Читать книгу Dispersão - Mário Sá-Carneiro - Страница 2

II. ESCAVAÇÃO

Оглавление

Numa ansia de ter alguma cousa,

Divago por mim mesmo a procurar,

Desço-me todo, em vão, sem nada achar,

E a minh’alma perdida não repousa.


Nada tendo, decido-me a criar:

Brando a espada: sou luz harmoniosa

E chama genial que tudo ousa

Unicamente á força de sonhar…


Mas a vitória fulva esvai-se logo…

E cinzas, cinzas só, em vez do fogo…

– Onde existo que não existo em mim?


. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Um cemiterio falso sem ossadas,

Noites d’amor sem bôcas esmagadas —

Tudo outro espasmo que principio ou fim…


Paris 1913 – maio 3.

Dispersão

Подняться наверх