Читать книгу Spaghetti Paraiso - Nicky Persico - Страница 7
ОглавлениеCUSTOMER CARE
Caminhava ao longo duma das estradas perpendiculares ao mar: a partir do passeio sobre o qual me encontrava não podia ainda vê-lo, mas sentia a presença.
Até a uma determinada hora da tarde, mais ou menos as 17, a partir lá para depois do almoço as lojas tinham ainda as grades de enrolar abaixadas.
O começo da tarde.
Também em Bari, um certo momento do dia chama-se assim. Porque passa das «12», números grandes, às 13, dito em gíria: «uma». Recomeço a contagem, e pois «o começo da tarde». Depois o almoço, entremeio tranquilo, com pouco transito e pausa para café.
Nos anos setenta o começo da tarde era um rito social quase sagrado. Parecia que estivesse a jogar a selecção nacional: todas as tardes. O deserto urbano, silencioso. Cristalizado, imóvel, fechado. Hoje é um pouco diferente, houve uma progressiva milanizaçao. Mas sempre «o começo da tarde» permanece.
Os olhos entreabertos, procurando de fixar um instante. Era um quadro perfeito, no fundo, e uma sensação agradável é absolutamente impressa na memória todas as vezes que se apresenta a possibilidade.
A vida é feita de instantâneos, que se sucedem incessantemente uma depois da outra, com uma cadência precisa e contínua, que cada um de nós, inconscientemente, sente como o ritmo da vida. As instantâneas são de tal forma aproximadas para não poder ser percebidas singularmente. Estando em rapidíssima sequência, formam um fluxo uniforme. É aquela coisa que eu chamo o princípio dos irmãos Lumière, que não sei se faziam cinema ou psicologia.
Aqui está.
Quanto a mim isto é o fluxo da vida «que desliza como um lenço de cabeça de seda, entre os dedos» e que, no seu deslizar, dá-te uma única sensação «que sentes apenas quando inicia, ou quando termina».
Deste cadenciar, de todas as formas o ser humano tem a plena consciência desse facto, e isto explica o prazer da música, linguagem universal que percorre, une e destaca algumas instantâneas deste variável fluxo, tornando-as perceptíveis. Apodera-se do teu deslize, torna-to perceptível, e guia-te nas emoções.
É aquela que muitas vezes é definida visão de conjunto, interpretando, com esta expressão, o considerar dinamicamente mais elementos colocando-os em comparação entre eles e portanto colhendo posteriores aspectos de forma dedutiva. Funciona também com as sensações.
Estes aspectos, se avaliados particularmente, não poderiam por acaso ser sugeridos ou indicados pelos mesmos elementos.
As instantâneas, a sequência, o fluxo.
O resultado da correcta dedução projectiva e perspectiva destes aspectos, destes fotogramas espalhados que colocados juntos sugerem um movimento, é o que se define clarividência. Às vezes, pelo contrário, trata-se de verdadeiros e próprios sinais previstos, ocultos apenas a quem vem as coisas uma por uma, particularmente. Mas a visão de conjunto necessita da essência dum elemento: a ignorância. Pode-se buscar como exemplo o jogo de xadrez: enquanto alguns vêem apenas um pedaço em forma de paulito que se move um quadradinho de cada vez, ou um outro em forma de torre que se desloca apenas sobre directrizes rectilíneas, quem conhece as dinâmicas do xadrez compreende o que está realmente acontecendo, e tem a noção daquilo que vai acontecer dentro dum certo número de movimentos.
Sobre estes princípios estava perfeitamente de acordo com o advogado Spanna: «para combater um fenómeno complexo, de resto, é necessário compreender as linhas gerais. Além da sintomatologia, que constitui os elementos da criminalidade. Se conheces, apenas alguns aspectos, desconexamente, o fenómeno conseguirá enganar-te, desfrutando a tua ignorância. Este é o mecanismo dissimulado das associações de carácter mafioso. E quem aprendeu a reconhecê-lo, e a desvendá-lo, sabe também quais são os verdadeiros pontos fracos. Tais pontos fracos que na verdade a máfia conhece bem, e tenta ocultarem, desviando-te».
Abrindo de novo os olhos, voltei para mim. Com uma SMS comuniquei ao Cerrati que o teria esperado num bar ali perto, pouco distante do escritório.
Dirigi-me com um passo lento mas decisivo, atravessando a rua, e entrei no café deserto. O empregado do balcão não pareceu ter notado, ainda que estivesse orientado lá para a entrada. Pude intuir pelo inconfundível tilintar que estava arrumando os copos naquela zona obscura habitualmente situada sob a prateleira onde são servidas as bebidas, uma zona ocultada à vista dos clientes, da qual, como por magia, sai dali para fora tudo, desde rodelas de limão até saquetas de adoçantes que em certos lugares aparecem apenas sob um explicito pedido («… não as deixam a disposição porque senão roubam-nas as senhoritas que estão em dieta…»).
Percorrido o breve troço que ligava a entrada com o balcão, chegando exactamente diante do empregado do bar, o qual, semi-erecto, continuou a atarefar-se sem erguer o olhar embora – enfim não havia duvida – tinha-me visto a entrar.
Para a verdade não fiquei surpreendido. Era a conduta, em alguns lugares. Frequentemente tinha-me interrogado sobre os motivos desta atitude de alguns empregados do balcão, que, em termos de leitura da linguagem do corpo, podia ser definido atitude forçada. Certamente, existiam mil hipóteses plausíveis na base de tais comportamentos, e também probabilidades estatísticas de justificação: quem entra num bar pode ser movido por intenções agressivas, ou ser um molestador demente, ou então um que te diz «olha que quero algo, de ti, mas não tenho nenhuma intenção de pagar». Ou mesmo um assaltante solitário.
Outra hipótese, suficientemente remota mas potencialmente existente, é que um determinado cliente, em alguns casos e por motivos subconscientes, recordas o empregado do bar de turno alguém que o espancou quando criança.
Sim, eram possibilidades, e todas justificavam uma desconfiança sã. Portanto pareciam arrojadamente remotas, e altamente improváveis.
Talvez era apenas Customer sfatigation, quem sabe.
Já próximo de um punhado de segundos cerca de um metro dele, permaneci perfeitamente imóvel e em silencio, evitando cuidadosamente movimentos bruscos e estudando atentamente as reacções. Mais que uma tentativa de consumação, o meu tinha assumido os caracteres dum verdadeiro e próprio duelo.
Faltava apenas o barbeiro exposto, os cowboys que se precipitavam fora do saloon, as mulheres que traziam as crianças amparadas, e o quadro teria sido perfeito. Deve ser para situações como esta que se decidiu definir quem entra num bar com o termo «freguês»: um que arrisca, que ousa, que desafia o destino. Gin indiano.
Mas, não obstante a pausa, nada acontece. Àquele ponto, tomada a coragem com as duas mãos, extraiu em primeiro lugar e disparou.
«Bom dia.»
O empregado do balcão cessou com o movimento das mãos, para mim invisíveis uma vez que enfiadas num lugar misterioso melhor detalhado anteriormente, e, erguendo os olhos, virou o olhar para aquilo que muitos, em gíria chamam freguês. Pensava que estivesse a tirar para fora um Winchester e me ordenasse de deixar o contado, «se queres rever a madrugada, forasteiro».
E pelo contrário continuou a mexer, e disse por sua vez:
«Bom dia.»
Pois bem, certo, em perspectiva do diálogo osmótico estava ainda longe do verdadeiro conceito e principalmente de comunicação, mas era precisamente um inicio. Eu, decidido para não deixar-me escapar a ocasião, fui no encalço dele.
«Por favor», melhor ser prudente, «prepararia um café?»
Oh: tinha estado realmente muito atento para não ser nem bastante agressivo, nem bastante submisso no tom usado para formular o pedido, procurando aplicar as dinâmicas que tinha ouvido ser vigentes nas alcateias de canídeos, uma vez que tinha visto QUARK, onde evitar de pôr na isca reacções instintivas no empregado do bar. Nem presa, nem agressor.
O empregado do balcão não respondeu, reparando-me com a mesma expressão que num livro de Stefano Benni tinha sido mais ou menos definida como aquela da «vaca quando passa o comboio», ou seja absolutamente inexpressiva e indiferente ao acontecimento, mesmo tendo sido o mesmo acontecimento causa suficiente para atrair a sua atenção.
Ainda assim, qualquer tipo de processo sócio dinâmico devia ser activado, na medida em que lentamente virou-se e começou a mexer com a máquina de café expresso, sacudindo ruidosamente a pipeta que contem o sedimento de café na pré-posta gaveta, depois de tê-la extraída, previa rotação quase de 30º, da sua sede.
Eu, animado abaixei os níveis defensivos de alerta 1, volvendo o olhar para o exterior, para controlar que a pessoa que devia vir me buscar não estivesse, no entanto, chegado.
Sem posteriores acontecimentos dignos de realce, a chávena de café fumegante tomou o seu lugar no pires preparado anteriormente.
Pedi, sempre com cortesia, um adoçante, indicando simultaneamente com o olhar a zona por baixo do balcão.
O empregado do bar, com uma expressão surpresa e improvisamente reflexiva, levou uma saqueta da zona morta, arrumando-a no pires, e muito provavelmente pensou numa fuga de notícias sobre a logística do seu bar.
O café estava quente, e não é o caso de fazer outras observações. Não fui nem sequer roçado pela tentação de fazer-lhe perceber que talvez não era precisamente excelente, na medida que sabia bem que a Custumer Sfatigation previa, para tais casos, procedimentos operativos que pairavam a partir do olhar turvo até à atitude que transmite o conceito de «que se lixe, e obrigado por haver escolhido».
Pago o café no absoluto silêncio, saí e reparei-me em volta.
«Advogado!»
À minha esquerda chegava, ofegante e a pé, Cerrati. Cerrati era amigo/hoje quase cliente do quase advogado… Alessandro», de longa data. As suas chatices eram geralmente uns emaranhamentos emporcalhados e inextricáveis, mas no fundo tratava-se de situações fúteis, que mesmo um estudante como eu conseguia, de qualquer forma, resolver de modo indulgente. Por ventura não era preciso um advogado verdadeiro, e Cerrati, em troca, oferecia-me hospitalidade disponibilizando-me durante alguns fins-de-semana a sua casa perto do mar, desconhecendo que isto teria atrasado os meus estudos, e desconhecendo, sobretudo, que tinha feito uma cópia das chaves.
A isso é preciso acrescentar a graça de Cerrati: «quebro-me mas não me desdobro».
Normalmente, para perceber algo dum novo caso ocorria em média uma boa hora de conversa, e pelo menos seis ou sete apelos à ordem.
A famosa frase «explica-me tudo como se eu tivesse cinco anos», pronunciada num cenário de Philadelphia por Denzel Washington (desempenhando as funções dum advogado), provocou um rápido incremento de eficácia explicativa sobre Tom Hanks (desempenhando o papel de cliente).
A mesma frase, pronunciada um tempo antes por mim, provocou em Cerrati uma reacção anómala: «advogado, não me permitiria nunca».
A vida não é um filme.
Alias a minha brevíssima vida profissional não tinha sido concretamente luminosa e repleta de sucessos.
Não é que eu fosse imbecil, concretamente. Mas não estava precisamente tão próximo ao primeiro modelo da classe. A definição mais apropriada à minha forma de ser era mais provavelmente um interessante: inteligente mas se distrai facilmente.
E assim durante o período necessário para licenciar-me (quase duas épocas), distraí-me, efectivamente, muito. Particularmente com o universo feminino, perante a qual ficava sinceramente encantado.
A descoberta de novos universos, sabe-se, desperta o instinto de exploração, e toda uma serie de outros instintos.
Às vezes, com o outro sexo, não disparava aquela necessária sintonia-psico-socio-relacional-sexual, não obstante aparentes premissas ideais, e eu não era exactamente um «predador», como individuo. Para entender-nos, fora sempre definido «um tipo estranho», a partir deste ponto de vista: tinha a necessidade de mais factores concomitantes, para terminar na cama com uma mulher. Em suma, ocorria algo qualquer que não saberia tão-pouco definir bem, caso contrário não ousava tão-pouco. Não é que fosse uma beleza, que esteja claro. Mas a meu modo gostava, e acontecia – como posso dizer – não muito raramente. Seja como for, quando a alquimia conseguia eram faíscas, emoções absolutas, paixões líquidas, experiências irrepetíveis. Como execuções de orquestra. O ponto de equilíbrio perfeito. É inútil recusá-lo ou fingir de não sabê-lo, algumas vezes não é química, é magia: cumplicidade, frescura, curiosidade, transgressão e novidade.
A um passo do paraíso. E a dois períodos da universidade. De seguida, depois de irregulares entregas ao estudo, a licenciatura foi alcançada, e veio a pratica forense.
Um período de substancial estágio junto dum ou mais escritórios de advocacia, durante o qual o futuro advogado deve experimentar, experimentar-se, e capitalizar em termos práticos a bagagem teórica acumulada no percurso estudantil.
Em suma um percurso formativo, para muitos, que na realidade, através dalguns, vinha definido a clássica experiencia a noventa graus.
Não para todos – como posso dizer – vinha fornecida a real possibilidade de aprender. Eu, do meu canto, tive certamente o modo de perceber um monte de coisas.
Muitos sustentam que na vida é importante ter dois valores. Uma vez reparei uma furgoneta blindada, com seguranças armados e com uma escrita TRANSPORTE DE VALORES. A ética não tinha por acaso parecido tão preciosa.
Cerrati alcançou-me sem fôlego. Estava trajado como sempre, um cruzamento entre um burocrata e um realizador da transvanguarda francesa.
Tinha uma pasta a tiracolo, de pele, enfim completamente deformada e desgrenhada, transbordante de correspondências sei lá de que origem, e de braço dado com umas folhas, misturadas com paginas de jornal únicos e varias correspondências cheia de envelopes. Tudo meio fechado num semanário que teria deixado a satisfação sei lá de quantos coleccionadores.
«Advogado, meu deus, desculpe o atraso, mas parquear no centro da cidade é sempre muito difícil, e pensar que no momento em que procurava um lugar aconteceu-me uma coisa… olha… uma coisa terrível… uma senhora… precisamente no momento em que eu tinha visto o parque de estacionamento… considerando que eu sou sempre prudente… aquela chegava disparada, advogado, e digo disparada… está claro que se corre sempre… mas a uma velocidade de loucos… digo eu… existem crianças… sei lá…»
O Cerrati de sempre.
«Cerrati, desculpe-me», interrompi-o.
«Não advogado, por caridade… desculpe-me senhor… ou melhor… eu…»
«Está bem, Cerrati. Percebi o que tenciona. São coisas que acontecem. A propósito, trouxeste os documentos?»
«Sim, advogado! … sim… eis aqui: organizei-os, como recomendou o senhor!»
Ao pronunciar estas palavras, entregou-me a correspondência que tinha observado um pouco antes. O conceito de «ordem», do ponto de vista de Cerrati, era a demonstração científica da eficácia do termo «relativo». Sim. O monte informe de papel amarrotado era para mim. Hesitava instintivamente, em levá-lo, e Cerrati esticou as mãos um pouco ainda. Encorajou-me.
«Obrigado, Cerrati: naturalmente hei-de observá-los apenas possível.»
Minha senhora, mas certamente… sim… eu pensava… talvez o senhor, com muitas ocupações importantes… eu antes tenho que lhe agradecer…»
Todas as tarefas importantes… e porque não…
«Combinado. Então vou, porque infelizmente, sabe, tenho um outro compromisso, e não posso atrasar.»
«Ah! Mas olha, advogado, que se tem justamente um tempinho lhe explico… em linhas gerais…»
«Obrigado, Cerrati, mas prefiro falar com conhecimento da causa: logo que terminar lhe comunico eu…»
Àquelas palavras, Cerrati contra a vontade distanciou-se, reparando-me a desvanecer-se a ocasião de manter-me ali pelo menos uma boa hora para ilustrar-me «sinteticamente» o assunto. Eu, pelo contrário, às 16:45 hora local já estava de regresso: tinha um compromisso.
Tinha apenas fechado a porta às minhas costas, quando o fax ao lado de Fanny, depois dum toque delicado, começou a gralhar e a emitir lentamente, através daquele orifício tecnológico que certa vez parece a evolução da «boca da verdade», uma escrita proveniente da chancelaria do tribunal. O sorriso malicioso começou a degradar-se lentamente, a partir do rosto da inveterada secretaria, na medida directamente proporcional às linhas legíveis na medida em que apareciam. Quando o documento foi completamente emitido, já o tinha lido todo, e observando-o no rosto podia-se pensar que naquelas escritas tinha sido anunciado o fim do mundo.
Sem dizer uma palavra, recolheu as duas folhas, e com um passo incerto dirigiu-se em direcção da sala do advogado, entrando e reaparecendo na entrada poucos segundos depois. Tomou de novo o seu lugar e continuou a manobrar o pc como se nada tivesse acontecido.
Mas pelo ar percebia-se um estranho silêncio. Mais que outra coisa era como se uma espécie de «buraco negro» sonoro que absorvesse qualquer outra coisa mesmo fisiológico rumor de todo o escritório.
A atmosfera tornou-se imaginário.
Esther, a jovem advogada, sobrinha do advogado Spanna, que ocupava o primeiro gabinete à esquerda, como obedecendo a um silencioso apelo espreitou furtivamente: aproximou-se a fanny e pronunciou apenas quatro palavras.
«Não me digas que…»
Fanny reparou-a um instante, e não respondeu.
Esther levou a mão à boca e refugiou-se com toda pressa fechando a porta às costas.
Às vezes os acontecimentos da vida cruzam-se de forma imperscrutavelmente complicada, «baralham-se», enfim.
O processo de perturbação é democrático. E as vezes diabólico. A bola da roulette, naquela tarde, tinha parado na casa do advogado Spanna.
Todos advogados, por definição, no papel de defensores «vencem» ou «perdem» contenciosos. É estatisticamente impossível que isto não aconteça em percentagem mais ou menos variável. Assim como não é pensável imaginar que um advogado não leva em conta – sempre – a possibilidade que a parte assistida (como é frequentemente por eles definido o cliente), não obstante prognósticos favoráveis, sucumba.
É lógico, pois, esperar uma certa frescura, quando isto acontece.
E de facto o advogado Spanna não pestanejou depois de ter enforcado os óculos e lido impassível a disposição do juiz civil que via a sua cliente arrojadamente perdedor num processo de separação.
Aquela cena evocava assoladamente uma canção de Jannacci, que mais ou menos recitava: «… aqueles que… quando perde o Inter… ou Milan… dizem "no fundo é apenas um jogo de futebol" e depois voltou para casa e batem nos filhos… (ooohhh yeeeah)»
O advogado pousou as folhas, pegou o celular, e saiu do escritório como se nada fosse, passando diante de mim e dizendo apenas, de meia voz: «volto daqui a nada».
Não se deu conta, naturalmente, da presença de Mutolo, imóvel e perfeitamente camuflado com a tapeçaria do corredor.