Читать книгу Desejada - Морган Райс, Morgan Rice - Страница 12
CAPÍTULO CINCO
ОглавлениеSam tem dificuldade em acompanhar a conversa de Polly enquanto caminham. Ela fala rápido demais, e parece não parar nunca, partindo de um assunto ao outro sem pausa. Ele ainda está desconcertado devido à viagem no tempo, e a chegada a um novo lugar – e precisa de tempo para processar tudo aquilo.
Mas eles estavam caminhando há quase meia hora; ele constantemente tropeçando em galhos enquanto a segue em ritmo frenético pela cidade, e ela sem parar de falar. Ele mal havia conseguido dizer uma palavra. Ela continua falando sobre o “palácio” e a “corte” e sobre os membros de seu coven e um concerto que aconteceria, e um homem chamado Aiden. Ele não faz a mínima ideia sobre o que ela está falando – ou onde o está levando. Ele está determinado a encontrar algumas respostas.
“… claro, não é bem um baile,” Polly está dizendo, “mas mesmo assim, será um evento maravilhoso – mas não sei ainda o que vou vestir. Há tantas opções, mas não o suficiente para um evento como esse—”
“Por favor!” Sam diz finalmente, enquanto ela continua saltitando pela floresta, “Sinto interrompê-la, mas tenho algumas perguntas para lhe fazer. Por favor. Eu preciso de respostas.”
Ela finalmente para de falar, e ele respira aliviado. Ela olha para ele com um olhar curiosa, como se não percebesse que havia falado durante todo o tempo.
“Tudo o que você precisa fazer é perguntar!” ela diz alegremente. E então, antes que ele possa responder ela completa impaciente, “E aí? O que você quer saber?”
“Você disse que foi enviada para me buscar,” Sam diz. “Por quem?”
“Essa é fácil,” ela responde. “Aiden.”
“E quem é ele?” Sam quer saber.
Ela dá uma risadinha, “Gente, mas você tem muito que aprender, não é mesmo? Ele só é o mentor de nosso coven há milhares de anos. Não sei por que ele está interessado em você, ou por que ele me pediu que caminhasse tão longe para buscá-lo em um dia tão lindo como esse. Até onde eu sei você mesmo teria encontrado seu caminho até nós eventualmente. Sem falar, que eu tinha milhares de coisas para fazer hoje, inclusive achar um vestido novo e—”
“Por favor,” Sam diz, tentando se concentrar no que estava dizendo antes que perca o foco. “Eu realmente agradeço por você ter vindo me buscar e tudo mais, e não quero parecer mal agradecido,” ele diz, “mas onde quer que estejamos indo, eu realmente não tenho tempo para isso. Veja bem, eu vim até aqui, até este lugar e tempo, por uma razão. Eu preciso ajudar minha irmã; preciso encontrá-la – e não tenho tempo para visitas.”
“Bem, eu dificilmente chamaria isso de uma visita,” Polly diz. “Aiden é só o homem mais procurado na corte. Se ele se interessou por você, não é uma oportunidade para se jogar fora,” ela explica. “E seja lá quem você procura, se alguém pode ajudá-lo, essa pessoa é Aiden.”
“E onde é que estamos indo, exatamente? E quanto tempo falta para chegarmos lá?”
Ela dá mais alguns passos pela floresta e ele se apressa para alcança-la, se perguntando se ela responderia sua pergunta, ou daria alguma resposta objetiva – quando, naquele momento, a floresta de repente se abre.
Ela para e ele para ao lado dela, espantado.
Diante deles há um campo imenso e, à distância, um lindo jardim, com a grama perfeitamente cortada em diferentes formas e variados tamanhos. O lugar é lindo, como uma obra de arte viva.
Ainda mais bonito é o que existe além do jardim. Há um palácio, maior que qualquer estrutura que Sam já tinha visto. O prédio todo é feito de mármore, e se estende em todas as direções até onde Sam pode enxergar. A arquitetura é clássica e formal, com dezenas de janelas imensas e uma ampla escadaria de mármore levando até a entrada. Ele sabe que já tinha fotos daquela construção em algum lugar, mas não consegue se lembrar de onde.
“Versalhes,” Polly diz, oferecendo uma resposta como se tivesse lido os pensamentos dele.
Ele olha para ela e sorri.
“É onde nós moramos. Você está na França, em 1789. Tenho certeza que Aiden deixará que se junte a nós, desde que Maria nos dê permissão.”
Sam olha para ela confuso.
“Maria?” ele pergunta.
Ela abre ainda mais o sorriso, balançando a cabeça. Ela lhe dá as costas e começa a saltitar pelo campo, na direção do palácio. Enquanto faz isso, ela responde a pergunta dele.
“A Maria Antonieta, é claro!”
*
Sam caminha ao lado de Polly, subindo os infindáveis degraus da escada de mármore, em direção às portas do palácio. Enquanto caminham, ele tenta absorver tudo o que vê pela frente. A magnitude e proporção daquele palácio é assustadora. À sua volta, pessoas que ele presume fazerem parte da realeza caminham pela propriedade, vestidas com roupas como ele nunca tinha visto antes. Ele não consegue parar de analisar o lugar. Se alguém tivesse lhe falado que ele estava sonhando, ele teria acreditado. Ele nunca havia estado na presença de pessoas da realeza.
Polly não tinha parado de falar, e ele se esforça para se concentrar no que ela diz. Ele gosta de estar perto dela, aprecia sua companhia, mesmo tendo dificuldades em prestar atenção ao que ela diz. Ele também a acha muito bonita, mas há algo sobre ele que o deixa em dúvida se ele realmente se sente atraído por ele, ou se gosta dela apenas como amiga. Com suas namoradas anteriores, ele tinha sentido atração desde a primeira vista; com Polly, ele sente uma grande camaradagem.
“Sabe, a família real mora aqui,” Polly diz, “mas nós também vivemos aqui. Eles nos querem aqui, afinal somos a melhor proteção que eles podem ter. Vivemos juntos no que poderia ser chamado de harmonia amigável. Isso funciona para ambas as partes. Com essa floresta imensa, temos como caçar, um lugar agradável para viver e ótimas companhias. Em troca, ajudamos a proteger a família real – sem falar que alguns deles são como nós, também.”
Sam olha para ela ainda mais surpreso.
“A Maria Antonieta?” ele pergunta.
Polly assente discretamente com a cabeça, como se estivesse tentando guardar o segredo, sem sucesso.
“Mas não conte para ninguém,” ela pede. “Há alguns outros também, mas a maior parte da realeza é humana. Eles querem ser como nós, mas há regras bastante rígidas quanto a isso. Não é permitido; somos nós e eles, e não temos permissão para cruzar essa linha. Não queremos que certos membros da realeza tenham muito poder – e Maria também insiste nisso.
“De qualquer forma, esse lugar é simplesmente fabuloso. Não consigo imaginar que um dia isso chegue ao fim. Temos festas seguidas por mais festas, e bailes intermináveis, e concertos… Esta semana teremos um concerto maravilhoso; na verdade é uma ópera – já até escolhi meu vestido.”
Ao chegarem até as portas, vários serviçais se apressam para abri-las. As portas douradas são enormes e Sam as observa espantado ao entrar no palácio.
Polly atravessa um corredor comprido de mármore como se fosse a dona do lugar, e Sam precisa se apressar para acompanhá-la. Enquanto caminham, Sam olha tudo à sua volta, impressionado pelo luxo do lugar. Eles passam por diversos corredores, também feitos de mármore e repletos de espelhos dourados que refletem a luz de diversos lustres de cristal. O sol invade o lugar, iluminando ainda mais o local.
Eles passam por diversas portas e finalmente chegam a um salão de mármore rodeado de colunas. Vários guardas estão a postos quando Polly entra na sala.
Polly dá uma risadinha, aparentemente imune a eles. “Nós também podemos treinar aqui,” ela informa. “As instalações do palácio são as melhores que existem, e Aiden nos mantém sempre ocupados. Fico surpresa que ele tenha permitido que eu pausasse para ir buscar você. Você deve ser alguém mito importante.”
“Então onde está ele?” Sam pergunta. “Quando poderei conhecê-lo?”
“Nossa, você é bem impaciente, não é mesmo? Ele é um homem muito ocupado, e pode escolher não conhecer você por algum tempo, ou pode mandar alguém buscá-lo imediatamente. Não se preocupe, você saberá quando ele quiser vê-lo. Espere um pouco. Enquanto isso, pediram que eu lhe mostrasse seu quarto.”
“Meu quarto?” Sam pergunta, surpreso. “Espere só um minuto, eu nunca disse que ficaria aqui. Como eu disse, eu realmente preciso encontrar minha irmã,” Sam começa a protestar —mas naquele instante, grandes portas duplas se abrem diante deles.
Uma comitiva real de repente entra no salão, ao redor de uma mulher que fica no centro, sendo carregada em um trono real.
Eles a colocam no chão e, ao fazerem isso, Polly faz uma saudação, inclinando-se para frente e gesticulando para que Sam faça o mesmo. Ele obedece.
A mulher, Maria Antonieta, lentamente se levanta do trono e dá vários passos na direção deles, parando diante de Sam e gesticulando para que ele se levante. Sam mais uma vez obedece.
Ela olha Sam da cabeça aos pés, como se ele fosse um objeto de seu interesse.
“Então, você é o novo garoto,” ela diz, com o rosto sem expressão. Seus olhos verdes ardem com uma intensidade que Sam nunca tinha visto antes e ele sente, realmente, que ela é como eles.
Finalmente, após segundos intermináveis, ela balança a cabeça afirmativamente. “Interessante.”
Com isso, ela passa por eles e sua comitiva rapidamente a segue para fora do salão..
Apenas uma pessoa fica para trás, obviamente alguém da família real. Ela parece ter 17 anos, e está usando um vestido de veludo azul real, dos pés a cabeça. Ela tem a pele mais clara que Sam já havia visto, cabelos loiro encaracolados e olhos azuis bem claros. Ela fixa o olhar em Sam, encarando-o abertamente.
Ele fica hipnotizado pelo olhar dela, incapaz de olhar para qualquer outra coisa.
Ela é a garota mais bonita que ele já havia conhecido.
Após alguns segundos, ela dá um passo à frente e olha dentro dos olhos dele ainda mais de perto. Ela estica o braço, com a palma da mão virada para baixo, obviamente esperando que ele a beije. Ela se move devagar, com orgulho.
Sam pega na mão dela, e sente a eletricidade ao tocar em sua pele. Ele leva os dedos dela até os lábios e os beija.
“Polly?” a garota diz. “Você não vai nos apresentar?”
Não é uma pergunta. É uma ordem.
Polly limpa a garganta, relutantemente.
“Kendra, Sam,” ela fala. “Sam, Kendra.”
Kendra, Sam pensa, olhando dentro dos olhos dela, surpreso pela maneira como ela o encara com agressividade, como se ele já fosse uma propriedade sua.
“Sam,” ela repete, sorrindo. “Um pouco simples, mas eu gosto.”