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CAPÍTULO QUATRO

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Caleb abre a imensa porta medieval e, ao fazer isso, Caitlin sai do mosteiro e dá os primeiros passos sob o sol da manhã. Lado a lado, ela e Caleb assistem o amanhecer do sol. Dali, de cima da colina de Montmartre, ela pode ver toda a cidade de Paris diante de seus olhos. A cidade é muito bonita, uma mistura entre a arquitetura clássica e casas mais simples, entre ruas de paralelepípedo e de terra, e árvores e urbanidade. O céu cobre a cidade com um milhão de cores e nuances, dando-lhe vida. É uma cena mágica.

Ainda mais mágica é a mão que ela segura entre as dela. Ela olha para o lado e vê Caleb em pé ao seu lado, apreciando a vista com ela, e Caitlin mal consegue acreditar que aquilo tudo é real. Ela mal acredita que aquela pessoa ao seu lado é realmente Caleb, e que eles de fato estão ali. Juntos. Que ele sabe quem ela é, e que se lembra dela. Que a tinha encontrado.

Mais uma vez, ela se pergunta se teria mesmo acordado, se aquilo tudo não seria outro sonho.

Mas enquanto fica parada ali, ela aperta a mão dele com mais força, e tem certeza que não está sonhando. Ela nunca havia se sentido tão feliz antes. Ela estava correndo há tanto tempo, e tinha voltado no tempo, todos esses séculos, apenas para estar com ele. Apenas para certificar-se que ele ainda estava vivo. Quando ele não a tinha reconhecido, na Itália, foi como seu mundo tivesse desmoronado.

Mas agora que ele está ali, vivo, e sabendo quem ela é – agora que ele é só dela, solteiro, sem Sera por perto – seu coração se enche de emoção, com as esperanças renovadas. Ela nunca teria imaginado que as coisas acabariam acontecendo tão perfeitamente, que tudo que ela havia feito fosse realmente dar certo. Ela está tão confusa, que nem sabe por onde começar, ou o que dizer primeiro.

Antes que ela diga qualquer coisa, ele começa a falar.

“Paris,” ele diz, virando-se para ela com um sorriso. “Certamente há lugares piores onde poderíamos estar.”

Ela também sorri.

“Durante toda minha vida, sempre quis conhecer Paris,” ela responde.

Com alguém que eu amo, ela gostaria de dizer, mas não consegue. Ela tem a sensação de que há muito tempo não ficava ao lado de Caleb, e de repente se sente aflita de novo. Por um lado, é como se ela estivesse ao lado dele desde sempre – desde antes disso – mas por outro lado, é como se estivesse conhecendo Caleb pela primeira vez.

Ele estiva a mão, com a palma virada para cima.

“Gostaria de conhecê-la comigo?” ele convida.

Ela estiva o braço e coloca sua mão na dele.

“É uma longa caminhada até lá embaixo,” ela diz, olhando para a colina íngreme que se estende por milhas até chegar a Paris.

“Eu estava pensando em algo um pouco mais pitoresco,” ele responde. “Voando.”

Ela mexe os ombros, testando para ver se suas asas ainda funcionam. Ela se sente rejuvenescida, recuperada após ter bebido o sangue branco do cálice – mas ainda não tem certeza de que consegue voar. E ela não se sente pronto para pular de cima da montanha na esperança de que suas asas funcionem.

“Acho que ainda não estou preparada,” ela diz.

Ele olha para ela, e compreende tudo.

“Voe comigo,” ele diz, completando com um sorriso, “como nos velhos tempos.”

Ela sorri e se aproxima dele por trás, segurando firme em seu ombro. A proximidade com o corpo musculoso de Caleb lhe faz bem.

Ele salta de repente no ar, tão rápido que ela quase não consegue se segurar a tempo.

Antes que ela perceba, eles estão Voando; Caitlin segura nas costas dele com força, descansando a cabeça em seus ombros. Ela sente uma sensação familiar no estômago, ao mergulharem até bem perto da cidade, rumo ao alvorecer. É de tirar o fôlego.

Mas nada daquilo é tão impressionante como estar nos braços dele novamente, de abraçá-lo e simplesmente ficar junto a ele. Eles estão reunidos há pouco mais de uma hora, e ela já reza para que nunca tenham que se separar novamente.

*

A Paris que sobrevoam, a paris de 1789, é – de muitas maneiras, semelhante à paris que ela tinha visto no século XXI. Ela reconhece muitos dos prédios, igrejas, campanários e monumentos. Apesar de ter centenas de anos, a cidade se parece quase exatamente igual ao século XXI. Assim como Veneza e Florença, muito pouco havia mudado em algumas centenas de anos.

Mas por outro lado, a cidade é bastante diferente. Ela não é tão desenvolvida. Embora algumas ruas sejam pavimentadas com paralelepípedos, muitas outras ainda são de terra. Ela não é tão apertada, e entre os prédios ainda há grupos de árvores, quase como se a cidade tivesse sido construída em meio a uma floresta. Ao invés de carros, há cavalos, carruagens, pessoas caminhando pela terra ou empurrando carroças. Tudo parece acontecer mais lentamente e de maneira mais relaxada.

Caleb mergulha mais baixo, e eles voam apenas alguns metros acima dos telhados dos prédios. Ao sobrevoarem o ultimo deles, de repente, o céu se abre e diante deles surge o rio Sena, atravessando o meio da cidade. Ele tem um brilho amarelo sob a luz da manhã, e a cena encanta Caitlin.

Caleb mergulha ainda mais, sobrevoando o rio, e ela se maravilha com a beleza e romantismo da cidade. Eles voam sobre uma pequena ilha, a Ilha da Cidade, e ela reconhece Notre Dame logo abaixo, e seu enorme campanário erguendo-se acima de todo os outros prédios.

Caleb mergulha ainda mais, ficando bem próximo da água, e o ar úmido do rio ajuda a refrescá-los naquela manhã quente de Julho. Caitlin vira o rosto e vê Paris em ambos os lados do rio, à medida que voam por baixo e por cima das numerosas pontes ligando um lado ao outro do rio. Então Caleb sobe, e parte na direção do outro lado, pousando suavemente atrás de uma grande árvore, longe dos olhares dos pedestres.

Caitlin olha a sua volta e vê que ele os tinha levado ao jardim de um enorme parque, que parece se estender por milhas ao longo do rio.

“O Jardim das Tulherias,” Caleb diz. “Exatamente o mesmo jardim do século XXI. Nada mudou; ele ainda é o lugar mais romântico em Paris.”

Com um sorriso, ele estica o braço e pega sua mão. Eles começam a caminhar juntos por uma trilha que atravessa o jardim. Ela nunca havia se sentido tão feliz.

Há tantas perguntas que ela gostaria de lhe fazer, tantas coisas que gostaria de lhe dizer, mas ela não sabe exatamente por onde começar. Mas ela tem que começar de alguma forma, então decide que começaria com as coisas que haviam acontecido mais recentemente.

“Muito obrigada,” ela diz, “Por Roma. No Coliseu. Por ter me salvado,” ela diz. “Se você não tivesse chegado naquele momento, não sei o que teria acontecido.”

Ela se vira e olha para Caleb, de repente incerta. “Você se lembra?” ela pergunta preocupada.

Ele olha para ela e assente, e ela vê que ele diz a verdade. Ela se sente aliviada; ao menos, afinal, eles estavam na mesma página. Suas lembranças havia retornado, e isso já significa muito para ela.

“Mas eu não salvei você,” ele diz. “Você se virou bem sem mim. Pelo contrário, foi você quem me salvou. Estar com você – não sei o que faria sem você,” ele completa.

Quando ele aperta sua mão, ela sente todo seu coração lentamente voltando ao normal.

Ao caminharem pelo jardim, ela observa com curiosidade todas os diferentes tipos de flores, fontes e estátuas… O jardim é um dos lugares mais românticos que ela já havia visitado.

“E eu sinto muito,” ela completa.

Ele olha para ela, e Caitlin quase desiste de continuar.

“Pelo seu filho.”

Seu rosto se transforma, e antes que ele consiga virar o rosto, Caitlin vislumbra a profunda tristeza em seu semblante.

Que idiota, ela pensa. Por que você sempre tem que abrir a boca e estragar o momento? Por que não esperou para falar sobre isso depois?

Caleb engole seco e concorda com a cabeça, emocionado demais para dizer qualquer coisa.

“E sinto muito por Sera,” Caitlin completa. “Eu nunca quis me intrometer entre vocês dois.”

“Não se lamente,” ele pede. “Aquilo não teve nada a ver com você. Era algo entre mim e ela, nunca deveríamos ter ficado juntos. Estava tudo errado desde o começo.”

“Bem, por ultimo, eu gostaria de lhe dizer que sinto muito pelo que aconteceu em Nova Iorque,” ela emenda, sentindo-se aliviada por finalmente ter lhe dito isso. “Eu nunca teria lhe esfaqueado se soubesse que era mesmo você. Eu juro. Eu pensei que você fosse outra pessoa, transmutada. Eu nunca, nem por um segundo, pensei que pudesse ser mesmo você.”

Os olhos dela começam a ficar marejados com a simples lembrança.

Ele para de andar e olha para ela, com a mão em seu ombro.

“Nada disso tem importância agora,” ele diz com sinceridade. “Você voltou para me salvar. E eu sei que você fez isso a um grande custo. Poderia ter dado tudo errado, e você arriscou sua própria vida por mim. E abriu mão de nosso filho para isso,” ele diz, olhando para ela com um olhar triste. “Eu amo você mais do que posso dizer,” ele diz, ainda olhando para baixo.

Ele olha para ela com olhos cheios de lágrimas.

Nesse momento, eles se beijam. Ela se sente derreter nos braços dele, à medida que todo o seu corpo se relaca, e eles continuam se beijando pelo que parece uma eternidade. É o momento mais importante que ela já tinha vivido com ele e, de certa forma, ela sente como se o estivesse conhecendo pela primeira vez.

Finalmente, eles lentamente param de se beijar, e continuam olhando dentro dos olhos um do outro.

Então, ambos olham para o lado, recatados, e de mãos dadas continuam a caminhada pelo jardim, ao longo do rio. Caitlin continua apreciando a beleza e romantismo de Paris, e percebe que naquele exato instante, seus sonhos estavam se realizando. É com isso que ela sempre havia sonhado na vida; estar com alguém que realmente a amasse. Estar em um lugar bonito e romântico e sentir que ainda tem uma vida inteira pela frente.

Caitlin sente a presença da caixa incrustada de joias em seu bolso, e fica ressentida. Ela não quer ter que abri-la. Ela ama seu pai, mas não quer ler a carta que ele havia deixado para ela. Naquele momento, ela percebe que não quer mais continuar sua missão. Ela não quer se arriscar a ter que viajar no tempo de novo, ou ter que encontrar as outras chaves. Ela deseja apenas ficar aqui, neste lugar, neste tempo, com Caleb. Em paz. Ela não quer que nada mude. Caitlin está determinada a fazer o que for preciso para proteger o tempo que eles têm juntos, e realmente continuar junto a Caleb. Uma parte dela acredita que isso só seja possível se ela desistir de sua missão.

Ela se vira e olha para ele. Ela está nervosa, mas sabe que é algo que precisa ser feito.

“Caleb,” ela diz, “Eu não quero continuar minha busca. Sei que tenho uma missão muito especial, que preciso ajudar os demais e que devo encontrar o Escudo. Posso parecer egoísta em dizer isso, sinto muito se é assim que você pensa. Mas eu só quero estar ao seu lado. Isso é a coisa mais importante para mim no momento. Ficar aqui neste lugar com você, agora. Sinto que se continuarmos nossa busca, acabaremos em outro lugar, em outra época. E podemos não estar juntos da próxima vez…” Caitlin para de falar, e percebe que está chorando.

Ela respire profundamente em silêncio, se perguntando o que ele pensaria dela, torcendo para que ele não discorde dela.

“Você me entende?” ela pergunta receosa.

Ela observa o horizonte, parecendo preocupado, e então finalmente se vira para ela. Caitlin fica ainda mais aflita.

“Eu não quer ler a carta que meu pai escreveu, ou procurar mais pistas. Quero apenas que fiquemos juntos. Eu gostaria que tudo permanecesse exatamente como está agora. Não quero mais mudanças. Espero que você não me odeie por isso.”

“Eu nunca odiaria você,” ele diz com voz suave.

“Mas você não concorda?” ela insiste. “Você acha que eu deveria continuar a missão?”

Ele desvia o olhar sem dizer nada.

“O que foi?” ela pergunta. “Você está preocupado com os outros?”

“Acho que deveria estar.” ele responde. “E de certa forma, estou. Mas eu também tenho motivos egoístas. Acho que…. no fundo esperava que se encontrássemos o Escudo, eu poderia de alguma forma trazer meu filho de volta. Jade.”

Caitlin se sente extremamente culpada ao perceber que ele pensa que ao desistir da missão, está também abrindo mão de rever seu filho para sempre.

“Mas não é assim que as coisas funcionam,” ela diz. “Não sabemos com certeza que ao encontrar o Escudo, se ele de fato existir, seremos capazes de trazê-lo de volta. Mas sabemos que senão continuarmos a busca podemos ficar juntos. Isso diz respeito a nós dois. É o mais importante para mim.” Ela pausa. “É isso o mais importante para você?”

Ele olha para o horizonte e concorda com cabeça; mas não olha para ela.

“Ou você só diz que me ama, pois eu posso ajudá-lo a encontrar o Escudo?” ela pergunta.

Ela se surpreende consigo mesma, por ter tido coragem de fazer a pergunta. É algo que ela já vinha considerando a algum tempo, desde que havia conhecido Caleb pela primeira vez. Ele havia se envolvido com ela por causa de tudo que ela poderia fazer por ele? Ou ele realmente a amava? Agora, ela finalmente saberia a verdade.

O coração dela bate acelerado enquanto ela espera pela resposta.

Finalmente, ele se vira e olha dentro dos olhos dela. Ele ergue o braço, e lentamente acaricia seu rosto com a mão.

“Eu amo você pelo que você é” ele diz. “Eu sempre amei você. Se para ficar ao seu lado, devo desistir da busca pelo Escudo, então é isso que eu farei. Eu quero ficar ao seu lado, e também quero encontrar o Escudo. Mas no momento, você é muito mais importante para mim.”

Caitlin sorri, sentindo algo em seu coração que ela não sentia há muito tempo. Uma sensação de paz e estabilidade. Nada poderia detê-los agora.

Ele remove o cabelo da frente do rosto dela, abrindo um sorriso.

“É engraçado,” ele diz, “Eu já vivi aqui antes. Há séculos, não em Paris, mas no interior do país. Eu morava em um pequeno castelo; não sei se ele ainda existe, mas podemos procurá-lo.”

Ela sorri, e ele de repente a coloca nas costas e salta no ar. Dentro de instantes, eles estão voando alto sobre Paris, em direção ao interior, à procura do castelo de Caleb.

A casa deles.

Caitlin não consegue conter sua própria felicidade.

Desejada

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