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Capítulo 2

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– Está bem – murmurou Suki.

Assim que pronunciou essas palavras, o seu instinto disse-lhe que já não podia voltar atrás.

Ramón ajudou-a a entrar no carro, sentou-se ao seu lado e, quando se fechou a porta, perderam-se num silêncio carregado de tensão sexual.

– Onde vives? – perguntou.

Deu-lhe a morada e Ramón repetiu-a ao motorista, antes de fechar a divisória que os separava dele para que pudessem ter intimidade.

– Deve haver duas dúzias de pubs entre onde tu vives e onde o Luis vive. Porque escolheram encontrar-se num bar nos subúrbios? – perguntou, enquanto se punham a caminho.

– Um amigo da universidade acabou de herdar o pub dos seus pais. O Luis prometeu-lhe que viríamos celebrar os nossos aniversários aqui – explicou ela, aliviada com aquele tema inofensivo de conversa.

Infelizmente, no entanto, aquela pausa não durou muito tempo.

– E fazes sempre o que o meu irmão diz? – perguntou Ramón, num tom muito diferente.

Os dedos de Suki apertaram a alça da mala no colo.

– Estás a tentar causar outra discussão? Porque, se bem me lembro, ainda me deves um pedido de desculpas.

Ramón arrancou-lhe a mala, atirou-a para um lado e afundou os dedos no seu cabelo. Ao ver o brilho decidido nos seus olhos, Suki sentiu a boca seca. Ramón ficou a olhar para ela durante uma eternidade e estava tão perto dela que a respiração de ambos se misturava.

– Lamento – murmurou. – Lamento que tenha errado nas minhas conjeturas a respeito do meu irmão e de ti. E embora não esteja de muito bom humor esta noite, não é desculpa para o comportamento que tive, portanto, espero que aceites as minhas desculpas.

As suas palavras pareciam sinceras e silenciaram momentaneamente o alarme que disparou no seu cérebro.

– Está bem – balbuciou.

Os dedos de Ramón mexeram-se em círculos, massajando-lhe sensualmente o couro cabeludo, e Suki sentiu como um calorzinho aflorava na sua barriga.

– Satisfeita? – perguntou Ramón.

– Isso… Isso depende.

Ramón arqueou uma sobrancelha.

– Do quê?

– Se vais começar outra discussão ou não.

– Não, linda – murmurou ele –, estou prestes a começar algo completamente diferente e sabes.

– Eu não…

– Basta, Suki. Já te disse que o que acontecer neste momento depende de ti, mas tenho a impressão de que tenho de te dar um empurrãozinho antes de um de nós morrer de impaciência. A única palavra que quero ouvir desses lábios apetitosos agora é um «sim» ou um «não». Desejo-te… Deixando de lado o meu comportamento pouco exemplar desta noite, também me desejas? Sim ou não?

O coração de Suki subiu-lhe à garganta. Há três longos anos que estava apaixonada por aquele homem, mas, até então, nunca albergara a mínima esperança de, um dia, o ter à frente dela a dizer-lhe aquelas coisas.

Abanou a cabeça. Aquilo não era uma boa ideia… Engoliu em seco e passou a língua pelos lábios.

Os dedos de Ramón ficaram tensos e um barulho abafado escapou da sua garganta. Prestes a pronunciar a palavra que a livraria daquela loucura, Suki baixou o olhar. Não conseguia dizê-la enquanto olhava para ele. Os seus lábios estavam tão perto e ela morria por um beijo… Só um beijo…

Porque não? Assim, perceberia que não era um deus, que só o elevara para essa categoria porque se sentia sozinha e por causa das suas fantasias absurdas de contos de fadas.

– Suki…

O seu nome nos lábios de Ramón era como uma corrente que a puxava irremediavelmente.

Sentia os seios pesados e tinha uma sensação quente e húmida entre as pernas, onde parecia ter uma ansiedade incontrolável.

– Sim…

A palavra escorregou dos seus lábios. Sucumbira à tentação.

Ramón não precisou que o dissesse duas vezes. Mexendo-se depressa, puxou-a e a sua boca, premente, precipitou-se sobre a dela.

Acariciou-lhe os lábios com a língua, atrevidamente e várias vezes, antes de a urgir, sem falar, a abrir a boca. Suki cedeu, trémula, sem conseguir acreditar que Ramón Acosta estava a beijá-la.

Um formigueiro elétrico percorreu-a da cabeça aos pés, arrancando gemidos da sua garganta, que eram contidos pelos lábios de Ramón, fundidos com os seus. Tinham-na beijado antes, vezes suficientes para saber que não havia um beijo igual a outro e que havia quem beijasse melhor e pior, mas nunca a tinham feito gemer e aquele beijo não podia comparar-se com outro.

Cada carícia da língua de Ramón e dos seus lábios causava uma explosão de prazer e fazia-a apertar-se contra ele, suplicando mais.

Quando a necessidade de respirar os obrigou a afastar-se, Ramón apenas lhe concedeu uns segundos de descanso, acariciando-lhe, fascinado, os lábios com a ponta do polegar e murmurando, antes de a beijar novamente e tornar o beijo mais profundo:

– Meu Deus, és linda…

As suas palavras libertaram-na das correntes de que, até esse instante, nem sequer se sentira consciente e relaxou as mãos, com que se agarrara ao banco. Atreveu-se a levantar uma mão e pô-la na coxa de Ramón.

Ele ficou tenso e sentiu como os músculos da sua perna se endureciam. Afastou os seus lábios dos dela e estudou-a com um olhar selvagem. Atordoada, Suki tentou afastar a mão, mas ele reteve-a.

– Queres tocar em mim, não é? Então, toca.

– Ramón…

Ele respirou fundo.

– Creio que é a primeira vez que te ouço a dizer o meu nome.

– Como? – balbuciou ela.

Era impossível. Dissera-o tantas vezes… nas suas fantasias.

A outra mão de Ramón, que continuava no seu cabelo, empurrou-lhe a cabeça para ele.

– Di-lo outra vez – murmurou, contra os seus lábios.

– Ramón… – sussurrou ela, agitada.

Ele tremeu e os seus lábios voltaram a selar os dela. A mão que cobria a sua subiu pelo seu braço, parando a cada poucos centímetros para acariciar a pele nua. A meio caminho, no entanto, desceu pela anca e subiu pelas costas até à parte inferior do peito. Ficou ali, tentadoramente perto dos seus seios, que ansiavam ser acariciados, e dos seus mamilos, que tinham endurecido, pedindo a sua atenção.

A respiração de Suki tornou-se entrecortada por causa do desejo. Esfregou a palma da mão contra a coxa de Ramón e, ao subir um pouco, encontrou o vulto enorme por baixo do fecho. Ficou paralisada ao ouvi-lo a gemer, atormentado.

– Não… Não pares… Toca em mim! – ordenou ele, contra os seus lábios.

Suki fechou a mão por cima do seu membro e Ramón deixou escapar uma série de palavras em espanhol. Quando a mão dele, faminta, tocou num dos seus seios e começou a massajá-lo, Suki gemeu, extasiada.

Não sabia quando a empurrara contra o banco de couro, nem quando puxara as suas ancas até à beira do banco, tal como não sabia quando lhe abrira o fecho do vestido e lhe puxara a saia. Porém, entre beijos, deu por ele de joelhos entre as suas coxas, com as mãos a subir pelas suas pernas. Usava umas meias de seda e, quando os dedos de Ramón tocaram na franja de renda que as rematava, deixou escapar outra enxurrada acalorada de palavras em espanhol. Depois, tocou na renda com as pontas dos dedos e acariciou a pele nua por cima das meias, fazendo-a tremer. Com um último beijo, Ramón levantou a cabeça.

– Preciso de te ver, Suki – disse, num tom rouco. – De tocar em ti como tocaste em mim…

Os dedos de Ramón seguiram o rebordo das suas cuecas de renda e cetim.

Seria apenas um beijo… Claro que talvez devesse fazer caso a Luis e viver um pouco, só por essa noite… Mas as probabilidades de voltar a ver Ramón depois daquela noite eram quase…

– Devo estar a perder faculdades se a tua mente escolhe este momento para divagar – observou Ramón. – Em que estás a pensar? – exigiu saber, aproximando perigosamente o polegar do seu sexo.

Suki tremeu.

– Em… Em nada.

Ramón deslizou o polegar da outra mão pelo lado contrário.

– Não me mintas, Suki. Já tive demasiadas mentiras por hoje. Estavas a pensar noutro homem? – quis saber. – Enquanto estás aqui, com as pernas abertas à minha frente, estavas a pensar noutra pessoa? No teu namorado, talvez?

Observou-o, indignada, e tentou endireitar-se, mas ele impediu-a.

– Achas que estaria a fazer isto contigo se tivesse namorado? – inquiriu ela.

– Responde à minha pergunta – desafiou ele, num tom cada vez mais gélido.

Suki abanou a cabeça.

– Não, não tenho namorado. Estava a pensar em ti.

A tensão que se apoderara dele relaxou um pouco. Os seus olhos brilharam.

– E o que pensavas exatamente? – insistiu, deslizando os dedos por baixo do tecido fino para acariciar a pele húmida.

Suki gemeu e expirou, trémula.

– Pensava que, depois desta noite, não voltarei a ver-te.

Ramón ficou quieto e estudou o seu rosto com o sobrolho franzido.

– É o que queres? Queres divertir-te esta noite e, quando amanhecer, esquecer tudo isto? – perguntou.

Havia uma nota de censura na sua voz, mas também parecia excitado, como se não fosse totalmente contra aquela ideia. Inclinou-se para ela.

– Responde, Suki. É o que queres? – repetiu, estudando os seus olhos com esse olhar penetrante.

– Não é o que tu queres também? – perguntou ela. E, depois, forçou uma gargalhada irónica e acrescentou: – Vá lá, não vais dizer-me que imaginas que, entre nós, poderia haver mais… do que isto?

Ramón ficou calado por uns segundos, embora lhe parecesse uma eternidade. Depois, baixou o olhar para os seus ombros, para o seu decote, que deixava entrever mais agora que tinha o vestido solto, para as suas mãos inquietas, apoiadas no banco ao lado dela e, finalmente, para as pernas abertas e para as cuecas pretas que cobriam o seu sexo.

Voltou a acariciá-la com os polegares, fazendo-a tremer.

– Sim, tens razão. Não pode sair nada disto.

A pontada que Suki sentiu no peito ao ouvir as suas palavras desapareceu quando Ramón lhe arrancou as cuecas. Foi algo tão selvagem, tão erótico, que sentiu que se excitava ainda mais.

E, então, Ramón inclinou a cabeça, estava muito claro para quê. Suki, que estava a olhar para ele com uns olhos esbugalhados, pois não acreditava no que estava prestes a fazer. Pôs-lhe as mãos nos ombros para o afastar.

– Ramón, eu não… – começou a protestar. Mas perdeu-se por completo quando os lábios dele se fecharam sobre o seu sexo, causando-lhe uma descarga de prazer. – Oh! – E gemeu, enredando os dedos no cabelo curto da sua nuca.

Ramón levantou a cabeça e soprou delicadamente.

– Queres que pare?

– Não – balbuciou ela, imediatamente.

Ao ouvir a gargalhada suave de Ramón, corou, mas a vergonha passou por completo quando lhe deu prazer com lambidelas descaradas, possessivas, e deu por si a ofegar palavras incompreensíveis enquanto lhe fincava os dedos no couro cabeludo, insistindo que não parasse e suplicando mais.

Ramón acariciou-a com generosidade, fazendo-a descobrir novas cotas de prazer com a língua e os lábios. Quando finalmente se concentrou no seu clitóris inchado, Suki arqueou as costas e um grito abafado de prazer escapou da sua garganta antes de todo o seu corpo se ver sacudido por uma onda atrás de outra de êxtase verdadeiro.

Quando desceu novamente para a Terra, envolvia-a o cheiro a couro e a sexo e Ramón estava seminu. Tirara o casaco, tinha a camisa aberta e as calças desabotoadas.

O cabelo preto e brilhante estava despenteado, o que lhe dava um ar muito sensual, como se alguém, ela, certamente, embora não o recordasse, o tivesse despenteado com as mãos.

O seu coração, que mal tivera tempo para se acalmar, começou a bater mais depressa quando viu que estava a pôr um preservativo. Depois, puxou o corpete do vestido, deixando os seus braços livres. Tirou-lhe o sutiã e, ao ver seus seios generosos, balbuciou alguma coisa na sua língua, extasiado.

Como se quisesse verificar se era real, deslizou a mão desde pescoço até à barriga. Depois, agarrou os seus seios por baixo com ambas as mãos e esfregou os polegares sem piedade contra os mamilos endurecidos, antes de pôr um na boca. E Suki, que ia a caminho de outro orgasmo, gemeu ao sentir os seus dentes a tocar-lhe no mamilo.

Ramón passou-lhe um braço pela cintura e arrastou-a para baixo até as suas nádegas ficarem fora do banco. Já estava a um passo do clímax quando Ramón levantou a cabeça.

Os seus olhos verdes observaram os dela enquanto fazia com que lhe pusesse as pernas por cima dos ombros. Depois, com um gemido, agarrou-a pela cintura e penetrou-a até ao fundo com um só movimento.

O grito de prazer de Suki foi abafado por um beijo e Ramón segurou-a enquanto mexia as ancas novamente.

– Meu Deus… Estás tão húmida… – murmurou, num tom tão rouco que mal o entendia.

Dominava o seu corpo como um músico virtuoso domina o seu instrumento, levando-o até às notas mais altas e fazendo com que as mantivesse, várias vezes.

– Ramón… Ramón…

Suki não sabia quantas vezes gemeu o seu nome, mas sabia que, de repente, deu por si sentada em cima dele, que continuava de joelhos no chão. Ambos se mexiam, ofegantes e suados, quando, de repente, Suki sentiu que uma explosão de prazer se desencadeava no seu interior e ficou quieta, agarrando-se a essa sensação intensa que parecia estar a arrastá-la para as profundidades de um vórtice sem fundo.

Ramón mordeu-lhe o lóbulo da orelha antes de alcançar o clímax também e resmungou uma série incompreensível de palavras.

Ainda não tinham recuperado o fôlego quando o carro fez uma curva e, pouco depois, parou. Ramón sentou-a novamente e ajudou-a a vestir o vestido.

Incapaz de olhar para ele nos olhos ou de sufocar a sensação de desconforto que a invadia, Suki apanhou as cuecas rasgadas e o sutiã do chão do carro e pô-los na mala.

Ramón, que já acabara de se vestir, sentou-se novamente ao seu lado.

– Eu… Obrigada por me trazeres – murmurou ela, quando, ao fim de um instante, ele continuava sem dizer nada.

Ramón, em vez de responder, ficou a olhar para ela com os olhos semicerrados, portanto, apertou a mala na mão e mexeu-se no banco para a porta.

– Boas-noites, Ramón – despediu-se. – Que chegues bem a… Bom, onde quer que seja.

Esticou o braço para abrir a porta, mas ele deteve-a, agarrando-a pelo pulso, e fê-la virar-se para ele.

– Não acabámos, nem de longe – disse.

Saiu do carro com a graça de um felino e estendeu-lhe a mão. Suki hesitou. De repente, o que a esperava lá fora intimidava-a mais do que a sessão incrível de sexo que tinham acabado de partilhar no carro.

– Sai, Suki! – ordenou Ramón.

Ela saiu, dizendo-se que não estava a fazê-lo porque lho ordenara, mas porque não podia ficar para sempre na limusina.

Assim que saiu, Ramón fechou a porta e bateu com os dedos no capô do veículo. Enquanto o carro se afastava, Ramón puxou-a e deu-lhe um beijo longo e ardente que bastou para reavivar a chama do desejo.

Ramón levantou o olhar para a casa dela e disse:

– Convida-me a entrar.

E Suki fê-lo, mas, mesmo antes de atravessar a soleira do seu lar, soube que aquela não seria a experiência inesquecível que pensara que seria.

Gravidez por contrato

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