu nome com tanta doçura; a sua indecisão estava a fazê-lo perder a paciência. – Qual é o problema? Preciso de saber.

Megan continuou muda, incapaz de dizer uma palavra. A expressão severa do seu rosto recordou-lhe o Cesare que ela conhecia, o homem que temera na adolescência. Naquela época, era muito fácil para ele deixá-la muda, temerosa, com a cara vermelha, incapaz de responder a qualquer pergunta.

E, naquele momento, Cesare estava a ter o mesmo efeito sobre ela.

– Megan…

Dessa vez, o seu tom era como uma advertência que piorou a situação. Megan apenas conseguia abanar a cabeça, incapaz de encontrar as palavras para lhe responder.

– É o teu pai? Estás preocupada com os problemas que ele tem na empresa?

– Ele contou-te? – inquiriu, surpreendida.

– Claro que me contou. Acima de tudo, sou amigo dele.

– E pediu-te que o ajudasses…? Vais ajudá-lo?

Estava a começar a recuperar um pouco de força nas pernas e parecia que o seu cérebro voltara a funcionar. Se Cesare estava disposto a ajudar o seu pai, ajudá-lo a sair da quase inevitável falência, então, uma das suas preocupações deixava de existir.

– Vais ajudá-lo?

Mas foi o rosto masculino que lhe deu a resposta. Distanciou-se dela mentalmente, antes de o fazer fisicamente.

– Não – respondeu com suavidade.

– Não? – repetiu ela, incapaz de acreditar no que estava a ouvir. – Negaste-lhe ajuda? Não posso acreditar…

– Acredita – interrompeu-a bruscamente, infeliz com o rumo que a conversa estava a levar. – O teu pai falou-me dos seus problemas. Infelizmente…

– É uma desgraça, mas parece que não tens nada a ver com isso – adiantou ela com tal cinismo que o fez pestanejar. – Tens dinheiro para o ajudar. O valor que ele precisa não é nada comparado com a tua fortuna.

Megan levantou-se e dirigiu-se até ele, desesperada. A fúria que sentia dentro de si provocava-lhe um diferente brilho nos olhos verdes.

– Claro que tenho dinheiro para o ajudar.

– Que grande amigo que tu és!

Cesare suspirou, impaciente.

– Meggie… – disse com toda a calma. – Não teria sido de grande ajuda. O teu pai sabe disso.

– Mas eu não! Vais ter que me explicar. E pára de me tratar por Meggie. Podias fazê-lo quando eu era miúda, mas já não sou nenhuma criança. Sou uma mulher com vinte e dois anos de idade e com uma carreira. Cresci muito ultimamente.

– Não tenho a menor dúvida.

Cesare olhou-a dos pés à cabeça com os seus olhos escuros. Desde as calças de ganga justas à t-shirt, detendo-se provocantemente na curva dos seus seios. Sem querer, Megan pensou nas mudanças que sentira no seu corpo durante as últimas semanas.

– Chamo-me Megan e agradecia que te lembrasses disso.

– Claro – respondeu ele com um sorriso.

– Estás a gozar comigo?!

– Não me atreveria – retorquiu, sério.

A mudança de humor na sua voz e o brilho nos seus olhos, atingiram-lhe o coração.

Aquele homem era demasiado atraente! Estava furiosa porque, naquele instante, não queria encontrar nada atraente nele.

Especialmente naquele momento.

Mas quando Cesare sorria daquela maneira…

Megan apressou-se a recompor-se, repreendendo-se a si mesma. Aqueles eram pensamentos muito perigosos e debilitavam-na quando o que mais necessitava era ser forte.

– Talvez o meu pai entenda, mas eu não. Podes explicar-me?

«Não», respondeu Cesare para si mesmo. Não lhe podia explicar porque o prometera a Tom Ellis. Aquele homem conseguia ser estupidamente orgulhoso. Não aceitava a ajuda de um amigo para salvar a empresa, mas se fosse o seu futuro genro…

– Se a Meggie se casar contigo – dissera, – então, aceito o teu dinheiro. Nesse caso, seria um assunto de família. De outra forma, não pode ser.

Tom pedira-lhe que não comentasse sobre aquele assunto com a filha, mas a sua lealdade para com o amigo viu-se perturbada devido aos sentimentos que nutria pela mulher que tinha à sua frente.

Saberia ela o dano que lhe provocava ao olhá-lo daquela maneira?

Mas o pior de tudo era a maneira instintiva, quase básica, com a qual o seu corpo reagia na presença de Megan. Tinha cada sentido em alerta e o pulso batia com toda a força. Desde que entrara no quarto que tivera que lutar contra o impulso de a agarrar e beijar, devorando-a com a boca.

Mas agir devido àquele impulso teria sido a coisa mais estúpida que podia fazer. Provavelmente, Megan teria saído do quarto a correr.

– Cesare… – disse ela num tom severo. – Explica-te!

– O teu pai está numa situação um pouco complicada – adiantou cuidadosamente. – O estado do mercado acaba de destruir o valor dos investimentos que ele fez e a empresa está a ter problemas.

– Então, porque é que não o ajudas?

– Porque não estou no mundo dos negócios para comprar empresas arruinadas!

Ao ver o rosto dela, arrependeu-se imediatamente da desculpa que escolheu.

– Não é um bom negócio, Megan.

Apesar de o fazer pelo seu amigo se este o deixasse.

– Ah! E os negócios vêm sempre em primeiro lugar, não é? – perguntou ela com amargura.

– Não teria chegado aonde estou senão fosse assim.

– Não… claro. Mas agora que estás onde estás, parece que perdeste todo o sentido da amizade. Costumavas ser uma pessoa melhor, Cesare.

– Não ia servir de nada, Megan.

Cesare já não aguentava mais aquela situação.

– O teu pai caiu muito e ele sabe disso. Não pode dar-se ao luxo de contrair outro empréstimo, já deve demasiado.

– Está… está assim tão mal? Estás a dizer-me que o meu pai está arruinado?

Não precisava de lhe confirmar, pois podia ver-se-lhe na cara.

– Oh, não!

Sentiu as pernas a tremer, estas ameaçavam não aguentar o seu peso: com um movimento ágil, Cesare tomou-a nos braços e apertou-a contra o seu corpo.

– Está tudo bem, carina – disse ele com a voz rouca e sedosa. – Estás a salvo, não vais cair.

«A salvo», repetiu Megan para si, um pouco zonza. Sim, por fim, sentia-se a salvo. Pela primeira vez naquelas desgraçadas seis semanas, não se sentia sozinha e perdida. Era como se a força de Cesare lhe chegasse através dos seus braços.

O calor daquele corpo e o aroma a limpo, a mescla de ambos, envolveram-na, fazendo-a desejar inspirar com mais força. Então, sentiu a necessidade imperiosa de se apoiar nele; a sua cabeça estava demasiado pesada para a suportar. Por fim, cedeu ao impulso e reclinou-se sobre o seu ombro, sobre o osso duro e o músculo firme.

– Oh, Cesare… – suspirou, abandonando-se àquele momento de debilidade.

– Megan…

A sua voz soou inesperadamente áspera.

O coração dela palpitou ao som da sua respiração.

Megan voltou a suspirar, acomodando-se melhor, virando a cabeça de forma a que a boca ficou perto da pele suave e bronzeada dele.

– Megan…

Dessa vez, havia uma nota de advertência, mas ela estava demasiado cómoda, demasiado descontraída para pensar nisso. Pela primeira vez desde que regressara a Londres, sentia-se realmente bem. Como se agora estivesse onde queria realmente estar. No lugar que lhe era predestinado.

Sentiu o coração de Cesare acelerar-se e o seu próprio pulso também, assim como a respiração, até se transformar num som rouco.

– Cesare…

Tentou falar, mas o calor que sentia dentro de si provocara-lhe uma secura na garganta. Tinha os lábios secos e humedeceu-os com a língua. Cesare não ficou imune a esse movimento.

As pálpebras pesavam-lhe tanto que nem conseguia abrir os olhos. Quando o conseguiu, a força escura do olhar dele aprisionou-a. Não queria mover-se.

Esperou, com paciência aparente, mas a ferver por dentro. Esperou, sabendo que aquele era o momento pelo qual ansiara durante toda a vida, com o qual sempre sonhara.

– Megan… – voltou ele a dizer; a sua voz era espessa e áspera que nem parecia pertencer ao homem controlado e sofisticado que ela conhecia. – Acho que vou ter de te beijar.

– Eu sei…

– Lamento se… Sabes?

– Sim.

Megan assentiu, consciente do suave roçar da sua camisa e do calor da sua pele através do tecido.

– Eu sei e sabes uma coisa? – a sua boca curvou-se com um sorriso cheio de picardia. – Vou ter que te deixar…

As palavras eram suaves e, rapidamente, ele as afogou com os lábios. Acariciou-lhe as costas e depois a cabeça. Foi o beijo mais apaixonado e selvagem que lhe tinham dado durante toda a sua vida. Ficou sem alento, a sua cabeça rodopiava e o coração de tanto bater mais parecia querer sair do peito.

Megan rodeou-o com os braços e entrelaçou os dedos no cabelo cor-de-azeitona. Quando Cesare tentou separar-se, ela impediu-o. Sentiu o corpo a arder, com um calor primitivo e pagão, e não apenas devido ao efeito da sua firmeza dura e quente contra ela. Estava a arder de prazer, de apetite sensual, de necessidade. Moveu as mãos pelas costas dele abaixo, sentindo que era incapaz de o tocar o suficiente de uma só vez.

– Madre di Dio! – murmurou ele, contra os seus lábios, conseguindo separar-se para respirar. – Oh, Megan, Megan…!

– Adoro ouvir o meu nome com sotaque italiano – respondeu ela sem alento, a tremer. – Soa a algo exótico e especial, mais sensual que Megan Ellis, tão simples e vulgar…

– Não! Nunca utilizes essas palavras junto ao teu nome. Tu não és nada simples e, muito menos, vulgar.

Megan olhou-o surpreendida. Esperava encontrar um brilho de humor nos seus olhos, mas não encontrou. Em vez disso, reparou numa luz bastante diferente. O tipo de luz que a fazia pensar em fogueiras e no calor do Verão. O seu coração sentiu um rasgo de felicidade.

– És linda, preciosa. És uma mulher maravilhosa e sensacional.

Megan nem queria acreditar no que estava a ouvir.

– Deves estar a brincar – disse ela, mas Cesare negou com a cabeça.

– Não é brincadeira nenhuma – insistiu num tom que deixava claro que estava a falar a sério.

Ergueu uma mão até ao cabelo dela e entrelaçou-lhe os dedos por entre os caracóis avermelhados.

– Tens um cabelo que brilha como a lava de um vulcão na noite…

Para surpresa dela, levou uma madeixa aos lábios e beijou-a com suavidade.

– Tens uns olhos verdes que mais parecem esmeraldas…

Voltou a repetir a carícia, mas dessa vez nos olhos, pressionando suavemente sobre as suas pestanas.

– Uma pele de pêssego, tão suave e delicada que até tenho medo de a magoar…

Com as mãos, acariciou-lhe as faces e, depois, seguiu até ao pescoço.

Tamanha suavidade fê-la tremer por completo.

Mas quando os lábios seguiram as mãos, Megan ficou totalmente paralisada com o prazer sensual que a fez fechar os olhos com força, para melhor desfrutar das fantásticas sensações provocadas.

A boca de Cesare moveu-se sobre a sua pele, beijando-a, acariciando-a até voltar a alcançar-lhe a boca.

– E uma boca… – murmurou contra os seus lábios. – Feita para beijar.

Dessa vez, o beijo foi realmente apaixonado. O tipo de beijo que parecia roubar-lhe a alma e que fazia com que o sangue lhe fervesse nas veias.

Megan sentiu derreter-se, enquanto ele pressionava o seu corpo contra o dela, obrigando-a a sentir a força do desejo. Não era brincadeira nenhuma. Aquilo era uma realidade dura e sólida. A resposta de um homem para com a mulher desejada… impossível de esconder.

E a mesma resposta surgia do seu próprio corpo, derretendo-lhe o coração, retorcendo-lhe os nervos.

Cada fibra latia com o desejo crescente, enviando-lhe sensações pujantes à sua parte mais íntima e feminina.

Suspirou na boca dele, enquanto se movia inquieta contra o corpo dele, sentindo a força da sua erecção.

– Acho que ficaríamos mais cómodos se…

O resto das palavras de Cesare perderam-se noutro beijo. Mas Megan não necessitava de palavras. Tê-lo-ia seguido para qualquer parte e foi o que fez, passo a passo, até ao sofá que havia em frente à lareira.

Ele sentou-se e arrastou-a até ao seu lado. Ela aproximou-se o mais possível e aprisionou-lhe a boca para brincar intimamente com a língua dele.

– Meggie…

Dessa vez, ela não objectou o uso do seu nome de infância. Soou suave e terno e, ao mesmo tempo, sensual. Mas o que mais a excitou foi o tom de rendição total, a declaração de que se tinha abandonado por completo a ela.

Sentiu-se poderosa e atreveu-se a desapertar-lhe o nó da gravata. Assim que a sua pele bronzeada ficou exposta, a jovem atirou-se sobre o pescoço dele para o saborear.

– Meggie!

Era um grunhido de resignação. Um som que significava abandono total. Com um movimento rápido, Cesare deitou-a sobre o sofá e colocou-se sobre ela.

As mãos dele começaram a mover-se de forma impaciente sobre o corpo de Megan. Num instante, puxou-lhe a t-shirt de dentro das calças e ergueu-a para lhe beijar a pele nua.

Megan conteve o alento, derretendo-se de puro prazer, enquanto os seus mamilos se endureciam, pressionando o tecido do soutien.

– Bellissima, squisita…

Cesare começou a falar no seu próprio idioma. As palavras provinham das profundezas da sua garganta e o seu sotaque era cada vez mais musical.

– Megan, sempre foste um encanto, mas agora que és uma verdadeira mulher…

Não soube como continuar, mas não era necessário porque a paixão que sentia reflectia-se nos olhos. Durante uns segundos, os seus olhares ficaram presos um ao outro. Megan sentiu que ele lhe estava a fazer uma pergunta e ela respondeu-lhe, também sem palavras.

Pensava que conseguia adivinhar aquilo que Cesare tinha em mente. Ainda pensava nela como numa menina, a adolescente que não o deixava em paz. E esses pensamentos deviam provocar-lhe certa hesitação, interrogar-se sobre se estaria pronta para continuar, se Megan era mulher suficiente para ele.

Estava certa de que o seu olhar devia ter-lhe dado a resposta. Mas, mesmo assim, colocou toda a sensualidade que sentia no beijo, utilizando o corpo para lhe comunicar a necessidade ardente que crescia dentro de si.

– A resposta é: sim, Cesare – sussurrou com voz temerosa, com a boca muito colada ao ouvido dele. – Se me quiseres: sim, sim, sim! Sou toda tua, aqui e agora… onde quiseres e quando quiseres.

A única resposta de Cesare foi uma maldição em italiano e, momentos depois, Megan já não conseguia pensar em mais nada. As mãos de Cesare deslizaram sob o elástico do soutien e afastaram-no, sem se incomodar em desapertá-lo.

Da sua boca escapou um gemido de êxtase quando as palmas das mãos pousaram sobre os volumosos peitos. E quando começou a mover os polegares, de forma suave e delicada, em redor dos mamilos, a provocação transformou-se em tormento.

– Madre di Dio!

Cesare voltou a murmurar em italiano, enquanto lhe despia a t-shirt e a atirava para o chão com impaciência, antes de regressar aos seios dela. Ergueu-os e, com um leve movimento de cabeça, aprisionou um deles na boca para o sugar com força.

– Megan, amor, não estavas a mentir quando me disseste que tinhas crescido muito ultimamente. A última vez que te vi, comparado com hoje, ainda eras uma menina…

Deslizou a língua pelo sensível mamilo, fazendo-a tremer de maneira descontrolada.

– Aqui e em todas as partes. Mudaste, cresceste… transformaste-te numa verdadeira mulher.

Aquelas palavras ressoaram na mente de Megan como uma odiosa recordação, como a morte de todas as suas esperanças, apagando-lhe a paixão com um vento frio e amargo.

– Não!

Era um grito de dor, de confusão, que ecoou por todo o quarto.

– Não?

– Não pode ser. Não é possível.

Cesare ficou perplexo, como se tivesse recebido um forte golpe no rosto. A dada altura, mostrara-se selvagem e desejosa, totalmente desinibida nos seus braços… e agora…

– Não posso. Não quero fazê-lo.

– Mentirosa. Estás a brincar comigo…

– Não, não é isso.

Com uma força inesperada, separou-se dos seus braços e deslizou pelo chão até junto da chaminé de mármore. Envolveu-se com os próprios braços para tapar o peito nu e negou com a cabeça de forma tão violenta que o cabelo lhe ocultou o rosto.

– Tens que acreditar em mim. Não estou a brincar… a sério. Não quero fazê-lo.

Aquilo era de mais.

– Não queres?! – repetiu Cesare com uma ameaça velada. – Não queres? Ora, ora, Megan, pára de gozar comigo. Estavas tão excitada como eu, não tentes negar. Não sou cego… nem surdo. Vi a paixão nos teus olhos… ouvi-a sair dos teus lábios. «Sou tua, aqui e agora… onde quiseres e quando quiseres». Não foram essas as tuas palavras exactas?

– Sim… – murmurou de forma quase inaudível. – Sei o que disse, mas…

«Mas o quê?», interrogou-se ela, sem saber que desculpa devia dar.

– Mas não… não estava a pensar com clareza.

A verdade era que, simplesmente, não devia ter pensado sequer. Se tivesse tido o mais leve sintoma de lucidez jamais se entregaria naqueles braços, jamais teria respondido àqueles beijos, àquelas carícias…

Durante uns instantes de loucura, enganara-se a si mesma, fingindo ser ainda a jovem e inocente Megan apaixonada por Cesare Santorino. Mas já não era aquela Megan. Já não tinha a liberdade para manter aquele comportamento selvagem.

Não podia pensar apenas em si… e as palavras de Cesare recordaram-lhe isso mesmo.

Só de pensar naquilo que podia ter sido, experimentou um amargo sentimento de perda, como se tivesse sido atingida no peito, como se alguém lhe tivesse arrancado o coração.

– Não importa aquilo que te disse antes. Não posso… não posso…

– Não podes o quê?

Cesare ergueu-se no sofá e tinha o olhar fixo nela. Por fim, conseguira controlar a respiração.

– Megan – começou a dizer. – O que é que não podes fazer?

– Não posso fazer amor contigo… nem com ninguém. Quero dizer que não posso ter uma aventura, não importa com quem seja.

– E por que não?

Aquilo era demasiado. Não podia responder àquela pergunta, pois não sabia qual seria a sua reacção. E, naquele instante, já se sentia demasiado perdida, demasiado vulnerável para poder aguentar a sua rejeição quando conhecesse a verdade.

Pelo que se limitou a abanar a cabeça em silêncio.

– Megan, porque não?

Pelo tom de Cesare soube que este não a deixaria até que Megan lhe desse uma resposta.

– Porquê, Megan? Vais-me dizer ou vou ter que…?

O passo que deu até ela foi a gota de água.

– Muito bem! – gritou desesperada. – Eu digo-te! Queres a verdade… então, é isso que vais ter.

– E qual é? – insistiu ele, impiedoso, ao vê-la hesitar.

– Estou grávida! – exclamou, depois de respirar fundo. – É isso! – adiantou, sabendo que já não podia voltar atrás. – Tive uma aventura na universidade… Cometi um erro e… e estou grávida. Vou ter um filho dentro de sete meses.

A esposa do Siciliano

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