Читать книгу Um Escudo De Armas - Морган Райс, Morgan Rice - Страница 12
CAPÍTULO SEIS
ОглавлениеMycoples estava encolhida, enrolada dentro da imensa rede de Akron, incapaz de estirar seu corpo, ou bater suas asas. Ela encontrava-se no navio do Império e por mais que lutasse, ela não conseguia levantar o queixo, mover os braços nem expandir suas garras. Ela nunca tinha se sentido tão mal em sua vida, nunca havia sentido tanta falta de liberdade e de força. Ela estava enrolada em uma bola, seus olhos piscavam lentamente e ela estava muito desanimada, mais devido a Thor do que a si mesma.
Mycoples podia sentir a energia de Thor, mesmo daquela grande distância, mesmo que seu navio navegasse através do mar, subindo e descendo as ondas monstruosas. O corpo dela subia e descia enquanto as ondas golpeavam o convés. Mycoples podia sentir que Thor estava mudando, tornando-se outra pessoa, deixando de ser o homem que ela havia conhecido. Seu coração estava partido. Ela não podia evitar sentir que de alguma maneira o havia desapontado. Ela tentou lutar mais uma vez, desejando muito ir até Thor para salvá-lo. Mas ela simplesmente não conseguia se libertar.
Uma enorme onda golpeou o convés e as águas espumantes do Tartuvian deslizaram debaixo de sua rede, fazendo-a deslizar e bater com a cabeça no casco de madeira. Mycoples se encolheu e rosnou, ela já não tinha o espírito ou a força que costumava ter. Ela estava resignada com seu novo destino, sabendo que estava sendo levada para ser morta, ou pior ainda, para viver uma vida em cativeiro. Ela não se importava com o que acontecesse com ela. Ela só queria que Thor estivesse bem e que ela pudesse ter uma chance, apenas uma última chance, de poder vingar-se de seus agressores.
“Aqui está ela! Ela deslizou pela metade do deck!” Gritou um dos soldados do Império.
Mycoples sentiu uma pontada súbita e dolorosa nas escamas sensíveis de seu rosto, ela viu dois soldados do Império com lanças de nove metros de comprimento, cutucando-a a uma distância segura através da rede. Ela tentou investir contra eles, mas suas amarras a impediram. Ela rosnava enquanto eles a cutucavam uma e outra vez e riam, claramente divertidos.
“Ela não é tão assustadora agora, não é?” Um deles perguntou ao outro.
O outro riu, apontando sua lança perto de seu olho. Mycoples se afastou no último segundo, evitando que a cegassem.
“Ela não é capaz de fazer mal a uma mosca.” Disse outro.
“Ouvi dizer que vão colocá-la em exibição no Capitólio do novo Império.”
“Isso não foi o que eu ouvi.” Disse outro. “Ouvi dizer que eles vão pendurá-la pelas asas e torturá-la por todo o mal que ela fez aos nossos homens.”
“Eu gostaria muito de estar lá para ver isso.”
“Realmente precisamos entregá-la intacta?” Perguntou um soldado.
“Ordens são ordens.”
“Mas eu não vejo por que não possamos, pelo menos, mutilá-la um pouco. Afinal, ela realmente não precisa de ambos os olhos, não é?”
O outro riu.
“Bem, já que você diz, eu acho que não.” Ele respondeu. “Vá em frente. Divirta-se.”
Um dos homens se aproximou e levantou uma lança bem alto.
“Fique quieta, garota.” Disse o soldado.
Mycoples recuou indefesa quando o soldado veio avançando na sua frente e preparou-se para perfurar o olho dela com sua longa lança.
De repente, outra onda golpeou a proa; a água impactou com força nas pernas do soldado e ele caiu e saiu escorregando direto para o rosto de Mycoples com os olhos arregalados de terror. Em uma enorme explosão de esforço, Mycoples conseguiu levantar uma garra apenas o suficiente para permitir que o soldado escorregasse debaixo dela; assim que ele fez isso, Mycoples desceu sua garra sobre ele e prendeu-o pela garganta.
O soldado gritou e seu sangue jorrou por todos os lugares, misturando-se com a água, enquanto ele morria embaixo de Mycoples. Ela sentiu alguma pequena satisfação.
O outro soldado virou-se e correu, gritando por socorro. Dentro de instantes, uma dúzia de soldados do Império se aproximou, todos com longas lanças.
“Matem a fera!” Gritou um deles.
Todos eles se aproximaram para matá-la e Mycoples estava certa de que eles o fariam.
Mycoples sentiu uma fúria súbita arder dentro ela, diferente de tudo o que ela já havia sentido. Ela fechou os olhos e orou a Deus para que ele lhe desse uma reserva final de força.
Ela sentiu um grande calor aumentar lentamente dentro de sua barriga e subir por sua garganta. Ela levantou a boca e soltou um rugido. Para sua surpresa, ela lançou uma enorme quantidade de chamas.
As chamas traspassaram a rede e apesar de não destruir a Akron, uma parede de fogo engolfou uma dúzia de homens que vinham por ela.
Todos eles gritaram enquanto seus corpos pegavam fogo; a maioria desabou no convés e aqueles que não morreram instantaneamente correram e pularam no mar. Mycoples sorriu.
Dezenas de soldados apareceram, eles estavam armados com clavas. Mycoples tentou convocar o fogo novamente.
Mas dessa vez não funcionou. Deus havia respondido suas orações e tinha lhe concedido uma graça por única vez. Mas agora, não havia mais nada que ela pudesse fazer. Ela estava agradecida, pelo menos, pelo que ela tinha tido.
Dezenas de soldados desceram sobre ela, golpeando-a com porretes, e lentamente, Mycoples sentiu-se afundando mais e mais e foi fechando os olhos. Ela enrolou-se e encolheu-se, resignada, se perguntando se o seu tempo nesse mundo havia chegado ao fim.
Em pouco tempo, seu mundo ficou cheio de escuridão.