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Capítulo 1

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– Importas-te de ficar quieto? – pediu Eva Bergen ao homem que estava sentado à sua frente.

A hemorragia do corte no nariz parara e tinha dois pensos para lhe pôr. O que devia ter sido um trâmite muito simples estava a complicar-se porque ele não parava de mexer o pé direito, o que lhe mexia o resto do corpo.

Observou-o com o sobrolho franzido e os olhos semicerrados, embora o direito estivesse inchado.

– Acaba de uma vez.

– Queres que o feche ou não? Não sou enfermeira e tenho de me concentrar, portanto, fica quieto.

Ele respirou fundo, cerrou os dentes e olhou para o infinito por cima do ombro dela, que supôs que também tivesse dominado os músculos das pernas porque parara de mexer o pé.

Eva também respirou fundo, inclinou-se para a frente no banco, que tivera de elevar para chegar à sua altura, e hesitou por um instante.

– De certeza que não queres ser examinado pelo pessoal médico? Tenho a certeza de que está partido.

– Acaba de uma vez – repetiu ele, num tom tenso.

Respirando pela boca para não inalar o seu cheiro e com muito cuidado para não tocar nele senão no nariz, pôs-lhe o primeiro penso na ferida.

Era incrível que Daniele Pellegrini conseguisse ser impecável, mesmo que tivesse o nariz partido. O seu cabelo denso e castanho continuava perfeitamente penteado e o fato feito à medida continuava engomado. Ainda podia olhar-se ao espelho e piscar um olho.

Era um homem muito bonito e ela tinha a certeza de que todas as pessoas do acampamento esfregavam os olhos quando o viam pela primeira vez. Aquela era a sua segunda visita. Ligara-lhe há trinta minutos e perguntara, sem sequer a cumprimentar, se continuava no acampamento. Se se tivesse incomodado em saber alguma coisa sobre ela, saberia que ela, como todo o pessoal, se alojava ali. Então, disse-lhe que ia a caminho do hospital para se encontrar com ela. Desligara antes de conseguir perguntar o que queria. Descobrira a resposta quando percorrera a pouca distância que havia entre o edifício administrativo onde trabalhava e as instalações médicas.

Quando o furacão Ivor açoitara a ilha caribenha de Caballeros, a Blue Train Aid Agency, que já estava há muito tempo nesse país dominado pelo crime e pela corrupção, fora a primeira organização humanitária que instalara um acampamento de acolhimento propriamente dito. Naquele momento, dois meses depois do maior desastre natural que assolara o país e que levara a vida de vinte mil dos seus habitantes, o acampamento transformara-se no lar de cerca de trinta mil pessoas em tendas, barracões de plástico pré-fabricados ou barracões improvisados, apinhados uns em cima dos outros. Outras organizações tinham-se instalado em sítios diferentes e tinham acolhido quantidades parecidas de deslocados. Era um desastre de proporções inimagináveis.

Daniele era irmão de Pietro Pellegrini, o grande filantropo humanitário. Pietro vira as notícias sobre o furacão e a devastação causada, ainda maior por causa da destruição de muitos hospitais, e decidira imediatamente que a sua fundação construiria um hospital multifuncional e à prova de desastres em São Pedro, a capital do país. Uma semana depois, morrera num acidente de helicóptero.

Eva entristecera-se com a sua perda. Só estivera com ele algumas vezes, mas Pietro era muito respeitado entre as organizações humanitárias. No entanto, tanto ela como todos para quem trabalhava na Blue Train Aid Agency tinham ficado contentes por a família querer seguir em frente com a construção do hospital. Os habitantes da ilha precisavam urgentemente de mais instalações médicas.

Francesca, a irmã de Pietro, transformara-se na nova impulsora do projeto. Eva gostara muito dela e admirara a determinação e dedicação da jovem. Também esperara admirar o irmão e gostar dele. Daniele, como Pietro, era famoso em todo o mundo, mas a sua fama devia-se à empresa de construção e às obras de arquitetura.

No entanto, não gostara dele nem o admirara. Embora fosse famoso pelo seu bom humor e pela sua inteligência aguda, parecera-lhe arrogante. Vira a insatisfação no seu rosto quando fora buscá-la ao acampamento. Aceitara sair nessa noite com ele porque lhe assegurara que só queria que lhe explicasse que tipo de hospital devia construir. Levara-a de avioneta ao seu hotel exclusivo de sete estrelas na ilha paradisíaca e vizinha de Aguadilla, passara cinco minutos a fazer-lhe perguntas pertinentes e passara o resto da noite a beber muito, a fazer perguntas impertinentes e a seduzi-la descaradamente.

Podia dizer que a única coisa que o salvava era o seu físico e a dimensão da sua conta bancária, mas como não se importava com o dinheiro e era imune aos homens, não havia nada que o salvasse.

A cara que fizera quando ela rejeitara friamente o seu convite para que fosse para a suíte para beber um copo não tivera preço. Ficara com a sensação de que Daniele Pellegrini não estava habituado a ouvir a palavra «não».

Ordenara ao motorista que a levasse ao aeródromo e nem sequer se despedira dela. Aquela fora a última vez que o vira até que entrara na tenda médica, há dez minutos, e o encontrara à espera dela. Pareceu-lhe evidente, assim que olhou para ele, que alguém lhe dera um murro na cara. Questionou-se quem fora e se seria possível encontrá-lo para lhe oferecer uma bebida.

– Não sou enfermeira – indicara ela, quando lhe dissera que precisava de ajuda.

Ele encolhera os ombros largos, mas não sorrira como ela recordava quando… tinham saído da primeira vez.

– Preciso que pares a hemorragia. Tenho a certeza de que viste os outros a fazê-lo vezes suficientes para saber mais ou menos o que tens de fazer.

Sabia bastante bem. Tinham-na contratado, sobretudo, como coordenadora e tradutora, mas ela, como a maioria do pessoal que não era médico, ajudara a equipa médica quando fora preciso. No entanto, isso não significava que se sentisse bem a tratar de um nariz e muito menos quando era de um multimilionário arrogante que usava um fato que, certamente, custaria mais do que o que o habitante médio de Caballeros, que tinha a sorte de ter um emprego, ganhava num ano.

– Vou chamar uma das enfermeiras ou…

– Não – interrompera ele. – Estão muito ocupadas. Trata da hemorragia e vou-me embora.

Quase alegara que também estava muito ocupada, mas não o fizera ao perceber algo no seu comportamento. Nesse momento, quando estava a pôr-lhe o segundo penso, pareceu-lhe que ele estava furioso e compadeceu-se de quem fosse o objetivo da sua explosão.

Pegou no terceiro e último penso e não pôde evitar reparar em como o seu cabelo brilhava. Se não soubesse que era característica familiar, que brilhava como o cabelo dos outros integrantes da família que ela conhecia, pensaria que viajava para todos os lados com um cabeleireiro e um estilista particular.

Quando se sentia compreensiva, conseguia entender que o acampamento o incomodasse. Daniele vivia rodeado de luxo. Lá, só havia uma sujidade e uma miséria que não desapareciam, por muito que todos fizessem para o limpar. À frente dele, apercebeu-se de que as suas calças de ganga e a t-shirt estavam imundas e que o cabelo estava despenteado.

Quem se importava com o seu aspeto? Aquilo era um acampamento de acolhimento e estavam todos prontos para fazer o que fosse preciso. Vestir-se segundo a moda seria completamente inadequado e incómodo. Era aquele homem odioso que fazia com que se sentisse suja e inferior.

– Não te mexas – recordou-lhe, quando começou a mexer o pé outra vez. – Já estou quase a acabar. Vou limpar-te e poderás ir-te embora. Tens de deixar os pensos durante uma semana e lembra-te de não os molhar.

Pegou num toalhete e limpou as gotas de sangue que tinham caído depois de lhe limpar o nariz e as faces. Então, uma onda do seu cheiro apoderou-se dela. Esqueceu-se de suster a respiração.

Talvez fosse o cheiro mais maravilhoso que sentira, fazia com que pensasse em bosques frondosos e em fruta madura. Se alguém lhe tivesse falado de uma reação e de uns pensamentos tão românticos, ter-se-ia rido.

Como era possível que um homem tão odioso e arrogante fosse tão bonito? Tinha mais talento no dedo mindinho do que ela podia aspirar a ter em toda a sua vida.

Além disso, tinha uns olhos impressionantes, de uma cor castanha esverdeada, uns olhos que estavam fixos nela… e ficou presa pelo seu olhar até pestanejar, empurrar o banco para trás e se levantar com um salto.

– Vou procurar um pouco de gelo para o olho – murmurou ela, disfarçando o nervosismo.

– Não é preciso – replicou ele. – Não desperdices as tuas provisões comigo. – Daniele tirou a carteira do bolso interior do casaco e deu-lhe algumas notas. – Isto é para que reponhas o material médico que usaste comigo.

Então, saiu da tenda sem se despedir ou agradecer. Eva, que ainda sentia o formigueiro na pele, olhou para as notas e viu que eram dez de cem dólares.

– Tem de haver alguma alternativa. – Daniele serviu-se de outro copo de vinho tinto com os nós dos dedos brancos por causa da força com que agarrava a garrafa. – Podes herdar o património.

A irmã Francesca abanou a cabeça.

– Não posso e sabes. Sou do sexo errado.

– E eu não posso casar-me.

O casamento não era para ele. Passara a vida a evitá-lo, a evitar qualquer forma de compromisso.

– Ou te casas e te encarregas do património ou passará para o Matteo.

Daniele, ao ouvir o nome do seu primo traiçoeiro, perdeu o pouco domínio sobre si próprio que lhe restava e atirou o copo contra a parede.

Francesca levantou uma mão para conter Felipe, o noivo e ex-soldado das Forças Especiais.

– É o seguinte depois de ti – continuou Francesca. – Se não te casares e aceitares a herança, passará para o Matteo.

Respirou fundo para se acalmar. O líquido vermelho que jorrava pela parede era tão escuro como o sangue que lhe caíra do nariz depois de a raiva se apoderar dele e de se precipitar sobre Matteo. Tinham trocado alguns murros que teriam sido piores se Felipe não tivesse intervindo. Depois, sentia essa raiva como um ser vivo.

Matteo traíra todos.

– Tem de haver alguma via legal para nos esquivarmos a essa condição. É arcaica.

O vinho, levado pela lei da gravidade, estava a chegar ao chão. Teria de pintar a divisão antes de ter uns inquilinos novos, pensou Daniele, distraidamente. Aquele apartamento de Pisa era dele, mas a irmã vivera lá durante seis anos. No entanto, ia casar-se e viver em Roma e, a não ser que lhe ocorresse alguma alternativa, ele também se veria obrigado a casar-se.

– Efetivamente – concedeu Francesca –, todos sabemos. O Pietro estava a tentar anulá-la, mas não é tão fácil como tínhamos esperado. Demorarias meses, talvez anos, a anular essa cláusula e, enquanto isso, o Matteo poderia casar-se com a Natasha e ficar com a herança.

A maldita herança, o património familiar, entre outras coisas, um castelo de seiscentos anos e centenas de hectares de vinhedos que tinham pertencido à família Pellegrini desde que o príncipe Carlos Filiberto, o primeiro príncipe e ovelha negra da família, pusera a primeira pedra. A família renunciara aos títulos há décadas, mas o castelo continuava a ser a joia da coroa. Para conservar o património intacto, a herança ia para o mais velho dos descendentes masculinos. Isso não fora suficiente para o príncipe Emmanuel II, um príncipe especialmente desumano e louco do século XIX que suspeitava que o filho mais velho era homossexual. Por isso, introduzira a cláusula, ainda em vigor, de que o filho mais velho só poderia herdar se estivesse casado. Além disso, o príncipe Emmanuel devia ter sabido como os costumes sociais evoluiriam porque essa cláusula dizia com toda a clareza que o cônjuge tinha de ser uma mulher.

Essa cláusula arcaica nunca fora um inconveniente porque, ao fim e ao cabo, todos acabavam por se casar. Era o que as pessoas faziam, sobretudo, os aristocratas, mas os tempos, como os costumes sociais, também mudavam.

Daniele era muito novo quando o avô morrera e o pai herdara o património. Além disso, como era o segundo filho, sempre soubera que Pietro herdaria quando o pai morresse e não se importava. Odiava esse castelo cheio de correntes de ar e goteiras que era como um poço sem fundo por onde o dinheiro desaparecia, mas, sobretudo, odiava a ideia do casamento. Durante toda a sua vida adulta, sentira uma satisfação perversa por continuar solteiro, por ser a antítese do Pietro sério e cumpridor.

No entanto, Pietro estava morto.

Durante dois meses, agarrara-se à esperança de que Natasha, a esposa de Pietro, estivesse grávida e esperasse um menino. Então, o filho herdaria o património e ele poderia continuar a viver como sempre gostara de viver.

Efetivamente, Natasha estava grávida, mas, infelizmente, Pietro não era o pai. Começara uma aventura com Matteo antes de o cadáver do marido ter arrefecido. Matteo, o primo que vivera com eles como mais um irmão desde que tinha treze anos. O próprio canalha contara-lhe pessoalmente que ela estava à espera de um filho dele. Nesse momento, só podia seguir dois caminhos. Ou encontrava uma esposa e renunciava a todas as suas liberdades apreciadas para herdar um património que não queria ou o seu primo ingrato herdaria tudo o que o pai e o irmão tanto tinham adorado.

Cerrou os dentes e pensou na mãe, no amor e no orgulho que sentia pela família e por esse património que adquirira ao casar-se aos dezanove anos. Então, compreendeu que só havia um caminho.

– Tenho de me casar.

– Sim.

– E depressa.

– Sim. Pensaste em alguém? – perguntou Francesca.

Sabia como odiava a ideia de se casar e também tinha uma cabeça mais incisiva para os assuntos legais do que Pietro. Se não conseguia pensar numa forma de anular a cláusula sem que Matteo ficasse com tudo, era porque não podia fazer-se.

Prometeu-se que a anularia algum dia, que a próxima geração de Pellegrini não teria de pagar esse preço.

Daniele pensou em todas as mulheres com quem saíra ao longo dos anos. Calculava que as que continuavam solteiras, quase cem porcento delas, correriam para uma loja de vestidos de noiva antes de ele acabar o pedido.

Então, lembrou-se da última, da única que não acabara na sua cama. Tocou no nariz arroxeado. Os pensos que Eva lhe pusera continuavam lá. Também se lembrou da tristeza que se refletia nos seus olhos azuis cristalinos cada vez que olhava para ele.

Fora a sua tradutora durante a primeira viagem a Caballeros, há um mês. Numa ilha onde a cor dominante era o castanho e a desolação, resplandecia como um farol na penumbra ou, pelo menos, o seu cabelo, que apanhara num rabo de cavalo infantil, resplandecera. Era de um tom de vermelho que só podia ter saído de um frasco e contrastava com a sua pele como o alabastro. Devia ter de pôr protetor solar de fator cinquenta para a manter tão branca. O contraste era tão bonito que não conseguia imaginar que outra cor, nem sequer a natural, a favorecesse tanto.

Embora usasse apenas umas calças de ganga velhas e a t-shirt oficial da Blue Train Aid Agency, Eva Bergen era, provavelmente, a mulher mais bonita que conhecera nos seus trinta e três anos de vida e, com toda a certeza, a mais sensual… e odiava-o.

Olhou para a cara de preocupação da irmã e esboçou um sorriso.

– Sim. Conheço a mulher perfeita para me casar.

Uma hora depois, quando saiu do apartamento, pensou que, independentemente do que acontecesse, a mãe estaria finalmente contente com uma decisão que tomara.

Eva ficou pacientemente na fila para entrar no compartimento dos duches. O acampamento tinha uma quantidade limitada de água limpa e racionava-se zelosamente. Transformara-se numa perita em tomar banho em sessenta segundos com água morna de três em três dias. Ela, como o resto da equipa, sentia remorso e alívio quando, a cada três fins de semana, podia ir a Aguadilla e reservar uma quarto num hotel simples. Lá, pago por ela, podia passar horas no duche, pintar o cabelo, fazer a manicura e lavar a pele enquanto tentava sufocar os problemas de consciência por todas as pessoas acolhidas no acampamento que não podiam tirar alguns dias para ter esses caprichos.

Se havia algo que não faltava no acampamento era os telemóveis. Todos pareciam ter um, até as crianças que não tinham mais nada. A moda naquele momento era um jogo grátis com bolas às cores que explodiam e se multiplicavam. Um génio da tecnologia ligara todos os jogadores do acampamento, acolhidos e trabalhadores, para que competissem entre si. Eva, como todos, transformara-se numa viciada e estava prestes a bater o seu recorde e de ficar entre os cem primeiros jogadores. Nesse momento, enquanto jogava na fila para tomar um duche, tinha três adolescentes ao lado que fingiam estar tranquilos, embora a observassem com avidez.

O telemóvel vibrou-lhe na mão, mas ela não fez caso.

– Devia atender – disse Odney, o mais velho dos adolescentes.

– Podem ligar outra vez – replicou Eva.

Odney, com um sorriso malicioso, arrebatou-lhe o telemóvel, carregou no botão para atender e levou-o ao ouvido.

– É o telefone da Eva, como posso ajudá-lo? Em inglês? – perguntou Odney à pessoa que ligava. – Falo muito mal. Quer falar com a Eva?

Eva esticou uma mão, olhando fixamente para ele e aguentando um sorriso. Odney, com um sorriso, devolveu-lho.

– O telemóvel não guardou o jogo… – comentou ele, num tom satisfeito.

Eva adorava os rapazes de todas as idades do acampamento. Dirigiu-se finalmente à pessoa que ligara.

– Sim?

– Eva, és tu?

A graça do momento desapareceu por completo.

– Sim, quem fala? – perguntou ela, embora o tom de voz e o sotaque de Daniele Pellegrini fossem inconfundíveis.

– Sou o Daniele Pellegrini. Tenho de te ver.

– Fala com a minha secretária e marca uma hora.

Ela não tinha secretária e ele sabia.

– É importante.

– Tanto faz. Não quero ver-te.

– Quererás ver-me quando souberes porque tenho de o fazer.

– Não, não quererei, és um….

– Um homem que tem uma proposta que favorecerá o teu acampamento – interrompeu ele.

– O que queres dizer? – perguntou ela.

– Encontra-te comigo e descobre. Prometo-te que te compensará e ao teu acampamento.

– O meu próximo fim de semana de folga é…

– Estou a chegar a Aguadilla. Farei com que te tragam.

– Quando…?

– Esta noite. Vou mandar alguém dentro de duas horas.

Depois, desligou.

Poder e sedução

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